quarta-feira, 31 de julho de 2019

Curitiba e minhas férias, um breve resumo

Eu viajei pra Curitiba.

Era meio que um sonho de ensino médio: se algum de nós da Turma da Trave fizesse faculdade fora de São Paulo, o resto do pessoal iria visitar a cidade pra conhecer e tal. Acabou que só um de nós foi fazer faculdade num lugar decente fora de Sampa, digamos que Campinas e São Carlos não são tão atraentes pra se fazer uma visita.

E a gente demorou cinco anos pra realizar a viagem, o cara que mora em Curitiba até se formou já, mas ultimamente a gente anda numa vibe YOLO e resolvemos ir, que se fodam as consequências. Eu e mais dois combinamos de ir pra Curitiba pra ficar lá por um fim de semana.

Foi uma viagem de seis horas no Cometão da massa, como ninguém é de ferro a gente pegou o semi-leito (que é um pouco melhor que o executivo que eu estava acostumado), mesmo assim eu não consegui dormir muito bem, nem os dois que foram comigo. Foi a primeira viagem que fiz de ônibus de viação desde que voltei do Japão, e apesar do Cometão ser melhor que os ônibus que peguei lá, dá pra sentir a diferença entre uma viagem de 6h e uma de 2h, pelo menos dessa vez eu estava com meus amigos, no Japão só viajei acompanhado uma vez (das quatro vezes que fui de bus pra Tokyo).

E a gente conseguiu ver boa parte (turística) da cidade, bem mais que na vez que fui com minha família no final de 2012 pelo menos. Museu Oscar Niemeyer, Jardim Botânico, Parque Tanguá, um campus da UFPR e vários shopping centers, para um fim de semana foi extremamente proveitoso.

Não tenho muito o que falar da viagem, tudo correu conforme planejado (tirando um curry caseiro que conseguiu a façanha de ser picante ao mesmo tempo que sem sabor, mostrando que nem sempre é uma boa ideia cozinhar em casa) e foi legal conhecer um pouco mais de uma cidade que sempre tive certa afinidade, além de ter sido uma experiência legal viajar com meus amigos do ensino médio pela primeira vez desde as viagens de formatura em 2013.

Acho que essas foram as férias mais decentes que tive em um bom tempo, tirando obviamente as do final do ano passado pro começo desse ano, consegui me encontrar com maioria dos meus círculos de amigos (só miei com um porque batia justamente com a viagem para Curitiba, me desculpem!), das duas recs que já tive eu passei em uma pelo menos, e foi a que era mais importante.

Pode parecer insignificante mas fiquei feliz em ter ocupado todos os fins de semana do mês pra sair com amigos, seja pra comer na Liberdade, ir comprar jogos na Santa Efigênia, ir pro Festival Do Japão ou pra viajar pra Curitiba, eu com certeza valorizo cada encontro com um amigo da mesma forma, é meio aquele conceito japonês "ichigo ichie" que quer dizer mais ou menos que cada encontro que você tem com alguém é único, já que é fruto das circunstâncias e da situação que as pessoas estão, logo nenhum encontro entre pessoas será o mesmo em outro ponto no tempo, pensar nisso me fez valorizar bem cada momento que tenho com amigos.

A real é que estou lentamente percebendo que a vida adulta está batendo na minha porta e a minha juventude está se esvaindo, demorei demais pra ver que se eu só ficasse parado esperando a vida acontecer ela iria acontecer, mas não do jeito que eu quero. Contudo, ainda estou muito jovem pra me arrepender, dá pra correr atrás do prejuízo ainda.

No mais, eu vou começar a fazer japonês (outra coisa que devia ter começado antes) com esperanças de voltar pro país Japão, pra Setagaya de preferência.

Enfim, é isso. Eu escrevi uma review de um álbum do Kinoko Teikoku enquanto escrevia este post e acho que vou postar aqui depois de mudar algumas coisas.

vlw flw té mais

sábado, 13 de julho de 2019

Blue Period

Isso vai ser uma review de um mangá... eu acho.

Acho que nos meus 23 anos e alguns meses de vida, poucas pessoas que conheci podem ser realmente chamadas de "apaixonadas". Acho que tem muita romantização pra falar que alguém é apaixonado por algo, ainda mais por um ofício.

