quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

2020

Último post do ano, e que ano hein?

Eu tentei dar um gás em Dezembro pra tentar passar 2012 como o ano com mais posts neste blog mas não deu, pelo menos consegui pegar a vice-liderança de 2013, que provavelmente não será ultrapassada tão cedo.

2020 teve seus pontos positivos: consegui passar em disciplinas que nunca pensei que passaria nessa vida e, tirando uma matéria FODA PRA CARALHO, eu estou MAIS OU MENOS seguro que dá pra me formar no final do ano que vem! EEEEEEEEEE! Vamo ver o que vai rolar, mas a princípio É POSSÍVEL!

Agora, tirando (este aspecto) da Poli, o ano foi meio merda:

  • O Santos até que tá bem na Liberta mas não alimento muita ilusão (mas se ganhar do Boca já é), nas outras competições aconteceu o que anda acontecendo faz uns três anos: só decepção;
  • De Janeiro até o começo de Março eu fui em rolê pra caralho e o ano tava prometendo ser O ano dos rolês... não rolou;
  • Neste ano só assisti Tonikaku Kawaii e Nami Yo Kitte Kure de anime, o primeiro foi bem meh mas virei fã da Riho Sugiyama pelo segundo, que nem foi uma adaptação tão boa mas ela foi demais;
  • Já que eu tive bastante tempo livre, ainda mais no primeiro semestre do ano, eu pude acompanhar os lançamentos musicais do ano, e foi meio fraquinho pra falar a real (2019 e 2018 foram bem melhores) mas até que tive uma boa surpresa com o Bildungsroman do Hiperson, preciso mergulhar no indie chinês;
  • A USP fez o convênio com o Coursera e eu descobri um vício que não sabia que tinha: fazer cursos online. E acho que foi onde mais aprendi no ano;
  • Parei de fazer aulas de japonês porque o formato online sinceramente é meio merda se comparado com o presencial;
  • Reuniões online com os amigos também são igualmente merda, mas melhor que nada I guess;
  • Eu curto o look de usar máscara mas é desconfortável pra caralho, mas o look é daora e isso que importa;
  • Aprendi a fazer jailbreak no meu 3DS e joguei várias coisas, Pokémon X não é tão ruim quanto falam, ainda sustento que o Sun&Moon é o pior da série;
  • Acho que vi uns 4 filmes no ano todo, isso contando dois que vi do festival de cinema indie japonês;
  • De série só assisti Tiger King (pelo memes obviamente), mas estou prestes (prestes) a ver Alice in Borderland;
  • Joguei Shin Megami Tensei IV e o IV Apocalypse, definitivamente foram os que mais joguei este ano;
  • Li zero livros este ano;
  • Li mangá pra caralho em compensação;
  • Um ponto alto foi que terminaram de traduzir Team Medical Dragon depois de 15 anos, e é o melhor mangá que terminei de ler neste ano;
  • O ponto alto real do ano foi que aprendi a cozinhar algumas coisas e descobri que gosto bastante disso.

Enfim, e pra cereja do bolo: eu enviei meu CV pra uma caralhada de empresa e, se não me engano, estou participando de pelo menos 12 processos seletivos, dos quais 4 eu teria que me mudar de cidade e 3 são tão fora da minha área acadêmica (se existe isso pra politécnico) que eu sinceramente não sei como que me mandaram pra fase seguinte.

Seguimos na luta, galera.

Feliz ano novo pra vocês! Que 2021 seja melhor mas né, não é mudando a folha do calendário que as coisas melhoram.

vlw flw té mais!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Minha pré-escola japonesa

Por doze anos da minha vida eu frequentei o mesmo colégio, sobre o qual volta e meia falo sobre neste blog, mas e antes disso?

Por um ano eu frequentei o Mutsumi Youtien, uma escola bilíngue japonesa que ficava numa das travessas da Rua Tamandaré, hoje acho que se mudou pra Vila Mariana.

A escola era bem japonesa, toda a estrutura dela era aquela coisa que você vê em animes e acho que a gente só não tirava o sapato na entrada mesmo, porque de resto seguia bem o que se vê nos animes. 

O nosso uniforme era um avental amarelo e a roupa que usávamos por baixo era livre, mas tínhamos também um uniforme mais "formal" para celebrações, fotos e essas coisas, que era uma pólo branca e uma berma (ou calça? não lembro) vinho.

Eu tinha 4 anos na época (logo foi 20 anos atrás)? E foi a minha primeira experiência cotidiana em um ambiente escolar, então algumas coisas me marcaram bastante enquanto que outras caíram no esquecimento.

Apesar de teoricamente a gente ter as aulas esperadas pra uma criança de 4 anos, eu só lembro mesmo de duas disciplinas: japonês e português. A professora de português, pelo o que eu lembro, era o que você deve ter em mente quando eu falo de uma professora de pré-escola e a professora de japonês era uma velhinha que só falava japonês e devia estar lá ensinando faz umas boas décadas. Eu aprendi o básico do básico do básico de japonês (famoso ler e escrever hiragana) lá mas esqueci tudo até ter que aprender de novo fazendo japonês na Aliança.

A gente tinha a maior variedade de eventos japoneses possíveis: o Undokai (tradicional gincana japonesa), a gente apresentou uma peça de teatro em japonês no final do ano (onde eu interpretei um astronauta), teve um dia que lutamos Sumô e ganhamos uma medalhinha de papelão com um Pokémon e tivemos uma festa junina com aquele mix de coisas japonesas e brasileiras que quem é de família japonesa deve saber como é.

Foi no Mutsumi que eu criei minhas primeiras amizades e, por incrível que pareça, eu mantive algumas delas até hoje, obviamente que não do mesmo jeito que outrora mas não perdi contato com esse pessoal.

Hmm, mas é, o Mutsumi é só uma das muitas pré-escolas japonesas que existem em São Paulo e que são destino dos famosos JAPAS JAPAS, que são os JAPAS que só andam com JAPAS e seguem aquele caminho de JAPA JAPA: fazem uma escola japonesa, depois vão pro Etapa/Band no ensino médio, enquanto isso fazem parte de algum grupo de escoteiros, frequentam baladas JAPA e no final vão pra USP fazer Poli, FEA ou Med e participam de time de baseball e eventualmente vão fazer arubaito. Eu só pulei o recheio desse caminho e não ando com JAPAS JAPAS apenas, por isso não sou JAPA JAPA, ou como meu amigo fala "KORÔNIA NÉ".

Enfim, isso foi só uma zoeira mesmo e não tenho nada em particular contra JAPAS JAPAS (tenho até amigos que são...) mas estou usando meu japa card pra poder zoar os JAPAS JAPAS já que zoar a própria etnia é ok (de acordo com as regras morais que regem a Internet até a última atualização na data desta postagem).

Eu não fiquei no Mutsumi o suficiente pra criar qualquer afeição ou sequer saudade do lugar em si, foi meio que só uma parada antes de chegar no colégio onde fiquei 12 anos da minha vida, mas foi uma experiência legal pra contar pros outros: "Eu fiz uma pré-escola japonesa e aprendi mais japonês que português durante o ano que fiquei lá", inspirador, não é mesmo?

Pelo menos a escola não era religiosa.

E é isso aí, se você foi meu colega de sala ou estudou no Mutsumi em algum ponto no começo da sua vida, manda um comentário aí pra gente matar a saudade de escrever o nome em hiragana com giz de cera ou de fazer origami de chapéu usando jornal.

vlw flw té mais!

sábado, 26 de dezembro de 2020

Um suposto monólogo no palco do Teatro do Colégio S**** A********

No meu terceiro ano do ensino médio, meu professor de geografia falou que, caso eu passasse na Poli direto, ele iria me chamar pra dar uma palestra no colégio.

Eu acabei não passando direto e enfrentei um ano de limbo no cursinho, então o convite pra palestra nunca veio, mas na minha cabeça eu sempre imaginei o que falaria no palco do teatro do meu colégio caso o convite tivesse vindo em 2015 (ou depois).

Posso enumerar uma infinidade de arrependimentos que tive durante o ensino médio: o meu orgulho secreto de ir bem sem estudar que me fodeu completamente durante a minha graduação toda por não tem aprendido a estudar direito, como eu não saí com meus amigos o quanto deveria, não ter aproveitado o tempo livre pra fazer cursos de língua/instrumento achando que durante a faculdade seria mais de boa, etc etc etc.

Mas o negócio é que, durante o ensino médio, eu achava que tudo era definitivo, que qualquer deslize que fosse ia acabar me fodendo dali alguns anos, seja uma advertência ou um "carimbo de tarefas atrasadas", mas no fim nada disso importa.

Se você tá lendo isso e está no ensino médio: não deixe de fazer as coisas que gosta pela "turminha" da sua sala, muito provavelmente você não vai mais vê-los. Se for pra bater em gente (desde que com motivo), tem que bater mesmo, advertência apesar de intimidadora não vai influenciar em nada na sua vida. E caso queira fazer uma faculdade difícil: aprenda a estudar ou a colar, porque sem saber nenhum dos dois fica difícil mesmo passando no vestibular.

Eu falaria basicamente isso pra garotada do ensino médio. Óbvio que no meio dessa minha "palestra" hipotética o professor cortaria meu mic, mas por vezes eu acho que o ambiente do meu ensino médio era mais tóxico que o da Poli, você tem noção do peso dessa afirmação? Era muita panelinha, muita puxação de saco, muita manutenção de ego que, ainda bem, não é tão presente no meu curso.

Eu acabei tirando uma galera que não curtia do meu ensino médio da maioria das minhas redes sociais, junto foram umas pessoas que eu não me importava muito, porque sinceramente, não me importo com o que essas pessoas fazem e não me importo com o que eles pensam sobre o que faço. 

Enfim, ensino médio pode ser bom, pode ser ruim e pode ser os dois. Acho que meu primeiro ano foi uma merda porque a sala onde eu tava só tinha panaca, maioria desse pessoal acabou repetindo de ano e isso fez com que meus próximos dois anos fossem bem mais tranquilos. Meu segundo foi suave e meu terceiro foi bem bom, quem diria que umas viagens deixariam o ano tão melhor assim.

Mas é, resumo da ópera: Não leve desaforo pra casa, não se importe com a opinião alheia, aprenda a estudar ou a colar, saia com seus amigos e gaste seu tempo em coisa útil enquanto você ainda o tem. 

E o mais importante: em prova com muito cálculo pode usar calculadora.

E acho que é isso aí, vlw flw té mais!

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

ÓCULOS

Eu uso óculos desde meus 12 anos e sempre tive que escolher o modelo pela praticidade.

Como todos que me conhecem sabem: MINHA CABEÇA É GINORME, junte isso à minha cara achatada e bochechuda de asiático e voìla: nenhum óculos cabe em mim.

