segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Retrospectiva 2021 ???!!!!!

Eu sei que temos ainda seis dias mas já dá pra falar do ano né?

Foi bom.

Como falei no post anterior: eu avancei absurdamente na minha vida profissional e acadêmica nesse último ano, eu literalmente tirei o atraso dos últimos cinco anos em um só, com MUITAS ressalvas claro.

Mas minha saúde tá bem merda e ela deu uma boa piorada nesse ano, foi o preço que paguei por querer resolver tudo que tinha na faculdade em um ano só, meu condicionamento físico tá HORRÍVEL.

Como vai faltar pouca coisa na faculdade ano que vem, não vamos falar de especificidades, então acho que vai dar pra levar uma vida mais saudável, talvez começar uma academia? As perspectivas são boas.

Mas voltando ao ano de 2021: hmm, até Março tava uma absoluta merda e depois deu uma melhorada. O ponto baixo real foi a mudança que fiz em Março e o ponto alto foi quando finalmente pude encontrar com vários amigos meus e pude até trabalhar presencialmente, interações sociais em ambientes controlados sempre são boas.

Eu não assisti NENHUM filme que não fosse de anime neste ano, NENHUM. E tirando umas vezes que reli umas partes de livros, zero livros também.

De anime eu só assisti Sonny Boy e Yuru Camp 2, tentei assistir Blue Period mas cagaram na animação, tentei também o anime da cosmonauta vampira mas não me animou muito. 

Mangá, como sempre, eu li pra caralho, então é difícil dizer qual que comecei ou terminei neste ano, mas foram muitos, como sempre.

De resto ehhh, comecei a jogar SMT 5, que to com preguiça de terminar antes do ano novo mas vou tentar terminar antes das aulas começarem ano que vem. 

Comecei a comprar carta de Yu-Gi-Oh novamente, talvez o maior erro que cometi neste ano? E troquei de celular depois de quase 5 aninhos! Eu acabei cumprindo a promessa que tinha feito de que meu próximo celular seria pago com o dinheiro que eu ganhasse com trabalho, eu poderia ter pego um atalho nessa afirmação usando o dinheiro que ganhei no Japão, mas eu realmente queria pagar com dinheiro do estágio.

Enfim, 2021 foi bem melhor que 2020 e foram anos bem opostos, onde 2020 começou bem e terminou bosta, 2021 começou bosta e (espero) que vai terminar bem.

Ano que vem eu nem quero tentar prever o que me espera, só quero comprar umas coisinhas na minha wishlist e, se tudo der certo, pegar um feriado pra viajar.

Eu tava planejando guardar dinheiro pra fazer uma grande compra idiota, tipo uma figure cara ou o 3DS LL EDIÇÃO ESPECIAL LOVE PLUS DA MANAKA mas só de pensar no processo de importação já me dá uma gastrite, então vou me manter nos gastos medianos que ainda vão impactar minha conta bancária.

E acho que é isso, eu não vou fazer muitos planos pro ano que vem porque ainda estou num processo que começou neste ano, então vai demorar pra eu ter novas aspirações fora do que já estou fazendo agora, mas perder um pesinho seria bom.

Eeeehhh, no mais é isso. Tenham boas festas e ano novo e demorei demais e o Natal já passou (comecei a escrever este post no dia 25) mas fica aí meus parabéns e feliz Natal também.

Estou cansado, essa semana entre Natal e Ano Novo devia ser feriado prolongado, ainda mais em instituições financeiras.

valeu, falou, té mais!

Aliás, se você tá lendo este post e me prometeu uma breja ano passado ou esse ano, me liga.

Vamo tomar uma Serramalte e bater um papo.

domingo, 12 de dezembro de 2021

nem só de derrotas vive o Yoiti

"Yoiti, você venceu né?"

Um colega de turma que se formou me falou isso quando fui tirar foto pra formatura da minha turma.

"Mas é sério po, você já pensou em desistir da Poli e tava totalmente desanimado até um tempo atrás, agora tá praticamente efetivado numa boa empresa e quase formado."

Eu não gosto de cantar vitória antes da hora mas puta merda, esses dois últimos anos foram uma correria do caralho: teve a pandemia, o fechamento da pensão dos meus pais, a correria pra vender todos os móveis em menos de um mês, as entrevistas de estágio, o processo de mudança no meio do pico da pandemia, o estágio junto com as matérias mais osso da graduação, minha mudança (não voluntária) de área no trampo e enfim a efetivação, que fiquei sabendo que vai acontecer já no começo do ano que vem.

Sinceramente, a pandemia e a quarentena claramente foram uma merda, mas se não fosse por essa situação eu não me formava e arranjava o emprego mas nem fodendo. É bizarro você olhar pro meu número de matérias cursadas até 2019 e as que cursei em 2020 e 2021, o que duas horas de transporte público a menos por dia na vida do indivíduo não fazem hein?

Não é como se o ânimo pra estudar estivesse particularmente alto nesses dois últimos anos, foi só a urgência de "essa situação não vai se repetir de novo durante a graduação, então vamo aproveitar" e também que meu desânimo com a graduação e a situação geral do país e da minha vida já estavam num nível tão alto que não foi uma pandemia que piorou muito meu astral.

Mas enfim, agora parece que consegui botar nos trilhos tanto minha graduação quanto meu trabalho, o que são duas coisas que eu não esperava ter controle até uns meses atrás, a única coisa que piorou na minha vida mesmo foram as relações interpessoais e minha habilidade de me comunicar verbalmente, mas isso a gente vê com o tempo. 

Ah, e minha saúde também. Hmm.

Agora vamo ver como vai ser ano que vem. SE TUDO DER CERTO vai ficar faltando só uma matéria da Poli pra fazer, aí é correr pro abraço e buscar meu diploma que não tá valendo muita coisa hoje em dia, vida que segue, eu acho.

Mas a grande questão é: meu colega tava realmente certo? Eu venci?

Olha, enquanto eu não tiver uma casa de shows ou uma gravadora independente em Tokyo e morar num apato em Setagaya eu não venci ainda não.

Brincadeiras à parte, a gente vence e perde todo dia, eu só estou com o saldo positivo neste ano.

E vamos tentar manter isso.

E é isso aí, 

vlw, flw

té mais!


sábado, 4 de dezembro de 2021

acabou a festa

Faz quanto tempo que você foi numa festa infantil?

Eu comi umas coxinhas feitas na airfryer hoje e me lembrei das várias festas infantis que fui durante minha infância.

Eu fui em algumas que foram em salões de festa em prédios, em McDonald's (que era A ostentação do moleque de 5 anos) mas as festas que mais fui quando criança foram todos em buffets infantis.

E tinham pra todos os gostos: do buffet mais simples, com uns escorregadores, fliperamas, air hockey e pebolim, até aqueles que tinha um monotrilho (que até hoje não entendo muito bem a graça), cama elástica, oficina de fazer aquela mão de cera, barco viking, escalada, etc. Era praticamente uma competição pros pais das crianças mostrarem quem fazia a festa mais elaborada.

Minha família mesmo nunca fez essas festas pra mim, e pra ser bem sincero eu até agradeço, é um puta gasto desnecessário, o bom mesmo era ir pras festas.

Acho que a última festa dessas de buffet que fui foi lá por 2008, quando eu tinha 12 anos. Já era uma época que o pessoal já fazia umas coisas mais "adolescentes" e era uma vibe meio diferente, menos infantil. Uma das últimas festas de buffet que fui por exemplo era num lugar que a temática era futebol, e toda coisa que tinha lá era de futebol (inclusive o bolo)... não foi tão legal.

A melhor dessas festas que fui acho que foi lá por 2005 ou 2006 (quando eu tinha uns 8~10 anos), de um amigo meu que inclusive fui encontrar de novo na Poli depois de quase 10 anos sem falar com ele. Se não me engano ele fez duas festas: uma delas teve como lembrancinha umas cartas (falsas) de Yu-Gi-Oh! e um SABONETE COM UM BONEQUINHO DE UM PERSONAGEM DE YU-GI-OH! DENTRO (na moral, melhor lembrancinha de aniversário que já recebi), a segunda festa teve como lembrancinha aquele negócio de fazer sua mão de cera, o que eu não vejo muita graça até hoje mas não dá pra negar que é bacaninha. Ah sim, os dois buffets eram super bacanas, a última festa dele que fui foi inclusive temática de Star Wars, o terceiro filme tinha acabado de sair na época e tinha UM cara fantasiado pra animar a festa e adivinha do que ele tava fantasiado... Jar Jar Blinks.

Enfim, eu não tenho muitas esperanças de ir numa festa infantil de buffet ainda nessa vida, pelo menos não pra curtir como criança, e pensando nisso eu lembro umas vezes que minha mãe me levava pras festas e ficava lá socializando com outros pais.

Eu particularmente nunca fui muuuuuito animado pra comemorar aniversário. Sempre achei que comemorações GRANDES deviam ser reservadas pra feitos importantes, não completar mais um ano de vida, mas isso pode ser idiossincrasia minha também. Acho que de modo geral, o churrasco que fiz com meus amigos comemorando o fim do ensino médio, a festa de formatura do pessoal da Poli e quando saí com meus pais depois da matrícula na faculdade significaram bem mais que qualquer aniversário que eu poderia ter comemorado, acho que até a vez que fizemos um churrasco pra comemorar o fim de um semestre foi significativo. Mas hmm, acho que estou fugindo do assunto aqui.

Acho que esse post é meio que uma continuação do post sobre festas de debutante? É meio aquela piada né, você vê a fase da vida que está pelo tipo de festas que vai: de criança, debutante, formatura, casamento e velório. Logo mais chegam os casamentos.

E é isso aí, saudades de comer bolo e salgadinhos com refrizão.

vlw flw té mais!

domingo, 21 de novembro de 2021

eu trabalho numa empresa bem grande

Eu estou estagiando já desde Abril mas ontem foi meu primeiro dia presencial no trampo.

Como o pessoal bem disse: não era um dia pra trabalhar TRABALHAR. Maioria do pessoal veio do interior pra empresa pela primeira vez em mais de um ano. Teve uma reunião que ocupou toda a parte da manhã da sexta-feira e, bem, era sexta-feira, ninguém tá pilhado numa sexta.

Meu setor tem umas 10 pessoas, sendo que duas moram fora do ESTADO, umas cinco moram fora da cidade e basicamente eu sou o que mora mais perto, o que é mais ou menos meia hora do meu quarto até eu entrar no meu andar.

Obviamente que quando tava presencial pré-pandemia a galera toda morava em São Paulo, mas como a empresa já viu que deixar o pessoal escolher de onde trabalhar é o que dá menos despesas e mais produtividade e o pessoal não tinha tanta afeição por São Paulo a ponto de pagar o triplo por um aluguel de um apê aqui do valor que seria uma parcela de casa no interior, então a escolha fica fácil pros dois lados.

A galera que veio do interior só pra trabalhar na sexta veio mais pra reencontrar (ou conhecer) o resto do pessoal e também pra comer num restaurante perto da empresa, um restaurante delicioso diga-se de passagem. 

Eu me perdi no prédio em todos os momentos que não estava com meus colegas de trabalho, aquela porra tem cinco torres, uns 4 andares térreos com nomes genéricos e meu senso de direção completamente comprometido por dois anos de isolamento também não ajudaram.

Mas mesmo me perdendo, eu gostei bastante do prédio da empresa, ele é ginorme. Dá pra sair do metrô e entrar no prédio sem tomar chuva debaixo de uma tempestade e dentro do prédio tem basicamente tudo o que você pode precisar: drogaria, loja de conveniência, sorveteria e aposto que tem muito mais que não vi no dia que fui lá.

