domingo, 26 de setembro de 2021

"ow Yoiti, vê se você pega só um Fruttare hein"

Um personagem icônico da época do meu ensino médio era o coordenador do meu colégio.

Pra falar a verdade: ninguém levava ele a sério. Acima dele (a gente pensava que estava acima dele pelo menos) estava a coordenadora pedagógica, que era a mãe de um colega de sala meu, e ainda tinha o diretor, que servia mais como uma figura representativa da Igreja, já que era sempre um padre gringo e o colégio era católico.

Pois bem, o nosso professor de física sempre gostava de mostrar que a gente não sabia de nada e que precisávamos ser humildes pra aprender tudo, ainda mais física. Um dia ele pistolou (o que não era incomum) e botou na lousa pra gente resolver a seguinte divisão: 123/6.

"Porra, que conta fácil!" você deve estar pensando.

Mas faz aí no papel, se você fizer do jeito tradicional vai dar 2,5. Naquele dia eu consegui chegar em 25. E NINGUÉM na sala chegou no resultado certo, que era 20,5. Nota: a gente estava no terceiro ano do ensino médio.

O professor então deu um puta sermão de como a gente era ruim e aquela mesma ladainha de sempre, ok.

O negócio é que a memória dele não era tão boa, então deu uns dois meses e ele ficou puto novamente e tacou a mesma divisão na lousa pra gente resolver, só que dessa vez o coordenador estava passando no corredor e isso chamou a atenção dele, então ele veio observar o que tava acontecendo.

Um colega de sala falou o "20,5 professor!" mas não soube demonstrar como chegou lá.

Eu então falei: "Professor, eu sei e vou demonstrar na lousa!".

Botei lá 123/6 = 120/6 + 3/6 = 20 + 1/2 = 20,5.

O professor então me elogiou, falou que era como alguém que fez Kumon a vida toda ia resolver o problema (nota: eu nunca fiz Kumon) e o coordenador ficou tão impressionado comigo que ele me tratou como se eu fosse um gênio pelo resto do ano.

Foi algo bizarro, mas por bem ou por mal eu tinha o melhor desempenho geral entre a galera do meu ano. Eu era (e continuo sendo) um horror em biologia e gramática, mas o resto eu tirava de letra até, em química e física eu às vezes perdia pra dois amigos meus, mas em matemática eu mandava bem demais (saudades de poder falar isso). Mas é, meu colégio era uma escolinha de bairro, eram duas salas de 25 pessoas no terceiro do médio.

Isso nos leva pra viagem de formatura em Floripa. O almoço num dia lá tinha sido num self service numa praia, a fila pra pagar estava enorme e eis que chega o coordenador (que tinha conseguido ir pra viagem na faixa): "Ooo Yoiti, tá aqui minha comanda e o dinheiro pra pagar certinho", respondi: "Cê tá me devendo um sorvete hein?" pro que ele respondeu com um joinha.

Chegou numa ilha lá, tinha uma loja de lembrancinhas onde vendia sorvete também. Virei pro meu coordenador cobrando o sorvete e ele me deu uma nota de 50 reais "olha, pega um Fruttare no máximo hein?".

Mermão, comprei um Magnum pra mim e mais dois pros meus amigos, devolvi 5 reais de troco pro coordenador. Ele ficou puto mas relevou, afinal a viagem toda tava sendo de graça pra ele. O cara ainda comprou 5 sacos de farinha de alguma coisa que, segundo ele, era bom demais e só tinha em SC.

É um episódio totalmente banal mas mostra bem como o nosso coordenador era. Eu sinceramente não era muito chegado nos coordenadores durante meu ensino médio, sempre achei que esse pessoal insistia em usar os tais novos métodos pedagógicos e não tinham contato o suficiente com os alunos pra saber se tava dando certo ou não, mas algo me diz que esse fenômeno é universal.

Enfim, tá aí mais uma anedota do meu ensino médio. Incrível pensar que o ensino médio durou 3 anos e minha faculdade já tá batendo nos 7. Algo me diz que o médio me impactou mais, mas acho que só vou poder julgar meu período na Poli daqui alguns anos, assim como demorei pra digerir tudo o que aconteceu no ensino médio só um tempo atrás.

E é isso aí, estou com preguiça de postar com consistência então não fiquem muito ansiosos pra mais posts, vai demorar... ou posso postar amanhã algo novo.

vlw flw

té mais!

segunda-feira, 6 de setembro de 2021

YES DEZ ANOS DE BLOG DO YOITI

Caralho mermão, dez anos de Blog, quem diria!

Minha vida mudou bastante desde que comecei este blog em 2011, eu era um simples estudante de ensino médio que não sabia muito bem o que queria fazer da vida e agora, em 2021, sou um simples (ainda) estudante de Engenharia Naval que francamente? Ainda não sabe muito bem o que fazer da vida.

Muitas coisas me marcaram nesses últimos dez anos: conheci novas pessoas, passei nos vestibulares, perdi um amigo, desbravei novos lugares, comecei o estágio e enquanto fazia tudo isso, eu escrevia de tudo um pouco aqui.

E ao longo dos anos meu blog ganhou e perdeu leitores, algumas pessoas que liam este blog já não falam comigo faz uns bons anos mas algumas outras que me conheceram nesse meio tempo viraram fiéis leitores.

Hmm, eu queria aqui selecionar uns posts favoritos meus:

Cara, eu tenho uma vergonha tremenda do que eu escrevia no meu ensino médio. Eu transparecia muito minha afeição por jogadoras de vôlei (que, sejamos sinceros, ainda tenho) e acho que queria esconder quão otaku eu era? Coisas normais pra todo adolescente, acho. Então por isso esses posts aí acima foram todos escritos depois de entrar na Poli.

A entrada na Poli aliás foi o maior divisor de águas na minha vida. Acho que nem a porra do arubaito que tenho que referenciar a cada post depois que voltei do Japão me mudou tanto quando o rito de passagem que foi entrar na magnífica Escola Politécnica. Mas um post sobre minha experiência na Poli só vai sair mesmo quando eu estiver com meu canudo na mão, o que espero que não demore muito.

Vendo agora os meus posts me dá uma saudade dos tempos que foram, mas também expectativas já que se a situação piorar, pelo menos a tendência é que eu continue melhorando minha escrita.

Enfim, apesar da plataforma Blogger ter passado por um facelift há pouco tempo, eu não duvido nada que a Google descontinue isso aqui e faça a gente migrar pra uma plataforma bem merda. Já tem um tempo que grande parte dos blogs hosteados no Blogger são ou de putaria ou de pirataria, e apesar deles certamente gerarem muito mais dinheiro pelo Ad Sense que um blog normal, não vejo um futuro muito promissor. 

Por isso e por mais outras eu realmente não garanto o futuro deste blog até o fim da eternidade. Possibilidades de migração pra outra plataforma não são remotas e até minha motivação pra manter este blog pode ir pra zero dependendo dos rumos da minha vida mas é, pelo menos 10 anos dela estão aqui.

E que belos 10 anos foram hein?

Encerro aqui este post, esperando de coração que daqui mais 10 anos eu possa escrever mais um post desse, com mais leitores ou menos leitores, com mais histórias ou menos histórias para serem lembradas.

Este post é dedicado a todos os leitores que me acompanharam nesses últimos anos, em especial ao Romito, que não pôde ver os últimos 4 anos de blog, mas que com certeza me encheria o saco assim que lesse este post.

valeu, falou

até mais!