Óbvio que estou exagerando (um pouco) mas meus dois últimos óculos antes do atual eram aqueles sem borda que dava pra mandar alongar a lente pra acomodar rostos mais largos, e antes disso eu usava aqueles óculos de armação quadrada de metal porque minha mãe falava que eu podia quebrar se fosse de acetato porque vivia brincando e correndo, minha mãe sempre superestimou minha hiperatividade.

Pois bem, eu sempre gostei de uma variedade de modelos de óculos mas nunca comprava porque de duas uma: ou era de acetato e ficava nas minhas bochechas (já que ele é "raso" demais) ou era muito pequeno pro meu rosto.

Então eu fui pro Japão.

Cara, uma das primeiras coisas na minha lista de compras lá: Comprar um óculos.

Quase ninguém sabe, nem os asiáticos fora da Ásia, é que os óculos de acetato pra asiáticos têm os nosepads bem mais longos pra acomodar os rostos mais achatados do pessoal de lá.

Então eu comprei dois óculos, e me segurei pra não comprar mais (o que eu devia ter feito). 

Todos os óculos que usei na minha vida (até agora).

Tem toda a história que no Japão dá pra fazer teste de vista na própria ótica e acabei fazendo pro meu primeiro óculos e deu totalmente errado, e na hora de fazer o segundo eu acabei falando pra fazer no mesmo grau que o óculos que eu cheguei usando no Japão. 

Mas enfim, amo demais os dois óculos que fiz lá, ainda mais o segundo. Eu já não conseguia me imaginar sem óculos, agora com esse que fica muito mais em evidência na minha cara é impossível.

Vira e mexe eu me pego navegando nos sites de óticas japonesas procurando uns modelos legais de óculos. Se eu quiser continuar com o tipo de óculos que uso só que mudando a armação, vou ter que ver aqueles que têm as perninhas dos earpads ajustáveis ehhhh, já estou pensando há anos em pegar um de metal ovalzão igual do Shutoku Mukai mas falta coragem. Vamo ver.

O meu sonho de consumo agora é ter um óculos "Made in Japan" e não fosse minha pão-durisse quando eu tava no Japão, eu teria comprado a armação que eu namoro faz anos da "Oh My Glasses! Tokyo". Cara, que coisa linda. O foda que ela era tipo cinco vezes mais cara que o óculos que estou usando agora, e provavelmente demoraria mais pra fazerem a lente, então não fica muito arrependimento.

O "Made in Japan" que eu tava de olho era um óculos da linha... Made in Japan da Persol, só que aqui esse óculos sai por quase dois mil reais e ah, depois de pagar pouco menos de 200 reais (5k JPY na época) no que estou usando, dói um pouco pensar em gastar essa grana toda num óculos.

Enfim, se eu pudesse eu teria uns dois ou três óculos. Acho que nem é pela questão de ocasião ou pra combinar com roupa, mais pra ter um rodízio pra não desgastar um óculos só, além de mudar um pouco a imagem pessoal.

Pois bem, aqui está o post sobre óculos que falei que faria num post anterior aí.

vlw flw, té mais!

domingo, 20 de dezembro de 2020

A Poli não é justa e a vida não é fácil

Não existem duas pessoas que se formam com o mesmo esforço na Poli.

Na Poli entram uns 1000 calouros todo ano em mais de 10 engenharias diferentes, e por mais que as equipes das matérias do ciclo básico tentem nivelar bem todas as turmas, e por mais que as provas sejam iguais pra todos, as aulas nunca vão estar no mesmo nível para todo mundo.

Um bom exemplo é Introdução à computação. Eu não tenho dúvida que o professor da minha turma era o melhor que tava dando aula naquele ano, e ouvi relatos de pessoal de outras turmas com professores que tentavam ensinar a disciplina toda na lousa, isso se refletia nas notas das provas e nas conversas rotineiras com gente de outras turmas.

Outra matéria do ciclo básico que era loteria era Desenho Técnico (é esse o nome de PCC-3100? Nunca lembro), que dependendo da sua turma você tinha um 8 garantido, dependendo você tinha uma rec garantida.

Mas enfim, isso só falando das diferenças de uma mesma disciplina dada no mesmo ano para turmas diferentes, se você comparar anos diferentes aí a comparação fica ainda mais interessante.

Álgebra Linear II (ela, sempre ela) neste ano mudou de ementa pra comportar uns atrasos decorrentes de uns problemas com Álgebra Linear I por causa da pandemia. Resultado: eu finalmente passei na sei lá que vez que faço essa merda, TUDO ISSO SEM COLAR. A parte final de Algelin II era o que sempre me matava: EDOs e reconhecimento de quádricas. Tirou isso, passei.

Cálculo Numérico eu passei em um dos anos que mais teve reprovação na história recente da Poli (2018), teve até vídeo do Poli Usp Memes sobre, e ainda é um dos maiores orgulhos secretos da minha graduação. Deve ter sido a disciplina que eu mais me dediquei: fui em todas as aulas, fui nos reforços que os monitores davam no IME, fiz prova antiga pra porra... e fechei com média de prova 5.0, depois de tomar um 1.3 na P2 e buscar o 5.0 na sub, pelo menos a nota dos EPs subiu a média total. 

Na quarentena essa diferença entre o desempenho dos alunos aumentou mais ainda, por mais que os professores inventem 1000 formas de prevenir cola e ainda dar uma aula boa, sempre vai ter gente que vai se unir pra colar e sempre vai ter gente que vai se foder por não conseguir acompanhar a matéria.

E nada disso reflete no histórico escolar. Um cara com 5 em Cálculo IV em 2017 se esforçou 10x mais que um cara que passou com 8 esse ano (na maioria dos casos) e lendo no histórico não dá pra você fazer essas distinção. É claro, aí ainda entra a moral de cada um. No mesmo ano e na mesma turma pode ter gente que cola e tira 10 e gente que estuda pra caralho e tira 5, mas isso é uma coisa universal.

Enfim, escrevo tudo isso porque estou no processo de arranjar estágio e mandei meu currículo e meu histórico escolar pra um sem número de empresas e olhando meu (horrível) histórico escolar me veio a ideia de falar sobre o assunto.

Por tudo isso e mais um pouco acho que pedir o histórico escolar no processo seletivo é meio merda, porque se tem uma coisa que não existe na Poli, e na maioria das faculdades, é meritocracia. 

Eu admito que a grande maioria (leia-se: todas, mas deve ter alguma que foi cuzisse do professor) das minhas DPs foi minha culpa, mas conheço casos de gente que passou em tudo colando e gente que rala pra caralho e ainda não consegue passar em algumas matérias.

Já diz o ditado que corre os corredores dos prédios da Escola Politécnica: "A vida não é justa e a Poli não é fácil" mas nesse caso é mais "A Poli não é justa e a vida não é fácil".

Pois bem galera, seguimos.

Vlw flw, té mais!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Vamos fugir deste lugar BABY

Eu amo o Natal.

Tudo bem, acho que este deve ser o décimo post que escrevo sobre o Natal mas EU ME LEMBREI DO JAPÃO (este vai ser o trigésimo post sobre o Japão).

Toda a finalidade de ter vaga pra cacete nas fábricas japonesas de doces em fim de ano e começo do próximo são justamente as datas comemorativas: Natal, Ano Novo, Valentine's Day e acho que tem mais uns outros feriados (apesar de não ter certeza se o pessoal come doce no dia da fundação do Japão, lá por Fevereiro). 

E eu gosto do Natal, gosto das comidas e dos presentes e das luzes e decorações e de todo o clima natalino, isso deveria ter sido amplificado bem mais já que eu tava no Japão, não?

O negócio é que quando eu fui pro Japão pra trampar, eu tava fugindo de tudo.

Eu tava fugindo das responsabilidades da Poli e da família, do presidente eleito, de qualquer pessoa que eu conhecia. Apesar do plano original ter sido ir com uma amiga minha e amigos dela, eu dei graças a deus que fui sozinho, não queria lidar com ninguém que me lembrasse da Poli, só depois descobri que um mano da minha sala também ia, pelo menos ele era suave e quase não falava com ele mesmo. Eu sequer planejava ver meus parentes lá, e por isso acabei nem perguntando se eles queriam algo do Brasil, me desculpem! Os meus primos foram um dos maiores motivos pra eu não ter odiado o Japão.

E cara, eu já falei isso em outros posts, mas até Janeiro eu tava ODIANDO o Japão: tava frio pra caralho, o trampo era fora da fábrica (ou seja, FRIO PRA PORRA), não sabia como ir pra Tokyo, não sabia se veria meus shows, não sabia me virar com meu japonês de animê e as folgas em Dezembro foram dedicadas a descansar já que pra quem não tava acostumado, aquele trampo era bem pesado.

A minha ceia de Natal aquele ano foi marmita do trabalho, já que eu trampava de madrugada, enquanto todo mundo do prédio onde eu morava fez mó festança. O Yoiti do Natal de 2018 não era o cara mais feliz de Yamanashi.

Mas é, depois até pude ver umas luzes remanescentes aqui e ali dos lugares que fui em Tokyo e Kofu em Janeiro, só me arrependo de não ter ido pra Roppongi, falam que são as melhores luzes natalinas do Japão, procure "Roppongi Christmas Lights" no Google, bonito pra porra.

Ruela enfeitada em Kofu.

Enfim, depois eu fiquei suave e desde então nunca mais calei a boca quando o assunto é o Japão (como vocês podem perceber), mas a viagem com certeza foi daquelas "viagens de autoconhecimento" que os protagonistas dos filmes fazem, eu só não morri num busão abandonado no Alaska.

Olhando agora eu falo tranquilamente que ir pro Japão foi a melhor escolha que fiz em um bom tempo, eu acho que também foi num ano bom porque, sinceramente, eu queria fugir daqui com todas as minhas forças. 

A viagem acabou fazendo com que eu sentisse uma verdadeira saudade do Brasil, das pessoas que conversavam alto, dos caras que tocavam funk no busão, do caos realmente caótico que é São Paulo se comparada a Tokyo e claro, dos meus amigos e da minha família. Quando eu estava no aeroporto de Narita, pronto pra voltar pro Brasil, eu não pensei um momento sequer das coisas que não pude fazer no Japão, eu estava ansioso em voltar pro Brasil pra poder comer a comida da minha mãe e encontrar meus amigos.

Mas é, a gente nunca está feliz. No Japão eu sentia saudade do Brasil e no Brasil eu sinto saudade do Japão. Espero não morar em muitos mais lugares pra não sentir mais saudades.

Eu ia focar mais no Natal neste post mas eu percebi ali no meio que, não fossem os bolos natalinos que estavam saindo a rodo da fábrica onde eu trampava, eu sequer percebi que era Natal quando eu tava no Japão.

Juro que o próximo post não vai ser mais sobre o Japão.

vlw flw té mais

domingo, 6 de dezembro de 2020

Chuo, Yamanashi

Como eu estou, novamente, numa sessão remember da minha viagem pro Japão: vou terminar essa série de posts com um post sobre a cidade onde morei e trampei lá, porque o Japão não é só Tokyo.

