domingo, 6 de dezembro de 2020

Chuo, Yamanashi

Como eu estou, novamente, numa sessão remember da minha viagem pro Japão: vou terminar essa série de posts com um post sobre a cidade onde morei e trampei lá, porque o Japão não é só Tokyo.

A gente chamava o lugar de Yamanashi, por mais que o certo fosse Chuo... ou Showa? O que a gente sabia era que não era Kofu. A divisão entre os vilarejos era bem tênue e a gente nem tentava entendê-la, o Google falava que era Chuo, Yamanashi mas tinha uma prefeitura pra onde a gente ia fazer os documentos em Showa e outra pra jogar o lixo em Chuo (sim, a gente tinha que andar até a prefeitura com o lixo reciclável).

Vista saindo da porta do nosso apato.

A área onde a gente ficava era bem servida de vários serviços: tinha vários restaurantes num raio de 10 minutos andando, dois supermercados (Trial e Ogino), um Family Mart logo no nosso lado e até umas farmácias. O shopping era consideravelmente mais longe (uns 40~50 minutos andando) mas como não tínhamos muita pressa, nem nos importávamos muito.

A gente morava perto do Family Mart.

As estações próximas eram uns 15 minutos de caminhada e vendo agora o quanto andei no Japão, eu começo a entender porque perdi 15kg lá.

Rua que a gente pegava pra ir pro supermercado.

 

Por mais que tivesse uma caralhada de plantação de arroz e verduras por perto, a cidade até que tinha uma boa região comercial. A paisagem meio montanhesca também era bem calmante em relação ao caos que era Tokyo.

No lado do nosso apato tinha uma escola de ensino fundamental e vira e mexe a gente via um pessoal com uniforme indo e vindo, além dos times de baseball, futebol e tênis treinando.

A escola no lado do nosso apato.

Outras lojas que a gente frequentava mais perto do apato era o Brechó "Link" (que não tinha roupas do meu tamanho), o Hotto Motto (loja de bentôs quentes feitos na hora), o Seria que ficava dentro do supermercado Ogino (concorrente da Daiso) e uma vez fui no Shimamura (loja de roupas baratas).

No meio caminho entre nosso apato e o Shopping tinha o Book-Off, que era a loja de tudo usado. Foi lá onde comprei meus jogos do Switch, alguns CDs, figures e alguns mangás usados por uma pechincha. 

Outra loja quase folclórica era a Fênix Brasil, loja de artigos brasileiros. Ela ficava de frente pra escola e era ponto de encontro dos (muitos) brasileiros que moravam por perto. Além de ser uma mercearia, a Fênix era uma rotisseria também: vendia acompanhamentos prontos e tinha até Frango Assado nos fins de semana. Eles operavam uma lanchonete que vendia os clássicos de rua do Brasil: do x-calabresa até o x-tudo. Os donos da Fênix eram gente fina demais e foram responsáveis por matar um pouco da saudade que tínhamos do Brasil lá.

Do lado do Book-Off tinha um restaurante peruano chamado Ricomar que vendia comida brasileira também. Fui lá só uma vez mas o PF que comi lá tava divino, bom demais.

Na época esse prato me deixou mais feliz do que qualquer sushi poderia.

Outros restaurantes mais próximos que a gente ia eram os ramens que citei no último post, agora no Shopping eu sempre comia um Suki-Ya ou Moz Burger porque não sabia falar os pratos dos restaurantes japoneses mais tradicionais RSRSRS, eu sofri lá glr. 

Foto random que tirei saindo do Aeon Mall.

O shopping em si (chamado Aeon Mall) era bem maneiro, foi um dos únicos shoppings que fui que lembravam a organização dos shoppings do Brasil, os que fui em Tokyo tinham menos separação entre as lojas (acho que por isso chamam maioria de "depaato", não de Mall). E ele era ginorme, ainda não entendo como aquele shopping enorme foi construído na puta que pariu no meio de Yamanashi, sendo que em Kofu (que era a maior cidade da região) não tinha shopping daquele tamanho. Pior que tinha um certo movimento sempre que eu ia lá.

Na estradinha que beirava o riozinho do shopping até o Book-Off tinha uns restaurantes também: um Suki-Ya, um Moz Burger e um Jonathan's pelo o que lembro, além de um Tsutaya (locadora de CDs e DVDs), um pachinko, a loja de bolos da fábrica onde eu trampava e um net café. 

Eu ainda tento entender como naquela cidadezinha tinha tanta gente pra manter todas essas lojas e restaurantes, acho que entra muito o fato de que a via expressa Chuo passa bem no meio daquela região, mas eu nunca via um movimento grande o suficiente pra justificar o tanto de investimento naquela região, economia japonesa I guess.

Mas enfim, eu sinto saudade de Yamanashi quase tanto quanto de Tokyo. Não tinha muito charme e não tinha muito o que explorar (em comparação com Tokyo) mas era nossa casa. A coisa que eu mais gostava dos dias de folga, que eu não ia pra Tokyo, era ir pro supermercado Trial e fazer minhas compras no final da tarde quando os estudantes da escola no lado estavam indo pra casa, foi o mais próximo de me sentir num anime na minha vida.

E é isso eu acho. Eu aproveitei bem pra explorar as redondezas lá em Yamanashi porque eu já sabia que, muito provavelmente, não iria voltar lá. Acho que a única chance de eu voltar lá é caso eu realmente fique por um bom tempo no Japão, aí com certeza vou querer matar a saudade.

Por hoje é isso aí,

vlw flw té mais!

3 comentários:

  1. Nem li o post ainda, só vi a foto do prato tipo " bife com fritas". Mas parece bom pacas...haha

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    1. Você não sabe o quanto ama um bom PF até ficar meses sem comer carne bovina que não seja gyu-don e yakiniku. Bifão é bom demais.

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    2. Acho que só morando fora do país de origem por um tempo dá pra ter noção do que é sentir saudade de um prato típico que você está acostumado.

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