Yataro Yaguchi é o seu típico estudante de ensino médio, ele anda com os "delinquentes" mas também se esforça e é o segundo melhor da turma em notas. Toda semana Yaguchi sai pra ver um jogo de futebol e beber com os amigos, e em um desses dias ele nota como a paisagem em Shibuya é bonita ao amanhecer.

Enquanto isso na escola, Yaguchi e seus amigos pegam a eletiva de artes (por ser coxa) e a professora pede pros alunos desenharem a paisagem favorita deles, o Yaguchi logo desenha Shibuya ao amanhecer e enquanto pinta a paisagem ele fala "por que não comecei a desenhar antes?".



Nosso protagonista então recebe alguns elogios aqui e ali e então decide desenhar mais para ter uma opinião da professora, "como posso melhorar?", "quais técnicas devo usar?", "por que eu devo ir para uma faculdade de artes se posso manter a arte como hobby?" e "professora, você acha que consigo entrar numa faculdade de artes?". A professora fala que ela não sabe mas "quando as pessoas esforçadas fazem o que amam, elas são imparáveis".



Yaguchi logo decide entrar no clube de artes para se dedicar a entrar na Univerdade de Artes de Tokyo, a única pública no país (já que a família dele não tem condições pra pagar uma particular) e a mais concorrida também. E aqui tá uma das minhas páginas favoritas dos primeiros capítulos do mangá.


"Ah, eu nunca me senti tão vivo antes", eu achei simplesmente demais o ímpeto e a incerteza que fazem com que o protagonista se sinta vivo como nunca antes, a maneira como o mangá mostra a transformação de um cara que encarava tudo simplesmente como "quests de um rpg" pra uma pessoa totalmente apaixonada em dois capítulos é genial.

Eu pulei uns detalhes mas os primeiros capítulos são praticamente isso: um cara que tem notas boas, é popular na escola e tem tudo pra poder entrar em (quase) qualquer universidade pública do Japão que acaba achando a sua verdadeira paixão. Depois o mangá foca no Yaguchi aprendendo técnicas de pintura e também a aceitação da família com o sonho dele, também tem uns personagens secundários que são bem interessantes, o mangá não parece perder a qualidade tão cedo assim.

E acho que esse foi o mangá que li que mais me fez pensar (tirando talvez Oyasumi Punpun). Eu sei que o mangá é ficcional, mas acho que nunca tive esse ímpeto de fazer as coisas sem ter certeza de que elas darão certo, indo pelo sentimento de paixão apenas, e acho que poucas pessoas passam por isso.
 
Acho que o mais próximo que tenho de paixão é o cenário musical underground do Japão, afinal eu me sujeitei a meses de trabalho braçal e fui pra um país onde eu mal sabia a língua só pra ir nos shows, mas tenho um certo receio de mergulhar de corpo e alma nisso.

Eu não faço ideia se nas faculdades de arte tem mais gente apaixonada pelo que estuda, mas se eu conheci na Poli mais de 5 que eram apaixonados pelo curso, acho que é muito. E é nessas horas que lembro de um livro sobre o cenário musical underground do Japão ("Quit Your Band! Musical Notes from the Japanese Underground"), escrito por um inglês que tem uma gravadora lá, ele fala basicamente que é comum ver artistas medíocres darem certo enquanto verdadeiros talentos acabam falhando, trabalhar com música no Japão (ainda mais underground) é um trabalho de amor.

Trabalhar com sua paixão pode ser incrível no papel mas pode também fazer com que você nunca mais goste daquilo que amou outrora, lendo o livro que citei eu tive vários choques de realidade, vi que as coisas não são só flores pras bandas underground e que o que me machucou de ter visto o Kinoko Teikoku ter acabado seria muito pior se eu tivesse trabalhando com eles.

E acho que é meio que o dilema que todo jovem tem, trabalhar com sua paixão ou deixar aquilo como hobby? Será que se você consegue deixar o negócio como hobby, é realmente uma paixão ou só uma coisa que você gosta? Acho que mais que gente que não trampa com a paixão, maioria nem achou o que realmente ama ainda.

Enfim, voltando um pouco ao mangá: A arte é muito boa e dá pra perceber que o artista teve uma educação formal em arte, o modo como ele brinca com as expressões faciais e o formato do rosto dos personagens é bem legal, além das páginas coloridas que sempre apresentam um estilo diferente de pintura.

