segunda-feira, 30 de abril de 2018

O que é este blog

Este blog já está fazendo sete aninhos e acho que fiquei devendo um post introdutório, vamos lá:

Olá visitante! Se você veio parar neste blog, eu só consigo pensar em três motivos:
  1. Você me conhece e ficou curioso em ver as besteiras que escrevo online;
  2. Você chegou aqui através do Google, procurando alguma coisa sobre música japonesa alternativa;
  3. Você estava procurando alguém falando mal da, ó grandiosa e ilustríssima, Escola Politécnica da USP.
Se você chegou de outra forma parabéns! Eu não faço ideia do porquê de você estar aqui.

Enfim, pra você que chegou agora só falo uma coisa: não leia os primeiros dois ou três anos deste blog, eu era um moleque serelepe COM UMA AUTO ESTIMA DA PORRA e falava muita bosta, muita bosta mesmo, só não deleto os posts por respeito às memórias que tive nesse período, vai que bato a cabeça e esqueço do meu ensino médio né.

Outra coisa é que de 2015 pra cá meus post se dividem em relatos do meu dia a dia e opiniões randômicas sobre games, animes, mangás, livros, música japonesa e, raramente, política. Eu pensei seriamente em organizar tudo por tags mas fiquei com preguiça, você vai perceber que isso é recorrente por essas terras.

Pela primeira vez desde.. muito tempo... acabei mudando um pouco o layout da sidebar ao lado, botei uns links de coisas que escrevi em outros lugares (Rate Your Music e My Anime List no caso), a lista de "Melhores álbuns já criados pela humanidade" é particularmente interessante, fui botando alguns álbuns que eu gosto (nunca mais de um por artista)  e escrevendo mini-reviews, está sendo um processo legal, a lista está sempre mudando. Os outros dois links são reviews que fiz com meu inglês lastimável, não me julgue. Acho que vou linkar este post aí no lado também.

Aliás, se você chegou aqui pela música japonesa por favor me add no last.fm e no RYM, meu username nos dois é tesslakane. É foda como é difícil achar gente pra discutir a genialidade da Shiina Ringo ou a raiva sentida depois do Kinoko Teikoku ter fugido do shoegaze no álbum que eles lançaram em 2014, normies nunca entenderão essa dor.

Pois bem, eu criei esse blog pra escrever merda mesmo, por isso não fico divulgando aos quatro ventos (apesar de eu ter botado links no meu perfil do FB, Instagram e RYM) e é por isso também que as postagens aqui falam de assuntos tão desconexos, não bastasse meu dia a dia monótono, tenho ainda que falar de música japonesa underground! Eu estou praticamente pedindo pro pessoal não ler essa merda.

Valeu, falou.
Me chamem pra beber uma cerveja ou tomar um café.

quinta-feira, 26 de abril de 2018

A arte de preferir o material impresso

Eu sempre fui um preguiçoso, tenho quase certeza que pra qualquer pessoal que você perguntar "qual foi a primeira impressão que você teve do Yoiti?" A resposta certamente conterá as palavras "preguiçoso" ou "folgado", o que não está errado pra falar a verdade.

Mas aí que tá, eu sempre tive um certo receio de assistir algo ao invés de ler, eu odeio assistir séries, raramente vejo animês e filmes precisam ser muito bons pra que eu me dê o trabalho pra ver. Agora com mangá e livros a história é outra, por incrível que pareça, tem uma caralhada de livro que acabei comprando só pela capa (Pelos Olhos de Maisie) ou pelo nome (A Insustentável Leveza do Ser), além de outros que comprei só porque tinha ouvido falar que eram bons e nem tinha visto a sinopse (Cem Anos de Solidão) e ainda tem os do Murakami que comprei praticamente às cegas depois de ter lido Norwegian Wood. No caso dos mangás, bem, digamos que meus hábitos são BEM mais impulsivos.