A gente chamava o lugar de Yamanashi, por mais que o certo fosse Chuo... ou Showa? O que a gente sabia era que não era Kofu. A divisão entre os vilarejos era bem tênue e a gente nem tentava entendê-la, o Google falava que era Chuo, Yamanashi mas tinha uma prefeitura pra onde a gente ia fazer os documentos em Showa e outra pra jogar o lixo em Chuo (sim, a gente tinha que andar até a prefeitura com o lixo reciclável).

Vista saindo da porta do nosso apato.

A área onde a gente ficava era bem servida de vários serviços: tinha vários restaurantes num raio de 10 minutos andando, dois supermercados (Trial e Ogino), um Family Mart logo no nosso lado e até umas farmácias. O shopping era consideravelmente mais longe (uns 40~50 minutos andando) mas como não tínhamos muita pressa, nem nos importávamos muito.

A gente morava perto do Family Mart.

As estações próximas eram uns 15 minutos de caminhada e vendo agora o quanto andei no Japão, eu começo a entender porque perdi 15kg lá.

Rua que a gente pegava pra ir pro supermercado.

 

Por mais que tivesse uma caralhada de plantação de arroz e verduras por perto, a cidade até que tinha uma boa região comercial. A paisagem meio montanhesca também era bem calmante em relação ao caos que era Tokyo.

No lado do nosso apato tinha uma escola de ensino fundamental e vira e mexe a gente via um pessoal com uniforme indo e vindo, além dos times de baseball, futebol e tênis treinando.

A escola no lado do nosso apato.

Outras lojas que a gente frequentava mais perto do apato era o Brechó "Link" (que não tinha roupas do meu tamanho), o Hotto Motto (loja de bentôs quentes feitos na hora), o Seria que ficava dentro do supermercado Ogino (concorrente da Daiso) e uma vez fui no Shimamura (loja de roupas baratas).

No meio caminho entre nosso apato e o Shopping tinha o Book-Off, que era a loja de tudo usado. Foi lá onde comprei meus jogos do Switch, alguns CDs, figures e alguns mangás usados por uma pechincha. 

Outra loja quase folclórica era a Fênix Brasil, loja de artigos brasileiros. Ela ficava de frente pra escola e era ponto de encontro dos (muitos) brasileiros que moravam por perto. Além de ser uma mercearia, a Fênix era uma rotisseria também: vendia acompanhamentos prontos e tinha até Frango Assado nos fins de semana. Eles operavam uma lanchonete que vendia os clássicos de rua do Brasil: do x-calabresa até o x-tudo. Os donos da Fênix eram gente fina demais e foram responsáveis por matar um pouco da saudade que tínhamos do Brasil lá.

Do lado do Book-Off tinha um restaurante peruano chamado Ricomar que vendia comida brasileira também. Fui lá só uma vez mas o PF que comi lá tava divino, bom demais.

Na época esse prato me deixou mais feliz do que qualquer sushi poderia.

Outros restaurantes mais próximos que a gente ia eram os ramens que citei no último post, agora no Shopping eu sempre comia um Suki-Ya ou Moz Burger porque não sabia falar os pratos dos restaurantes japoneses mais tradicionais RSRSRS, eu sofri lá glr. 

Foto random que tirei saindo do Aeon Mall.

O shopping em si (chamado Aeon Mall) era bem maneiro, foi um dos únicos shoppings que fui que lembravam a organização dos shoppings do Brasil, os que fui em Tokyo tinham menos separação entre as lojas (acho que por isso chamam maioria de "depaato", não de Mall). E ele era ginorme, ainda não entendo como aquele shopping enorme foi construído na puta que pariu no meio de Yamanashi, sendo que em Kofu (que era a maior cidade da região) não tinha shopping daquele tamanho. Pior que tinha um certo movimento sempre que eu ia lá.

Na estradinha que beirava o riozinho do shopping até o Book-Off tinha uns restaurantes também: um Suki-Ya, um Moz Burger e um Jonathan's pelo o que lembro, além de um Tsutaya (locadora de CDs e DVDs), um pachinko, a loja de bolos da fábrica onde eu trampava e um net café. 

Eu ainda tento entender como naquela cidadezinha tinha tanta gente pra manter todas essas lojas e restaurantes, acho que entra muito o fato de que a via expressa Chuo passa bem no meio daquela região, mas eu nunca via um movimento grande o suficiente pra justificar o tanto de investimento naquela região, economia japonesa I guess.

Mas enfim, eu sinto saudade de Yamanashi quase tanto quanto de Tokyo. Não tinha muito charme e não tinha muito o que explorar (em comparação com Tokyo) mas era nossa casa. A coisa que eu mais gostava dos dias de folga, que eu não ia pra Tokyo, era ir pro supermercado Trial e fazer minhas compras no final da tarde quando os estudantes da escola no lado estavam indo pra casa, foi o mais próximo de me sentir num anime na minha vida.

E é isso eu acho. Eu aproveitei bem pra explorar as redondezas lá em Yamanashi porque eu já sabia que, muito provavelmente, não iria voltar lá. Acho que a única chance de eu voltar lá é caso eu realmente fique por um bom tempo no Japão, aí com certeza vou querer matar a saudade.

Por hoje é isso aí,

vlw flw té mais!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Ramen

Como todo bom descendente de japoneses, eu amo ramen.

Cara, eu moro a 1 minuto do Aska, não tinha como eu não gostar de ramen. Mas o fato é que a primeira vez que fui lá foi só em 2012 mais ou menos, desde então (tirando esse ano) ir pro Aska é um compromisso mensal, quando não semanal.

Mas óbvio, explorei outros ramen-ya por Sampa, mas não muitos: o Jojo perto da Paulista, o Ikkousha, o Momo e o Kazu na Liberdade mesmo e o Nara na Saúde. 

No Japão eu fui em uns... cinco ou seis restaurantes de ramen acho? Tinha o delicioso Muramasa que ficava no lado do nosso apato (e que o dono deixava o rádio ligado numa estação de idols?? e o cara era bombado ainda), ainda na nossa cidade tinha o ramen-ya do lado do supermercado que era um pouco mais caro (e por isso só fomos no meu aniversário lá). 

Ramen Muramasa, que ficava no lado do nosso apato. Note o macarrão mais grosso.

Em Kofu eu fui no que falavam que era o melhor da província (mas não era tão WOW assim, talvez devia ter pedido outro prato?) e fomos num ramen-ya random por fome no primeiro dia nosso lá. 

Ramen random que achamos em Kofu, óbvio que tava bom.
 

Já em Tokyo eu fui no famoso Ichiran (que é bem bão), em Shinjuku eu fui em dois que forneciam 2 repetições de macarrão inclusas no preço (pelo preço esses foram os melhores lugares que comi no Japão) e fui ainda num ramen em Harajuku que, sinceramente, não curti muito o que peguei.

O Famoso Ichiran, bom demais.

 

Ah sim, eu comi um mini-ramen-"indonésio" no Museu do Cup Noodles em Yokohama mas era mais uma novelty do que realmente um prato.

Hmm, parece que comi mais ramen no Japão do que eu lembrava. 

Depois que acabar essa situação toda eu pretendo caçar uns ramen-ya que não conheço por Sampa pra expandir meus horizontes. Uma coisa que pouca gente fala é como Tsukemen é 1000x melhor que ramen DESDE QUE SERVIDO DO JEITO CERTO. Falo isso porque os tsukemen do Aska e do Ikkousha são bem meh, agora o tsukemen do Jojo Ramen MEU AMIGO, que prato delicioso. O pior é que o cara que dividia quarto comigo enchia o saco falando que tsukemen era do balacobaco e tudo mais e a gente nunca ouvia ele, até que eu pedi o tsukemen no Muramasa sem querer e realmente, é do balacobaco, ainda mais com o macarrão mais grosso.

Ainda sou um padawan no que se trata o ramen, e óbvio que amo um Cup Noodles de vez em quando, mas nada substitui um bom Tonkotsu Ramen com macarrão al dente, MALUCO, que saudade de comer um bom ramen.

Então é isso aí! 

vlw flw té mais

Me chamem pra comer um ramen!

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

O freezer é de todo mundo

Uma historinha rápida.

Quando eu tava no Japão, o nosso apartamento era dividido em três quartos. Ao longo de Dezembro inteiro, a geladeira era o famoso "todo mundo sabe o que é seu e tá tudo ok" mas chegou uma hora que começou a virar putaria, então um de nós teve a ideia de dividir as três prateleiras entre os três quartos.

Quarto tal pega a primeira prateleira, quarto tal a segunda e por aí vai. O negócio é que a porta da geladeira e o freezer (que, como as geladeiras de rico aqui, era embaixo) ainda estavam "free for all".

Aí que eu, que sempre estocava tudo que podia pra evitar de ir pro supermercado, me aproveitei desse loophole nas regras: comecei comprando comida congelada pra caralho e fui ocupando o freezer, o que é justo já que a comida É congelada, depois que a prateleira que eu dividia com meu amigo ficou cheia, eu simplesmente comecei a tacar coisa no freezer.

Gyoza? Freezer. Bentô? Freezer. Qualquer comida que seria aquecida no micro-ondas de qualquer jeito? Pro freezer você vai. Chegou uma hora que eu tava botando pacote de batata frita com prendedor fechando no freezer também.

Acabou que ninguém achou ruim, já que praticamente só eu tinha a nóia de sequer comprar comida congelada, mas como eu comprava tudo em pacote econômico (leia-se de 1kg), eu acabei comprando coisa demais e na última janta antes da minha semana de folga eu acabei fazendo toda a comida pro pessoal.

E as coisas que comprei eram maravilhosas: pacote de 1kg de nuggets, pacote de 1kg de tako-yaki, carne do gyu-don do Suki-Ya congelado, caixa de picolés Gari-Gari kun (o melhor picolé do mundo), linguiça fininha defumada (que é melhor que as daqui) e as famosas bandejas de gyoza com 40 que custavam 200JPY (150 se tivesse a muito tempo na geladeira).

A grande sorte minha foi que o nosso apartamento era o único que tinha um micro-ondas, se não fosse o caso eu estaria deveras fodido sem minhas opções congeladas. Quero dizer, mesmo no Brasil eu já devo minha alma (e minha pressão alta) às comidas congeladas, no Japão só juntaram a preguiça de cozinhar com a falta de tempo e dinheiro. 

E assim minhas jantas consistiam de arroz japonês + algo congelado, às vezes eu variava e comia um curry pré-pronto (com um Famichick comprado no Family Mart) ou o lamén nosso de cada dia quando queria algo BEM RÁPIDO. Só devo dizer que o tako yaki congelado era bom demais, com certeza uma das minhas comidas congeladas favoritas na vida.