Os meus colegas de trabalho também são super legais, o que eu já sabia pelo o que interagi com eles por distância, mas é bom ver que as pessoas que ouço nas calls semanais realmente existem de verdade.

Hmm, eu provavelmente só vou trabalhar lá presencialmente de novo no ano que vem, se muito vou mais uma vez no mês que vem, depois disso também é bem pouco provável que eu volte 100% presencial, mas é bom saber que caso eu não queira trabalhar em casa, existe a possibilidade de trabalhar em um lugar agradável relativamente próximo. 

Enfim, ano que vem EU ESPERO que sobre só mais uma matéria pra fazer na Poli, então vou poder me concentrar bem mais no trampo pra ser efetivado e então vou poder sonhar com mais benefícios aí hehehe, até lá seguimos sofrendo com a Poli e o estágio comendo meu cu ao mesmo tempo YEEHAW pelo menos o estágio me paga pra isso...

E é isso aí, vlw flw té mais!

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Ah não, meu post foi parar em Shimokitazawa de novo

Nessas últimas semanas eu me encontrei com um dos amigos que conheci no Japão e a gente, como sempre, ficou trocando memórias daqueles dias na Terra do Sol Nascente.

Eu falei pra ele que o hostel que fiquei em Shimokita e uma casa de shows onde fui ver meu primeiro show fecharam por causa da pandemia, além de uma outra casa de shows que fui também estar programada pra fechar ano que vem.

Ele me perguntou se o café que a gente foi em Shimokita também fechou, fui ver no instagram deles e bingo, fechou no final do ano passado.

Assim que voltei pra casa eu acabei procurando como estavam os outros lugares que frequentei lá. Dentre as casas de show, pelo o que consegui entender, foram realmente só a Yoyogi Zher The Zoo que já fechou e o (LENDÁRIO) Studio Coast que vai fechar ano que ver. Além das duas casas o Akasaka Blitz (onde foi o último show do Fishmans) que visitei só pra tirar foto também já anunciou que vai fechar, as outras casas de show que fui têm patrocinadores muito fortes (tipo o Shibuya Club Quattro que é da PARCO)  ou possuem história demais (tipo o Shinjuku Loft que já está há 25 anos no mesmo lugar mas tem uma história de mais de 50) e parecem já estar fazendo shows com um público bom até.

O que me deixou meio triste foram o fechamento do hostel e do café em Shimokita. O bairro de Shimokitazawa está longe de ser o que era antes: um vibrante bairro no oeste de Tokyo que era dominado por pequenos comércios, lar de artistas independentes e longe do caos dos turistas de Shibuya, a poucas estações dali. Quando eu fui visitar, Shimokitazawa já era praticamente uma Shibuya com alguns pouquíssimos comércios locais, casas de show pequenas e brechós superfaturados, mas eu amei o bairro do mesmo jeito. 

Eu ainda me lembro da primeira vez que pisei em Shimokitazawa: era já de noite, era minha segunda vez que eu ia pra Tokyo pra ver show, eu tinha acabado de comer ramen com meus amigos da faculdade em Shinjuku e precisava chegar antes das 22h pra fazer o check-in. Eu peguei a linha Odakyu de Shinjuku até Shimokita (que era uma viagem relativamente curta) e... é difícil descrever a sensação que tive. Eu corri pro hostel, que era bem do lado da estação, e foi aquela história: perguntei pro cara do hostel onde o Kinoko Teikoku tinha gravado Chronostasis e fui lá conhecer a rua. 

No caminho pra tal rua eu me maravilhei com aquele lugar. É difícil descrever o que senti naquela caminhada de noite mas eu estava montando a imagem de Shimokitazawa na minha cabeça desde 2013~2014 quando conheci melhor o cenário musical do bairro, tem até um post que fiz em 2015 falando sobre (mas que tenho vergonha de linkar aqui). Mas é, eu entendo porque o bairro é tão amado e porque os artistas frequentam lá, a atmosfera é muito gostosinha.

Nessa minha primeira visita a Shimokita eu acabei não conhecendo muito o cotidiano do bairro, eu acabei passeando de manhã e só voltei pra dormir lá no hostel por dois dias. Foi voltando lá mais pro final da viagem, ainda mais no dia que dei uma andada por toda Setagaya, que eu realmente consegui entender Shimokita como uma parte da região toda lá de Setagaya. Aí foi tiro e queda, até hoje meu lugar favorito no mundo.

Shimokitazawa tem umas três regiões bem bacanas: descendo a Chazawa-dori que está perto da saída sudeste da estação (onde tem o Mister Donut, ABC Mart grandão), subindo a Chazawa-dori (lugar das galerias, restaurantes de curry e brechós) e aquela parte depois da pracinha que tem feira na saída da estação da linha Keio-Inokashira (onde estão as lojas de roupas caras e brechós EXTREMAMENTE superfaturados).

Eu acabei de olhar no Street View como está o bairro e, como eu temia, as notícias não são boas. Um arcade acabou virando Donqui (uma rede ginorme de lojas), uma loja de soba virou Burger King e cada vez mais só dá pra ver lá as lojas que você encontraria em qualquer canto de Tokyo: Daiso, Zoff, ABC Mart, BK, Donqui, Book-Off, McDonalds. Ainda restam os brechós, as casas de show e alguns restaurantes pequenos, mas o futuro não parece muito promissor.

Ao mesmo tempo que fico triste em não ter visto Shimokitazawa no seu auge, supostamente nos anos 80~90, eu agradeço por ter conseguido presenciar ainda que as últimas labaredas do que foi o bairro mais interessante de Tokyo. Uma obra que só fomentou meu desejo de conhecer o bairro foi o livro Moshi Moshi da Banana Yoshimoto, onde ela cita essa descrição do bairro no começo do livro:

"The clutter of streets and buildings, which seem to have been left to spread and grow without any thought – they sometimes appear very beautiful, like a bird eating a flower, or a cat jumping down gracefully from a height. I feel that what might seem at first sight to be carelessness and disorder in fact expresses the purest parts of our unconscious."

E Shimokita é isso mesmo, são ruelas tortas perdidas no oeste de Tokyo. Não é um local particularmente interessante pra quem não curte a cena musical mas é certamente um local interessante de conhecer depois de ver o caos que são Shibuya e Shinjuku. Koenji tem mais ou menos essa vibe mas é um pouco mais residencial e (ainda) não descoberta por turistas e grandes redes de lojas. Koenji é Shimokita sem o hype, e com uma cena musical diferente... mas ainda prefiro Shimokitazawa.

Acho que meu carinho depois da viagem pro Japão já não é mais restrito a Shimokitazawa só, mas sim a Setagaya inteira. Deus sabe que o post que mais curti escrever foi sobre o dia que explorei Setagaya, que foi meu dia favorito da minha última semana no Japão. Eu não quero me repetir mas puxa, Sangenjaya, Todoroki, Futako Tamagawa e Shimokitazawa são incríveis. Eu consigo me imaginar facilmente vivendo só dentro de Setagaya, Shinjuku pode parecer legal e tal mas uma pessoal normal não consegue morar lá.

Enfim, eu tenho pouquíssimas esperanças de voltar ao Japão antes dos meus 30 anos, isto é, antes de 2026, então já abandono qualquer chance de ver a Shimokitazawa que vi em 2019. E acho que Tokyo é isso mesmo, eu falava sempre uma frase estupidamente clichê: você não vê duas vezes a mesma Tokyo, a cidade sempre está mudando. E isso pode ser bom como pode ser ruim também.

Eu nem ia escrever sobre Shimokitazawa DE NOVO mas foi onde o post me levou, paciência.

Não vou postar foto de Shimokita porque já devo ter postado todas aqui.

vlw flw té mais!

segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Eu só queria pilotar um robô gigante

Eu achei que já tinha escrito aqui sobre mas vi que não era o caso. Vou escrever aqui sobre minha maior decepção no Japão.

Como vocês já devem saber, eu sou um fã de Gundam desde criança. Tudo começou quando passava Gundam Wing na Toonami, acho que começava 00h30 e como eu estudava de tarde na época, dormir até tarde era um dos luxos que eu tinha.


Na época Gundam Wing era a coisa mais complexa que eu já tinha visto: tinha política, guerra e trairagem, coisa que pra mim eram exclusivas para novelas ou outras coisas para adultos. Eu não entendia um caralho do anime (e pra ser bem sincero não entenderia se assistisse hoje, o enredo é uma merda) mas eu curtia ver os robôs gigantes lutando e sobretudo: eu era fascinado por pilotar um robozão de dentro de um cockpit.

Eu só me sinto confortável mesmo num lugar estreito, minha cama sempre é rodeada por coisas pra restringir meus movimentos e eu curtia demais dormir nas salas privativas dos net cafés no Japão, eu só não fui pra um hotel cápsula porque eram bem mais caros, mas em geral eu curto bastante lugares cercados e estreitos pra dormir.

Eu não sei se isso explica meu fascínio por cockpits, mas puta merda, meu sonho é pilotar um Gundam, até hoje. E tudo isso nasceu do vídeo acima, abertura do Gundam Wing.

Pois bem, lembro quando lançarem o arcade de Gundam no Japão onde você pilotava de dentro de um cockpit e rapaz, o Yoiti de 2006 ficou maluco, loucaço. Aquilo ali era o mais próximo de pilotar um Gundam que eu poderia chegar.

Eis que vou pro Japão em 2018~2019 e eu tinha até esquecido desse arcade. Eu já tinha ido ver um Gundam em tamanho real (e como você pode esperar, eu parecia uma criança vendo ele) e já estava dando check na minha wishlist quando, no começo de Janeiro, eu fui com um amigo no maior arcade da região. Eu vi o fliperama do Gundam e uma torrente de memórias do Yoiti criança vieram à tona, eu precisava jogar aquele jogo!

A experiência já começou mal porque botei uma moeda e a máquina não registrou, e eu (ou meu amigo) não sabíamos como reclamar pros funcionários, então relevei já que eu tava emocionadaço ainda. Botei então os 500JPY de crédito (que é 5x o preço de jogar um arcade normal) e lá fui eu realizar meu sonho de criança.

E foi uma decepção.

O jogo te bota numas missões bem basiconas, tipo shoot the target, e depois te manda pra um Free For All putaria sem qualquer objetivo, só matar geral. Eu até achei que minha inabilidade de ler japonês estragou a experiência e tinha uma missão pra fazer no lobby mas não, free for all mesmo.


 

Eu tinha jogado um arcade bem parecido no Shopping Morumbi, e que foi baseado nesse do Gundam, que você controla um X-Wing no universo do Star Wars. E cara, dá de 10 a 0 nesse do Gundam. Eu sei que não tem multiplayer e tudo mais mas a experiência no geral é bem mais bacana. 

Eu terminei a partida Free For All do arcade e fiquei extremamente desapontado. Não era como se eu tivesse pilotado um Gundam, mas eu esperava bem mais da experiência, BEM MAIS.

Me resta agora pilotar um dos mechas que tão fazendo aí, eu acho que a experiência mais próxima a pilotar um Gundam seria pilotar um caça, mas nunca me motivei o suficiente pra tomar esporro e paulada só pra dar uns giros de avião por aí.

Mas meu amigo, se as forças armadas adotarem robôs gigantes, eu vou ser o primeiro na fila me alistando pra pilotar um deles.

Enfim, acho que é isso.

vlw flw té mais!

sábado, 16 de outubro de 2021

1984 (não o que você tá pensando)

Hmm, eu ia tweetar mas acho queria escrever mais sobre o assunto.

Uma das minhas músicas japonesas favoritas é o 1984 do andymori.