Porque eu prefiro o material impresso? Por uma série de razões pra ser sincero.
No caso dos animês/mangás é porque quando leio o mangá dá pra ler no ritmo que eu quiser, pra apreciar a arte do desenho e ver detalhes que, por mais que o animê seja bem feito, você nunca notaria normalmente. Tipo os filmes do Shinkai "wow que background!", cara, ce já leu Otoyomegatari? Ou Nausicaa? Ou até mesmo a merda do Platinum End (que tem uma arte linda mas uma história bem bosta)? Por mais que a produção de animês agora esteja 100x melhor do que na época que eu acompanhava uma caralha de anime (lá pelos idos de 2010), eles nunca vão chegar no patamar de mangás (bem feitos) desenhados à mão, o nível de detalhamento é bem diferente porque né, não dá pra ficar pausando pra apreciar cada frame de um anime.

No caso dos filmes e séries, eu não curto por preguiça, filme blockbuster acho sempre mais do mesmo e tem que ser uma coisa bem excepcional ou muito aleatória pra me fazer ter o trabalho de assistir, é essa a razão pela qual o único seriado que assisti inteiro (pelo menos até agora) foi Narcos, era sobre um assunto que me interessava e tinha o Wagner Moura falando portunhol, como não gostar?

Minha relação com livros vocês já devem saber, é um negócio periódico que nunca sei quando vai acontecer, eu consigo ficar meses sem tocar um livro mas quando estou na vibe eu leio uns 10 livros num mês. Acho que o que eu mais gosto nos livros é como eles ainda são o melhor meio pra desenvolver personagens, nem filmes, nem série, nem animê e nem mangá conseguiu chegar no grau de detalhamento que os livros conseguem dar a um personagem.

Afinal, o que são as waifus dos mangás comparadas às waifus que tenho do mundo literário? Por exemplo: Sumire (Minha querida Sputnik), Yuki (Dance Dance Dance), Julia (1984), Sabina e Tereza (Insustentável Leveza do Ser), Loli- TO ZOANDO GALERA, TO ZOANDO.

Enfim, livros são do caralho mas também são foda de se dedicar, uma história que te tomaria no máximo 2h num filme acaba levando boa parte de uma semana nas páginas de um livro, o lado bom é que dá pra ler nos metrôs dá vida, a não ser que você esteja lendo James Joyce. E acho que livro é o meio que mais tem obras que dei 10/10, foram sete livros e um conto que receberam 10 na escala Yoiti:
  • Stoner (John Williams)
  • Norwegian Wood (Haruki Murakami)
  • O Mestre e Margarida (Mikhail Bulgakov)
  • Apanhador no Campo de Centeio (J. D. Salinger)
  • 1984 (George Orwell)
  • Cem Anos de Solidão (Gabriel García Márquez)
  • O Grande Gatsby (Francis Scott Fitzgerald)
  • Os Mortos (James Joyce), esse é conto aliás.
A lista é meio restrita mas acho que é bem diversa até, oito obras de seis países.

Pois bem, estão aí minhas razões pra preferir mangás/livros ao invés de filme/anime/série, a disputa pode ficar mais interessante se botarmos games no meio... mas acho melhor deixar essa pra próxima.

vlwflw té mais

sábado, 7 de abril de 2018

Legend of the Galactic Heroes e um reflexo da nossa sociedade atual, um estudo sobre

Eu deveria estar dormindo ou estudando agora mas eu também fiquei com vontade de escrever coisas, logo cá estou eu.
Está começando a season de provas na Poli então não tenho muitas notícias desse front AINDA, logo mais você vai ver por aqui algumas reclamações, como sempre.
Remake que está sendo lançado neste ano


Enfim, eu queria falar sobre meu anime favorito: The Legend of the Galactic Heroes (ou simplesmente LOGH), que recentemente ganhou um remake, de qualidade questionável mas acho que de suma importância pros tempos em que vivemos.

LOGH trata de uma guerra entre duas nações espaciais: A Aliança dos Planetas Livres (ou Free Planets Alliance, FPA) que tem como protagonista Yang Wen-Li, um estrategista nato que na verdade queria ter se tornado um historiador, e o Império Galáctico (que chamarei aqui simplesmente de Império) que é comandado por Reinhard von Lohengramm, um prodígio almirante extremamente ambicioso.