Enfim, mais uma história do arubaito que lembrei enquanto escrevia meu TCC, e lá se vão mais uns minutos gastos aqui e não no Overleaf.

vlw flw té mais

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Onde cagar em Tokyo

Eu nunca fui do tipo de gente que só consegue cagar em casa, apesar de ter meus pré-requisitos pro banheiro ser digno das minhas nádegas, já que meu estômago sempre foi zoado e a intolerância a lactose me persegue faz uns bons anos já.

Como todo bom universitário (de universidade pública), meus requisitos de limpeza dos locais onde frequento sofreram uma queda livre desde que comecei a graduação, sejam restaurantes, sofás onde dormir, lugares pra se ter uma festa e claro, banheiros.

O banheiro do prédio da Mecânica da POLI era nojentaço, de longe o pior da Poli e se bobear era o pior da Luciano Gualberto até a Raia Olímpica. As coisas melhoraram quando reformaram ele lá por 2016 ou 2017 mas o cheiro ruim prevalece ainda.

Então, é claro, o pobre aluno de Engenharia Mecânica/Mecatrônica/Naval, ainda mais os que estavam na época pré-reformas, tem o hábito de caçar um banheiro decente pra quando precisa fazer o número 2. As opções mais usuais são o banheiro dos professores no segundo andar (um belo jeito de ser odiado por eles por um motivo extra-acadêmico), o banheiro da administração (onde não tem aulas, perfeito), o banheiro da Civil (que são absurdamente grandes mas também têm uma movimentação muito grande) e o famoso banheiro da FEA (que eu nunca fui, mas falam que é bom).

Agora, essa caça por um lugar bom pra cagar tomou proporções absurdas quando eu fui pro Japão. Se antes eu avaliava qual era o melhor banheiro num raio de 100m do prédio da mecânica, no Japão eu simplesmente testei banheiros pela cidade inteira.

E já falo: o melhor banheiro do Japão (que eu fui) é o do Takashimaya grudado na estação de Shinjuku.

Não foi por falta de concorrentes: fui no banheiro do caríssimo Omotesando Hills, nas lojas chiques de Shibuya (e constatei que NÃO TEM BANHEIRO MASCULINO NO SHIBUYA 109, ou pelo menos não achei), nas galerias de Shimokitazawa, nos prédios de otaku de Akihabara, nas estações de trem (que no caso de Shinjuku e de Shimokita eram muito bons), nos arcades da Sega, nas casas de show (que, obviamente, não eram dos mais limpos),  num shopping grã-fino em Odaiba, no Meiji Jingu, no Senso-ji em Asakusa, nos museus nacionais, na Universidade de Tokyo, ENFIM, fui em muito banheiro nas minhas viagens em Tokyo.

Mas é, o banheiro do Takashimaya era incrível, obviamente que eu preferia os banheiros dos lugares onde dormi: tanto o do Net Café quanto do Hostel, mas nisso já entra outros fatores. O banheiro do hostel em particular foi o meu favorito na minha estadia no Japão, além da cabine ser totalmente fechada, o assento era aquela invenção maravilhosa de ser aquecido + ter bidê, e você não sabe a conveniência daquilo até usar, meu irmão.

O bidê é até meio dispensável mas maluco, sentar a bunda GELADA do frio de -2°C de Tokyo num assento quentinho (aquecido por resistores, não bundas alheias) de privada é do balacobaco, se aquele assento não custasse tipo mil reais (hoje, mas procura aí que é uns 15k JPY) eu tinha trazido um pro Brasil.

Os banheiros mais nojentos eram os das casas de show e os de Akihabara, que por coincidência eram os lugares onde eu mais frequentava. O banheiro mais estranho que usei foi o do Meiji Jingu que por algum motivo era meio aberto,  as cabines eram realmente fechadas e tudo mais mas o banheiro em si era bem aberto pro mato, aí tava um frio da porra lá dentro.

Uma coisa interessante é que, no Japão, é conhecimento comum que maioria dos banheiros, às vezes até de restaurantes, não tem papel toalha/secador pra secar as mãos depois de lavá-las, então todo mundo anda com um lenço. Eu sempre secava as mãos nas calças mesmo.

Outra coisa é que deve ser um medo comum do japonês ficar sem papel higiênico na cabine, o porta-papel higiênico mais comum nos banheiros públicos lá comportavam dois rolos enormes de uma vez, além do folclórico banheiro do Ichiran ter uns 20 rolos pendurados na parede.

Banheiro do Ichiran, acho que todos os rolos são iguais apesar de ter umas plaquinhas diferentes. Retirado de: <https://www.tripadvisor.com/LocationPhotoDirectLink-g1066456-d1688898-i246180220-Ichiran_Shibuya-Shibuya_Tokyo_Tokyo_Prefecture_Kanto.html>

O negócio é que toda estação em Tokyo, e maioria Japão afora também, é equipada com banheiros limpos e decentes, maioria dos banheiros que citei aí eu fui mais por curiosidade do que realmente necessidade. O maior exemplo é o banheiro do Omotesando Hills: "EU PRECISO USAR O BANHEIRO DE UM DOS SHOPPINGS MAIS CAROS DE TOKYO, CARA!" -disse o Yoiti sem ter um puto de grana, e acabou sendo meio decepcionante, o do Takashimaya é bem melhor. 

Mais uma prova cabal de que eu tava paupérrimo depois de gastar tudo em pelúcias e shows, fiz turismo de banheiro naquela cidade.

Enfim, esse post foi totalmente desnecessário e desagradável mas a vida também é e todo mundo aguenta.

vlw flw té mais!

terça-feira, 17 de novembro de 2020

Maluco, meus pais não podem pagar por essa viagem não

Acho que o maior reality check que tive na vida foi quando propuseram uma viagem de formatura pra Cancún e sentimos na pele que nosso colégio era de classe média média, não classe média alta.

O pessoal do TERCEIRÃO URRA URRA HEI antes do nosso tinha viajado pra Floripa na formatura deles, mas como nossa turma se achava do balacobaco, nós achávamos totalmente factível de ir pra Cancún. A Forma Turismo foi lá, apresentou o resort maravilhoso, as baladas, os mergulhos com golfinhos, Hard Rock Café, etc. e então o preço.

Era caro pra caralho.

Eu não lembro muito bem o valor exato, já que isso foi uns bons 7~8 anos atrás, mas era tipo 5 vezes o preço da viagem pra Floripa.

A realidade era que nosso colégio tinha algumas poucas pessoas que podiam pagar por uma viagem de formatura pra Cancún, chuto umas 5 no máximo, e o resto não podia sonhar em gastar aquela grana numa tacada em uma viagem só.

Aí então, a gente que quase ridicularizava a ideia de ir pra Floripa, acabamos aceitando a realidade monetária das nossas famílias e concordamos em fazer uma viagem pra Floripa do que meia dúzia de nego ir pra Cancún.

Foi só depois que fiquei sabendo que alguns colégios maiores (e mais caros) geralmente têm duas viagens de formatura: uma pra um lugar caro pra caralho e outra pra um lugar razoável, parece que não é só a gente que tinha essa disparidade de realidades monetárias numa série só.

Enfim, a viagem de Floripa foi legal, e a de Búzios que a gente foi depois por ter ganhado o game show lá também foi incrível. Eu acho sim que Cancún seria melhor ainda (mas será que seria 5 vezes melhor?) mas viagem de formatura é pra você aproveitar com seus amigos, é meio que um jeito de terminar o ensino médio com chave de ouro, então não tem muito sentido ir pro melhor lugar do mundo que seja só que sozinho.

Mas acho que das pessoas que conheci na Poli, POUQUÍSSIMAS tiveram uma viagem de formatura, até porque escola técnica (de onde boa parte das pessoas que conheci vieram) geralmente não faz essas coisas e a outra parte das pessoas que conheci não curtiam a ideia de viagem de formatura, oh well.

Eu escrevi esse post porque lembrei do silêncio constrangedor que ficou na sala depois que apareceu o preço da viagem no PPT que a Forma Turismo apresentou. Ah, bons tempos.

O único pesar que tenho de não ter ido pra Cancún é que não me vejo indo pro México em qualquer circunstância hoje. Eu sei que Cancún é tão México quanto Gramado é Brasil, mas teria sido uma experiência diferente de qualquer jeito.

Enfim enfim enfim, 

vlw flw té mais!

domingo, 15 de novembro de 2020

Doutrinação por meio de mangás

 Uma coisa que passei a notar ultimamente, ou pelo menos ser mais paranoico sobre, é a posição política dos autores dos mangás que leio.

O Japão é um país conservador, sobre isso não há a menor dúvida, mas é legal ver como a visão política dos autores transparecem nas obras mesmo elas não sendo necessariamente políticas. 

Os mangás dos anos 60~70 em particular são em sua maioria obras políticas progressistas, já que o Japão tava passando pelo período de turbulência do pós-guerra e tinha acabado de assinar o tratado de não-agressão com os Estados Unidos. Ashita no Joe, Gen Pés Descalços e Adolf (do Tezuka) são obras da época, bem progressistas pros padrões de então. 

Nos mangás do final dos anos 90 pra hoje, já há uma divisão mais notável entre mangás conservadores e mangás progressistas. Acho que os maiores exemplos de mangás conservadores são os nacionalistas na cara dura, tipo o "Gate: Jieitai Kanochi nite, Kaku Tatakaeri", ou os que glorificam a estrutura social japonesa (sendo machista no caminho, obviamente), tipo "Bartender", "Sanctuary", "Hokuto no Ken" (e qualquer mangá do Buronson) e "Maiko-san Chi no Makanai-san", grande maioria dos isekais são bem conservadores também. Agora, mangá progressista tem aos montes em magazines menos mainstream tipo a Afternoon ou a Comic Ryu, tipo Blue Period, Ikoku Nikki, Oyasumi Punpun (e qualquer mangá do Inio Asano), Aku no Hana (e qualquer obra do Shuzo Oshimi), etc. 

E sim, eu sou de esquerda declaradamente mas não vou ficar só lendo obra progressista. Sanctuary é um épico incrível apesar de ser um dos mangás mais machistas que li na vida, Bartender é uma glorificação fodida do estilo de vida Yuppie da classe empresarial do Japão e Hokuto no Ken é Hokuto no Ken né, mas são mangás essenciais pra você entender o próprio Japão.

Agora, os mangás progressistas dos anos 60~70 abordavam pautas bem diferentes dos mangás de hoje. Se na época a maior luta era contra a ocupação americana, a guerra e a desigualdade, agora o foco é mais em identidade de gênero, machismo e a depressão pós-moderna em geral, o que acho que é uma mudança de foco condizente com as obras progressistas do mundo todo na real.

