quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

2020

Último post do ano, e que ano hein?

Eu tentei dar um gás em Dezembro pra tentar passar 2012 como o ano com mais posts neste blog mas não deu, pelo menos consegui pegar a vice-liderança de 2013, que provavelmente não será ultrapassada tão cedo.

2020 teve seus pontos positivos: consegui passar em disciplinas que nunca pensei que passaria nessa vida e, tirando uma matéria FODA PRA CARALHO, eu estou MAIS OU MENOS seguro que dá pra me formar no final do ano que vem! EEEEEEEEEE! Vamo ver o que vai rolar, mas a princípio É POSSÍVEL!

Agora, tirando (este aspecto) da Poli, o ano foi meio merda:

  • O Santos até que tá bem na Liberta mas não alimento muita ilusão (mas se ganhar do Boca já é), nas outras competições aconteceu o que anda acontecendo faz uns três anos: só decepção;
  • De Janeiro até o começo de Março eu fui em rolê pra caralho e o ano tava prometendo ser O ano dos rolês... não rolou;
  • Neste ano só assisti Tonikaku Kawaii e Nami Yo Kitte Kure de anime, o primeiro foi bem meh mas virei fã da Riho Sugiyama pelo segundo, que nem foi uma adaptação tão boa mas ela foi demais;
  • Já que eu tive bastante tempo livre, ainda mais no primeiro semestre do ano, eu pude acompanhar os lançamentos musicais do ano, e foi meio fraquinho pra falar a real (2019 e 2018 foram bem melhores) mas até que tive uma boa surpresa com o Bildungsroman do Hiperson, preciso mergulhar no indie chinês;
  • A USP fez o convênio com o Coursera e eu descobri um vício que não sabia que tinha: fazer cursos online. E acho que foi onde mais aprendi no ano;
  • Parei de fazer aulas de japonês porque o formato online sinceramente é meio merda se comparado com o presencial;
  • Reuniões online com os amigos também são igualmente merda, mas melhor que nada I guess;
  • Eu curto o look de usar máscara mas é desconfortável pra caralho, mas o look é daora e isso que importa;
  • Aprendi a fazer jailbreak no meu 3DS e joguei várias coisas, Pokémon X não é tão ruim quanto falam, ainda sustento que o Sun&Moon é o pior da série;
  • Acho que vi uns 4 filmes no ano todo, isso contando dois que vi do festival de cinema indie japonês;
  • De série só assisti Tiger King (pelo memes obviamente), mas estou prestes (prestes) a ver Alice in Borderland;
  • Joguei Shin Megami Tensei IV e o IV Apocalypse, definitivamente foram os que mais joguei este ano;
  • Li zero livros este ano;
  • Li mangá pra caralho em compensação;
  • Um ponto alto foi que terminaram de traduzir Team Medical Dragon depois de 15 anos, e é o melhor mangá que terminei de ler neste ano;
  • O ponto alto real do ano foi que aprendi a cozinhar algumas coisas e descobri que gosto bastante disso.

Enfim, e pra cereja do bolo: eu enviei meu CV pra uma caralhada de empresa e, se não me engano, estou participando de pelo menos 12 processos seletivos, dos quais 4 eu teria que me mudar de cidade e 3 são tão fora da minha área acadêmica (se existe isso pra politécnico) que eu sinceramente não sei como que me mandaram pra fase seguinte.

Seguimos na luta, galera.

Feliz ano novo pra vocês! Que 2021 seja melhor mas né, não é mudando a folha do calendário que as coisas melhoram.

vlw flw té mais!

segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Minha pré-escola japonesa

Por doze anos da minha vida eu frequentei o mesmo colégio, sobre o qual volta e meia falo sobre neste blog, mas e antes disso?

Por um ano eu frequentei o Mutsumi Youtien, uma escola bilíngue japonesa que ficava numa das travessas da Rua Tamandaré, hoje acho que se mudou pra Vila Mariana.

A escola era bem japonesa, toda a estrutura dela era aquela coisa que você vê em animes e acho que a gente só não tirava o sapato na entrada mesmo, porque de resto seguia bem o que se vê nos animes. 

O nosso uniforme era um avental amarelo e a roupa que usávamos por baixo era livre, mas tínhamos também um uniforme mais "formal" para celebrações, fotos e essas coisas, que era uma pólo branca e uma berma (ou calça? não lembro) vinho.

