quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Unboxing dos meus primeiros dias em terras nipônicas

Neste momento estou debaixo das cobertas no ape, faz -1°C lá fora e é umas 9h da manhã. Estou numa cidade do interior do Japão.

Por onde começar? Ah sim, estou morando e trampando numa cidade no interior de Yamanashi, a uma distância de 3h de trem de Tokyo. 

Meu trampo é basicamente empilhar e limpar caixas de doces de uma fábrica local que distribui pro país todo, o turno é das 19h às 4h e por incrível que pareça dá pra tirar uma boa grana com isso, pra se sustentar no Japão pelo menos.

As pessoas que vieram aqui pelo mesmo esquema (que já citei nuns posts anteriores) são bem legais, eu vim praticamente sozinho na viagem mas já na escala em Dubai uma galera veio conversar comigo, nice guys, o pessoal com quem estou dividindo o apê também é bem legal e pela primeira vez na minha vida eu me vi andando num grupo 100% japa (não tão japa se for contar com o fato de que estamos no Japão).

Agora, breves pensamentos dessa minha estadia na terra do sol nascente (até agora):
  1. Aqui o pessoal usa moeda pra caralho, e por isso eu andei gastando mais que deveria só por achar que as moedas valiam igual no Brasil;
  2. Gastei uma boa grana tentando pegar uma figure no fliperama E CONSEGUI;
  3. Tem tanto refrigerante diferente neste país que estou experimentando um por dia e estou longe de gabaritar a lista (por enquanto o Cheerio de melão está ganhando);
  4. As lojas de conveniência aqui são incríveis: os caras vendem desde comida, bebida e artigos pra barbear até roupas íntimas, cosméticos, ingressos pra shows e passagens de avião. Realmente conveniente;
  5. Eu sempre tento falar o máximo de japonês pra ver até onde as pessoas acham que sou um nativo, um cara tentou me vender um filtro de água por meia hora e deve ter entendido minhas respostas monossilábicas como sinal de reclusão social ao invés de falta de domínio da língua;
  6. Comprei um aquecedor e dei graças a deus que fiz isso, melhor coisa que comprei neste país;
  7. Tem uma loja chamada Book-Off que é tipo uma mistura de sebo e brechó que vende TUDO de usados que você pode imaginar, passei duas horas lá e nem vi a parte de roupas... e comprei quase todos os CDs do Judy and Mary (por 200¥ cada, uma pechincha);
  8. Vai ter um show do Mass of the Fermenting Dregs que eu queria ir desde que remarcaram, que era um show promovendo o comeback da banda depois de anos de inatividade, com o Tricot como supporting act,  mas foi adiado por causa de um tufão, descobri ontem que dava pra comprar ingresso em QUALQUER LOJA DE CONVENIÊNCIA DO JAPÃO, logo que soube corri pro 7-eleven e garanti o meu, não estou acreditando até agora que vou pro show;
  9. Tá frio para um caralho, outro dia trampei fora da fábrica numa incrível temperatura de -5°C! O que a gente não faz pra pagar nossos shows;
  10. Como eu estou trampando praticamente só quando tá escuro, meu tempo livre é todo no período em que está claro fora, o que na moral é ótimo se você quiser passear pela cidade;
  11. Acho que o melhor jeito de discernir quem é japonês de quem é de fora é a vestimenta, parece que todo jovem japonês prefere estilo à praticidade, e como estou sempre de moleton e jaqueta impermeável é fácil ver que não sou daqui, mesmo assim tenho a impressão que a japonesada aqui ainda acha que sou daqui até eu abrir a boca;
  12. Tem uma escola aqui do lado e todo dia, exatamente 12:00 e 17:00 toca o famoso sinal de escola japonesa;
  13. Tem uma máquina de venda de bebida a cada esquina neste país;
  14. As pessoas são realmente muito educadas, eu achava até então que isso era exagero das correntes de FB mas eu cedi meu lugar na fila pra uma mulher e ela me agradeceu umas cinco vezes;
  15. Comprei minha jetstream 4 cores + lapiseira por 600¥ (o que dá tipo 20 conto) sendo que no Brasil cobram pelo menos 70 conto pela mesma coisa, um roubo;

Enfim, na moral que esse post tá sendo escrito faz uns bons quatro dias e sempre adiciono mais coisa, vou postar e depois eu falo mais.