Blue Period realmente é muito bom, o melhor mangá que peguei pra ler nos últimos dois anos. Recomendo até pra quem não é familiarizado com mangás e tá procurando coisa pra acompanhar, as atualizações agora estão dependendo mais da velocidade dos fansubbers, a tradução tá no terceiro volume enquanto no Japão o último volume lançado foi o quinto, mas a espera sempre vale a pena.

10/10

segunda-feira, 8 de julho de 2019

Chega de Saudade

Poucas vezes pude dizer que eu realmente tinha orgulho de ser brasileiro.

Pra começo de conversa eu sou bem particular em falar de ter "orgulho" de algo que eu não conquistei, que eu sequer escolhi, mas às vezes me via emocionado quando a imagem do Brasil era projetada no exterior de forma positiva.

A maioria das vezes era no esporte. Mais que no futebol, eu sempre torci mais pro Brasil nas olimpíadas, era sempre legal ver nosso país conseguir vencer um adversário que, na maioria das vezes, tinha bem mais verba de patrocínio e apoio dos governos locais.

Enfim, eu comecei a escutar Bossa Nova um bom tempo atrás, acho que lá no ensino médio, e apesar de ter começado pela Nara Leão por causa da pagação de pau que ela tem na gringa e pela minha preferência por vocalistas mulheres pra músicas calmas, quando eu cheguei pra ouvir o Chega de Saudade do João Gilberto eu quase caí da cadeira, nunca pensei que a voz pudesse ser usada de tal forma.

O João Gilberto foi o maior gênio que já pisou neste país, quanto a isso não há a menor dúvida, não só criou um gênero musical sem praticamente não ter composto as músicas com que ficou famoso,  mas também fez desse gênero o símbolo de um país, o cartão de visita do Brasil na década de 60 era a Bossa Nova.

E ler sobre o João Gilberto é uma diversão em si, cada história que alguém conta sobre ele revela uma faceta: seja a de ouvido absoluto dele dirigir sem olhar pros lados, seja da imensa sensibilidade dele por ter evitado o suicídio de um amigo através da música, seja a de perfeccionista por praticar por horas a fio uma única nota e sempre mudar pequenos detalhes de músicas gravadas a décadas. João Gilberto era uma lenda.

Quando você escuta a voz macia dele cantando de barquinhos, patos fazendo quá quá, abraços e beijinhos ou o amor, o sorriso e a flor, é impossível não se imaginar no Brasil do final dos anos 50 pro começo dos 60, um Brasil que estava em pleno crescimento e com um enorme otimismo, um Brasil que prometia ser o líder daquele que parecia o começo do protagonismo latino americano no cenário mundial, um Brasil que era moderno, progressista e aberto a novas ideias, um Brasil que nunca existiu.

E essa é uma das magias da Bossa Nova em geral, e a razão pela qual ela enfrenta críticas até hoje: ela é um retrato do Brasil dos anos 60 que mostra as coisas boas e oculta as ruins, é uma foto que mostra as moças bonitas tomando sol na praia mas não mostra a favela ao lado.

Às vezes eu ainda vejo essa imagem romântica do Brasil das moças de bikini e dos barquinhos pesqueiros sendo repetida lá fora, e ouvindo Chega de Saudade enquanto se olha para o mar é impossível não acreditar um pouco nessa imagem e sentir um pouco de saudade de uma época que nunca aconteceu.

Eu tenho orgulho de ter nascido no mesmo país que João Gilberto nasceu, o maior músico brasileiro da história e talvez o maior intérprete de música popular no mundo. Eu nunca vi ele ao vivo, só comecei a ouvir a música dele no ensino médio e a bossa nova em particular nunca foi minha coisa favorita, o Jpop estava sempre lá pra superá-la no meu coração, mas minha admiração por esse homem é infinita e para mim ele é o melhor representante que nossa cultura poderia ter.

Esqueça o futebol, a comida, a fauna, a flora ou qualquer coisa que seja, o maior motivo para eu me orgulhar do Brasil era o João Gilberto.

Obrigado por tudo, João.

