sexta-feira, 28 de outubro de 2016

DREAM CONCERTS PART 4: Shiina Ringo - Electric Mole @Nippon Budokan (2003)

PRECISO MESMO FALAR DA SHIINA RINGO DE NOVO?
Porra galera, acho que mais até que Judy and Mary, eu praticamente só escrevo sobre a Shiina Ringo neste blog desde que conheci a obra dela lá por 2012/2013, eu nunca assumi que pagava pau pra alguém vivo antes de conhecer essa mulher. Por isso vou direto ao que interessa.

Shiina Ringo - Electric Mole @Nippon Budokan (2003)

Como já falei em uns 20 posts antes: a Shiina Ringo era uma típica cantora pop até que em 2003, depois de dar a luz a um filho, ela deu a louca e lançou um álbum totalmente experimental e absolutamente MARAVILHOSO, mas a real é que o tal CD não vendeu um quarto do que vendeu o então último sucesso dela e acabou por ser recebido de maneira bem morna tanto pelo público pop (que achou o álbum intragável) quanto pelo público underground (que não aceitava uma cantora pop lançando um experimental daquela magnitude).
Pois bem, depois desse famigerado terceiro álbum dela a Shiina Ringo decidiu fazer uma turnê pelo Japão todo antes de acabar a carreira solo dela, SIM ELA REALMENTE TINHA DADO A LOUCA. Aliás, nem tanto, pra essa turnê a Shiina Ringo selecionou especialmente alguns músicos talentosos que estavam dispostos a formar uma banda duradoura com ela como vocalista. O plano era acabar com a carreira solo mas começar com uma banda, banda essa que seria depois conhecida como Tokyo Jihen.
Eu queria botar o vídeo da primeira música que ela tocou (Tsumi to Batsu) mas por algum motivo não uparam no Youtube, uma pena.
O show foi sensacional, depois de uma longa turnê pelo Japão todo a Shiina Ringo decidiu acabar tudo, aonde mais, no Nippon Budokan, possivelmente o lugar mais prestigiado possível para se fazer um show no Japão.
Foi uma setlist incrivelmente longa que mais incrivelmente (eu diria até criminosamente) excluía grande obras primas dela que só viríamos a ouvir ao vivo no Tokyo Jihen uns cinco anos depois.
E puta merda, pelo nível técnico esse show fica em primeiro lugar se comparado aos outros daquela lista, mas como tudo da Shiina Ringo falta emoção, esse live também não foge da regra.
O Electric Mole, assim como o terceiro álbum da Shiina Ringo, foi confeccionado à perfeição: uma banda de nível excelente, o lugar perfeito para se fazer um show, voz e instrumentos sem falha nenhuma e até um gimmick interessante: o show se chamou Electric Mole porque a Shiina Ringo retirou a laser a pinta (mole) que ela tinha acima do lábio e que era a trademark dela. SIM! ELA TIROU UMA PINTA CIRURGICAMENTE SÓ PRA FALAR QUE A CARREIRA SOLO DELA TINHA ACABADO!
Mas ainda assim o show foi normal (no lado emocional pelo menos), não tinha vibe nenhuma de tristeza ou sei lá, sequer de alegria. A Shiina Ringo é bizarramente perfeccionista, de modo que ela no palco tá fazendo o trabalho dela assim como um analista num escritório, E isso é ao mesmo tempo muito bom e paradoxalmente muito triste também. Acho injusto falar que ela faz o que faz pelo dinheiro porque isso não é verdade, só ver que ela recusou uma carreira internacional pra constar isso, e já ficou óbvio faz tempo que ela tá cagando pros fãs hahahahahah. A real é que a Shiina Ringo faz música (e inclua shows nisso aí) porque ela ama fazer isso, ganhando dinheiro ou não, agradando fãs ou não, ela faz música pela música, ela é MUITO egoísta mas ao mesmo tempo é a personificação mais pura do que um artista deve ser, e isso que confere a ela a persona enigmática que tem.
Enfim, acabei escrevendo muito sobre a Shiina Ringo mas é isso aí. O show é 10/10 não tem como não falar o contrário, mas eu nunca chorei vendo, o que acontece quando assisto os últimos lives do Supercar e do Judy and Mary. Além disso a Shiina Ringo acabou retomando a carreira solo já em 2008 (com o Tokyo Jihen ainda ativo, só iriam acabar em 2012), acabou que o show não teve um significado maior por muito tempo.
Depois da última música ela largou o mic no chão, enigmático eu diria.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