Eu tinha 4 anos na época (logo foi 20 anos atrás)? E foi a minha primeira experiência cotidiana em um ambiente escolar, então algumas coisas me marcaram bastante enquanto que outras caíram no esquecimento.

Apesar de teoricamente a gente ter as aulas esperadas pra uma criança de 4 anos, eu só lembro mesmo de duas disciplinas: japonês e português. A professora de português, pelo o que eu lembro, era o que você deve ter em mente quando eu falo de uma professora de pré-escola e a professora de japonês era uma velhinha que só falava japonês e devia estar lá ensinando faz umas boas décadas. Eu aprendi o básico do básico do básico de japonês (famoso ler e escrever hiragana) lá mas esqueci tudo até ter que aprender de novo fazendo japonês na Aliança.

A gente tinha a maior variedade de eventos japoneses possíveis: o Undokai (tradicional gincana japonesa), a gente apresentou uma peça de teatro em japonês no final do ano (onde eu interpretei um astronauta), teve um dia que lutamos Sumô e ganhamos uma medalhinha de papelão com um Pokémon e tivemos uma festa junina com aquele mix de coisas japonesas e brasileiras que quem é de família japonesa deve saber como é.

Foi no Mutsumi que eu criei minhas primeiras amizades e, por incrível que pareça, eu mantive algumas delas até hoje, obviamente que não do mesmo jeito que outrora mas não perdi contato com esse pessoal.

Hmm, mas é, o Mutsumi é só uma das muitas pré-escolas japonesas que existem em São Paulo e que são destino dos famosos JAPAS JAPAS, que são os JAPAS que só andam com JAPAS e seguem aquele caminho de JAPA JAPA: fazem uma escola japonesa, depois vão pro Etapa/Band no ensino médio, enquanto isso fazem parte de algum grupo de escoteiros, frequentam baladas JAPA e no final vão pra USP fazer Poli, FEA ou Med e participam de time de baseball e eventualmente vão fazer arubaito. Eu só pulei o recheio desse caminho e não ando com JAPAS JAPAS apenas, por isso não sou JAPA JAPA, ou como meu amigo fala "KORÔNIA NÉ".

Enfim, isso foi só uma zoeira mesmo e não tenho nada em particular contra JAPAS JAPAS (tenho até amigos que são...) mas estou usando meu japa card pra poder zoar os JAPAS JAPAS já que zoar a própria etnia é ok (de acordo com as regras morais que regem a Internet até a última atualização na data desta postagem).

Eu não fiquei no Mutsumi o suficiente pra criar qualquer afeição ou sequer saudade do lugar em si, foi meio que só uma parada antes de chegar no colégio onde fiquei 12 anos da minha vida, mas foi uma experiência legal pra contar pros outros: "Eu fiz uma pré-escola japonesa e aprendi mais japonês que português durante o ano que fiquei lá", inspirador, não é mesmo?

Pelo menos a escola não era religiosa.

E é isso aí, se você foi meu colega de sala ou estudou no Mutsumi em algum ponto no começo da sua vida, manda um comentário aí pra gente matar a saudade de escrever o nome em hiragana com giz de cera ou de fazer origami de chapéu usando jornal.

vlw flw té mais!

sábado, 26 de dezembro de 2020

Um suposto monólogo no palco do Teatro do Colégio S**** A********

No meu terceiro ano do ensino médio, meu professor de geografia falou que, caso eu passasse na Poli direto, ele iria me chamar pra dar uma palestra no colégio.

Eu acabei não passando direto e enfrentei um ano de limbo no cursinho, então o convite pra palestra nunca veio, mas na minha cabeça eu sempre imaginei o que falaria no palco do teatro do meu colégio caso o convite tivesse vindo em 2015 (ou depois).

Posso enumerar uma infinidade de arrependimentos que tive durante o ensino médio: o meu orgulho secreto de ir bem sem estudar que me fodeu completamente durante a minha graduação toda por não tem aprendido a estudar direito, como eu não saí com meus amigos o quanto deveria, não ter aproveitado o tempo livre pra fazer cursos de língua/instrumento achando que durante a faculdade seria mais de boa, etc etc etc.

Mas o negócio é que, durante o ensino médio, eu achava que tudo era definitivo, que qualquer deslize que fosse ia acabar me fodendo dali alguns anos, seja uma advertência ou um "carimbo de tarefas atrasadas", mas no fim nada disso importa.