Ah sim, claro que tem mangá que não tem uma orientação política explícita, o que é a maioria na real, mas tem sinais aqui e ali de autor conservador: mulheres desenhadas em proporções impossíveis, glorificação do nacionalismo/guerra, um reforço constante do papel da mulher na sociedade (e nada que contradiga isso na obra), etc. 

Eu posso parecer chato SJW tentando achar agulha em palheiro mas na real que leio mangá com visões conservadoras constantemente e aprecio muito deles. A não ser que o mangá seja CLARAMENTE revisionista e retrógrado AHAM Eien no Zero AHEM, não acho que ver uma obra de uma ótica que não a sua seja necessariamente ruim, meu filme favorito é Poderoso Chefão que é bem conservador afinal.

Mas é, acho que tem muito mangá que acaba levando a bandeira muito a sério e acaba se perdendo no seu próprio tema tentando ser defensor de qualquer pauta que seja, ainda mais mangá histórico sobre a segunda guerra, esse é um tema impossível de ser imparcial no Japão, ou você é ultranacionalista ou totalmente anti-guerra.

Eh, enfim, queria terminar o post falando de um mangá de cada quadrante, na minha opinião, do Political Compass:

  • Auth Right: Sanctuary. Dois amigos sobreviventes dos campos de concentração do Camboja sob o Khmer Rouge, voltam pro Japão e decidem chegar ao topo da hierarquia no submundo e na política;
  • Auth Left: Ashita No Joe. Um cara fodido de pobre começa a lutar boxe e é a coisa mais luta de classes num mangá da década de 70;
  • Lib Right: Bartender. Um bartender em Ginza, bairro mais chique de Tokyo, usa sua habilidade em fazer coquetéis para curar a alma dos clientes burgueses que passam pelo seu bar;
  • Lib Left: Blue Period. Um cara descobre seu amor por artes, sofre pra caralho pra melhorar e em alguns capítulos foca no amigo trans dele, VOCÊS JÁ DEVIAM ESTAR LENDO ESTE MANGÁ.

 Hmm, acho que era isso que eu tinha pra falar. Eu realmente curto mangá de qualquer jeito, se ele for bom, mas os que TOCAM A ALMA são mesmo os mais progressistas, tipo Blue Period e qualquer coisa do Shuzo Oshimi ou do Inio Asano.

Leiam uns mangás aí também e vamos discutir as duas coisas que nunca deviam estar juntas: otakisses e política.

valeu, falou, té mais!

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Sdds de tomar uma gelada com os amigos

Meu deus, que saudade de sair com meus amigos.

Eu, aparentemente, sou um dos únicos que ainda está levando a quarentena a sério. Gente pra caralho saindo pra viajar, fazendo churrasco em casa, gerando aglomerações e tudo mais, mas aqui em casa a quarentena tá vigente.

Sinceramente não culpo a falta de noção do pessoal, se eu morasse sozinho, muito provavelmente, também estaria um pouco menos quarentenado, mas não quero ser o cuzão que saiu pro rolê e fez os pais ficarem doentes.

Mas eu sinto uma saudade imensa de sair com meus amigos, quase dói até.

Isso tudo porque fico vendo os stories do Instagram, hoje vi um da vocalista de uma banda que amo (do Japão) que ela filmou das amigas dela dividindo a conta num Izakaya. Eu sei que no Japão tá praticamente tudo normal (normal de verdade, não que nem aqui) e só a cena ao mesmo tempo tão casual mas ao mesmo tempo que não presencio desde Março me deu uma saudade danada, isso sem falar, obviamente, da saudade do Japão vendo o vídeo (mesmo que eu não tenha pisado num izakaya lá).

Eu estou com várias cervejas em casa por causa de promoções dos Deliveries mas não consigo tomar uma gelada sem meus amigos, eu sequer gosto da maioria das cervejas pra ser bem sincero, mas é a única bebida possível pras mais variadas conversas com amigos em bares de higiene duvidável. Por mais que meu grupo do ensino médio (saudosa TdT) estivesse mais presente nos Cafés do que nos bares até os últimos rolês, acho que tem papo que só rola mesmo depois de uns copos de cerveja.

Acho que todas minhas memórias com cerveja são boas. Eu não lembro muito bem qual foi a minha primeira breja, mas lembro do Bixopp 2015 que foi a primeira festa que fui da USP (primeira de poucas). Teve também a época que eu e meus amigos saíamos em busca de DEGUSTAR cervejas artesanais, e isso durou o tanto que você deve estar pensando. Claro, tiveram os shows que fui no Japão, acho que pedi cerveja só em dois se não me engano, além da SUIYOBI NO NEKO que bebi andando por Shimokita. E claro, todo rolê com meus amigos da Poli são movidos a cerveja, tanto as sinucas nos lugares mais aleatórios de São Paulo quanto os últimos rolês no Bixiga e na Maria Antônia, sempre acompanhados de boas conversas.

Sinceramente, eu pagaria facilmente os baldes de cerveja superfaturada dos bares da Augusta se estivéssemos em situação normal agora. 

Ainda lembro de uma das primeiras vezes que fui pra um bar com o pessoal do meu ensino médio e como a gente bebeu 3 baldes de Serramalte e todos saímos tortos pra caralho do Bella Augusta numa missão hercúlea de ter que chegar no Metrô Brigadeiro sem tropeçar, ser atropelado ou gorfar. Foi uma cena deprimente mas ainda é uma das lembranças que guardo com mais carinho.

Quando toda a poeira abaixar vamos nos encontrar pra uma cerveja, uns petiscos, uns abraços e algumas conversas fiadas que não seriam as mesmas no Google Meets ou no Discord.

vlw flw té mais

, e falo esse té mais com intenção.

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Johnny get your gun!

Não foram poucas as vezes que ouvi de uns amigos meus que eles queriam passar por uma guerra porque a vida na pós-modernidade não tem muito sentido.

Eu sempre fui pacifista, quero dizer, tirando a fase que eu curtia FPS e queria ser engenheiro bélico porque curtia armas (eu tinha 13 anos galera, mas acabei parando numa engenharia ligado à militaria de qualquer jeito hmmm...), e sempre rechacei qualquer forma de querer resolver as coisas na violência numa escala internacional. Eu vejo sentido em gastar dinheiro em defesa nacional, já que nem todo país é bem intencionado, mas priorizar armamentos em detrimento de educação e programas sociais? Jamais.

É claro que esse nem é o ponto da discussão. 

Acho que todo mundo na minha idade chegou num ponto onde se perguntou o porquê de estar fazendo o que faz, não há um bem maior, um grande motivo. Daí alguns acabam pegando alguma coisa pra pelo menos fingir que há sim um motivo maior e um bem comum que todos devem almejar, seja o patriotismo, religião ou qualquer coisa do tipo.

Claro, a sociedade capitalista se move devido o motivo maior do DESEJO e do CONSUMO. "Ah, vou trabalhar até perder minha saúde pra comprar aquele carro!" ou "Se eu trabalhar sem parar por cinco anos vou finalmente poder pagar aquelas férias de três semanas pra Disney!" mas isso sempre me pareceu muito vazio.

Eu tenho todo o desejo do mundo de conhecer novos lugares e ir ver mais shows, o que sinceramente acho ser válido demais, mas nada que seja um MOTIVO MAIOR ou algo do gênero, só uns life goals mesmo.

Acho que aí que entra o pessoal que acha que uma guerra seria uma boa, se for igual nos filmes, a guerra traria aí uma maior valorização pelo o que a gente dá como garantido no nosso dia-a-dia, além de criar uma mentalidade bem simples: sobreviver até o próximo dia e, caso fôssemos lutar, matar o inimigo.

Eu já prefiro procurar sentido na vida de outras formas, eu inclusive estava estudando umas coisas de budismo pra "filosofar" um pouco sobre o sentido da vida mas não acho que chegarei numa conclusão muito cedo.

Acho que adquiri uma visão pacifista depois de assistir LOGH, mas uma das coisas que mais me deixam puto é a velharada que nunca foi pra uma guerra, e muitas vezes nem prestou serviço militar, pedindo guerra aí pros quatro cantos. É fácil mandar jovens pro front quando você sabe que não vai pegar em armas.

Eu sinceramente sou 100% anti-guerra e não estaria muito animado pra defender nossa nação-Brasil (e isso nem é por causa do nosso presidente), além de temer o impacto psicológico que uma guerra causaria numa pessoa, no caso eu. Mas, em caso de (grande) invasão ao nosso país é senso comum que é melhor estar nas forças armadas do que fora delas, mas isso já é outra história.

Eu falo tudo isso mas acho a história das Brigadas Internacionais na Guerra Civil Espanhola uma coisa bem legal. Gente do mundo todo foi lutar lá na Espanha porque acreditavam nos ideais de esquerda da época. É bem verdade que acabou não dando certo e foi uma bagunça do caralho, mas ainda acho uma história legal.

Resumo da ópera: eu entendo quem acha que a guerra seria uma solução pra falta de sentido na pós-modernidade mas acho que é um preço muito alto pra pagar por isso. Mesmo que seja uma guerra fora do Brasil, que seria bem menos pior que uma guerra aqui, eu não veria muito sentido em ser mandado pra puta que pariu por causa de uma treta entre uns véio que provavelmente nem estão botando as vidas deles na linha pelo o que falaram. 

Isso me lembra uma frase no Gundam Thunderbolt: "Young Heroes who lay down their lives for ideals, they are the perfect ones to sacrifice". Claro, se fosse pra pilotar um Gundam eu ia FACILMENTE pra uma guerra, mas julgo que essa opção não é muito factível.

Enfim, é isso aí. Fiz esse post num ano que QUALQUER coisa é possível então não sei se farei justiça ao meu pacifismo, só espero ser dispensado de ir pro front devido à minha saúde, minha miopia ou meu sedentarismo.

vlw flw té mais!

domingo, 1 de novembro de 2020

Belle & Sebastian

Ontem aconteceu isso:


Stuart Murdoch é o vocalista do Belle & Sebastian, banda que amo de coração e Anitta, bem, vocês conhecem ela.

Belle & Sebastian é, pra mim, o equivalente ocidental do Kinoko Teikoku pra dias que estou deprê, ou seja: música pra chorar, deixar tudo sair, em dias que estou mal. Parece que a Anitta prefere as músicas mais felizinhas dos álbuns mais recentes, eu (e maioria dos fãs) prefiro os quatro primeiros álbuns que tem aquela vibe mais dissafected youth indie pop do final dos 90/começo dos 2000.

Pra falar a real eu não ouvi muito de B&S depois do "Fold Your Hands Child" de 2000 então não posso ser chamado de fã fã mesmo da banda, mas tem música deles que me manda pro chão até hoje.


E uma das memórias mais marcantes que tenho da banda é justamente com o álbum dessa música que coloquei acima. Antes de começar o show da Chiaki Sato que fui, tava tocando o (álbum) The Boy with the Arab Strap e eu pensei comigo mesmo: "Nossa! O pessoal aqui tem bom gosto, conhecem até Belle & Sebastian..." aí me toquei que estava numa casa de shows em Shibuya, num show da ex-vocalista do Kinoko Teikoku, acho que foi nessa hora que percebi que nunca encontraria um lugar onde me encaixaria tão bem quanto lá.