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Coisas que não fiz na Nipponland

Vocês já devem estar cansados de posts falando de coisas que fiz no Japão né.

O POST DE HOJE É SOBRE COISAS QUE NÃO FIZ NO JAPÃO HAHAHAHA!

Enfim, acho que o post vai ser meio longo:

Seção 1: Shows

1.1 Uminote

É o show que eu comprei o ingresso achando que em Fevereiro eu ainda tramparia de noite, me transferiram pro turno da manhã e acabei perdendo o show. Acabei tendo que escolher entre esse e o festival no Studio Coast, na época eu até me arrependi um pouco porque o festival me deixou cansadaço mas vendo agora eu acho que valeu a pena.

 

Foi o show de volta do Uminote, que é uma banda que gosto mas eu tinha comprado o ingresso mais por falta de shows, o que aconteceu é que anunciaram o mini festival no Studio Coast com umas 5 bandas que eu curtia e ainda a KANEKO AYANO anunciou um show no dia 20 do mesmo mês, foi uma questão de trade-off. Acho que o show até foi interessante porque se apresentaram todos os side-projects do Sasaguchi So-on mas não valeria a pena trocar isso pelo festival.


1.2 Ichiko Aoba

Teve um show que ela fez perto do Natal/Ano novo lá em Kobe com a Kaneko Ayano que eu fiquei puto de ter perdido, acho que seria um show essencial pra ver e eu ainda conheceria Kobe! Mas enfim, eu queria mais ver a Kaneko Ayano então não fiquei muuuuuito chateado de não ter visto a Ichiko Aoba, mas vou querer ver um show dela na próxima vez que for pro Nippon.


Não foi o show que perdi mas a vibe acho que seria a mesma.

1.3 CRCK/LCKS

CRCK/LCKS é uma banda bem interessante, os membros são todos support members de outras bandas mais conhecidas e por isso são bem talentosos e maioria é multi-instrumentista. Eles fizeram um show em Osaka na minha última semana no Japão e como eu não tava afim de perder dois dias em Osaka (porque pra mim Tokyo era TUDO), acabei miando pra ver a Chiaki Sato.


Tenho certeza que o show do CRCK/LCKS seria mais interessante que o da Chiaki Sato mas eu perderia valiosos dias em Osaka e foi legal ver a Chiaki Sato ao vivo, mudou minha visão quanto ao Kinoko Teikoku. Há uma notável escassez de vídeos do CRCK/LCKS ao vivo, geralmente isso quer dizer que a banda não é tão boa...

1.4 No Buses/Yuragi

Na moral que No Buses tocou no dia que cheguei em Tokyo (acho que 9 de Fevereiro) pra ver o festival no Studio Coast, o foda é que o show começava MEIA NOITE e eu tava um caco, no dia seguinte eu teria um festival que duraria umas 10 horas seguidas e fazia um frio desgraçado com um combo nada agradável de chuva+neve.

O show que perdi que eu realmente queria ter ido foi no dia 25 de Fevereiro e tinha Yuragi e No Buses junto com Hitsuji Bungaku (que eu tinha descoberto uns dias antes no show do Luby Sparks), acho que seria uma das melhores lineups de show se eu tivesse ido.




As duas bandas são da novíssima geração (junto com o Hitsuji Bungaku) com membros com a minha idade pra menos.

1.5 Aimyon

Eu estava tentando me esquecer disso mas tá aí, a coisa que mais ficou me remoendo quando estive no Japão.

Era o primeiro show da Aimyon no Budokan, Marigold estava a semanas no topo da Billboard e o último álbum dela tinha acabado de sair MAS PORRA, ACABAR OS INGRESSOS DO FUCKING BUDOKAN EM TRÊS MINUTOS?!?!?! Cheguei cinco minutos atrasado pra comprar o ingresso no Seven-Eleven, deve ter sido o dia mais triste na minha estadia no Nippon.


O show foi só ela com um violão, apesar de eu preferir um show com a banda toda, o simbolismo dela ter enchido o Budokan em TRÊS MINUTOS e ter feito um show inteiro sozinha é bem legal. Depois eu tive que viver com a dor de ver os anúncios do DVD desse show em toda santa loja de CD que eu ia. O show foi no dia 18 de Fevereiro mas eu matava FÁCIL um dia de trabalho pra ver essa porra.