Uma das estrofes ressona demais comigo: 

 1984 花に囲まれて生まれた
疑うことばかり覚えたのは戦争映画の見すぎか
親たちが追い掛けた白人たちがロックスターを追い掛けた
か弱い僕もきっとその後に続いたんだ

ou na tradução pra inglês que uso pra entender a letra:

1984
I was born surrounded by flowers
Is it because I watched too many war movies
That I learned to only doubt?
The white people my parents looked up to
Looked up to rock stars
And the frail me probably followed in their footsteps


Acho que andymori é a única banda que ouço que cita os "brancos" constantemente nas músicas, inclusive numa música com uma letra hilária que o nome traduz diretamente pra "O que eu faria se fosse branco". Toda banda influenciada por bandas de fora do Japão devem sentir um complexo de inferioridade às bandas ocidentais, não dá pra medir o alcance e a influência que eles perdem só por serem japoneses e cantarem na língua nativa deles.

E putz, dá pra falar de muita coisa dessa estrofe. O contraste de ter nascido rodeado de flores com o fato de ter assistido filmes de guerra demais (e aprender a duvidar de tudo por isso) é lindo, assim como seguir os passos dos pais no que diz a influência indireta dos rock stars.

Enfim, não quero fazer uma análise textual do 1984 mas tem uma série de músicas japonesas que eu amo as letras mesmo não sabendo se as traduções estão 100% certas ou não, maioria do Kinoko Teikoku.

Do Kinoko Teikoku eu tenho certeza que já citei a bonus track do Eureka, The SEA, Yoru ga Aketara e Aruyue nos posts passados. Nesse grupo de letras de músicas japonesas que amo de coração eu botaria também o Muse da Kayoko Yoshizawa, Rock and Rock ga Nariyamanai do Shinsei Kamattechan, Parks do Homecomings (que é bem bobinha mas junto com a melodia é uma das músicas mais reconfortantes que existem) e algumas da Kaneko Ayano pelo menos motivo do Parks.

Enfim, eu poderia fazer uma série de posts sobre minhas letras favoritas mas tenho preguiça, só queria ter pretexto pra falar do 1984 mesmo.

Acho que por hoje é isso mesmo,

vlw flw, té mais!

1984
I was born surrounded by flowers
Is it because I watched too many war movies
That I learned to only doubt?
The white people my parents looked up to
Looked up to rock stars
And the frail me probably followed in their footsteps
https://lyricstranslate.com/pt-br/1984-1984.html

1984 花に囲まれて生まれた
疑うことばかり覚えたのは戦争映画の見すぎか
親たちが追い掛けた白人たちがロックスターを追い掛けた
か弱い僕もきっとその後に続いたんだ
https://lyricstranslate.com/pt-br/1984-1984.html
1984
I was born surrounded by flowers
Is it because I watched too many war movies
That I learned to only doubt?
The white people my parents looked up to
Looked up to rock stars
And the frail me probably followed in their footsteps
https://lyricstranslate.com/pt-br/1984-1984.html
1984
I was born surrounded by flowers
Is it because I watched too many war movies
That I learned to only doubt?
The white people my parents looked up to
Looked up to rock stars
And the frail me probably followed in their footsteps
https://lyricstranslate.com/pt-br/1984-1984.html
1984 花に囲まれて生まれた
疑うことばかり覚えたのは戦争映画の見すぎか
親たちが追い掛けた白人たちがロックスターを追い掛けた
か弱い僕もきっとその後に続いたんだ
https://lyricstranslate.com/pt-br/1984-1984.html
1984 花に囲まれて生まれた
疑うことばかり覚えたのは戦争映画の見すぎか
親たちが追い掛けた白人たちがロックスターを追い掛けた
か弱い僕もきっとその後に続いたんだ
https://lyricstranslate.com/pt-br/1984-1984.html

domingo, 26 de setembro de 2021

"ow Yoiti, vê se você pega só um Fruttare hein"

Um personagem icônico da época do meu ensino médio era o coordenador do meu colégio.

Pra falar a verdade: ninguém levava ele a sério. Acima dele (a gente pensava que estava acima dele pelo menos) estava a coordenadora pedagógica, que era a mãe de um colega de sala meu, e ainda tinha o diretor, que servia mais como uma figura representativa da Igreja, já que era sempre um padre gringo e o colégio era católico.

Pois bem, o nosso professor de física sempre gostava de mostrar que a gente não sabia de nada e que precisávamos ser humildes pra aprender tudo, ainda mais física. Um dia ele pistolou (o que não era incomum) e botou na lousa pra gente resolver a seguinte divisão: 123/6.

"Porra, que conta fácil!" você deve estar pensando.

Mas faz aí no papel, se você fizer do jeito tradicional vai dar 2,5. Naquele dia eu consegui chegar em 25. E NINGUÉM na sala chegou no resultado certo, que era 20,5. Nota: a gente estava no terceiro ano do ensino médio.

O professor então deu um puta sermão de como a gente era ruim e aquela mesma ladainha de sempre, ok.

O negócio é que a memória dele não era tão boa, então deu uns dois meses e ele ficou puto novamente e tacou a mesma divisão na lousa pra gente resolver, só que dessa vez o coordenador estava passando no corredor e isso chamou a atenção dele, então ele veio observar o que tava acontecendo.

Um colega de sala falou o "20,5 professor!" mas não soube demonstrar como chegou lá.

Eu então falei: "Professor, eu sei e vou demonstrar na lousa!".

Botei lá 123/6 = 120/6 + 3/6 = 20 + 1/2 = 20,5.

O professor então me elogiou, falou que era como alguém que fez Kumon a vida toda ia resolver o problema (nota: eu nunca fiz Kumon) e o coordenador ficou tão impressionado comigo que ele me tratou como se eu fosse um gênio pelo resto do ano.

Foi algo bizarro, mas por bem ou por mal eu tinha o melhor desempenho geral entre a galera do meu ano. Eu era (e continuo sendo) um horror em biologia e gramática, mas o resto eu tirava de letra até, em química e física eu às vezes perdia pra dois amigos meus, mas em matemática eu mandava bem demais (saudades de poder falar isso). Mas é, meu colégio era uma escolinha de bairro, eram duas salas de 25 pessoas no terceiro do médio.

Isso nos leva pra viagem de formatura em Floripa. O almoço num dia lá tinha sido num self service numa praia, a fila pra pagar estava enorme e eis que chega o coordenador (que tinha conseguido ir pra viagem na faixa): "Ooo Yoiti, tá aqui minha comanda e o dinheiro pra pagar certinho", respondi: "Cê tá me devendo um sorvete hein?" pro que ele respondeu com um joinha.

Chegou numa ilha lá, tinha uma loja de lembrancinhas onde vendia sorvete também. Virei pro meu coordenador cobrando o sorvete e ele me deu uma nota de 50 reais "olha, pega um Fruttare no máximo hein?".

Mermão, comprei um Magnum pra mim e mais dois pros meus amigos, devolvi 5 reais de troco pro coordenador. Ele ficou puto mas relevou, afinal a viagem toda tava sendo de graça pra ele. O cara ainda comprou 5 sacos de farinha de alguma coisa que, segundo ele, era bom demais e só tinha em SC.

É um episódio totalmente banal mas mostra bem como o nosso coordenador era. Eu sinceramente não era muito chegado nos coordenadores durante meu ensino médio, sempre achei que esse pessoal insistia em usar os tais novos métodos pedagógicos e não tinham contato o suficiente com os alunos pra saber se tava dando certo ou não, mas algo me diz que esse fenômeno é universal.

Enfim, tá aí mais uma anedota do meu ensino médio. Incrível pensar que o ensino médio durou 3 anos e minha faculdade já tá batendo nos 7. Algo me diz que o médio me impactou mais, mas acho que só vou poder julgar meu período na Poli daqui alguns anos, assim como demorei pra digerir tudo o que aconteceu no ensino médio só um tempo atrás.

E é isso aí, estou com preguiça de postar com consistência então não fiquem muito ansiosos pra mais posts, vai demorar... ou posso postar amanhã algo novo.

vlw flw

té mais!

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

YES DEZ ANOS DE BLOG DO YOITI

Caralho mermão, dez anos de Blog, quem diria!

Minha vida mudou bastante desde que comecei este blog em 2011, eu era um simples estudante de ensino médio que não sabia muito bem o que queria fazer da vida e agora, em 2021, sou um simples (ainda) estudante de Engenharia Naval que francamente? Ainda não sabe muito bem o que fazer da vida.

Muitas coisas me marcaram nesses últimos dez anos: conheci novas pessoas, passei nos vestibulares, perdi um amigo, desbravei novos lugares, comecei o estágio e enquanto fazia tudo isso, eu escrevia de tudo um pouco aqui.

E ao longo dos anos meu blog ganhou e perdeu leitores, algumas pessoas que liam este blog já não falam comigo faz uns bons anos mas algumas outras que me conheceram nesse meio tempo viraram fiéis leitores.

Hmm, eu queria aqui selecionar uns posts favoritos meus:

Cara, eu tenho uma vergonha tremenda do que eu escrevia no meu ensino médio. Eu transparecia muito minha afeição por jogadoras de vôlei (que, sejamos sinceros, ainda tenho) e acho que queria esconder quão otaku eu era? Coisas normais pra todo adolescente, acho. Então por isso esses posts aí acima foram todos escritos depois de entrar na Poli.

A entrada na Poli aliás foi o maior divisor de águas na minha vida. Acho que nem a porra do arubaito que tenho que referenciar a cada post depois que voltei do Japão me mudou tanto quando o rito de passagem que foi entrar na magnífica Escola Politécnica. Mas um post sobre minha experiência na Poli só vai sair mesmo quando eu estiver com meu canudo na mão, o que espero que não demore muito.

Vendo agora os meus posts me dá uma saudade dos tempos que foram, mas também expectativas já que se a situação piorar, pelo menos a tendência é que eu continue melhorando minha escrita.

Enfim, apesar da plataforma Blogger ter passado por um facelift há pouco tempo, eu não duvido nada que a Google descontinue isso aqui e faça a gente migrar pra uma plataforma bem merda. Já tem um tempo que grande parte dos blogs hosteados no Blogger são ou de putaria ou de pirataria, e apesar deles certamente gerarem muito mais dinheiro pelo Ad Sense que um blog normal, não vejo um futuro muito promissor. 

Por isso e por mais outras eu realmente não garanto o futuro deste blog até o fim da eternidade. Possibilidades de migração pra outra plataforma não são remotas e até minha motivação pra manter este blog pode ir pra zero dependendo dos rumos da minha vida mas é, pelo menos 10 anos dela estão aqui.

E que belos 10 anos foram hein?

Encerro aqui este post, esperando de coração que daqui mais 10 anos eu possa escrever mais um post desse, com mais leitores ou menos leitores, com mais histórias ou menos histórias para serem lembradas.

Este post é dedicado a todos os leitores que me acompanharam nesses últimos anos, em especial ao Romito, que não pôde ver os últimos 4 anos de blog, mas que com certeza me encheria o saco assim que lesse este post.

valeu, falou

até mais!

domingo, 29 de agosto de 2021

Gerações de otakus e eventos de anime

Uma coisa que percebi recentemente foi como gostar de animes se tornou mais socialmente aceito do que nunca.

Eu sou, ou pelo menos quero acreditar que sou, otaku velho (apesar de não gostar de ser chamado de otaku).