DREAM CONCERTS PART 3: Judy and Mary - Warp Tour Final @Tokyo Dome (2001)

O QUE FALAR DESSA BANDA?
Se vocês frequentam meus blog por pelo menos alguns meses, já devem se lembrar de uns quatro posts citando Judy and Mary (ou JAM para os mais íntimos), caralho, eu amo esses filhos da puta.
Judy and Mary RESPIRA os anos 90, não tem como você não se imaginar naquela década no Japão quando ouve Sobakasu ou Overdrive, a banda ainda influenciou muitas outras bandas que estavam por vir, pode incluir pelo menos metade das bandas com vocal feminino da primeira metade dos anos 2000 e ainda outras que eram quase bandas cover deles (GO!GO!7188, Hysteric Blue, Shakallabbits, etc.).
Sem mais delongas, vamos falar desse show logo:

Judy and Mary - Warp Tour Final @Tokyo Dome (2001)

"Judy and Mary acabou quando acabou o amor" diriam alguns, e de acordo com entrevistas concedidas depois pela Yuki foi isso mesmo, todos os membros estavam na banda mais por dinheiro do que por qualquer outra coisa, e assim eles terminaram. Tem banda que continua mesmo assim, mas não vamos entrar em detalhes.
Eu sempre culpei a vocalista Yuki de ter sido a causa do fim da banda, não importa como você olhasse a situação, a única pessoa ali que saía ganhando era ela, acabou trilhando uma carreira solo invejável e se tornou um dos ícones da música japonesa (apesar de não chegar ao nível da Shiina Ringo, Chara ou Utada Hikaru). Os outros caíram no anonimato praticamente: o guitarrista Takuya foi quem se deu menos mal virando produtor e ocasionalmente compondo pra cantoras por aí, o baterista Igarashi e o baixista Onda voltaram pra cena indie e nunca mais voltaram.
Enfim, mas o que falar do show em si?

Não vou botar o vídeo da última música do live porque o cara que upou botou do momento que eles entraram no palco pro encore até o recado que a Yuki manda no fim, enfim, ia ficar muito maçante, e também que Classic (esse é o nome da música) é uma das minhas favoritas da banda.
O show foi pra uma plateia de cerca de 50000, não sei dizer ao certo porque não achei fontes confiáveis, mas isso talvez chega a superar o show que eles fizeram no auge da fama em 1997 no Estádio de baseball de Yokohama, e com certeza bate os shows que eles fizeram no Budokan.
Cara, foi um setlist com 20 e poucas músicas, passando pelos antigos sucessos até os singles do último álbum, a Yuki cantou MUITO como sempre, teve choro no final, teve silêncio de uma multidão de cerca de CINQUENTA MIL PESSOAS para que a Yuki pudesse pedir obrigado por tudo (nota: sem microfone).
Tá bom, a parte de chorar na última música e do discurso depois de todo mundo calar a boca acontecia desde os primeiros shows, mas puta que pariu, no último show do Judy and Mary esse gesto assumiu um significado totalmente diferente, era o fim de uma das maiores bandas que o Japão já viu, e uma das únicas que influenciou (e ainda influencia) tanto o underground quanto o mainstream, nem a Shiina Ringo chegou nesse nível de influência ainda, e talvez nunca chegará.
Nota pro show? Precisa perguntar ainda? DEZ DE DEZ PORRA! Melhor show em solo japonês na história, tanto pelo significado quanto pela qualidade em si. Pra mim a década de 90 pra música japonesa acabou em 2001 junto com Judy and Mary.
Não sei o que escrever sobre essa foto, só sentir.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

DREAM CONCERTS PART 2: Number Girl - Sapporo Omoide in My Head Jōtai @Sapporo Penny Lane(2002)

SIM, EU TO MUITO AFIM DE FALAR DESSE SHOW PUTA QUE PARIU.