1.6 Outros artistas

Obviamente tem uma caralhada de artista que eu atualizava a página de TOUR DATES todo santo dia pra ver se não tinha show: Kinoko Teikoku, Kojima Mayumi, Homecomings, Chirinuruwowaka e até qualquer coisa da Shiina Ringo. Eu só fui conhecer a Kayoko Yoshizawa depois que voltei mas vendo depois o único show dela que eu poderia ter ido foi em Osaka, então tá ok.

Seção 2: Lugares

Ia postar umas fotos mas dá mó trampo.

2.1 Kyoto

O clássico, se eu tivesse na vibe mais SAMURAIS sepa eu ia, mas nah, fica pra próxima.

2.2 Osaka

Eu até que tava afim de ir pra Osaka, já que é um exemplo de metrópole japonesa que não é Tokyo, além de ter um cenário musical bem interessante e alguns dizem até mais interessante que o de Tokyo! Foda-se, fica pra próxima.

2.3 Ginza, Roppongi e outros lugares de Tokyo

Basicamente os lugares chiques. Tava sem grana. Ah, e as baladinhas de Roppongi? NOPE.

2.4 Awajishima

Esse eu sabia que não ia rolar mas é um lugar que quero ir caso eu tenha MUITO tempo livre na próxima vez que for pro Nippon, é onde se passa Narcissu que é uma VN que amo de coração, boatos que é um lugar lindo mesmo.

2.5 Hokkaido

Queria passar um frio com neve mas o frio sem neve de Yamanashi já tava me matando, fiquei em Tokyo mesmo.

Seção 3: Coisas

Ah, tem uma série de coisas que queria comprar mas de duas uma: ou não achei ou não cabia na mala. A grana sobrou então não era um problema.

Dentre as coisas tava aquela jaqueta preta que a galera usava muito por cima de moletons (acho que era impermeável) e NÃO ENCONTRO ESSA PORRA NO BRASIL, uma série de CDs que acabei não achando, um CD player maneiríssimo da Sony que eu tava namorando mas não cabia na mala nem fodendo, VÁRIAS FIGURES QUE TAMBÉM NÃO CABIAM NA MALA e queria ter trazido umas comidas também, sdds curry pronto.

Outra coisa que não comprei mas queria era uma armação de óculos de uma marca cara lá MADE IN JAPAN (Oh My Glasses Tokyo, procurem), depois de comprar duas armações eu já tava pensando na possibilidade de comprar uma terceira, devia ter comprado.

Considerações finais

Eu não me arrependo de não ter feito essas coisas, já que fiz outras no lugar delas, mas esse post fica mais como um lembrete de coisas que devo fazer na próxima ida ao Japão.

É isso aí.
vlw flw té mais

terça-feira, 2 de julho de 2019

Manuscritos não ardem

Tentei escrever uns 8 posts mas não gostei de nenhum, acho que estou ficando muito chato comigo mesmo.

  • Um era muito existencial e muito longo, era uma enorme masturbação mental existencial que me fez bem escrever, mas não faria muito sentido postar pra ser lido;
  • Um era meio de autoajuda e isso logo depois de eu falar como odeio livro de autoajuda;
  • Outro era sobre Evangelion, aproveitando a hype que tá tendo agora que botaram no Netflix;
  • E mais uns outros era sobre coisas da minha viagem pro Japão, que vocês devem estar cansados de ouvir.
Acho que de um tempo pra cá, mesmo que eu não tenha prova concreta, eu meio que tomei consciência que PESSOAS LEEM MEU BLOG e eu ando botando o mínimo de controle de qualidade por estas bandas.

Uns tempos atrás, por mais que eu meio que perdesse o fio do pensamento de um post, eu publicava mesmo e foda-se, o blog é meu mesmo. Por isso que tem vários posts que publiquei que simplesmente não fecham o raciocínio e era tipo uma ideia mal desenvolvida.

E meu blog até um tempo atrás era meramente uma auto terapia onde eu basicamente escrevia tudo o que tinha na cabeça pra não ficar overthinking com as ideias depois, e foda-se o leitor. Mas depois que entrei na Poli, e várias pessoas começaram a aparecer pra ler alguns posts, eu comecei a me botar mais no lugar de quem está lendo. Porra, eu não gastaria meu tempo pra ficar lendo as masturbações mentais de um moleque de 20 e poucos anos sobre música underground, Japão e otakarias em geral, se esse tipo de gente acaba caindo aqui então vamos tentar escrever de maneira mais decente. Tentar é a palavra-chave aqui.

