quinta-feira, 3 de junho de 2021

Desculpa W, o VR que eles pagam é bom demais.

"Yoiti, só não vamos fazer engenharia pra ir trabalhar num banco no final hein?"

E estou trabalhando num banco.

Quando aceitei a oferta de emprego no lugar onde estou trampando agora, me veio o flashback de um dia nas mesas da cantina do subsolo mais fundo do Etapa São Joaquim, em 2013. Estávamos em 5 ou 6, provavelmente no intervalo entre os dois blocos de aula à tarde e provavelmente jogando Pokémon no emulador de GBA no celular ou jogando Yu-Gi-Oh! com nossos decks feitos num orçamento limitado.

Um dos meus amigos, vamos chamá-lo de W, tava falando comigo sobre o que a gente ia fazer depois de passar no tão esperado vestibular.

"Ah W, eu pretendo trabalhar na Petrobras ou sei lá, onde for estável e der grana."

"Yoiti, só não vamos fazer engenharia pra ir trabalhar num banco no final hein?"

E isso ficou na minha cabeça por um bom tempo, tanto que eu me candidatei pra pouquíssimos bancos se comparado com o resto das empresas que pleiteei vaga. Mas acabei aceitando a vaga e estou amando o meu trampo.

Eu lembro que a imagem que a gente tinha de banco era que o trabalho ia ser só mexer em Excel, investir na bolsa e coisas que não demandavam conhecimento adquirido num curso de engenharia mas que pagava super bem e tinha zero estabilidade, a gente claramente estava errado.

Mas enfim, esse meu amigo W aliás, é um dos caras mais interessantes que já conheci. Ele entrou no meu colégio no sétimo ano, em 2008, e ele não demorou muito pra entrar no que viraria dali uns anos a Turma da Trave, afinal, o cara era asiático, curtia Pokémon, videogames, mangás e Gundam, não tem como ter mais afinidade comigo.

O W é quem trouxe a Coca Cola no dia que chamo de meu maior momento de paz na vida, e é quem me ajudou a montar meus decks de Yu-Gi-Oh no terceiro do médio. E, depois de uns rolês com ele logo depois do médio ele sumiu, PUF! Ele acabou reaparecendo no velório do nosso amigo e depois disso sumiu de novo, até que encontrei com ele algumas vezes na Liberdade em 2019.

O W é um cara totalmente misterioso por razões que tenho até medo de citar aqui, mas ele é um dos caras mais bacanas que conheci no meu colégio. Eu nem sei como ele tá, o único canal de comunicação com ele é o Facebook que ele nunca usa, mas meu otimismo e minhas experiências passadas falam que ele está bem, seja lá onde esteja. 

Só espero que ele não se decepcione com minha escolha de ir trampar num banco.

E é isso aí,

vlw flw té mais!