Belle and Sebastian é bem conhecido, mesmo no Brasil. A banda já se apresentou diversas vezes aqui e era atração constante daqueles festivais que tinham antes do Lollapalooza dominar a porra toda. Se eles voltarem pro Brasil (talvez num show com a Anitta?) eu gostaria bastante de vê-los ao vivo, eu sei que não tocam as músicas antigas com taaaanta frequência mas as novas não são particularmente ruins não.

Enfim, ouçam Belle & Sebastian, ainda mais os álbuns "If You are Feeling Sinister" e "The Boy with the Arab Strap", a música da banda (e de qualquer indie pop nessa vibe) não é nada extraordinário nem nada mas é definitivamente uma boa adição pra uma playlist legal.

vlw flw té mais!

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

CRUSH DE AMIZADE

"Putz, eu queria muito conversar com aquela pessoa mas nunca tive oportunidade." Não é raro eu pensar isso desde que entrei na Poli, e nem estou falando só em conhecer as meninas. 

No meu ensino médio eu tive a (in)felicidade de conversar com todo mundo, até de séries diferentes, já que meu colégio era relativamente pequeno. As coisas começaram a mudar no cursinho. 

No Etapa eu só conversava com estranhos quando queriam discutir algum exercício (geralmente de física ou matemática) e vez ou outra rolava uma conversa solta aleatória. Em 2013 eu não criei nenhum amigo no cursinho, mas em 2014 eu acabei conhecendo pessoas bem legais que sou amigo até hoje, e foi tudo pela obra do acaso da gente sentar perto durante o ano todo, o que foi uma pena porque teve uma boa galera que eu só troquei um papo durante a festa dos aprovados e pareciam ser bem firmeza.

Então eu fui de um ambiente diário de 50 pessoas com minha idade pra uma sala de 200 pra então entrar com 800 na Poli, é óbvio que não tem ninguém que conhece todo mundo do mesmo ano de ingresso (ou será que tem?) mas eu dividi sala com tantas pessoas diferentes e que realmente achava que pareciam ser super gente fina mas nunca tive oportunidade de bater um papo, quero dizer, você não chega numa pessoa falando "Pô, você parece daora, vamos dar um rolê?" em condições normais, talvez numa festa isso pareça ser um comportamento mais aceitável mas não depois de uma aula de Hidrodinâmica.

Quero dizer, eu puxo conversa com pessoas na sala de aula às vezes e criei umas amizades no ano passado que eu juro que não faço ideia como começaram, mas geralmente sou introvertido demais para chegar numa pessoa que não conheço, depois que viro amigo já é outra história.

Eu tive a ideia de fazer este post depois que lembrei que um amigo, que fiz durante minha viagem pro Japão, falou que um dos caras que moraram no mesmo prédio que a gente comentou que era uma pena que eu não ia nos rolês da galera porque eu parecia ser gente fina. Eu até fui com esse cara, e mais uma galera que chegou no mesmo dia no Japão, até Kofu pra passear logo na primeira semana lá, mas realmente depois daí a gente só se viu em situações pontuais (inclusive uma vez já no Brasil). E é uma pena porque ele também parecia uma pessoa bem legal. Os rolês que perdi com o pessoal no Japão foram um ponto negativo de ter me dedicado exclusivamente a ir em shows em Tokyo, não me arrependo tho.

Maioria dos amigos que tenho eu conheci por circunstâncias meio que forçadas: ou dividiram sala de aula comigo (seja em algum curso, colégio, cursinho ou faculdade) ou moraram comigo (no caso dos que conheci no arubaito), tem umas exceções de gente que conheci por amigo de amigo e tudo mais, mas é minoria.

É, eu gosto de conhecer gente, apesar de eu passar a imagem de ser extremamente antissocial e introvertido (o que eu talvez seja?) acho legal conhecer pessoas novas e criar novas amizades, ou como chamam hoje em dia: NETWORKING.

Óbvio que não sou nenhuma Miss Simpatia e quero virar amiguinho de todo mundo, tem gente que não consigo suportar e obviamente tem gente que não me suporta também, e tudo bem, ninguém nasceu pra agradar a todos.

Mas é, acho que li um cara chamar esse sentimento de querer ser amigo de alguém de "Crush de amizade", o que é um nome terrível mas passa a ideia.

Enfim, vocês já tiveram seus "crushes de amizade"? Acho que todo mundo né. Eu já não vejo meus amiguinhos (presencialmente) desde Março então este post é mais uma reza braba pra essa merda toda acabar para todos nós podermos beber uma gelada no bar mais podrão que tiver por aí.

vlw flw té mais!

domingo, 25 de outubro de 2020

WAIFUS

Já que este blog foi feito só pra queimar meu filme, então vamos piorar a situação.

Você já foi apaixonado por uma personagem da ficção, pode admitir... hmm, vamos mudar o tom: VOCÊ JÁ FOI APAIXONADO POR UMA PERSONAGEM DA FICÇÃO, PODE ADMITIR, FILHO DA PUTA!

Talvez a heroína daquele filme, ou uma personagem muito bem escrita num livro ou a menina kawaii no mangá que você leu semana passada (eu sei que 90% de quem lê este blog se enquadra aqui). Mas enfim, todo mundo é culpado aqui, e nem digo de gostar de uma personagem a ponto de querer se casar com ela (como às vezes aparece nas notícias sobre do Japão), mas ser cativado por uma personagem a ponto de ter uma paixão platônica? Quem nunca.

O negócio é que na subcultura dos otakus de plantão na interwebs existe um termo, "waifu" (ou "husbando" se for um personagem masculino), que designa as personagens fictícias com quem você se casaria. Eu... não vou entrar em mais detalhes mas podem ficar sossegados que eu não pensei em me casar com uma personagem fictícia ainda.

Mas eu não vou regular neste post não, vou falar das minhas waifus mesmo, personagens de mangás/animes/games pelas quais sou/fui apaixonado platonicamente em algum ponto na minha vida.

~Waifus~

Minha primeira waifu na vida foi a Lacus Clyne do Gundam Seed. Eu não lembro direito porque, já que ela é uma personagem totalmente rasa e horrível e o anime não ajuda muito, já que é igualmente raso e horrível, mas o Yoiti de 11 anos gostava do cabelo rosa eu acho (??) e a Lacus também era meio idol, meio princesa? Eu não lembro bem. Mas dá pra dizer que a Lacus foi a minha primeira paixão no mundo dos animes.

Depois dá pra falar da Yuna do Final Fantasy X/X-2, a Rise do Persona 4, a Makoto do Persona 5, Akashi do Tatami Galaxy, Celica do Fire Emblem Echoes, Jeanne D'Arc e Sakura Saber (Okita Souji) do Fate Grand Order. Eu gosto muito da Jeanne, ainda mais por ela ser dublada pela Maaya Sakamoto, mas me recuso a ver a atrocidade que é Fate Apocrypha e qualquer Fate não produzido pela Ufotable pra falar a verdade.

Dá pra ver que eu acabo gostando mais de personagens de games do que de mangás/animes, acho que isso entra muito naquilo que falei de como animes, filmes e séries em geral não conseguem desenvolver um personagem de forma tão completa quanto nos livros e, neste caso, nos games também.

Eu particularmente não sou de TER waifus (por mais que as pelúcias na minha cama e as figures na estante digam o contrário), eu tenho umas personagens que acho particularmente KAWAII :3 que acabo comprando merch delas, isso é tão verdade que comprei uma figure do Idolm@ster sem nunca ter jogado/assistido nada da série só porque a figure era kawaii e baratinha (é a figure da esquerda na foto abaixo), não me arrependo.

Estante de uma pessoa normal, que não é otaku e não tem waifus.

 

Como eu não cheguei no fundo do poço no que se trata de relacionamentos interpessoais, não é porque eu gosto de uma personagem que eu sinto vontade de me casar com ela, e por isso que maioria dos personagens que gosto geralmente são muito mais pro viés de sentar pra conversar num bar/café ou de pura admiração mesmo do que uma eventual atração romântica, a Chiyoko do act-age e a Touko do Kara no Kyokai por exemplo são personagens muito interessantes que eu não chamaria de waifu porque seria meio que diminuí-las a seres kawaii unidimensionais, o que não é o caso com Fate Grand Order que é praticamente uma fábrica de waifus pro pessoal gastar a grana.

Enfim, estou com esse post aberto numa aba faz umas semanas já e acho que é isso? 

Em suma, eu realmente, JURO PELOS MEUS CDS AUTOGRAFADOS, nunca tive uma waifu waifu no sentido mais estrito da palavra. Pra ser bem sincero é bem provável que eu nutra uma paixão mais profunda por umas artistas que eu goste (Chiaki Sat- AHEM) do que por personagens que não existem, eh, não é como se eu fosse um fã batshit crazy de idol que nem o maluco stalker do Perfect Blue, eu só acho mais fácil gostar de uma pessoa que existe do que uma personagem 2D.

Quero dizer, eu até joguei Love Plus nas férias pra ver se eu conseguia arranjar uma waifu mas sinto que as personalidades das moças nesses Dating Sims são tão unidimensionais (mais até que no FGO) que eu não consigo vê-las além do que elas fazem nos jogos. Eu li que a Rinko do Love Plus foi baseada na Yuki do livro Dance Dance Dance do Murakami (a minha personagem favorita do meu livro favorito dele) e fiquei bem decepcionado na real.

Acho que no final tudo volta pra aquilo que falei de que o único meio que explora bem os personagens é a literatura, ou eu sou uma pessoa sem empatia alguma, hmm... não, mentira! Eu chorei no episódio 10 do Violet Evergarden como toda pessoa com coração.

A cabeceira da cama de uma pessoa normal, que não é otaku e não tem waifus.

E é isso aí, apesar de eu ter escrito aí que não tenho waifus e acho a ideia meio tosca, posso dizer que fiquei por muito pouco de ter um dakimakura, mas acabei gostando mais da ideia das pelúcias depois de pegar a Miku num arcade.

Fico aqui por hoje, vlw flw té mais! 

Mandem abraços pras waifus/husbandos de vocês.

sábado, 3 de outubro de 2020

Hopi Hari e uma divagação sobre parques temáticos em geral

Como todo bom paulista que estudou em colégio particular de classe média no final dos anos 2000/começo dos 2010 sabe: o maior programa pro final do ano letivo era o Hopi Hari.

Ah Hopi Hari! Eu nem lembro direito que ano fui lá pela primeira vez mas era um objeto de desejo faz tanto tempo que era quase uma obsessão. Eu ficava olhando o mapinha que minha irmã tinha trazido de alguma das vezes que ela foi pra lá e fazia os mais variados roteiros de como aproveitaria um dia passeando por aquele lugar.