O anime original da década de 80 era genial por focar não somente nos personagens principais do anime mas também em pessoas normais de ambos os lados da guerra, o que acaba sendo bem imparcial e não pinta qualquer um dos lados de "vilão" do anime, junte a isso o fato da soundtrack ser composta por horas de música clássica executadas por grandes orquestras do mundo todo e à duração do anime: dois filmes, 110 episódios da série principal e mais 50 de extras (famoso Gaiden). É uma puta obra de arte.

Pra começar o anime já deixa claro que o narrador onisciente é um historiador que está revisando os fatos descritos ali de um futuro distante, aí já vemos que não será seu anime de quarta a tarde.

De início você já percebe as shortcomings dos dois lados: enquanto a FPA sofre com a burocracia de um sistema democrático falho e corrupto, além da incompetência dos oficiais do alto escalão que jogam fora milhares de vidas de soldados e civis, o Império carrega uma herança aristocrática onde sua posição na hierarquia militar é definida pela sua linhagem e não pelo mérito próprio além de né, ser uma porra duma autocracia.

Em diversos pontos na trama é debatido se o sistema democrático é melhor que o autocrático e vice versa e apesar da tendência em se retratar melhor uma democracia que uma monarquia, no LOGH a democracia é uma merda e o Império acaba sendo o exemplo de uma monarquia realmente boa, com indícios de uma futura constituição (lá pelos últimos episódios da série tho).

Mas enfim, porque resolvi escrever sobre LOGH agora? É que tem muita lição boa que dá pra tirar do anime (ainda mais do casa de fracasso da FPA como democracia):
  • Tem político com boas intenções que acaba fazendo bosta;
  • É fácil mandar teu exército pra morrer em guerras sem sentido quando você tá confortável em casa;
  • Nem sempre o povo sabe o que é melhor pra ele (não querendo defender a autocracia... mas as vezes o povo é burro);
  • Sob a ameaça de um inimigo poderoso o governo investe nas forças armadas mas pra suprimir o próprio povo, mesmo em certas democracias;
  • Em uma democracia, a responsabilidade dos atos de um governo recai sobre o povo que o elegeu, e este acaba sendo o maior pecado da autocracia: tirar o peso da responsabilidade da escolha de um povo;
  • Um bom governante de um regime totalitário não justifica o risco de aparecer um megalomaníaco depois (isso pode ser justificado pela sequência de bons imperadores de Roma que foi sucedida pelo porra loca do Cômodo);
  • A política se vinga daquele que a subestima.
O povo brasileiro, e do mundo inteiro pra falar a verdade, precisava de uma maratoninha de LOGH pra se tocar, porque porra, pedir intervenção militar (no caso do Brasil) e querer armar guerra sem sentido nenhum só pelo nome de "nacionalismo" (no caso do Japão, dos States e quiçá do Brasil daqui a pouco) é muita falta de aula de história. E não, o anime não é de esquerda, tanto que uma boa discussão é ver quem entre o pessoal que viu prefere a FPA ou o Império, treta garantida.

Alguns dos personagens principais de LOGH

LOGH é totalmente centrado nos personagens, apesar da história de proporções épicas, a cereja do bolo é o elenco de mais de 30 personagens principais, todos com os melhores dubladores da época e com screentime decente, ver as interações extremamente formais entre almirantes do Império e o trash-talk entre soldados da FPA é uma das coisas mais gratificantes de se assistir este anime.

Outra coisa que amo é como os personagens do Império possuem todos nomes bizarramente germânicos:
ERNST VON EISENACH.
AUGUST SAMUEL WAHLEN.
Não tá aí mas meu favorito é o WILLIBALD JOACHIM VON MERKATZ.

Por fim eu só queria falar mesmo que só toquei aqui em um dos pontos do anime, que é a política, tem ainda a estratégia militar, a realidade da guerra do ponto de vista das pessoas normais (civis e militares de baixa patente), os personagens (que na minha opinião é o ponto forte do anime), os dubladores (que eram os melhores da época com certeza) e a soundtrack com uma caralhada de música clássica.

Enfim, recomendo pra todo mundo esse anime, agora que tão lançando o remake é uma boa hora pra dar uma olhada, acho que o remake não vai superar o original mas é melhor que nada.

vlwflw té mais