Number Girl - Sapporo Omoide in My Head Jōtai @Sapporo Penny Lane(2002)

Se Supercar foi uma banda que influenciou parte do Shoegaze que estaria por vir, Number Girl influenciou a maioria das bandas underground que estavam por vir, e até a Shiina Ringo é uma fã declarada deles, tanto que trabalhou diversas vezes com a guitarrista e a banda formada pelo vocalista depois do fim do Number Girl (Zazen Boys).
O estilo da banda pode ser aproximado como uma mistura de Pixies e Sonic Youth, mas prefiro Number Girl pessoalmente.
Os shows eram em sua maioria em pequenos clubs underground que cabiam, quando muito, umas mil pessoas. Tocaram em alguns festivais mas os melhores shows foram todos em basements espalhados pelo eixo Shibuya-Shinjuku-Shimokitazawa.

Essa música em especial, Omoide in my Head, é a primeira música do primeiro álbum do Number Girl mas eles sempre tocavam por último nos lives, e de uma forma espetacular: toda vez antes de tocar Omoide in my Head o vocalista Shutoku Mukai falava "Fukuoka-shi Hakata-ku kara mairimashita Number Girl Desu, drums Ahito Inazawa" que pode ser traduzido como "De Hakata, Fukuoka, nós somos o Number Girl, na bateria Ahito Inazawa" e aí o baterista começava a tocar locamente e o resto só vendo o vídeo pra entender. Eu queria estar aí no meio do público só pra gritar o YEAH no final da intro das guitarras, tenho frio na espinha toda vez que assisto esse vídeo.
A venue onde foi realizado o live é um lugar que nunca ouvi falar, talvez porque eles escolheram um lugar na cidade natal deles e não no eixo consagrado das bandas indies (Shibuya-Shinjuku-Shimokitazawa), pelo vídeo dá pra ver que é uma venue bem pequena, ainda menor que o Studio Coast por exemplo, mas tudo isso contribui pro live ter sido espetacular como foi.
Minha nota pra esse live? 9/10 sem clubismo hahahaha, foi um verdadeiro espetáculo e ao mesmo tempo uma volta às raízes da banda, tocando num lugar com capacidade ínfima e uma plateia totalmente louca pela banda, setlist impecável e interpretações magnificas dos maiores sucessos deles.
Capa do álbum que compila esse live


quinta-feira, 20 de outubro de 2016

DREAM CONCERTS PART 1: Supercar - Last Live @Studio Coast (2005)

Então galera, me fodi em praticamente toda prova que fiz nessa última semana, já desencanei faz tempo de me sentir mal por causa de prova na Poli, não dá pra viver assim. Mas enfim, vou começar a série sobre os shows que eu queria ir se tivesse uma time machine e muita grana, não vou bother de rankear essas porra, a única coisa que vocês precisam saber é que no topo do ranking está provavelmente o último live do Judy and Mary ou do Supercar, shows quase lendários e o do Supercar em especial foi tão foda que um dos lugares que desejo visitar quando for pro Japão é o Studio Coast, que agora é mais boate que concert house mas foda-se.
E é justamente com o último live do Supercar que começaremos a falar hoje:

Supercar - Last Live @Studio Coast (2005)

Supercar foi uma banda bem diferente pra época, foi umas das maiores responsáveis pelo renascimento do Shoegaze no cenário mainstream da música japonesa mas depois eles acabaram cagando migrando pra música eletrônica. E é basicamente isso que vocês precisam saber sobre a banda, além, é claro, do vocal ser dividido entre o Koji Nakamura e a Miki Furukawa, guitarrista e baixista respectivamente da banda, mas posteriormente todo mundo só mexia a porra do sintetizador.
Sim, sim, você pode achar a música monótona pra cacete, mas puta que pariu, (pra mim pelo menos) é do caralho.
Esse live aí foi num lugar que não cabia mais que 10000 pessoas e mesmo depois do fim da banda os membros não conseguiram (ou sequer tentaram) alcançar maiores audiências, o mesmo aconteceu com a maioria das bandas que estão no meu top10.
O live em si não tem aquela carga emocional que outros últimos lives tiveram (a Yuki CHOROU no final do último show do Judy and Mary) mas foi definitivamente o melhor live que eles já fizeram, instrumental e vocais quase impecáveis da banda inteira. Fãs fazendo bem mais barulho do que nos shows antes desse (o que não é muita coisa, mas já é algo).
Enfim, acho que toda a mística que envolve o Supercar, como uma banda que influenciou bastante o movimento Shoegaze que estava surgindo na época, além de ser numa venue bem respeitada pra época (Studio Coast) faz o live ser 10/10, tem uma caralhada de razão pra eu preferir por exemplo o 98.12.28 do Fishmans ou o Electric Mole da Shiina Ringo mas esse live tem sua magia intrínseca.
Sendo imparcial eu daria uma nota 7/10 pra esse show, mas eu fico emocionado toda vez que ouço Lucky, não tem como eu dar menos de 9/10.