Se você tá lendo isso e está no ensino médio: não deixe de fazer as coisas que gosta pela "turminha" da sua sala, muito provavelmente você não vai mais vê-los. Se for pra bater em gente (desde que com motivo), tem que bater mesmo, advertência apesar de intimidadora não vai influenciar em nada na sua vida. E caso queira fazer uma faculdade difícil: aprenda a estudar ou a colar, porque sem saber nenhum dos dois fica difícil mesmo passando no vestibular.

Eu falaria basicamente isso pra garotada do ensino médio. Óbvio que no meio dessa minha "palestra" hipotética o professor cortaria meu mic, mas por vezes eu acho que o ambiente do meu ensino médio era mais tóxico que o da Poli, você tem noção do peso dessa afirmação? Era muita panelinha, muita puxação de saco, muita manutenção de ego que, ainda bem, não é tão presente no meu curso.

Eu acabei tirando uma galera que não curtia do meu ensino médio da maioria das minhas redes sociais, junto foram umas pessoas que eu não me importava muito, porque sinceramente, não me importo com o que essas pessoas fazem e não me importo com o que eles pensam sobre o que faço. 

Enfim, ensino médio pode ser bom, pode ser ruim e pode ser os dois. Acho que meu primeiro ano foi uma merda porque a sala onde eu tava só tinha panaca, maioria desse pessoal acabou repetindo de ano e isso fez com que meus próximos dois anos fossem bem mais tranquilos. Meu segundo foi suave e meu terceiro foi bem bom, quem diria que umas viagens deixariam o ano tão melhor assim.

Mas é, resumo da ópera: Não leve desaforo pra casa, não se importe com a opinião alheia, aprenda a estudar ou a colar, saia com seus amigos e gaste seu tempo em coisa útil enquanto você ainda o tem. 

E o mais importante: em prova com muito cálculo pode usar calculadora.

E acho que é isso aí, vlw flw té mais!

terça-feira, 22 de dezembro de 2020

ÓCULOS

Eu uso óculos desde meus 12 anos e sempre tive que escolher o modelo pela praticidade.

Como todos que me conhecem sabem: MINHA CABEÇA É GINORME, junte isso à minha cara achatada e bochechuda de asiático e voìla: nenhum óculos cabe em mim.

Óbvio que estou exagerando (um pouco) mas meus dois últimos óculos antes do atual eram aqueles sem borda que dava pra mandar alongar a lente pra acomodar rostos mais largos, e antes disso eu usava aqueles óculos de armação quadrada de metal porque minha mãe falava que eu podia quebrar se fosse de acetato porque vivia brincando e correndo, minha mãe sempre superestimou minha hiperatividade.

Pois bem, eu sempre gostei de uma variedade de modelos de óculos mas nunca comprava porque de duas uma: ou era de acetato e ficava nas minhas bochechas (já que ele é "raso" demais) ou era muito pequeno pro meu rosto.

Então eu fui pro Japão.

Cara, uma das primeiras coisas na minha lista de compras lá: Comprar um óculos.

Quase ninguém sabe, nem os asiáticos fora da Ásia, é que os óculos de acetato pra asiáticos têm os nosepads bem mais longos pra acomodar os rostos mais achatados do pessoal de lá.

Então eu comprei dois óculos, e me segurei pra não comprar mais (o que eu devia ter feito). 

Todos os óculos que usei na minha vida (até agora).

Tem toda a história que no Japão dá pra fazer teste de vista na própria ótica e acabei fazendo pro meu primeiro óculos e deu totalmente errado, e na hora de fazer o segundo eu acabei falando pra fazer no mesmo grau que o óculos que eu cheguei usando no Japão. 

Mas enfim, amo demais os dois óculos que fiz lá, ainda mais o segundo. Eu já não conseguia me imaginar sem óculos, agora com esse que fica muito mais em evidência na minha cara é impossível.

Vira e mexe eu me pego navegando nos sites de óticas japonesas procurando uns modelos legais de óculos. Se eu quiser continuar com o tipo de óculos que uso só que mudando a armação, vou ter que ver aqueles que têm as perninhas dos earpads ajustáveis ehhhh, já estou pensando há anos em pegar um de metal ovalzão igual do Shutoku Mukai mas falta coragem. Vamo ver.