Na minha cabeça as gerações de fãs de anime no Brasil se dividem assim:

  • 1ª geração: pré-internet banda larga, ficavam reféns das escolhas das editoras (na época JBC, começo da Panini e Conrad, além de outras hoje extintas) e dos canais de televisão, eventos eram raríssimos e pequenos. Basicamente é o pessoal que entrou nesse mundo antes dos anos 2000;
  • 2ª geração: começo da internet decente, foi quando comecei a ler mangá/assistir anime. Já havia uma maior maturação na editoras, quando começaram a publicar mangás em volumes inteiros de 200 páginas, os eventos já tomavam uma dimensão até que grande, TODO MUNDO usava da pirataria pra ver os animes novos da temporada (baixar anime em rmvb, quem lembra?) e aqui foi o auge dos site project, que traduziam e eram parte essencial das fanbasees de diversos animes como Naruto, Bleach, Death Note, One Piece, etc. Essa época durou do começo dos 2000 até o começo da popularização do stream em massa lá pra 2013~2015;
  • 3ª geração: agora tá na moda ser nerd, agora ser otaku não é tão sinônimo de ser um social outcast. O Netflix e o Crunchyroll democratizaram o acesso aos animes e agora todo mundo pode ver Death Note sem parecer ser emo, what a time to be alive. Por algum motivo os eventos de anime parece que perderam a força que tinham antes e a galera casual que curte anime é a mesma que curte HQs, então é Comic Con Experience pra todo mundo ao invés do saudoso Anime Friends.

Hoje em dia tem uma chance bem grande de você pegar um jovem aleatório na rua e ele saber cantar Blue Bird, ou de saber como tá Boku no Hero Academia ou Shingeki no Kyojin.

Mas como a popularização dos animes e mangás afetam quem já curtia antes?

Eeeehhh, acho que agora é mais fácil de encontrar quem tem o mesmo gosto que você pra esse tipo de mídia, além de ser mil vezes mais fácil de comprar mercadorias (na maioria das vezes falsificada) dos animes que você curte. 

Eu lembro ainda quando fui num mini-evento de anime na Liberdade em 2019 com um amigo que conheci no Japão. Como os amigos desse meu amigo conheciam os eventos de anime de dentro, eles contaram diversos causos que aconteceram em eventos passados e apontaram discretamente para pessoas problemáticas que sempre davam as caras nesse tipo de evento, e que estavam lá no dia.

Isso me fez pensar como o miolo das fanbases não mudou tanto quanto eu pensava. Acho que ainda tem a galera que move os pequenos eventos e discussões desde a minha época e maioria tem por volta da minha idade e começou a ver anime e ler mangá nas mesmas condições que eu. Desde a época do orkut tinham as pessoas estranhas que iam em todo evento de anime e que, muito antes do termo nascer, sofriam cyber-bullying nas comunidades.

Pra falar a real eu já escrevi uns bons posts aqui sobre minha relação com eventos de anime e como eu não me vejo indo em um de maneira não-irônica hoje em dia, ainda mais porque nem mangá eu compro mais. Mas é, acho que tem uma gigantesca diferença entre os eventos geek gerais (tipo o Comic Con Experience) e os de anime: os de anime ainda são organizados como eventos amadores.

Você vai na CCXP por quê? Porque você vai ver o ator famoso que fez o último filme da Marvel e se dispôs a vir aqui pra dar entrevista, porque lá vai ter um estande da Netflix, da WB, da DC vendendo merch oficial, porque vai ter anúncio exclusivo, etc. Agora, porque caralhos você iria num Anime Friends? Pra tomar Mupy? Pra comprar um colar de 15 reais claramente feito com metais não dermatologicamente seguros? Pra ver show de banda decadente que fez opening de um anime de 10 anos atrás?(pra falar a real eu iria pra isso). 

Agora os eventos de anime estão ficando decentes e tão trazendo uns dubladores e mangakas, mas é foda. Como a gente não vê a pessoa por trás das obras, só fãs muito hardcore sabem qual dublador dubla qual personagem, é muito mais jogo você trazer o Henry Cavill pra uma CCXP, todo mundo sabe quem é o Superman. Agora, imagina trazer o Eiichiro Oda num AF e o Zak Snyder na CCXP, você consegue sentir a diferença de impacto que teriam essas duas aparições por mais que a dificuldade pra trazer o Oda seja milhões de vezes maior? Pois é. 

Pra ser justo o CCXP é mais produto do capitalismo do que do amor dos fãs, o que explica muita coisa pra falar a verdade.

Eu estou saindo numa tangente enorme aqui mas o que estou querendo falar aqui em linhas gerais é que as fanbases de animes na minha geração eram ligadas diretamente à realização de eventos de anime. Hoje como "todo mundo" curte anime, o pessoal não tem mais essa necessidade de se enfiarem num galpão cheio de gente estranha só pra achar mais gente com o mesmo gosto, mas os eventos se mantém pela fanbase que foi criada na minha época. 

Uma CCXP é muito mais aberta para fãs casuais do que um AF, acho que esse é um outro ponto central nessa comparação.

Eu sou uma péssima pessoa pra falar de inside info e da história dos eventos de anime já que peguei uma época muito específica do crescimento do AF e nunca fui próximo do pessoal da organização. Isso tudo além de eu não pisar num AF desde 2013 e nunca ter ido numa CCXP.

Mas enfim, eu até esqueci do que eu tava falando, relação dos eventos com as fanbases de anime? Em suma: hoje a grande parte de quem consome anime é casual, antes você tinha que adentrar tanto na comunidade pra achar coisa traduzida ou indicações que era quase certo que se você curtia anime, também orgulhosamente ia adotar o rótulo de otaku.

E é isso? Eu queria escrever bem mais sobre essas diferentes gerações de quem curte anime e a relação com os eventos mas acho que preciso pesquisar mais sobre.

Eu percebi que os animes estavam se popularizando quando um colega de sala meu, o cara mais faria limer (provavelmente não é você que tá lendo este post, relaxa) que você pode imaginar, me perguntou se eu tinha visto já o anime do Death Note, as maravilhas que a Netflix faz.

No fim eu agradeço que não sou otaku.

E é isso aí pessoal, vou escrever sobre um assunto mais interessante na próxima vez.

vlw flw té mais!

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

Como viver sendo uma engrenagem do sistema capitalista

Como vocês se motivam no trabalho diário num sistema capitalista? Eu gasto grana.

Quem aqui que trabalha e nunca se sentiu desmotivado que atire a primeira pedra, minha motivação já era baixa desde que entrei na Poli então não tive surpresas em me encontrar desmotivado ao encarar mais uma semana de trabalho no trampo, por mais que eu curta o que estou fazendo.

O que estou passando no estágio agora é meio o contrário do que passei no Japão: enquanto aqui eu me encontro num trabalho bacana num contexto bosta (Brasil de 2021), no arubaito eu tava num trabalho bosta num contexto bacana (qualquer lugar que não seja o Brasil pós-2016), nos dois casos eu me vi desmotivado hora ou outra.

Por um lado o arubaito era uma situação melhor porque aquilo tinha prazo pra acabar (3 meses) e eu tava ganhando uma quantidade astronômica de dinheiro se comparado ao que eu produzia, mas mesmo assim eu tava super desmotivado lá por meio de Janeiro, até que fui no primeiro show dos sete que iria lá. Então eu vi que o dinheiro que eu tava SUANDO pra ganhar até que teria um destino legal: shows. Gastei dinheiro em tudo o que pude também (ainda mais em figures e pelúcias) mas os shows foram meu maior combustível motivacional no Japão.

No estágio estou mais por conta do aprendizado e pela esperança de ser efetivado, então obviamente não posso levar de barriga o negócio como eu fazia com o arubaito. O pagamento obviamente é menor mas o trampo é bem mais bacana, além de não ter chefe japonês gritando bosta pra mim sabendo que não entendo nada. Quem diria que um banco brasileiro seria um ambiente de trabalho menos tóxico que uma fábrica de doces japonesa? Pra me motivar eu acabei comprando um fone que eu tava namorando faz um tempo (o Moondrop Aria) e no mês passado comprei uma air fryer. Estou plenamente satisfeito com as coisas que comprei? Jamais, mas estou mais motivado com elas do que sem elas.

No Japão eu também saía ás vezes pra gastar grana por motivos aleatórios. Antes do meu aniversário eu fui no Book Off e comprei uma figure da Sakura do F/SN só pra ser meu presentinho de mim pra mim mesmo. E eu queria demais gastar grana em figures pra me mimar mas os preços praticados aqui no Brasil são fora de mão.

Como meu VR passa no Extra aqui do lado, raramente uso ele pra comprar delivery mas é outra forma de celebrar datas especiais em casa sem poder sair.

Enfim, esse post veio de uma conversa com meus amigos e acho que a grande maioria das pessoas faz o mesmo: se motiva gastando grana, a grande questão é onde.

Pela minha experiência eu só posso dizer que a felicidade provinda de figures não dura quase nada mas cada centavo gasto nos shows e viagens no Japão valeram a pena. E isso não se restringe ao Japão, os concertos que fui com minha família aqui no Brasil foram todos super bacanas.

Eu acho que devia gastar mais dinheiro em roupas, sepá é hora de me vestir melhor, mas esperemos o fim do home office pra isso.

E é isso aí, vlw flw té mais!

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

Fériassssss

Eu estou de férias do trampo desde a última segunda até o dia 10 e estou de férias da Poli desde sexta (anteontem) até dia 16, então até dia 10 estou nessa intersecção das duas férias.

No meu contrato de estágio tá que preciso tirar 15 dias de férias até o fim do meu contrato (em Outubro) ou tenho que acumular pro próximo contrato pra tirar, pasmem, 30 dias ininterruptos. Então escolhi alinhar as férias do trampo com as da Poli e estamos aí. Quando planejei isso lá em Maio a USP tinha anunciado que seria só uma semana de férias entre os dois semestres, então botei pra uma semana das férias do trampo cair na última semana do semestre, pra poder ajeitar os trabalhos e estudar pras provas, no fim nem precisava muito mas deu uma boa ajudada.

Isso tudo aí é pra me explicar já que ouvi umas três vezes "Po, mal começou a trabalhar e já vai tirar férias?". Eu até terminei as coisas que eu tinha que fazer no trampo e organizei tudo pra galera não ficar dependendo de mim EU JURO. O importante é que não vou prejudicar ninguém tirando essas férias, espero.

Desde sexta estou jogando Assassin's Creed Odyssey, peguei a Gold Edition na PSN por 70 conto, são boas 50+ horas de jogo. O último jogo que joguei da série foi o Brotherhood já faz mais de 10 anos, mas eu curti bastante tanto o AC2 quanto o Brotherhood, eu acabei nem jogando o Revelations mais porque meus gostos mudaram de lá pra cá (leia-se: agora só jogo coisa com meninas kawaii). 

A coisa que me fez ir atrás de um jogo de dois anos atrás foi que eu tava relendo Historie e fiquei com vontade de explorar a Grécia antiga, se o AC2 já me fascinou com a Florença da época com gráficos do PS3, imagina o Odyssey com os gráficos do PS4? E já botei mais de 20h de jogo desde sexta. Só parei de jogar um pouco hoje porque eu já tava ouvindo a música do jogo na minha cabeça depois de tirar os headphones (coisa que sempre acontece comigo quando maratono um jogo, ainda mais Fallout).

E cara, tem uma diferença massiva em férias da facul onde você não faz porra nenhuma e férias do trampo que você realmente faz coisa. Acho que desde que entrei na Poli as minhas maiores férias foram as de 2020 pra 2021, e foram horríveis. Foi um tempo incrivelmente mal gasto + correr atrás de emprego + preparar pra mudança de casa, tudo isso sob uma pandemia de merda e o semi-lockdown em Março que teve só cagou mais ainda no que já tava ruim.