Ah, primeiro a Montanha Russa! Depois o Rio Bravo! Chapéu Mexicano! Carrinho Bate-bate! Navio Viking! E a Torre Eiffel pra terminar com chave de ouro!

Enfim chegou o ano que meu colégio considerava seguro pra levar a gente pra lá, acho que foi no sexto ou sétimo do fundamental, e chegando lá era aquilo que você que foi já deve ter passado: calor do caralho, fila em todos os brinquedos possíveis, gente pra caralho, comida superfaturada e horrível e higiene meio suspeita.

Mas eu não me decepcionei, toda a mística do Hopi Hari ser um país e ter uma língua própria é bem legal, além das diferentes áreas serem tematizadas das mais variadas coisas: de velho oeste americano a civilizações antigas. O foda mesmo eram as filas infinitas e o Hopi Pass que era um cheat code pago praticamente, mas nada o suficiente pra me traumatizar.

Eu acabei indo umas três ou quatro vezes pro Hopi Hari e todas as vezes foram divertidas, dos brinquedos maiores eu só não fui mesmo na Torre Eiffel PORQUE EU TENHO UM MEDO FODIDO DE ALTURA e sou um medroso na moral, eu fui arrastado pelos meus amigos pra todos os brinquedos possíveis mas esse tipo de coisa não é pra mim na moral. A última vez que fui pro Hopi Hari foi em 2011 ou 2012 e eu já estava cansadaço de ter emoção, curiosamente foi logo antes da moça lá ter caído da Torre Eiffel e o parque ficar fechado por um tempo.

Eu tive chance de ir num parque maior que o Hopi Hari, a Tokyo Disneyland no caso, mas não fui pra ir pro show da Chiaki Sato. Meus amigos do arubaito ainda não me perdoaram por isso mas tem uma série de fatores que me fizeram escolher gastar meu tempo andando por Tokyo do que pela terra do Mickey no Japão.

Parquinho de diversões de Caraguá.

Particularmente eu sou bem mais os parques menores que são abertos pro público (e não cobram entrada) e você só precisa pagar pelo ingresso pra cada brinquedo. Óbvio que são feitos pra públicos diferentes, um parque de beira-mar não é feito pra você gastar o dia inteiro lá, mas esse clima mais casual é incrível. Eu passei pelo Cosmo World de Yokohama e senti a mesma vibe do parquinho à beira-mar de Caraguá que tanto amo, os parques de diversão abertos nas cidades litorâneas são patrimônios da humanidade.

Cosmo Clock, parte do Cosmo World de Yokohama.

E por isso mesmo meu sonho é visitar Coney Island bem mais do que a Disneyland. Desde que joguei Bioshock Infinite e pesquisei mais sobre como eram os parques de diversão no auge de Coney Island, eu criei um fascínio por parques de diversão abertos à beira-mar, e quanto mais sujão mais interessante fica porque lembro de Flapjack e do Neutral Milk Hotel, nisso o parque de Caraguá ganha do de Yokohama.

Enfim, eu tive a ideia pra fazer este post porque estou usando minha caneca do Hopi Hari que comprei na última vez que fui lá, é daquelas que tem uma camada de gel que congela rápido dentro dela e você deixa ela no freezer até precisar gelar uma bebida rápido. Eu devo ter pago um preço absurdo por ela mas pô, ela está em uso faz uns bons 10 anos e é uma lembrança de um bom momento que tive com meus amigos.

E é isso aí, espero um dia ir pro Hopi Hari de novo, ou não, não sei se tenho ânimo pra ir ainda.

vlw flw té mais!

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

Meu tesourinho

 Eu sempre tive um fascínio da pessoa ter um BEM MAIS PRECIOSO, um tesouro pessoal. 

"Sabe essa lapiseira? Ela tá com essa tampa amassada porque salvou meu tataravô de uma bala numa trincheira no norte da França em plena Primeira Guerra Mundial!"           

 - Alguém, provavelmente

Eu até herdei umas coisas legais do meu pai, maioria delas obviamente relacionadas a engenharia, mas nunca foi algo que teve muito significado pessoal pra mim porque não tinha nenhuma narrativa folclórica ligada.

O meu bem pessoal pelo qual eu nutria mais carinho é meu canivete suíço, sobre qual já falei num post deste ano ainda, ele não tem um significado maior ou qualquer coisa do tipo mas eu sempre ando com ele na mochila e inclusive foi bem útil em situações que iam desde precisar de uma tesoura pra cortar uma folha de papel na aula de termo até ter que abrir uma lata de creme de leite no Japão. O canivete em si não tem muita história, eu o comprei numa viagem pra Campos do Jordão com minha família depois de ter terminado meu ensino médio mas eu tenho plena consciência que o canivete vai durar mais que eu.

Agora, apesar de eu amar meu canivete, eu não ficaria particularmente DEVASTADO se ele quebrasse ou se eu perdesse ele, já que é uma ferramenta eu meio que tenho plena consciência de que ele deve ser usado e que pode ser eventualmente substituído, então qual é meu bem mais precioso?

Eu gosto muito da minha HQ edição especial da Morte do Sandman e gosto também do meu Kalk Samen Kuri no Hana (famoso melhor álbum das história da humanidade) que minha prima me trouxe do Japão em 2014 mas, novamente, não tem nada de extraordinário nesses objetos, por mais que eu IDOLATRE o KZK falando que ele é a maior obra de arte já feita na humanidade, o objeto físico em si é meramente uma embalagem da obra (por mais que seja uma embalagem instigante) e eu posso muito bem comprar outra cópia caso eu perca a que eu tenho.

Pois bem, algo que eu tenho que tem bastante valor sentimental e que eu considero meu bem mais precioso? Óbvio que vai ser algo que peguei na minha viagem pro Japão.

Meu CD do he(r)art do For Tracy Hyde assinado por (quase) toda a banda veio junto com os CDs que eu considerava mais importantes na minha bagagem de mão, o resto foi na mala despachada, e foi o ÚNICO CD que foi danificado na viagem de volta pro Brasil, a embalagem pelo menos (o crystal case rachou). E ele é um símbolo do que passei no Japão porque os outros dois CDs autografados que tenho (do Hitsujibungaku e do Luby Sparks) foram assinados porque as bandas estavam todas lá juntas na mesinha de merch e era meio que "incluso" no preço do CD os autógrafos. 

No caso do CD do he(r)art eu comprei da vocalista e esperei meu nível de nervosismo abaixar um pouco pra puxar uma conversa (em inglês) com o guitarrista pra ele então ir comigo atrás de (quase) todos os membros da banda pra eu pedir autógrafo, parecia um pai guiando a criança numa festa. Isso tudo e também foi o CD que comprei no meu primeiro show que fui no Japão além da temática do álbum ser centrada em Tokyo, foi nesse dia também que me apaixonei pela cidade. O dia 11 de Janeiro de 2019 estará sempre guardado no meu こころ como o dia que eu me tornei um Tokyoite temporário, apesar de eu ter conhecido só Shinjuku nesse dia, foi amor a primeira vista. 

Quando eu pego meu CD do he(r)art me vem toda a jornada que fiz: de pedir pro meu chefe adiantar minha folga até minha primeira janta em Tokyo que foi um Big Mac que comi na minha cabine do netcafé, me lembro que a primeira pessoa que vi quando cheguei na casa de shows (2h adiantado) foi a vocalista do For Tracy Hyde saindo correndo pra comprar umas coisas na konbini no lado e percebi de repente que aquelas pessoas que eu via tocar na tela do Youtube eram reais.

 

Capa e autógrafos do famigerado.

 

Os únicos poréns dos autógrafos é que um dos guitarristas não assinou (ele tinha vazado mais cedo eu acho) e o baterista que assinou não era o que estava na banda durante a gravação desse álbum em particular, mas na moral que isso não importa, For Tracy Hyde foi a única banda com quem falei dos sete shows que fui no Japão e eu só tinha descoberto eles uns três meses antes de ir pro arubaito, ou seja: se eu tivesse ido pra arubaito em qualquer ano anterior, eu provavelmente não teria ido num show deles e é bem possível que não teria falado com nenhuma banda.

O álbum em si (sobre o qual eu já falei no post sobre a banda) é um tributo a Tokyo, e mesmo que não soubesse disso antes de ouví-lo, depois de conhecer a cidade eu me surpreendi com a capacidade da banda ter conseguido espremer a alma de Tokyo tão bem em pouco mais de uma hora de música, e como diz o título da penúltima música do álbum: Tokyo will find you.

Enfim, eu nem acho que he(r)art seja o melhor álbum da banda, o New Young City que veio depois com certeza é uma evolução musicalmente, mas é uma coisa que tem tanta ligação pessoal comigo que eu nem posso pensar em julgar a obra de forma imparcial, pra mim he(r)art sempre será aquele dia 11 de Janeiro de 2019, quando um jovem Yoiti de 22-quase-23 anos se perdeu e se apaixonou pela cidade mais incrível do mundo.

Ouçam o álbum aqui!

E é isso eu acho? Na moral que eu nem planejei falar tanto sobre o he(r)art já que queria fazer um post exclusivo sobre ele mas miei da ideia e virou o que virou e falei da minha viagem pro Japão novamente RSRSRSRSRSRSRS se foi intencional ou não fica a cargo do leitor.

Pois bem, vlw flw té mais!

quinta-feira, 10 de setembro de 2020

EMOÇÃO GALERA, EMOÇÃO!

Tem um tipo de música que só existe no underground e é um dos maiores motivos pra eu apreciar tanto o cenário musical não-mainstream japonês: as músicas que conseguem passar emoção de uma forma mais crua.

Pode vir me tacando pedra falando que chora ouvindo sertanejo ou The Killers mas acho que maioria da música que chega no ponto de virar hit acaba sendo esterilizada demais, música de sofrência não tem grito nem choro, o vocalista não desafina cantando EM PRANTOS sobre término, o público não canta o refrão com o fundo dos pulmões, etc.

Eu sei que estou sendo chato, e querendo que toda banda seja basicamente punk, mas acho que é muito bosta você procurar uma música pra sua situação (ainda mais quando for ruim) e ter que se contentar com uma pessoa cantando bem uma letra realmente muito bem escrita mas com zero emoção, poxa, eu quero SENTIR ALGO quando ouço uma música.

Na moral que eu comecei a me importar com EMOÇÃO na música quando ouvi essa aí, a parte depois da pausa (lá por 6:30) é tão crua e mostra o desespero de uma forma tão nua que me assombra até hoje quando ouço, e é algo que a gente nunca vai ver numa música mainstream, apesar da banda sucessora a essa (Midori) ter chegado bem perto de emplacar um sucesso mainstream e Shinsei Kamattechan ser teoricamente mainstream enquanto faz músicas bem pesadas sobre bullying e suicídio.