Vlw flw té mais

quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Me voy para el Japón

Eu vou pro Japão.

Acho que por estar de repente tão animado com essa viagem eu já devo ter visto mais de 20 vídeos sobre o Airbus A380 e como a classe econômica da Emirates é, além de uma caralhada de vídeos de coisas nipônicas que eu sinceramente nunca achei que ia ver na vida.

EU ESTOU NUM ESTADO EUFÓRICO
Sério, já faz uma cota que eu tava bem deprimido, como vocês podem bem ver nos últimos posts, as coisas não andam as melhores na minha vida pessoal, nem na vida acadêmica e a situação do país então nem se fala, por isso que eu até tinha meio que esquecido da viagem e estava até pronto pra ter meu visto negado.

Mas ele veio.

Fui pegar meu passaporte nesse feriadão que teve, e de repente caiu a ficha que no mês que vem eu estarei a bordo de um A380 indo pro aeroporto de Narita, com escala em Dubai, pra ficar bons três meses trampando e, no tempo livre, conhecer um pouco o Japão.

Eu quero é que se foda tudo, só quero ver meus shows (alguns pelo menos) e conhecer um pouco a terra de onde meus antepassados vieram. Eu não estou botando TODAS AS EXPECTATIVAS DA MINHA VIDA nessa viagem já que né, vou ficar trampando a maioria do tempo, mas acho que pode ser daquelas coisas que vou levar pra vida: vou trampar pela primeira vez na vida (meio tardio, eu sei), vou estar num país que não faço ideia de como me comunicar decentemente e num lugar onde, se eu ficar de boca fechada, posso bem me passar por um legítimo nativo.

Vai ser meio foda de atualizar o blog durante a viagem mas com certeza por postar pelo menos uma vez por mês aqui, além de INÚMERAS fotos no instagram, INÚMERAS. Vou ficar nojento mesmo.

abraços
vlw flw té mais

Se a merda ficar séria por aqui eu fico por lá mesmo, falando sério.

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Intervales

A primeira vez que fiquei longe, ou melhor: "longe", dos meus pais foi em 2009 quando o meu colégio levou a gente num "estudo do meio" (vulgo passeio) pra Intervales, que é um parque cheio de cavernas pra galera explorar.

Foi tudo muito novo, acho que essa é mais uma daquelas experiências que foram o gostinho de liberdade que tive antes de ir pra faculdade.

Mas enfim, viagem de um bando de moleque de 13 anos pra um lugar no meio do mato é o que parece ser, nada muito extraordinário. O meu quarto e mais um outro acabaram sendo mandados pra um chalé na puta que pariu já que o principal tinha lotado com o resto da galera, aí acabou que foram seis nego pra esse chalé, mais um monitor e o motorista do ônibus.

Acho que o legal de ter sido mandado pro chalé isolado com mais outro quarto, um monitor e o motorista é que a gente acabou ficando mó amigo, acho que se tivéssemos ficado todo mundo no mesmo lugar ia acabar sendo uma putaria e eu acabaria ficando no meu quarto mesmo com o pessoal que conhecia.

Lembro das várias trilhas que andamos, a maior delas com uns 15km se não me engano, além de várias cavernas legais pra caralho, uma cachoeira também, e meu eu de 13 anos ficou tão encantado com a viagem que até um tempo atrás eu tinha uma vontade de voltar lá um dia com meus amigos, afinal é um passeio legal que não parece ser tão caro assim, além de fugir daquela coisa que VIAGEM DE UNIVERSITÁRIO PRECISA SER JOGOS OU PRAIA AAAAHHHHHHHH.

A comida lá era a típica comida simples de interior, simples mas sempre boa, a sobremesa era uns picolés de origem duvidosa que, como todos nós sabemos, é o melhor tipo de picolé. Os caras da agência até tentaram agradar a gente fazendo meio que umas "baladinhas" (agora não lembro se foi uma ou mais): basicamente deixaram a gente num salão com umas músicas eletrônicas tocando e luzes, AH AS LUZES PISCANDO, como vocês devem ter imaginado, só quem se esforçou muito achou aquilo minimamente divertido, imagina você numa balada e todo mundo lá tá sóbrio! Nem a garotada de 13 anos tava muito animada com a ideia mas oh well, melhor que nada.