Ter só 10 dias de férias totais dá um senso de urgência pra fazer tudo o que não poderia fazer com trampo e Poli ocupando meu tempo. Óbvio que depois do fim da pandemia (se estivermos vivos até lá), eu quero é sair com meus amigos, viajar até, mas até lá eu vou ocupar meu tempo com games e cozinhando.

Comprei uma Air Fryer e vocês vão ouvir muito dela ainda neste blog, aguardem.

vlw flw té mais!

terça-feira, 13 de julho de 2021

Yoiti em três músicas japonesas desconhecidas

Acho que dá pra dividir minha vida recente pela música favorita de cada época.

Num sentido mais específico essa divisão da minha vida seria um inferno, já que cada vez que lança coisa nova, ou que descubro uma banda nova, uma música favorita do momento surge. Num sentido mais amplo as coisas também seriam sem graça, já que Sobakasu ocupa o posto de música favorita já faz mais de 10 anos. Então a divisão vai ser meio em "a música que mais ouvi e que mais representou a minha vida nesse período de X anos".

2012~2014 Rock'n Roll wa Nariyamanai - Shinsei Kamattechan


É a música de adolescente revoltado japonês. Por mais que a música já tenha 10 anos (foi lançada em 2010), eu vi de perto no show da banda em 2019 que ainda ressona muito com os adolescentes de hoje. Acho que é muito daquilo que falei no último post, a música é pura energia jovem e revolta e é fácil ver porque a audiência do Shinsei Kamattechan não necessariamente envelheceu com a banda, eu ainda gosto muito da banda e ainda mais dos álbuns antigos deles, mas eles já não descrevem como sinto, feliz ou infelizmente.

Menção honrosa: Souretsu e Tsumi to Batsu da Shiina Ringo 

Shiina Ringo né, nem preciso falar como ela foi importante pro que sou hoje.

2014~2018 Yoru Ga Akettara - Kinoko Teikoku


Putz, choro, lamúrias, arrependimentos, Poli. É a música de sad boy que eu ouvia sempre que a Poli me dava um murro na boca do estômago. Ainda acho que é uma das músicas mais lindas que saíram do underground japonês, a voz da Chiaki Sato combina demais tanto com a tristeza quanto com a revolta na música. Eu já chorei pra caralho ouvindo essa música e ela (junto com o resto do Uzu Ni Naru) talvez tenham sido as músicas que mais marcaram meus anos de Poli e da vida em geral, já que não tinha muito além da facul nela. Mas não é só de tristeza que vivemos a vida.

Menção honrosa: Insensatez da Nara Leão

Eu tava na vibe pra ouvir Bossa nessa época e a Nara foi um bom ponto de partida, acho que o João Gilberto foi obviamente um melhor musicista mas a Nara tem um repertório bem bom, além de ser bem mais descontraída.

2018~ Wispy, No Mercy - Citrus


Eu descobri Citrus a partir de uma entrevista com o vocalista num site perdido e não dei muita atenção pra banda, até que o cara do Kero Kero Bonito (banda que nem curto tanto) falou que era a melhor banda que ele já ouviu e eu fui procurar mais sobre. Eu não entendo nada da letra (que acho que é inglês?) mas ela me dá uma sensação tão boa, tão leve e tão descontraída que não tem como não ser contagiado. Não é como se minha vida estivesse as mil maravilhas desde que descobri Citrus, aliás longe disso (tem brasileiro feliz desde 2018 neste país?) mas acho que essa música me ajudou a lidar com problemas de uma maneira melhor que antes.

Menções Honrosas: Marigold e Ai wo Tsutaetaida Toka da Aimyon

Uma frase que você já devem estar cansados de ouvir: "Durante minha estadia no Japão..." e é por isso mesmo que a Aimyon me marcou, com certeza não era a maior estrela quando estive lá, mas era a artista mais interessante no Oricon na época.


Enfim, acho que é isso. Acho que Wispy, No Mercy acho que vai se manter como minha música favorita por um bom tempo, é a música que mais ouvi desde que criei a conta no lastfm, e espero que continue assim,  a música é boa demais (assim como o resto do EP).

É isso aí, valeu, falou té mais!

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Rapaz, não sou pago pra isso não

No meu setor, todo funcionário precisa fazer uma série de testes de personalidade, pontos fortes e tudo mais, coisa que antes eu era meu cético sobre, mas um dos pontos fortes que foram apontados num dos testes me chamou a atenção: evitar conflitos.

Eu quebrei o braço de um cara que tentou começar a fazer bullying em mim no meu sétimo ano do fundamental.

Eu sei que foi faz tempo mas eu também briguei bastante no meu primeiro do médio e se o pessoal bobão não tivesse repetido de ano, as chances seriam que alguém ia apanhar naquela turma, e muito provavelmente era eu (mas não aceitaria o cara sair ileso, pode apostar).

Eu também lembro de ter levantado a voz contra um coordenador por decisões administrativas obviamente motivadas por dinheiro do que o bem dos alunos e eu certamente não aceitava nada calado, o Yoiti adolescente era um Yoiti PUTO.

Agora eu só relevo mesmo. Eu sei que pra muita coisa a melhor resposta é FICAR PUTO, mas também descobri que pra a maioria delas o melhor é relevar mesmo e vida que segue. Não que eu deixe o pessoal cagar na minha cabeça, as pessoas que fizeram trabalho em grupo comigo na faculdade sabem bem que eu costumo cobrar que cada um faça a devida parte do trabalho decentemente, mas eu também não vou ficar puto por ter um verme no grupo.

A coisa que mais reflete como mudei acho que foi meu senso de simplesmente não lidar com pessoas que não gosto quando possível. Quando eu era bicho eu sempre ia pedir revisão de prova e tudo mais, mas agora eu realmente só aceito mesmo só pra não tomar esporro de graça. Não foram uma ou duas vezes só que eu reprovei matéria simplesmente por achar que valia mais a pena fazer ela de novo do que morrer abraçado na possibilidade do professor ter piedade de mim depois de me submeter a uma sessão de xingamentos gratuitos.

Neste semestre por exemplo, quando o professor de uma disciplina começou a descer o cacete na sala inteira por uma coisa que obviamente não competia à gente, eu simplesmente saí da aula e aceitei a falta que ia levar na testa. Já passei da idade de ter que engolir sapo de graça.

E isso é meio triste, porque o Yoiti adolescente era combativo, anarquista, questionava toda e qualquer autoridade e dizia que morreria pelos seus ideais. O Yoiti de 25 anos só quer uma air fryer, um teclado mecânico e ver uns shows no Japão. Era isso o significado de virar um adulto? Pelo menos minhas visões políticas foram ainda mais pra esquerda liberal do que antes de começar a faculdade.

Eu vejo que essa conformidade com a nossa realidade não é algo só reservado a mim, meus amigos que conheço há anos também todos perderam um pouco do ímpeto que tinham quando estavam no ensino médio mas, novamente, sem mudar de lado no espectro político.

Acho que é muito do que eu já pensava um tempo atrás, o jovem jovem mesmo não tem medo porque não tem muita coisa a perder (na visão dele), a partir do momento que você tem mais consciência a coisa muda de figura.

Eu sinto que preciso buscar um pouco o ímpeto que tinha uns 7 ou 8 anos atrás, ficar mais puto, ter mais vontade de correr atrás das coisas e tudo mais. Sinto que perdi uns anos da minha graduação simplesmente por só deixar a vida passar sem agir.

Enfim, o estágio está fazendo um ótimo trabalho em me melhorar como pessoa (não que eu tenha ficado puto com alguém lá, muito pelo contrário) e a quarentena está sendo uma jornada infinita de autoconhecimento. Eu espero resgatar um pouco do Yoiti adolescente mas não a parte de quebrar braços alheios, visto que os resultados podem não ser tão agradáveis assim numa esfera jurídica.

Enfim, esse é daqueles posts meio deprês que tenho que soltar às vezes pro blog parecer mais ÍNTIMO.

vlw flw té mais!

quinta-feira, 3 de junho de 2021

Desculpa W, o VR que eles pagam é bom demais.

"Yoiti, só não vamos fazer engenharia pra ir trabalhar num banco no final hein?"

E estou trabalhando num banco.

Quando aceitei a oferta de emprego no lugar onde estou trampando agora, me veio o flashback de um dia nas mesas da cantina do subsolo mais fundo do Etapa São Joaquim, em 2013. Estávamos em 5 ou 6, provavelmente no intervalo entre os dois blocos de aula à tarde e provavelmente jogando Pokémon no emulador de GBA no celular ou jogando Yu-Gi-Oh! com nossos decks feitos num orçamento limitado.

Um dos meus amigos, vamos chamá-lo de W, tava falando comigo sobre o que a gente ia fazer depois de passar no tão esperado vestibular.

"Ah W, eu pretendo trabalhar na Petrobras ou sei lá, onde for estável e der grana."

"Yoiti, só não vamos fazer engenharia pra ir trabalhar num banco no final hein?"

E isso ficou na minha cabeça por um bom tempo, tanto que eu me candidatei pra pouquíssimos bancos se comparado com o resto das empresas que pleiteei vaga. Mas acabei aceitando a vaga e estou amando o meu trampo.

Eu lembro que a imagem que a gente tinha de banco era que o trabalho ia ser só mexer em Excel, investir na bolsa e coisas que não demandavam conhecimento adquirido num curso de engenharia mas que pagava super bem e tinha zero estabilidade, a gente claramente estava errado.

Mas enfim, esse meu amigo W aliás, é um dos caras mais interessantes que já conheci. Ele entrou no meu colégio no sétimo ano, em 2008, e ele não demorou muito pra entrar no que viraria dali uns anos a Turma da Trave, afinal, o cara era asiático, curtia Pokémon, videogames, mangás e Gundam, não tem como ter mais afinidade comigo.

O W é quem trouxe a Coca Cola no dia que chamo de meu maior momento de paz na vida, e é quem me ajudou a montar meus decks de Yu-Gi-Oh no terceiro do médio. E, depois de uns rolês com ele logo depois do médio ele sumiu, PUF! Ele acabou reaparecendo no velório do nosso amigo e depois disso sumiu de novo, até que encontrei com ele algumas vezes na Liberdade em 2019.

O W é um cara totalmente misterioso por razões que tenho até medo de citar aqui, mas ele é um dos caras mais bacanas que conheci no meu colégio. Eu nem sei como ele tá, o único canal de comunicação com ele é o Facebook que ele nunca usa, mas meu otimismo e minhas experiências passadas falam que ele está bem, seja lá onde esteja. 

Só espero que ele não se decepcione com minha escolha de ir trampar num banco.

E é isso aí,

vlw flw té mais!

sábado, 29 de maio de 2021

Vending Machines

Eu já falei das konbinis, falta falar das vending machines.

Dentre as MUITAS coisas que sinto saudades do Japão, uma delas são as vending machines.

No Japão, mais do que konbinis, e se bobear mais que japoneses também, tem vending machines pra caralho. Você não consegue andar 100 metros no interior do Japão sem achar uma vending machine, em Tokyo não é exagero nenhum falar que tem uma em todo quarteirão... dos dois lados da rua... no mínimo.

E eu não vou nem falar das vending machines oooohhhhh tão diferentes que vendiam comida quente, ou figures, ou qualquer coisa que apareça naqueles reels do Instagram. Vou falar das vending machines mais normais.

Única Vending Machine que tirei foto, foi a primeira que vi no Japão.

 

Andando pelas ruas do Japão, se você trombar com uma vending machine na rua é quase certeza que vai ser uma de bebida. No inverno essas máquinas vendem bebidas enlatadas tanto geladas quanto quentes, e pra melhorar: algumas vendiam sopa enlatada de milho que eram uma delicinha, além dos chás (quase infinitos em sua variedade) e cafés, todos bem bons, e tudo numa faixa de preço que ia de 100 a 200 JPY, preço bem justo pela conveniência.