O meu sonho de consumo agora é ter um óculos "Made in Japan" e não fosse minha pão-durisse quando eu tava no Japão, eu teria comprado a armação que eu namoro faz anos da "Oh My Glasses! Tokyo". Cara, que coisa linda. O foda que ela era tipo cinco vezes mais cara que o óculos que estou usando agora, e provavelmente demoraria mais pra fazerem a lente, então não fica muito arrependimento.

O "Made in Japan" que eu tava de olho era um óculos da linha... Made in Japan da Persol, só que aqui esse óculos sai por quase dois mil reais e ah, depois de pagar pouco menos de 200 reais (5k JPY na época) no que estou usando, dói um pouco pensar em gastar essa grana toda num óculos.

Enfim, se eu pudesse eu teria uns dois ou três óculos. Acho que nem é pela questão de ocasião ou pra combinar com roupa, mais pra ter um rodízio pra não desgastar um óculos só, além de mudar um pouco a imagem pessoal.

Pois bem, aqui está o post sobre óculos que falei que faria num post anterior aí.

vlw flw, té mais!

domingo, 20 de dezembro de 2020

A Poli não é justa e a vida não é fácil

Não existem duas pessoas que se formam com o mesmo esforço na Poli.

Na Poli entram uns 1000 calouros todo ano em mais de 10 engenharias diferentes, e por mais que as equipes das matérias do ciclo básico tentem nivelar bem todas as turmas, e por mais que as provas sejam iguais pra todos, as aulas nunca vão estar no mesmo nível para todo mundo.

Um bom exemplo é Introdução à computação. Eu não tenho dúvida que o professor da minha turma era o melhor que tava dando aula naquele ano, e ouvi relatos de pessoal de outras turmas com professores que tentavam ensinar a disciplina toda na lousa, isso se refletia nas notas das provas e nas conversas rotineiras com gente de outras turmas.

Outra matéria do ciclo básico que era loteria era Desenho Técnico (é esse o nome de PCC-3100? Nunca lembro), que dependendo da sua turma você tinha um 8 garantido, dependendo você tinha uma rec garantida.

Mas enfim, isso só falando das diferenças de uma mesma disciplina dada no mesmo ano para turmas diferentes, se você comparar anos diferentes aí a comparação fica ainda mais interessante.

Álgebra Linear II (ela, sempre ela) neste ano mudou de ementa pra comportar uns atrasos decorrentes de uns problemas com Álgebra Linear I por causa da pandemia. Resultado: eu finalmente passei na sei lá que vez que faço essa merda, TUDO ISSO SEM COLAR. A parte final de Algelin II era o que sempre me matava: EDOs e reconhecimento de quádricas. Tirou isso, passei.

Cálculo Numérico eu passei em um dos anos que mais teve reprovação na história recente da Poli (2018), teve até vídeo do Poli Usp Memes sobre, e ainda é um dos maiores orgulhos secretos da minha graduação. Deve ter sido a disciplina que eu mais me dediquei: fui em todas as aulas, fui nos reforços que os monitores davam no IME, fiz prova antiga pra porra... e fechei com média de prova 5.0, depois de tomar um 1.3 na P2 e buscar o 5.0 na sub, pelo menos a nota dos EPs subiu a média total. 

Na quarentena essa diferença entre o desempenho dos alunos aumentou mais ainda, por mais que os professores inventem 1000 formas de prevenir cola e ainda dar uma aula boa, sempre vai ter gente que vai se unir pra colar e sempre vai ter gente que vai se foder por não conseguir acompanhar a matéria.

E nada disso reflete no histórico escolar. Um cara com 5 em Cálculo IV em 2017 se esforçou 10x mais que um cara que passou com 8 esse ano (na maioria dos casos) e lendo no histórico não dá pra você fazer essas distinção. É claro, aí ainda entra a moral de cada um. No mesmo ano e na mesma turma pode ter gente que cola e tira 10 e gente que estuda pra caralho e tira 5, mas isso é uma coisa universal.

Enfim, escrevo tudo isso porque estou no processo de arranjar estágio e mandei meu currículo e meu histórico escolar pra um sem número de empresas e olhando meu (horrível) histórico escolar me veio a ideia de falar sobre o assunto.

Por tudo isso e mais um pouco acho que pedir o histórico escolar no processo seletivo é meio merda, porque se tem uma coisa que não existe na Poli, e na maioria das faculdades, é meritocracia. 