Esse vídeo mostra porque eu amo Kinoko Teikoku, meu deus, olha a Chiaki Sato cantando quase chorando no final do Yoru ga Aketara (lá pelos 12min) e deveras, é uma música sobre perdoar uma outra pessoa. Eu fiquei puto com a banda justamente porque a música deles ficou muito higienizada, as letras de algumas músicas (Aruyue e Sculpture em especial) são muito boas mas não tinha aquela magia que eles tinham antes, aqueles rough edges que faziam com que todo jovem sem rumo na vida se identificasse com a música deles, mas isso já é passado.


Essa música já é mais pra quando eu quero dar uma alegrada depois de um dia bosta, geralmente eu ouvia Judy and Mary pra esses casos mas essa música do Volleyboys tem esse refrão alto astral que é feito pra ser cantado com uma plateia que anima qualquer um, espero poder ver eles ao vivo algum dia.


Acho que alegria já é algo mais presente no mainstream mas desse jeito? Só a Kaneko Ayano mesmo. As músicas mais alegres do Judy and Mary também são muito boas mas a Kaneko Ayano tem uma aura que nem a YUKI nos anos 90 tinha, e por isso que por mais que ela esteja crescendo bastante ultimamente, não acho que vai chegar no TOPO TOPO das paradas que nem a Aimyon por exemplo, a Kaneko Ayano é muito selvagem pro establishment japonês deixar correr solta.

Tudo isso quer dizer que só gosto de música com gente gritando? Nah. Eu gosto bastante de shoegaze e da Ichiko Aoba em certos momentos, só acho que falta EMOÇÃO no cenário mainstream musical, porra, eu quero chorar ouvindo uma música triste, quero ficar puto ouvindo música pra se revoltar, quero sentir GOOD VIBES ouvindo música feliz, mas é difícil você sentir isso da música se você se restringir só ao que todo mundo ouve.

Acho que é isso, eu queria escrever esse post depois de ter lido um crítico musical falando que ele odeia toe por ser uma banda que tenta se desvincular muito da emoção e acaba parecendo meio insosso, por mais que seja uma busca pela perfeição da forma.

É isso, vou dormir em posição fetal enquanto choro ouvindo Kinoko Teikoku, é pra isso que comprei meus IEMs: pra poder ficar deitado de lado sem ter o perigo dos fones caírem.

vlw flw té mais!

sábado, 29 de agosto de 2020

OUVI GINCANA??!!!!!

 O colégio onde estudei por 12 anos da minha vida era católico e tudo mais, e na última semana de Agosto era sempre celebrada a "Semana Santo Agostinho" ou Semana Cultural.

É uma coisa que lembro com muito carinho: quando eu tinha acabado de entrar no colégio, a semana cultural realizava sua última edição no formato antigo: todos os alunos do colégio (de todas as séries e ensinos, de todos os turnos) eram divididos aleatoriamente em quatro equipes: Ontem, Hoje, Amanhã e Sempre, e depois de uma semana cheia de gincanas, atividades e outro eventos, a equipe que ganhasse ia pra chácara do colégio de graça (ou algo assim, isso foi há uns 18 anos).

As atividades iam de cabo de guerra a gameshows no teatro do nosso colégio, como eu era aluno do Jardim III, não deu pra ter uma dimensão muito grande do evento como um todo, mas lembro de voltar pra casa e falar pra minha mãe de como tinha sido os eventos, lembro bem que minha irmã estava em outra equipe e que eu estava na equipe "Amanhã".

Depois desse ano, 2002 no caso, a semana cultural ficou mais normal: tinham lá suas celebrações em homenagem ao santo que dava nome ao nosso colégio, vulgo Santo Agostinho, e umas gincanas, eventos e tudo mais, mas não tinha aquele clima de SPORTS FESTIVAL de um anime como antes, o que foi uma pena.

Com o passar dos anos os eventos foram minguando e minguando até que nos meus últimos anos de ensino médio, a Semana Santo Agostinho foi extinta e os eventos foram espalhados pelo ano inteiro, o que tirou totalmente a graça deles. Parece que a justificativa era que tinha uma boa galera que matava aula durante essa semana, o que eu não acho que era verdade, pelo menos eu lembro bem que quase ninguém da minha turma faltava durante essa semana e era uma coisa que eu até aguardava todo ano pra ver como ia ser.

Eu até entendo agora que se na faculdade rolasse isso eu certamente ia matar as "aulas", já que poderia estar estudando, trabalhando ou simplesmente fazendo algo melhor com meu tempo, mas pra garotada de ensino fundamental não tem nada que eles podiam estar fazendo nesse tempo e pro pessoal do ensino médio (ainda mais do TERCEIRÃO! URRA URRA HEI!) a semana pode ser uma boa pausa pra não despirocar.

Sei que sou meio suspeito pra falar disso, já que eu conseguia ter menos vida social no ensino médio do que hoje... durante a pandemia, mas puta merda, gincanas são legais pra caralho. O último resquício de gincana que sobrou no meu colégio foram as MARATONAS INTELECTUAIS que eram quizzes entre umas 6 salas, que eram sempre no palco do imponente teatro do nosso colégio, com perguntas nas categorias (se me lembro corretamente): Conhecimentos gerais, filmes, música e acho que tinha mais uma mas não me lembro [PESSOAL QUE FEZ ENSINO MÉDIO COMIGO POR FAVOR COMENTAR ABAIXO SE LEMBRAREM] onde cada sala mandava dois representantes por categoria, e por mais triste que seja eu preciso admitir que minha sala NUNCA ganhou essa merda, eu acho que inventaram isso lá pelo meu sétimo ou oitavo ano? Então conta aí umas 4 ou 5 edições disso que participei mesmo, me mandaram subir no palco representando a sala, e nunca ganhei, NUNCA! Gianluigi Buffon e Zlatan Ibrahimovic eu entendo vocês.

Enfim, não quero lembrar muito disso aí já que não valia absolutamente nada, não tinha prêmio nem merda nenhuma, mas foi uma puta humilhação ter perdido no TERCEIRÃO contra a molecada do segundo, isso tudo porque um mano da minha sala esqueceu de botar o artigo A em A PEQUENA SEREIA (sim, eu sempre vou lembrar disso). E a sala inteira voltou cabisbaixa da maratona. Em nossa defesa a gente ganhou as viagens de formatura NA FAIXA depois de participar d'O Último Passageiro (que era apresentado pelo nosso atual secretário nacional da cultura) numa gincana televisionada em rede nacional contra dois outros colégios com mensalidades maiores que o do nosso. CHUPA TERCEIRÃO QUE VEIO DEPOIS DA GENTE! O PROGRAMA FOI CANCELADO DUAS SEMANAS DEPOIS QUE A GENTE FOI E VOCÊS NÃO GANHARAM VIAGEM DE GRAÇA! HAHAHAHAHA!

Pois bem, acho que tudo isso explica muito bem porque gosto bastante do Integrapoli, é praticamente uma gincana que não considera o bom senso e dura uma semana SEM PAUSAS. Eu nunca participei ativamente do Integra mas foi uma coisa que sempre me proporcionou umas risadas e prefiro mais que ele exista do que o caso contrário, a Poli merece ter uma semana em que as pessoas possam rir de outras coisas que não as notas das provas de numérico.

Eu não sei se é efeito da quarentena mas eu amaria estar puxando um cabo de guerra ou respondendo pergunta de borda geográfica ou memorizando onde a luzinha acende pra eu pisar ou qualquer coisa do gênero, gincanas são legais.

Por hoje é só galera, valeu, falou, até mais!

quinta-feira, 27 de agosto de 2020

O fardo de ter dois nomes próprios e não poder usá-los em conjunto porque ficaria estranho

 Uma boa parte dos descendentes de japoneses aqui no Brasil têm dois nomes próprios: um brasileiro e outro japonês, e com isso vem uma série de dramas cotidianos.

Qual nome você  (que tem nome japonês e brasileiro) bota no Facebook? Os dois nomes + sobrenome? Nome brasileiro + sobrenome? Só os dois nomes? Nome japonês + sobrenome? Acho que todo mundo tem uma relação diferente com o nome, eu por exemplo só sou chamado de Daniel por pessoas que acabaram de me conhecer ou por professores/pessoas com ligação mais formal comigo, normalmente as pessoas estão me chamando de Yoiti depois da primeira semana que me conhecem.

Mas eu conheço descendentes que basicamente só usam o nome brasileiro ou que são conhecidos pelo sobrenome, eu geralmente observo como um cara é chamado pelos amigos antes de me referir a ele mas tem vários casos de eu ser uma das únicas pessoas que chamam alguém pelo nome japonês, assim como algumas poucas pessoas me chamam pelo sobrenome. No arubaito eu chamava o pessoal do meu setor pelo sobrenome mas o resto do pessoal que eu conheci por fora eu chamava pelo nome mesmo.

Um costume que acabei adquirindo foi de preencher "Daniel Ishida" em qualquer lugar que precisasse de cadastro, já que sempre pediam o primeiro nome e o sobrenome, e eu não queria dar trabalho pra quem fosse tentar falar "Yoiti", mas um caso interessante foi quando fui fazer óculos no Japão e preenchi meu nome como Daniel automaticamente no tablet de cadastro, a moça gaguejou um "Hmm... Dani.. Danieru-san?" e percebi que pela primeira vez botar Yoiti teria sido mais conveniente.

Ter botado só Yoiti Ishida no Facebook também gerou uns incovenientes aqui e ali, tem gente que me procura lá depois de eu me apresentar como Daniel e não acha e qualquer site que faço cadastro com a conta do FB acaba me cadastrando como Yoiti, e isso faz com que muito motoboy do Ifood fique com cara de interrogação pra tentar falar meu nome, mas maioria fala certo (ao contrário do nosso atual secretário nacional da cultura que errou umas 5 vezes em rede nacional 7 anos atrás, quem sabe sabe).

Enfim,pode parecer que não sou muito afeto do nome Daniel mas acho que é mais que eu gosto demais de Yoiti (já que era diferente), até eu entrar na Poli eu só tinha visto uns Yuiti mesmo, mas Ishida e Yoiti tem, se somados, mais que Daniel nessa faculdade eu aposto.

Eu escrevi esse post porque achei a notinha fiscal do óculos que uso normalmente, que é da história da moça gaguejar falando DANIERU, e tá lá ISHIDA DANIEL. Na moral que foi o óculos mais barato que já comprei (5000JPY, na época era uns 170 reais acho?) e como é de plástico ele é mais confortável que os sem borda que eu usava desde 2014, mas ainda está nos planos pegar um oval pra fazer uma justa homenagem ao Shutoku Mukai do começo dos anos 2000. Quando eu for trocar de óculos eu prometo que vou escrever um post sobre óculos, sou fascinado por eles.

Pois bem, vlw flw e té mais!