Nas estações de trem e prédios públicos já era mais provável de você trombar em vending machines de comida e sorvete, nada muito chique de vender comida aquecida e tal, mas era comum achar máquinas que vendiam pães doces, chocolates e salgadinhos. Inclusive uma das situações mais desesperadoras pela qual passei foi quando comprei um chocolate na vending machine da estação de Shibuya E O CHOCOLATE NÃO CAIU, quando eu comecei a quase chorar por ter gasto 150 JPY a toa, a espiralzinha girou um pouco mais E CAÍRAM DUAS BARRAS, eu como um bom (e honesto) turista até tentei achar alguém pra me ajudar a devolver o segundo chocolate, mas era hora do rush e pior que ficar com um chocolate a mais de uma máquina era atrapalhar a vida de um trabalhador japonês com boa vontade de ajudar um turista perdido que não sabe se comunicar.

As máquinas de sorvete em geral também eram meus chuchus. Eu que sempre amei tomar sorvete no frio, sempre gastava umas moedas em algum sorvete diferente que achava nessas máquinas. As embalagens dos sorvetes eram sempre bem feitas para evitar respingos e tudo mais e todos são bons demais.

E se juntar toda a grana que gastei em vending machines, não seria exagero de estimar que estaria na mesma ordem de grandeza da grana que gastei com máquina de garrinha. Eu sei, eu sei, nas vending machines você pelo menos tem a garantia que vai ganhar o que quer, mas fica aí a reflexão da grana que pode sair do bolso, mesmo que seja de moeda em moeda.

No meu trampo na fábrica por exemplo era uma ou duas bebidas por dia, eu bebia refrigerante pra caralho naquela época. E em qualquer andança minha em Tokyo eu pegava fácil umas quatro ou cinco bebidas a cada dia, ainda mais na última semana. Os chás em garrafa em especial eram as coisas que eu mais amava, e ainda não faço ideia do que eram.

A coisa que mais sinto falta da presença das vending machines era ter um motivo de sair vagando pela rua sem qualquer força maior. Apesar do frio ter restringido meus rolês sem rumo perto de casa em Yamanashi, não foram poucas as vezes que eu simplesmente saía de casa só pra pegar um cafézinho enlatado pra pensar na vida um pouco, e também eram uma forma de descansar no meio de longas caminhadas que eu dava, quantas foram as vezes que eu só peguei um refri, me dirigi ao banco mais próximo e fiquei dando um tempo. Ir pegar uma bebida numa vending machine quando você tá de bobeira é o equivalente a sair pra fumar um cigarrinho, outra coisa que também é vendida em vending machines no Japão aliás (mas precisava de um cartão especial).

Enfim. é isso. Eu tava bem afim de dar uma volta pelo bairro e me lembrei das saudosas vending machines que eram meus postos de gasolina nas andanças por Tokyo. Acabei não saindo pra andar porque tá rolando uma coisa meio chata aí né, uma doença, além de eu estar com inexplicáveis condições médicas na minha bunda que estão me restringindo, um pouco, os movimentos.

Bem, espero que vocês estejam bem e que um dia eu possa voltar a desfrutar do dilema que era escolher uma bebida numa vending machine no Japão.

vlw flw té mais!


sábado, 15 de maio de 2021

Eu tenho uma razão totalmente normal pra querer esse 3DS antigo por 1600 reais

Eu sempre curti consoles portáteis.

Por um preço módico você tem um aparelho que pode jogar centenas, às vezes milhares de jogos, junte isso à facilidade de desbloquear a maioria deles (afinal, estamos no Brasil) e temos então milhares de horas de diversão por um preço ridículo.

Eu tenho vários consoles: Game Boy Color, Nintendo DS, Nintendo DS Lite, PSP, New Nintendo 3DS XL e, de forma meio controversa eu vou incluir o Nintendo Switch também.

A foto tá ruim mesmo. Eu gosto de adesivos.

Eu pulei a geração do Game Boy Advance (eu jogava tudo pelo Visual Boy Advance no PC mesmo, funcionava pra mim) mas desde então eu só não comprei o PS Vita dos portáteis que saíram, e me arrependo de não ter pego um usado no Japão, mas fui bem feliz jogando meus portáteis, posso te garantir que joguei mais meus portáteis do que qualquer console de mesa que tenho.

O 3DS em especial não foi desbloqueado até ano passado, quando meu tédio me fez desbloquear pra jogar uns jogos que iam pesar demais na minha carteira pra comprar os originais. E acho que é um console ideal pra pegar caso você ache baratinho: tem uma biblioteca excelente, dá pra rodar maioria dos jogos de DS numa resolução maior e se você pegar o New 3DS/3DS XL realmente dá pra usar o 3D, ao contrário do 3DS original.

O console que mais joguei na vida foi o Nintendo DS, tanto que comprei o Lite depois de cagar a dobradiça do DS original. A descoberta do R4 me abriu portas pra primeira vez que eu tava pirateando conscientemente e me fez correr atrás de tutoriais na internet pra me virar pela primeira vez na vida, não precisando mais contar com a ajuda de um adulto. 

Mas enfim, eu sempre tive um fascínio por consoles que são edição limitada, ainda mais os portáteis. Eu vi recentemente um vídeo do Retro Future falando do sonho dele: o lendário Game Boy Light da Famitsu 500, só 5000 unidades produzidas:

Olha que lindo, tirei daqui.

 

Eu acho bem legal essas edições especiais do Game Boy Light e do Game Boy Color, mesmo as edições um pouco mais comuns como o GBC do Pokémon Center são super bacanas. Meus consoles como vocês viram são todos de edições regulares e, pelo o que me lembro, os dos meus amigos também são.

A merda é que tive a chance de ouro de finalmente realizar meu sonho de pegar um console edição especial quando estive no Japão, e cara, de todas as edições especiais, a que eu mais sonho em ter é o 3DS da Manaka do Love Plus.

Quase 2k por esse pacote todo, vale a pena vai.

A uma bela caminhada do nosso apartamento em Yamanashi tinha um Nomura (loja de eletrodomésticos e eletrônicos em geral) que tinha esse kit com o 3DS XL, artbook, CD, jogo e tudo embalado nessa caixa maravilhosa que você está vendo pela bagatela de 35000 JPY, o que é tipo 1600 agora mas na época era um pouco menos. Eu fui naquele Nomura só duas vezes mas sempre com aquela vontade de fazer merda.

Eu paguei 30k JPY no meu Nintendo Switch novinho e já tinha um New 3DS no Brasil, eu tinha que ser MALUCO pra gastar boa parte do meu salário num 3DS defasado e merch da minha waifu, então acabei não comprando, mas é uma coisa que fica na minha cabeça até hoje.

Pensando nos preços praticados por outros consoles edição limitada, esse kit aí tá UMA BAGATELA. O Game Boy Light da Famitsu tá sendo vendido por mais de 70k JPY e se você tiver sorte vem junto o blister. Acho que pro kit do Love Plus valer mais a pena, só se viesse uma figure da Manaka também (outra coisa que esqueci de correr atrás).

Outra edição, dessa vez bem menos limitada, que tive vontade de comprar foi o Nintendo Switch do Animal Crossing.

Super kawaii

Quando eu tava no Japão até tinha a edição do Pokémon Let's Go! mas primeiro que era quase impossível achar nas lojas, outra coisa era que a edição é bem feinha, o azul+vermelho neon é uma combinação super bacana E QUEM COMPRA A EDIÇÃO COM OS JOY-CONS CINZAS É CHATO.

Mas o console raro que sempre tive vontade de ter é o Wonderswan do Final Fantasy.

Tirei daqui.

Esse daí eu até tive vontade de correr atrás lá no Japão mas putz, o Wonderswan é um console que só tem jogos em japonês, usa pilhas e não faço ideia se tem como rodar um flashcard nele (deve ter, mas não fui atrás pra saber) então eu nem fui ver pra não gastar dinheiro de forma mais irresponsável que eu já tinha gasto.

Tem mais uma série de consoles portáteis raros que tive vontade de ter: os DS Lite dos Final Fantasy, os PS Vita do Caligula, o 3DS normal e o DSi do Love Plus, mas foram mais "ah, seria legal se caísse um no meu colo" do que uma vontade de verdade de comprar um.

Desses todos o único que eu tenho vontade real de pegar é o 3DS XL do Love Plus, porque vem todo um kit super bacana da Manaka (ou da Nene ou da Rinko, cada um tem seu gosto) que já valeria por si só uns 10~15k JPY, então no final EU REAFIRMO QUE É UMA BAGATELA, mesmo que o console seja defasado.

Se eu tiver grana pra caralho e voltar pro Japão EU TE JURO que vou atrás desse 3DS. Eu não morro sem ter um console edição especial.

Enquanto não boto minhas mãos nesse tão sonhado 3DS overpriced, me contento botando uns adesivos nos consoles que já tenho e pensando seriamente em fazer algum mod pra deixar os consoles mais bonitinhos, nada melhor que um trabalho do caralho que pode cagar seu console só pra ele ficar mais feio no final... porém único!

Enfim, é isso aí, queria postar faz um tempo mas QUEM DIRIA QUE ESTAGIAR E ESTUDAR AO MESMO TEMPO ERA CANSATIVO NÃO É MESMO? RSRSRSRSRS

Vejo vcs na próxima, estou cansadaço, um bagaço.

vlw flw té mais!

P.S. eu não rejeitaria se ALGUÉM comprasse pra mim o LOVE PLUS MANAKA DELUXE SET ou pra ficar mais fácil de buscar: ラブプラス+ マナカデラックスコンプリートセット. Dia das crianças tá aí.


terça-feira, 4 de maio de 2021

Invejinha

Você sente inveja de alguém? Mas inveja de querer a vida da pessoa de qualquer jeito?

No fim do meu médio, e no meu ano de cursinho em particular, o Instagram estava começando a decolar de verdade e só tinha uma conta que todo moleque da minha idade seguia: Dan Bilzerian. Ele era bombado, brincava com armas de fogo, "vivia dos ganhos do poker" e vivia rodeado de modelos, era o que todo moleque de 17 anos sonhava na vida.

Aí até que uns anos atrás descobriram o óbvio: o cara era uma farsa. O cara herdou toda a grana do pai, que por sua vez tinha pego a grana de um esquema super suspeito. As modelos todas eram pagas pra aparecerem do lado dele e a marca que ele criou também era, de algum jeito, um esquema de pirâmide.

Eu sinceramente nunca quis ter pra mim esse estilo de vida cheio de excessos de um Charlie Sheen da vida, mas estaria mentindo se dissesse que nunca invejei um estilo de vida desses. Eu demorei pra perceber que minha felicidade tava mais em explorar show de banda desconhecida do que em curtir tardes em iates cheios de modelos suecas.

Outro dia eu falei pra um amigo meu que foi pro Japão comigo que minha estadia lá foi a melhor época da minha vida. Ele mandou um "Sério mesmo?" com razão. A gente tava lá de mão de obra barata, mal tínhamos tempo pra curtir e passamos uns bons perrengues por termos pouca grana e sabermos pouco japonês, mas eu amei. Quero dizer, não amei essas partes de passar perrengue, mas foram o contraste com as folgas que fizeram eu curtir tanto dar meus passeios.

Eu te asseguro que o dia que fui pra Shinjuku pela primeira vez foi um dos melhores dias da minha vida, e ele começou comigo CORRENDO de Yamanashi pra pegar o primeiro busão pra Tokyo e terminou comigo dormindo num chão duro (porém estofado) de um net café em Yoyogi. As únicas interações sociais que fiz no dia foram com os atendentes dos lugares onde comi, o cara da recepção da casa de shows e os caras da banda que fui assistir, com quem tive a maior conversa do dia, depois disso foi o cara do net café tentando entender meu inglês sofrível. Foi realmente um dia do Yoiti pro Yoiti.