Eu admito que a grande maioria (leia-se: todas, mas deve ter alguma que foi cuzisse do professor) das minhas DPs foi minha culpa, mas conheço casos de gente que passou em tudo colando e gente que rala pra caralho e ainda não consegue passar em algumas matérias.

Já diz o ditado que corre os corredores dos prédios da Escola Politécnica: "A vida não é justa e a Poli não é fácil" mas nesse caso é mais "A Poli não é justa e a vida não é fácil".

Pois bem galera, seguimos.

Vlw flw, té mais!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Vamos fugir deste lugar BABY

Eu amo o Natal.

Tudo bem, acho que este deve ser o décimo post que escrevo sobre o Natal mas EU ME LEMBREI DO JAPÃO (este vai ser o trigésimo post sobre o Japão).

Toda a finalidade de ter vaga pra cacete nas fábricas japonesas de doces em fim de ano e começo do próximo são justamente as datas comemorativas: Natal, Ano Novo, Valentine's Day e acho que tem mais uns outros feriados (apesar de não ter certeza se o pessoal come doce no dia da fundação do Japão, lá por Fevereiro). 

E eu gosto do Natal, gosto das comidas e dos presentes e das luzes e decorações e de todo o clima natalino, isso deveria ter sido amplificado bem mais já que eu tava no Japão, não?

O negócio é que quando eu fui pro Japão pra trampar, eu tava fugindo de tudo.

Eu tava fugindo das responsabilidades da Poli e da família, do presidente eleito, de qualquer pessoa que eu conhecia. Apesar do plano original ter sido ir com uma amiga minha e amigos dela, eu dei graças a deus que fui sozinho, não queria lidar com ninguém que me lembrasse da Poli, só depois descobri que um mano da minha sala também ia, pelo menos ele era suave e quase não falava com ele mesmo. Eu sequer planejava ver meus parentes lá, e por isso acabei nem perguntando se eles queriam algo do Brasil, me desculpem! Os meus primos foram um dos maiores motivos pra eu não ter odiado o Japão.

E cara, eu já falei isso em outros posts, mas até Janeiro eu tava ODIANDO o Japão: tava frio pra caralho, o trampo era fora da fábrica (ou seja, FRIO PRA PORRA), não sabia como ir pra Tokyo, não sabia se veria meus shows, não sabia me virar com meu japonês de animê e as folgas em Dezembro foram dedicadas a descansar já que pra quem não tava acostumado, aquele trampo era bem pesado.

A minha ceia de Natal aquele ano foi marmita do trabalho, já que eu trampava de madrugada, enquanto todo mundo do prédio onde eu morava fez mó festança. O Yoiti do Natal de 2018 não era o cara mais feliz de Yamanashi.

Mas é, depois até pude ver umas luzes remanescentes aqui e ali dos lugares que fui em Tokyo e Kofu em Janeiro, só me arrependo de não ter ido pra Roppongi, falam que são as melhores luzes natalinas do Japão, procure "Roppongi Christmas Lights" no Google, bonito pra porra.

Ruela enfeitada em Kofu.

Enfim, depois eu fiquei suave e desde então nunca mais calei a boca quando o assunto é o Japão (como vocês podem perceber), mas a viagem com certeza foi daquelas "viagens de autoconhecimento" que os protagonistas dos filmes fazem, eu só não morri num busão abandonado no Alaska.

Olhando agora eu falo tranquilamente que ir pro Japão foi a melhor escolha que fiz em um bom tempo, eu acho que também foi num ano bom porque, sinceramente, eu queria fugir daqui com todas as minhas forças. 

A viagem acabou fazendo com que eu sentisse uma verdadeira saudade do Brasil, das pessoas que conversavam alto, dos caras que tocavam funk no busão, do caos realmente caótico que é São Paulo se comparada a Tokyo e claro, dos meus amigos e da minha família. Quando eu estava no aeroporto de Narita, pronto pra voltar pro Brasil, eu não pensei um momento sequer das coisas que não pude fazer no Japão, eu estava ansioso em voltar pro Brasil pra poder comer a comida da minha mãe e encontrar meus amigos.

Mas é, a gente nunca está feliz. No Japão eu sentia saudade do Brasil e no Brasil eu sinto saudade do Japão. Espero não morar em muitos mais lugares pra não sentir mais saudades.