Mas enfim, isso quer dizer que eu estou me limitando ou mudando o estilo das coisas que escrevo por estar muito consciente de que PESSOAS PODEM LER ESTE BLOG? Nah, não muito.

Quero dizer, eu sempre mantive uma barreira, mesmo que tênue, entre minha vida pessoal PESSOAL e este blog, assim como não falo muitas coisas que poderiam fazer com que eu fosse reprimido por olhares julgadores de pessoas que nem me conheceram ainda tipo meu gosto por ******, nuns posts que escrevi no ensino médio eu cheguei a declarar meu amor por jogadoras de vôlei e... é, por mais que meus gostos tenham mudado de um tempo pra cá, vi que o certo é não ser tão vocal quanto a esse tipo de coisa apesar de eu ainda AMAR moças de cabelo curto.

E então, o que foi que mudou do começo do meu blog pra hoje?

Acho que eu peguei uma maior bagagem literária, que se traduziu numa mudança, não necessariamente aprimoramento, do meu jeito de escrever e talvez até de falar. Além de eu começar a usar o blog não só pra empilhar os pensamentos mundanos pra esvaziar a mente mas também pra desenvolver ideias que tive ao longo do dia, nisso o uso do Evernote foi essencial pra eu anotar algo que poderia ser o embrião de um novo post, quando eu tava no Japão os posts eram todos escritos no Evernote, depois eram transplantados pra cá.

Eu nunca escrevi exclusivamente para que outras pessoas leiam, por isso mesmo que nem no Facebook eu publico muita coisa escrita, do que fazer com que meus textões invadam a timeline alheia, prefiro postar as coisas aqui, num lugar onde os visitantes me conhecem e decidiram, por curiosidade, ver o que escrevo. Aqui também tem um maior alcance pra quem não conheço, o que é legal também, contanto que as pessoas leiam isso aqui por pura vontade própria tá tudo certo.

A última coisa que escrevi pra ser lida, tirando as redações de vestibular, foi um discurso que fiz na minha colação de grau do ensino médio.

Foi uma coisa meio chata, mas teve um rolo durante a votação para orador da turma onde eu fui escolhido num primeiro momento mas depois teve recontagem e me tiraram de lá, isso depois de eu ter falado pros meus pais que iria ser o orador, depois abriu um espaço pra ter um orador na pré-cerimônia, que seria na igreja, e esse orador estaria a cargo de criar um discurso também, ao contrário do orador principal que só leria os papéis repassados pelos professores.

No final eu peguei esse cargo de orador na igreja, mesmo que de forma totalmente não democrática, e acabou sendo uma experiência legal de escrever um discurso que ao mesmo tempo era reconfortante e tinha toques do meu comunismo latente... eu perdi o discurso antes que peçam pra que eu poste aqui.

Eu acabei nem falando pros meus pais que eu tinha conseguido pegar o papel de ser orador em outra ocasião, eu tinha essa neura de não decepcionar meus pais e aprendi com a ocasião de ter que falar pra eles que eu não era mais o orador que é melhor falar as coisas só quando estiverem mais que garantidas, e chegou no dia e fui ser orador lá na frente da igreja sem que meus pais soubessem disso de antemão.

E isso foi outra coisa que mudou com o tempo, pode parecer dissonante com o tom do post mas antes eu vivia muito das expectativas que os outros botavam em mim, principalmente meus pais e professores, depois que entrei na faculdade que comecei a pensar um pouco mais nas minhas expectativas comigo mesmo. Você decepciona seus pais e você fica mal por um tempo, mas quando você decepciona você mesmo, aí a dor é na alma.

ENFIM, acho que estou me desviando um pouquinho do que era o assunto do post, então vou encerrar aqui antes que eu escreva mais uma caralhada e tenha aqui mais um post rascunho pra nunca ser publicado.

Mas já dizia Bugakov: "Manuscritos não ardem."
Não entendeu, vai ler "O Mestre e Margarida", meu livro russo favorito.

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