Isso não quer dizer que não aprecio uma boa companhia, as viagens de formatura ainda são parte das minhas mais preciosas memórias, mas quando você é forçado a ficar o dia inteiro com pessoas com quem você não se sente 100% ok, a bateria social acaba esvaziando rápido.

Qual era o assunto original mesmo? Ah, inveja. Bem, eu nunca experimentei uma tarde num iate com modelos suecas pra saber se seria melhor que conhecer minha banda favorita E Tokyo no mesmo dia, mas tenho minhas suspeitas.

No meu atual estado de espírito acho que invejo mais as meninas hipsters de Tokyo que o Dan Bilzerian. Depois de muito pesquisar e ler relatos de quem trabalha com música no underground japonês eu entendi que é uma coisa bem bosta, de ver gente sem talento fazer muito sucesso enquanto que as bandas e artistas que realmente tinham tudo pra voar fracassam. 

Então fico com a vida das meninas hipsters japonesas que vivem indo em show (e por isso só veem o lado bom do cenário musical japonês) e trampam com algo relacionado a moda, design ou arquitetura, não que essas profissões pareçam ser mais fáceis que a que exerço agora, mas convenhamos que parece melhor que fazer engenharia naval no Brasil. 

Mas enfim, eu escrevi esse post todo bem desconexo só pra chegar na conclusão que sinceramente não invejo ninguém de verdade de verdade. Tive o privilégio de ter vários momentos incríveis aqui com meus amigos e desfrutei de uns dias como um legítimo hipster em Tokyo, acho que pouca gente pode falar que participou de um Integrapoli e foi ver um show de shoegaze no Shibuya Club Quattro no mesmo ano, mas menos gente ainda vai me invejar por essas coisas, cada um tem sua felicidade.

Vamo que vamo, novas memórias felizes não serão criadas sozinhas.

vlw flw té mais!

domingo, 18 de abril de 2021

Tindão da massa

É uma coisa que o pessoal geralmente não admite abertamente mas eu criei uma conta no Tinder e estou usando faz mais ou menos um ano.

Eu já sei que, como um cidadão que preza pelo mínimo de bem estar familiar, eu não vou sair por aí em plena pandemia pra um rolê com uma pessoa que conheci no Tinder. Muito menos nutro esperança de um papo durar até que a pandemia acabe para, aí então, sair num date. Mas achei que seria um bom passatempo pra fazer durante essa quarentena.

Eu boto Daniel como meu nome e maioria das fotos que botei no meu perfil foram tiradas no Japão (já faz uns bons dois anos...), todas engraçadas porque sei bem que o meu forte não é a beleza, então vamos usar o bom humor.

Acho que dei uns 30 matches nesse último ano? Sendo que conversei com umas 10~12 moças, duas me ignoraram (então por que dar match pra começar?) e mais outras eu que nem comecei a conversar já que não tava afim de tomar o gelo iminente.

Não vou detalhar caso a caso mas o que tirei dessa experiência (que tá rolando ainda) é que meu papo é HORRÍVEL. Quero dizer, o Tinder já é um lugar péssimo pra conversar, porque de jeito ou outro fica implícito que se você é homem tu tá atrás de SEXO, o que não está necessariamente errad- ENFIM, mas turns out que minhas skills interpessoais são piores do que eu imaginava, o que não só explica minha vida amorosa como também a minha vida profissional.

O que me surpreendeu positivamente foi que dei match com moças super bonitas que nunca achei que dariam like num cara de pamonha como eu, certo que muitas delas foram por causa da minha foto com roupa de Pink Guy, mas isso não tira o mérito... eu acho.

Enfim, o que tirei disso tudo? Vi que o preconceito que eu tinha com o Tinder era bobagem até certo ponto e que eu devia ter começado a usá-lo bem antes, conhecer gente nunca é demais, ainda mais se der pra fazer um rolê. Mas como eu bem disse anteriormente: no Tinder fica bem na cara que maioria do papo tem segundas intenções, então acho mais saudável EM CONDIÇÕES NORMAIS PÓS-PANDEMIA conhecer pessoas em atividades sociais presenciais sem quaisquer pressões por segundas intenções. 

Alguém com um papo muito bom e zero travado (além de bonito e gostoso pra porra) vai discordar de mim e vai falar "Mas eu conheci minhas últimas 15 namoradas pelo Tinder!". 

Pois é.

Eu escrevi este post porque dei match, nesta semana, com duas moças super bacanas (aparentemente) e uma não me respondeu e outra eu já sei que o papo morreu. Nada disso aconteceria se a conversa chegasse em música underground japonesa ou Gundams, mas infelizmente nunca chega.

Eu realmente preciso desenvolver minhas skills interpessoais.

E é isso aí, vlw flw té mais!


EDIT: Eu botei um formulário pra contato e uma nova ferramenta pra assinar o feed do meu blog aí do lado, o feed por email de antes não vai funfar mais a partir de Julho deste ano, então decidi já botar outra plataforma.

sábado, 17 de abril de 2021

Enfim empregado e dez anos de blog em Setembro

Estou atrasado? Com certeza. Mas cá estou eu, estagiando.

Quando entrei na Poli eu meio que aceitei que assim que começasse o estágio eu provavelmente teria que parar este blog, ou pelo menos continuá-lo de forma mais anônima. Achei que a partir do momento que eu virasse um adulto propriamente dito (conceito esse sempre atrelado ao trabalho) esse blog não teria o mesmo sentido de antes.

Pois bem, comecei a estagiar. Mas não vou terminar este blog.

Na real que eu nem comecei o estágio mesmo, hoje foi mais uma epopeia pra pegar meu notebook na empresa (que permanecerá sem nome para não me comprometer) e umas primeiras instruções. Mas no fim estou perdido pra caralho, parecendo bixo em primeira semana de aula.

Mas voltando ao assunto anterior: eu não pretendo terminar este blog tão cedo. Não vou usar este blog pra falar mal da empresa onde vou trabalhar (e que permanecerá anônima, mas todo mundo que me tem no LinkedIn ou é meu amigo próximo já sabe) e nem vou vazar informações sensíveis. Talvez o foco do blog mude assim que eu me forme da faculdade, mas até aí não vai a primeira vez que isso vai acontecer.

Este blog vai fazer 10 anos em Setembro e isso me fez pensar bem sobre a finalidade dele. Eu criei o blog pra falar merda e coisas engraçadas mas nunca me esforcei muito pra divulgá-lo, no máximo botei links nos meus perfis das redes sociais mas foi isso, meus amigos na faculdade acabaram espalhando o link do blog pra outras pessoas da sala mas acabou que essa foi a maior divulgação que tive nesses quase 10 anos de blog.

Eu sempre falo que criei o blog pra mim mesmo (o que é verdade) mas também admito que sem o feedback dos leitores, este blog provavelmente teria acabado com uns 3 ou 4 anos no máximo. Sempre que eu estava meio desmotivado pra continuar a postar aqui, alguém surge e manda a famosa pergunta: "E o próximo post, quando vai sair?" e de pergunta em pergunta estamos aqui, quase dez anos depois.

Eu quero fazer algo especial pro post comemorativo em Setembro, provavelmente deixarei algo pronto pra postar até lá mas ainda não tenho nada planejado. Acho que seria legal algo mais participativo, com as pessoas que me ajudaram a manter o blog, se tiver alguma sugestão pode mandar nos comentários do post ou pra mim diretamente.

E é isso aí, valeu falou té mais!


segunda-feira, 5 de abril de 2021

Um hostel e uma casa de show a menos pra revisitar

Uma das histórias mais engraçadas que aconteceram comigo quando fui pro Japão foi quando me hospedei no hostel em Shimokitazawa.

Eu tava morrendo de vontade de conhecer a rua onde o o Kinoko Teikoku gravou o clipe do Chronostasis e estava planejando como deveria perguntar onde era o lugar pro recepcionista do hostel. Talvez mostrar o clipe pra pessoa e ver se ela consegue reconhecer? Ou perguntar onde eram o(s) Lawson na região pra ir procurando o local por eliminatória? Nada disso foi preciso, quando cheguei no hostel, a caixinha de som da recepção tava tocando uma playlist só de Kinoko Teikoku. Foi só perguntar "Onde que o Kinoko Teikoku gravou Chronostasis?" e o cara me mostrou o lugar no Google Maps.

Pois bem, outro dia fui no site do hostel pra ver como que eles tavam se mantendo durante a pandemia, a resposta é que eles não estavam, o hostel fechou as portas no começo deste ano.

A natureza do hostel como um ambiente compartilhado impossibilita a readequação dele pra realidade de agora, com o travel ban imposto para turistas estrangeiros então quebrou muito negócio do terceiro setor também imagino. 

Acho que nesse ponto os net cafés estão mais seguros, ainda mais o Customa que tinha a cabine totalmente isolada. Como eles eram mais voltados pro pessoal do Japão mesmo que trabalhava, não acho que eles tenham sofrido o mesmo impacto que hotéis e hostels.

A merda é que o hostel era bem novo até (começou a operar em 2018) e não era vinculado a grandes grupos ou conglomerados, dava pra ver que os recepcionistas (que também faziam a limpeza e tudo mais) eram da minha idade e o ambiente eram bem informal, como é o esperado pra um hostel numa região jovem de Tokyo. Então eu fico meio triste por ver (mais) um empreendimento independente dar errado.

Outro lugar que visitei e que fechou também foi o Yoyogi Zher the Zoo, onde fui ver meu primeiro show no Japão. 

As casas de show no Japão inteiro sofreram um baque fodido, não só por dependerem do público pra tirar o já minúsculo lucro que conseguiam pra se manter, mas também foram onde as primeiras disseminações do vírus aconteceram. Aí descobriram que as casas de show underground mal tinham ventilação e eram todas bem apertadas (quando tinha público nos shows).

O Zher the Zoo em especial foi uma das casas de show que tinha melhor som das que visitei lá. Outras casas com o mesmo tamanho e que eram bem mais conhecidas (como o Shimokita Garage e o Shinjuku Loft) tinham som e infraestrutura bem piores e, julgo, que viviam da fama que obtiveram da extensa história do cenário underground japonês.

Mas é, isso tudo só mostra como a pandemia tá afetando o mundo todo, mesmo países que não estão tão ruins quanto o nosso (ou seja, qualquer um) e mesmo o Japão que não teve lockdown nem nada. Isso também só reforça a constante mudança pela qual Tokyo passa e que feliz ou infelizmente, quando (se) eu voltar lá, Tokyo será bem diferente.

No mais é isso, mais uma coisa que essa pandemia tá aí trazendo de ruim.

vlw flw té mais!

terça-feira, 30 de março de 2021

Maluco, tentaram me dar um golpe na OLX

É uma longa história mas o resumo é: estou de mudança.

Elaborando um pouco mais: meus pais vão voltar a morar comigo no apê e fiquei encarregado (junto da minha irmã) de vender tudo o que a gente não ia precisar.

E era muita coisa: quatro geladeiras, um freezer, uns gaveteiros e guarda-roupas e inúmeras plantas, camas, colchões, cadeiras e mesas. A gente começou vendendo por preços bem altos até, mas chegando na data limite pra mudança tivemos que vender por preços baixos, ou simplesmente doar.

Agora, o ponto positivo dessa rotina caótica das últimas semanas, relevando o risco potencial de lidar com inúmeras pessoas durante uma pandemia, foi de conhecer a história dessa galera.