Eu ia focar mais no Natal neste post mas eu percebi ali no meio que, não fossem os bolos natalinos que estavam saindo a rodo da fábrica onde eu trampava, eu sequer percebi que era Natal quando eu tava no Japão.

Juro que o próximo post não vai ser mais sobre o Japão.

vlw flw té mais

domingo, 6 de dezembro de 2020

Chuo, Yamanashi

Como eu estou, novamente, numa sessão remember da minha viagem pro Japão: vou terminar essa série de posts com um post sobre a cidade onde morei e trampei lá, porque o Japão não é só Tokyo.

A gente chamava o lugar de Yamanashi, por mais que o certo fosse Chuo... ou Showa? O que a gente sabia era que não era Kofu. A divisão entre os vilarejos era bem tênue e a gente nem tentava entendê-la, o Google falava que era Chuo, Yamanashi mas tinha uma prefeitura pra onde a gente ia fazer os documentos em Showa e outra pra jogar o lixo em Chuo (sim, a gente tinha que andar até a prefeitura com o lixo reciclável).

Vista saindo da porta do nosso apato.

A área onde a gente ficava era bem servida de vários serviços: tinha vários restaurantes num raio de 10 minutos andando, dois supermercados (Trial e Ogino), um Family Mart logo no nosso lado e até umas farmácias. O shopping era consideravelmente mais longe (uns 40~50 minutos andando) mas como não tínhamos muita pressa, nem nos importávamos muito.

A gente morava perto do Family Mart.

As estações próximas eram uns 15 minutos de caminhada e vendo agora o quanto andei no Japão, eu começo a entender porque perdi 15kg lá.

Rua que a gente pegava pra ir pro supermercado.

 

Por mais que tivesse uma caralhada de plantação de arroz e verduras por perto, a cidade até que tinha uma boa região comercial. A paisagem meio montanhesca também era bem calmante em relação ao caos que era Tokyo.

No lado do nosso apato tinha uma escola de ensino fundamental e vira e mexe a gente via um pessoal com uniforme indo e vindo, além dos times de baseball, futebol e tênis treinando.

A escola no lado do nosso apato.

Outras lojas que a gente frequentava mais perto do apato era o Brechó "Link" (que não tinha roupas do meu tamanho), o Hotto Motto (loja de bentôs quentes feitos na hora), o Seria que ficava dentro do supermercado Ogino (concorrente da Daiso) e uma vez fui no Shimamura (loja de roupas baratas).

No meio caminho entre nosso apato e o Shopping tinha o Book-Off, que era a loja de tudo usado. Foi lá onde comprei meus jogos do Switch, alguns CDs, figures e alguns mangás usados por uma pechincha. 

Outra loja quase folclórica era a Fênix Brasil, loja de artigos brasileiros. Ela ficava de frente pra escola e era ponto de encontro dos (muitos) brasileiros que moravam por perto. Além de ser uma mercearia, a Fênix era uma rotisseria também: vendia acompanhamentos prontos e tinha até Frango Assado nos fins de semana. Eles operavam uma lanchonete que vendia os clássicos de rua do Brasil: do x-calabresa até o x-tudo. Os donos da Fênix eram gente fina demais e foram responsáveis por matar um pouco da saudade que tínhamos do Brasil lá.

Do lado do Book-Off tinha um restaurante peruano chamado Ricomar que vendia comida brasileira também. Fui lá só uma vez mas o PF que comi lá tava divino, bom demais.

Na época esse prato me deixou mais feliz do que qualquer sushi poderia.

Outros restaurantes mais próximos que a gente ia eram os ramens que citei no último post, agora no Shopping eu sempre comia um Suki-Ya ou Moz Burger porque não sabia falar os pratos dos restaurantes japoneses mais tradicionais RSRSRS, eu sofri lá glr. 

Foto random que tirei saindo do Aeon Mall.

O shopping em si (chamado Aeon Mall) era bem maneiro, foi um dos únicos shoppings que fui que lembravam a organização dos shoppings do Brasil, os que fui em Tokyo tinham menos separação entre as lojas (acho que por isso chamam maioria de "depaato", não de Mall). E ele era ginorme, ainda não entendo como aquele shopping enorme foi construído na puta que pariu no meio de Yamanashi, sendo que em Kofu (que era a maior cidade da região) não tinha shopping daquele tamanho. Pior que tinha um certo movimento sempre que eu ia lá.