Vlw flw, é isso por hoje.

sábado, 15 de outubro de 2016

LIVE CONCERTS S22222

Eae pessoal, como to sem escrever faz um bom tempo e to com preguiça de sequer pensar em começar a escrever meu projeto, decidi escrever sobre um tema e fazer uma série de posts sobre. Pois bem, o tema será: SHOWS QUE EU IRIA SE TIVESSE UMA MÁQUINA DO TEMPO E MUITA GRANA. Vou fazer uma pequena listinha do que está por vir:
  • Judy and Mary - Warp Tour Final @Tokyo Dome (2001)
  • Midori - Sayonara Goto-san @Tokyo LIQUIDROOM (2010)
  • Supercar - Last Live @Studio Coast (2005)
  • Fishmans - 98.12.28 @Akasaka Blitz (1998)
  • Ichiko Aoba - 0% @Shibuya WWW (2013)
  • Shiina Ringo - Electric Mole @Nippon Budokan (2003)
  • Nara Leão, João do Vale e Zé Ketti - Show Opinião @Teatro de Arena (1964)
  • Oasis - Be Here Now Tour @G-Mex (1997)
  • Muse - HAARP @Wembley Stadium (2007)
  • Tokyo Jihen - Dynamite Out @Nagoya Century Hall (2005)
  • Number Girl - Sapporo Omoide in My Head Jōtai @Sapporo Penny Lane(2002)
Botei Tokyo Jihen pra inteirar Top10, acho meio injusto ter a Shiina Ringo praticamente duas vezes aí. Also, tem uma séries de bandas que deixei de fora por não saber em qual live eu iria especificamente (Mass of the Fermenting Dregs e Kinoko Teikoku por exemplo) mas vou fazer um post só pra essas menções honrosas depois.
Aliás, a ordem aí tá aleatória, depois ordeno direito.
Fiz esse post mais pra fazer um backup de uma folhinha que escrevi tudo que tá aí acima numa aula de mecflu hahahahhahah.
vlwflw té mais
also, fui num show do Libertines, animal
EDIT: Botei o último live do Number Girl, agora virou top11.

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Tokyo Eighties, nostalgia e melancolia

Eae galere, belê?
Então, eu tava me lembrando de um mangá que li os poucos capítulos que fizeram o favor de traduzir (no caso foram DOIS sendo que o mangá completo tem uns 150) e que eu realmente queria ler porque a história parece bem legal. O mangá no caso se chama "Tokyo Eighties".
Juntando o pouco que li com um pequeno review que vi num site: A história basicamente segue um cara com emprego de escritório, formado faz uns 10 anos, que depois da morte de um amigo da faculdade começa a lembrar dos tempos universitários, com flashes ocasionais para o presente. O maior problema é que desde o começo nós já sabemos que o romance do personagem principal não deu certo e ele nunca se recuperou disso, então seguimos a história toda só esperando o namoro do cara acabar.
O mangá inteiro se passa em festas, praias, resorts e cruzeiros, passando aquela ideia de uma vida universitária divertida e ativa, mas acaba por ser melancólico por causa dos flashes para o presente.
Não sei porque mas esse tema de melancolia e nostalgia sempre me atinge em cheio (como vocês devem ter percebido nos últimos posts). E apesar desse mangá mostrar uma vida universitária BEM DIFERENTE da que estou levando ultimamente, a premissa toda é bem interessante, a separação de amigos, desilusões amorosas, nostalgia da juventude, acho que tudo isso é meu ponto fraco, junto com histórias que focam em desenvolver um personagem.
Escrevi isso aí porque eu tava com ideia de escrever uma história mais ou menos com esse tema, e como não quero enganar ninguém enquanto copio um mangá desconhecido, que vocês estejam avisados de onde tirei essa ideia.
to com sono, vou dormir ahora
vlwflw