Eu acho que escrevi num post aqui como eu gosto de conhecer pessoas novas e ouvir a história delas. Acho bem mais interessante do que ver um filme ou mangá/anime slice of life. Tudo o que aconteceu pra pessoa estar lá pegando um sofá usado na minha casa deve dar uma história.

Um cara tinha uma pensão pra prostitutas do lado de um prostíbulo de luxo, veio a pandemia, fechou o prostíbulo, as mulheres que trabalhavam lá voltaram pro interior, o cara teve que fechar a pensão. (nota: esse cara veio comprar um pé de amora em casa).

Outro cara falou que trampou na roça, no interior do Paraná, até os 18 anos e de lá ele foi visitar os irmãos em Santa Catarina e ficou lá por um tempo e então veio pra Sampa e está aqui faz 5 anos, agora ele trabalha de carteira assinada (não falou com o que) e aluga uns apês mobiliados pra complementar a renda.

Uma mulher que veio pegar uma geladeira, e que acabou levando uns guarda-roupas também, falou que trabalhava fazendo mudança, depois trabalhou fazendo trabalhos domésticos e agora tava montando um escritório de contabilidade.

Dois pedreiros que trabalhavam numa obra perto levaram duas camas no teto de um golzinho, eles falaram que viajavam pra onde tinha obra e eram de Minas Gerais e logo que acabasse a obra eles tavam vazando pra próxima obra que precisasse de gente.

E tem mais uma variedade de pessoas com quem eu só troquei um papo rápido: uma moça abrindo um brechó na região, um cara montando uma república, uma menina que era estudante de medicina da Unifesp, um cara que tava montando um restaurante (e outro que tava fechando), um cara que restaura móveis, etc.

Outra coisa que aconteceu, e não foi legal, foi que uma pessoa tentou me dar um golpe na OLX. Basicamente geraram um email falso falando que tinham feito a transferência e queriam combinar a entrega comigo. Como não sou trouxa nem nada eu não caí mas imagino como seria a pessoa que ia retirar a mercadoria comigo, e se seria possível fazer uma daquelas cenas de emboscada policial, eu não paguei pra ver.

Enfim, essas últimas duas semanas em especial foram HORRIVELMENTE estressantes, desde o processo de mudança até vender uma caralhada de móveis pelo OLX/Mercado Livre, mas se a Poli tiver a boa vontade vamos ter notícias boas no próximo post.

vlw flw té mais!

quinta-feira, 18 de março de 2021

A famosa caixa de guloseimas do Yoiti no Japão

A época mais feliz da minha vida foram meus três meses no Japão, isso vocês já estão cansados de saber, mas nem tudo foram flores, eu passei perrengue e tive crises existenciais no meu tempo lá também.

A minha solução pra qualquer problema emocional é comer guloseimas (ou escutar Kinoko Teikoku), seja batatinha frita, chocolate, bala, o que seja. Açúcar e colesterol podem fazer mal pro meu corpo mas nutrem MINHA ALMA. 

Por isso sou gordo e hipertenso.

Mas voltando à minha estadia no Japão: os supermercados lá também cobravam pelas sacolinhas plásticas, então eu, sempre com o espírito de economizar os centavos das coisas que importavam pra gastá-los em coisas inúteis, sempre usava uma das caixas que eles disponibilizavam de graça do lado dos caixas pra levar as compras pra casa. Então acabou que eu já tinha umas 5 caixas no apartamento simplesmente porque eu era muquirana e tinha pena de usar minha ecobag que comprei por 1500JPY (cerca de 60 conto na época...) em Shimokitazawa. 

Então eu acabei cortando uma caixa no meio pra colocar meus pertences pessoais importantes (documentos, chaves, power bank, óculos e coisas que eu sempre carregava quando saía de casa) e uma caixa maior eu acabei usando pra guardar minhas GULOSEIMAS.

A caixa de pertences é a do lado do Umbreon, a caixa grande atrás é a caixa de guloseimas.
 

Ao contrário do que faço em terras tupiniquins em meus dias de folga, eu raramente tirava sonecas quando estive no Japão, mas eu ficava debaixo das cobertas vendo besteira na internet quando eu já tinha me cansado de explorar os arredores do nosso apato, aí era esticar o braço pro lado do meu futon e tirar algo pra comer da minha caixa de guloseimas. 

Choco Pie, Chocolates Ghana, Pocky, Batatinhas sabor consomê da Calbee, balas Milky, donuts industrializados embaladinhos, enfim, tinha de tudo na caixa. O foda é que doce no Japão é relativamente caro, se comparado ao Brasil, mas nesse último ano os preços aqui estão mais ou menos os praticados lá na época. Então pra abastecer minha caixa de guloseimas num nível satisfatório eu desembolsava o equivalente a uns 100 reais fácil.

Eu até tentei replicar a caixa de guloseimas no Brasil mas os chocolates aqui são enjoativos de tão doces SE COMPARADOS AOS DO JAPÃO, batatinha hoje em dia tá tipo 10 conto o pacote e as Choco Pies que dá pra comprar na Liberdade (normalmente da Coreia e do Vietnã) são horríveis, as Choco Pies do Japão são infinitamente melhores.

Quando eu estou realmente afim de matar minha sede de glicemia eu geralmente como as bolachas Tortinhas da Marilan (que são melhores que da Adria) ou aqueles cookies da Toddy, chocolate eu gosto dos meio amargos 70% da Hershey's e, obviamente, os da Lindt (que não como faz um bom tempo). De salgadinho eu como os Torcida PIMENTA MEXICANA e as batatinhas da Ruffles ou da Lays, uma pena que eles pararam com o sabor vinagre e sal, era o meu favorito.

Ah sim, adentrando no assunto das batatinhas, meu coração é totalmente dividido entre dois sabores: Walkers sabor Vinagre e Sal e Calbee sabor Consommé. Eu te juro, são as batatinhas mais maravilhosas que existem. A Walkers em especial eu sempre peço quando algum parente meu vem da Inglaterra, o sabor do vinagre é mais acentuado que o sabor da Lays vinagre e sal que tivemos aqui. O sabor Consommé foi eternizado na cena onde o Light (do Death Note) come dramaticamente a batatinha enquanto mata gente escrevendo num pedaço de papel dentro do pacote, que tinha também uma mini-TV digital. Eu na real só fui experimentar a batatinha Consomme pelo momento no Death Note, e lá no Japão eu entupi meu cu com essa batatinha, é boa demais.

Mas enfim, a caixa de guloseimas junto com os congelados que eu botava no freezer do nosso apato foram minhas muletas emocionais no Japão (junto com as pelúcias com que eu dormia abraçado) e mesmo assim emagreci 15kg lá... mistérios que nunca serão desvendados pelo visto.

Acho que é isso, a caixa de guloseimas é algo que pretendo fazer de novo em breve, mesmo com as guloseimas subpar do Brasil. Era algo super simples mas que nunca falhava em me deixar feliz.

vlw flw té mais!

segunda-feira, 15 de março de 2021

Festa de 15 anos

Durante meu primeiro ano do ensino médio eu fui para três festas de debutante. 

Na real que tive sorte, nas outras salas do primeiro do médio nenhuma menina fez festa de debutante e na minha teve três, então pra mim que era (e continuo sendo) socialmente inapto e não tinha (e continuo não tendo) meninas ricas no meu círculo social próximo, essa era a única chance de ir nessas festas: estando na mesma sala que elas.

Eu não era um total estranho para essas meninas, apesar de parecer o contrário. A primeira festa que teve foi de uma menina que foi bastante minha amiga durante todo o ensino médio, a segunda foi da namorada de um amigo meu e a última festa foi de uma menina que conversava comigo normalmente, só que saiu do colégio depois daquele ano.

A primeira festa foi engraçada porque os bartenders estavam fazendo os drinks todos sem álcool, como maioria lá nunca tinha sequer experimentado destilado então ninguém notou nem nada, teve gente OWWWOWOOOOO TO BEBBAAÇOOOO e pra mim foi a prova cabal de que placebo realmente funciona, eu bebi uns 10 "coquetéis" naquele dia e tava me sentindo o russo com resistência alcoólica no céu. Eu cheguei NO EXATO HORÁRIO MARCADO no convite e qual foi a surpresa de ver que eu era o segundo a chegar no local. "Quem é descolado chega atrasado, Yoiti." disse minha irmã depois, novamente eu devia ter ouvido os conselhos do Bob Esponja.

A segunda festa foi a maior. A festa foi ginorme, foi num lugar bonito, os coquetéis realmente tinham álcool (e quem tava loco tava loco mesmo) e tinha tanta gente que eu senti na alma aquela frase da Jordan no Grande Gatsby "Festas grandes são as melhores. Elas são tão íntimas, em festas pequenas não se tem privacidade", nessa festa eu (e meus amigos) pudemos aproveitar mais fora da supervisão dos adultos que estivessem por lá, não como se estivéssemos transgredindo, mas foi mais divertido. 

A terceira festa foi a menor. Foi da menina com quem eu tinha menos intimidade das três então fui mais pela boca livre e pra beber. Novamente aqui os drinks realmente tinham álcool e, pra minha grata surpresa, a comida foi a melhor das três festas. Como eu segui à risca o conselho da minha irmã (e do Bob Esponja) eu cheguei já quase no meio da festa. Já era fim de ano então ninguém tava lá muito animado, então foi uma coisa bem mais light em termos de farra. O irmão da menina no final da festa acabou arranjando briga porque tava bebaço e isso foi a maior emoção.

Festa de debutante é uma coisa muito louca se for parar pra pensar, o orçamento pra realizar uma tá na ordem de grandeza de um casamento (quando não maior) e o evento (de fazer 15 anos) não é lá algo tãããããão digno de uma comemoração desse tamanho. Eu li um pouco por cima sobre as origens da tradição de realizar a festa e tudo mais, acabou que fiquei confuso se veio do México ou da aristocracia europeia. De qualquer jeito, hoje em dia, é mais uma comemoração extravagante de aniversário pras meninas se sentirem, pelo menos um dia, como princesas (coisa que não desmereço, mas é um pensamento que anda desaparecendo atualmente).

Agora, isso me lembrou uma passagem interessante de um mangá cult que a Panini publicou no Brasil: Astral Project. O alter ego do protagonista critica a sociedade moderna por não oferecer um rito de passagem para a maioridade de verdade (como era costumaz nas sociedades antigas e algumas tribos ainda preservam), o alter ego em questão dá o exemplo das tribos nômades da Mongólia/Rússia/China, onde fazem o garoto matar um animal (bode no caso ilustrado) pela primeira vez. Acho que todo país/sociedade tem uma tradição de cerimônia de maioridade mas, realmente, hoje em dia isso se resume a uma festa ou, no máximo, um evento religioso com o Bar/Bat Mitzvah.

Se eu proponho que matamos nosso primeiro boi aos 15 anos pra fazer um super churras de passagem para a maioridade? Por que não? (Alterações do ritual para jovens vegans são aplicáveis).

Enfim, escrevi este post porque passando pelas fotos antigas no meu computador eu achei umas fotos que tirei nas festas de debutante, isso me fez imaginar se tá rolando festa de debutante online ou as meninas que iam celebrar em Abril de 2020 vão ter que deixar pra celebrar em Março de 2022 (com muito otimismo)... pelo menos elas vão estar no ensino médio ainda.

Estou num raro momento de inspiração esses dias, acho que quem lê o blog e me conhece pessoalmente já deve estar inteirado sobre o assunto, mas vou fazer um post futuro sobre as coisas que estão rolando na minha vida. Não, infelizmente não arranjei uma namorada ainda.

E é isso aí!

vlw flw té mais!