Na estradinha que beirava o riozinho do shopping até o Book-Off tinha uns restaurantes também: um Suki-Ya, um Moz Burger e um Jonathan's pelo o que lembro, além de um Tsutaya (locadora de CDs e DVDs), um pachinko, a loja de bolos da fábrica onde eu trampava e um net café. 

Eu ainda tento entender como naquela cidadezinha tinha tanta gente pra manter todas essas lojas e restaurantes, acho que entra muito o fato de que a via expressa Chuo passa bem no meio daquela região, mas eu nunca via um movimento grande o suficiente pra justificar o tanto de investimento naquela região, economia japonesa I guess.

Mas enfim, eu sinto saudade de Yamanashi quase tanto quanto de Tokyo. Não tinha muito charme e não tinha muito o que explorar (em comparação com Tokyo) mas era nossa casa. A coisa que eu mais gostava dos dias de folga, que eu não ia pra Tokyo, era ir pro supermercado Trial e fazer minhas compras no final da tarde quando os estudantes da escola no lado estavam indo pra casa, foi o mais próximo de me sentir num anime na minha vida.

E é isso eu acho. Eu aproveitei bem pra explorar as redondezas lá em Yamanashi porque eu já sabia que, muito provavelmente, não iria voltar lá. Acho que a única chance de eu voltar lá é caso eu realmente fique por um bom tempo no Japão, aí com certeza vou querer matar a saudade.

Por hoje é isso aí,

vlw flw té mais!

quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Ramen

Como todo bom descendente de japoneses, eu amo ramen.

Cara, eu moro a 1 minuto do Aska, não tinha como eu não gostar de ramen. Mas o fato é que a primeira vez que fui lá foi só em 2012 mais ou menos, desde então (tirando esse ano) ir pro Aska é um compromisso mensal, quando não semanal.

Mas óbvio, explorei outros ramen-ya por Sampa, mas não muitos: o Jojo perto da Paulista, o Ikkousha, o Momo e o Kazu na Liberdade mesmo e o Nara na Saúde. 

No Japão eu fui em uns... cinco ou seis restaurantes de ramen acho? Tinha o delicioso Muramasa que ficava no lado do nosso apato (e que o dono deixava o rádio ligado numa estação de idols?? e o cara era bombado ainda), ainda na nossa cidade tinha o ramen-ya do lado do supermercado que era um pouco mais caro (e por isso só fomos no meu aniversário lá). 

Ramen Muramasa, que ficava no lado do nosso apato. Note o macarrão mais grosso.

Em Kofu eu fui no que falavam que era o melhor da província (mas não era tão WOW assim, talvez devia ter pedido outro prato?) e fomos num ramen-ya random por fome no primeiro dia nosso lá. 

Ramen random que achamos em Kofu, óbvio que tava bom.
 

Já em Tokyo eu fui no famoso Ichiran (que é bem bão), em Shinjuku eu fui em dois que forneciam 2 repetições de macarrão inclusas no preço (pelo preço esses foram os melhores lugares que comi no Japão) e fui ainda num ramen em Harajuku que, sinceramente, não curti muito o que peguei.

O Famoso Ichiran, bom demais.

 

Ah sim, eu comi um mini-ramen-"indonésio" no Museu do Cup Noodles em Yokohama mas era mais uma novelty do que realmente um prato.

Hmm, parece que comi mais ramen no Japão do que eu lembrava. 

Depois que acabar essa situação toda eu pretendo caçar uns ramen-ya que não conheço por Sampa pra expandir meus horizontes. Uma coisa que pouca gente fala é como Tsukemen é 1000x melhor que ramen DESDE QUE SERVIDO DO JEITO CERTO. Falo isso porque os tsukemen do Aska e do Ikkousha são bem meh, agora o tsukemen do Jojo Ramen MEU AMIGO, que prato delicioso. O pior é que o cara que dividia quarto comigo enchia o saco falando que tsukemen era do balacobaco e tudo mais e a gente nunca ouvia ele, até que eu pedi o tsukemen no Muramasa sem querer e realmente, é do balacobaco, ainda mais com o macarrão mais grosso.

Ainda sou um padawan no que se trata o ramen, e óbvio que amo um Cup Noodles de vez em quando, mas nada substitui um bom Tonkotsu Ramen com macarrão al dente, MALUCO, que saudade de comer um bom ramen.

Então é isso aí! 

vlw flw té mais

Me chamem pra comer um ramen!