sábado, 18 de julho de 2015

Por que eu parei de ir a eventos de anime

Minha história com eventos otakísticos começou em 2008, me primeiro Anime Friends, desde então eu já perdi a conta de quantas vezes fui pra um AF ou Comix Fest. Anime Dreams e Ressaca Friends foram dois eventos que nunca fui, apesar de serem, alegadamente, bons.
Lembro até hoje de pegar fila naquele Mart Center em 2008, todo feliz com dois amigos meus do colégio. Na época eu tinha 12 anos, gastei uma boa grana comprando um verdadeiro carregamento de Mupys (que veio até com uma bolsa térmica), dois model kits de Evangelion e muitos mangás, muitos mesmo. Eu era bobão (mais que hoje, antes que alguém fale algo), meus amigos eram também e acabamos nos divertindo vendo cosplayers bem feitos pela primeira vez na vida, jogando os MMORPGs mal feitos da LevelUp e comendo alguma coisa sobretaxada e de qualidade duvidável, tudo eram flores nessa época.
Até que comecei a me sentir deslocados nesses eventos, puta que pariu, ás vezes eu me perguntava se o pessoal lá se esforçava em parecer retardado ou era coisa da comunidade mesmo. Eu parei de me divertir nesses eventos por uma série de fatores, a música que eu ouvia já não eram só aberturas e encerramentos de animês (e quando eram, os animês não eram os mais conhecidos), os eventos começaram a ser tomados por fãs de K-pop, o preço dos ingressos já não fazia o desconto das lojas valerem a pena, desorganização total do evento, etc. etc. etc.
O foda é que eu amo mangá, amo mesmo, já devo ter mais de 500 volumes (parei de contar nos 440~), amo música japonesa (o que vocês devem ter percebido faz um tempo, espero) e amo comprar essas merdinhas inúteis que vêm do Japão.
Mas odeio o público que frequenta esses lugares.
E isso não se reserva a eventos de animê, eu moro na MÃEFODENDO LIBERDADE, A MECA DA CULTURA OTAKU DESSA PORRA DE PÁIS, e passei a odiar esse bairro, caralho. Antes eu gostava de ir no Shopping Sogo pra ver YGO e comprar besteira, agora só vou lá pra comprar mangás no caminho pro metrô e pra comer.
Eu tinha um ódio por quem odiava otaku na época do Orkut mas agora eu passo a entender essas pessoas. É a pior fanbase que existe na face da terra, e isso se agravou pra caralho depois da disseminação total do Kpop, puta que pariu, eu achava que Visual Kei era ruim até ver o Kpop, santo cristo.
E olha, vocês podem achar que sou o maior racista deste grandioso país quando se trata de coreanos mas a música do underground deles é muito boa, boa mesmo apesar de ser cópia do underground de Tokyo. QUÊ! QUEM FALOU ISSO?!
Mas enfim, eu queria só falar mesmo isso, eu tava até pensando em botar o link desse post na minha timeline mas aposto que algumas pessoas iriam me olhar torto pro resto da vida após ler essa porra toda, quero dizer, se você quer um desafio: vá até à Praça da Liberdade num sábado de tarde e grite: KPOP É UMA MERDA!, é claro que fãs de Kpop não estão na lista das pessoas mais ameaçadoras do mundo mas sei lá né, a união faz a força.
vlw flw até mais

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Random Mumblings I - Como eu queria ser uma menina alt que mora em Shimokitazawa

Voltay galera, faz um tempo hein?
Enfim, a última vez que escrevi nessa porra foi na semana antes das P2, agora estou escrevendo umas semanas antes das RECs.
Isso mesmo: RECs.
Peguei REC caralho, não posso falar que me esforcei muito pra não acontecer isso, e também não é como se eu quisesse ter um histórico perfeito na Poli (já estou na engenharia que quero, não pretendo ir pra pegar duplo diploma, etc.), na verdade só o fato de eu não ter bombado direto em uma matéria já é um milagre por si só.
Mas enfim, não é sobre a minha tragédia diária mundana que eu queria falar nesse post, ou não era só isso que eu queria falar pelo menos.
Como vocês sabem, eu tenho um Instagram, não é a coisa mais legal do mundo mas a partir dele eu sigo umas cantoras que gosto bastante do Japão, e o interessante é que como são artistas bem desconhecidas, são elas mesmas que usam a conta. Dentre as cantoras (ou diria, as músicas? Fica muito estranho) estão Ikkyu Nakajima do Tricot, Ichiko Aoba e Yoko Tatejima do harafromhell.
A Yoko Tatejima em especial é interessante, o harafromhell é uma banda extremamente desconhecida, ela só veio a ficar um pouco mais conhecida quando o cara que organiza o Next Music From Tokyo gostou da banda e levou eles pra tocarem no Canadá. A música da banda é bem genérica, bem happy-go-round, vocais normais, instrumental básico, mas eles têm um feeling bem legal, quase nostálgico. Naturalmente seus álbuns são dificílimos de serem encontrados já que praticamente só é possível adquirir um CD deles nos próprios shows.
Agora falando de outra coisa nada a ver: o estilo Shoegaze, experimental com origens na Inglaterra dos anos 80~90, era chamado de "Scene that celebrates itself" pela imprensa musical da época, já que os músicos shoegazers ajudavam uns aos outros, iam nos shows, etc. Mas uma hora eles decidiram sair desse estilo (muito incomodados com a imprensa) e bem, deu merda.
O que acontece no Japão hoje é um renascimento do Shoegaze, como estilo musical e comportamento da cena toda como artistas, uns ajudam aos outros e a imprensa musical já não incomoda mais ninguém hoje.
"E Yoiti, o que você quer dizer com essa porra toda?"
Eu quero dizer que a cena musical do Japão de hoje é o que a cena musical britânica dos anos 80~90 não pôde ser e isso me lembra muito Paris dos anos 20 em uma escala reduzida, onde escritores, pintores e artistas possuíam muito mais contato entre si que hoje.
Ok ok, posso estar exagerando já que o universo do underground musical de Tokyo não se compara com o universo cultural de Paris nos "roaring 20s", mas é alguma coisa.
"E Yoiti, por quê você citou a Yoko Tatejima especificamente lá em cima?"
Porque invejo essa mulher, não faço ideia de onde ela arranja o dinheiro pra se manter numa cidade cara como Tokyo, não sei quanto se ganha fazendo shows por Shimokitazawa mas ela posta fotos bebendo com muitos integrantes de bandas underground: Kinoko Teikoku, Uminote, Microcosm, etc.
Eu sei que a vida de uma pessoa é bem mais interessante pelo Instagram dela mas porra, dar festinhas no apê e ir pra praia pra passear com uma galera que vive no meio artístico, tocando o mesmo tipo de música que você deve ser muito foda.
Sei lá, esse deve ser mais ou menos o feeling de se fazer humanas no Japão, maioria das pessoas na cena musical indie de Tokyo fizeram alguma faculdade de artes ou sequer fizeram faculdade. Eu não sei se a maconha não chegou ao Japão hahhahaha mas parece que humanas tem uma fama melhor lá.
Aliás, o Japão é um país depressivo pra caralho, mas se eu fosse uma menina japonesa eu faria alguma faculdade de artes sem pestanejar, as possibilidades lá pra essa área são bem maiores que aqui no Brasil. Não que alguma área tenha maiores chances aqui no Brasil pra começar.
Bem é isso ae, eu queria falar essas coisas antes das RECs.
"Você queria falar basicamente que queria ser uma menina japonesa Shoegazer em Tokyo?"
Sim, não nessa vida, mas na próxima quem sabe. Estou bem feliz sendo um aspirante a Engenheiro Naval nipo-brasileiro, só faltas umas mina- AHAM, enfim, vocês entenderam.
Ah, enfim, é isso aí que eu queia falar.
Quero dizer, eu posso ter um insight genial comparando o underground de Tokyo de hoje com a Inglaterra dos anos 80 e Paris dos anos 20, mas me respondam: QUEM SE IMPORTA COM ISSO?!
Eu me importo, e pra mim isso já é o bastante pra escrever aqui.
vlwflw vou lá estudar.