Na moral que nem tenho muito o que falar sobre essa viagem, um fato curioso é que o monitor que ficou com a gente no chalé, saudoso Tio Pica-Pau, me chamou de Shidochi durante a viagem inteira depois que viu o meu nome, e eu achei tão legal essa aglutinação do meu nome (japonês) e sobrenome que acabei adotando ele pra usar como nick, quando não uso "Tesslakane" (que tirei de outro lugar que não convém falar agora).

Eu escrevi essa memória que me veio outro dia porque me peguei lembrando das trilhas que andei naquela viagem e da pausa que a gente deu numa clareira onde metade do pessoal se jogou no chão de cansaço, e tava chovendo, acho que hoje eu teria desmaiado naquela ocasião.

Enfim, por hoje é só.
vlw flw
té mais pessoal

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Aruyue

Eu acabei escrevendo uns quatro posts pós-eleições e todos eles estavam muito deprês para serem postados, acho que as horas ouvindo Belchior também não ajudaram muito pra melhorar a situação.

Mas enfim, sobre o que falar? Ah sim, algo randômico.

As vezes eu tenho vontade de comer hambúrguer barato, de rede tipo Burger King ou McDonald's (que na real que não é tão barato assim) e nas últimas vezes eu sempre ando me arrependendo disso.

Hoje eu peguei a promoção lá de pegar um combo do Quarteirão com o McChicken e meu deus, o queijo tava com gosto de chulé, eu quero dizer, já comi muito queijo ruim na vida mas o cheddar que tava naquele lanche era literalmente o pior queijo que já tive o desprazer de comer, junte a isso o fato das fritas terem me dado hipertensão, o McChicken estar mais seco que a porra da bandeja que ele veio e o chá mate ser adoçado com aspartame, novamente me arrependo de ter comido fast food.

A última vez que tive a brilhante ideia de comer fast food aqui perto foi quando peguei lá o cupom do BK pra dois Whoppers com fritas, tava tudo horrível naquela merda. O foda é que isso só acontece mesmo quando como nas lojas perto de casa, quando saio com o pessoal essas comidas tão sempre OK, mas aqui perto de casa é uma tragédia, deve ser karma por trair meu amado Suki-Ya.

Esse ciclo de erro-arrependimento-esquecimento acontece também quando vou bandejar, eu acabo as vezes indo comer no bandejão da química e toda vez que vejo aquele arroz horrível e o feijão aguado me dá um arrependimento tamanho que vocês não fazem ideia, mas mesmo assim eu vivo comendo lá.

O negócio é que quando vou comer no McDonald's/BK ou até mesmo no bandejão da química, eu estou fazendo uma aposta: por mais que o SukiYa no primeiro caso ou o bandejão central no segundo apresentem alternativas bem mais seguras e historicamente constantes quando comparadas aos seus concorrentes, o desejo de mudança me faz querer comer algo diferente do normal, mesmo com os altos riscos da comida ser objetivamente pior.

Mas é claro, é muita inocência minha falar que o ciclo é sempre erro-arrependimento-esquecimento, acho que na maioria das vezes a gente pode substituir o esquecimento pela mais simples "esperança", do tipo: eu sei que deu merda nas últimas 152 vezes mas dessa vez pode ser diferente, talvez o Burger King tenha aprendido a fazer batatas fritas crocantes! O McDonald's mudou a solução daquela merda que eles chamam de queijo! O bandejão da química trocou o arroz horrível deles e dessa vez não terei que comer o arroz integral-um-pouco-menos-horrível!

Mas falo tudo isso inutilmente, eu sei que nas próximas vezes que eu ficar com fome por aqui eu vou comer SukiYa mas, um dia terei aquela vontadezinha de comer fast food, e novamente eu irei me arrepender.


Como disse Chiaki Sato (do Kinoko Teikoku) quando cantou Aruyue:
Se eu sofro sem aprender com meus erros é porque sei que este mundo que sempre amei está aqui.

Enfim, é isso aí.
Vlw flw, te mais!

sábado, 20 de outubro de 2018

Fort Collins, CO

Um tempo atrás eu tinha criado um verdadeiro fascínio pela tal da juventude americana, a mesma que eu já citei no post sobre millennials, e isso de alguma forma se juntou com a vontade que eu tinha de criar uma banda de shoegaze.

Um dia eu peguei pra ver o background de uma banda americana de dreampop que eu gosto, no caso Candy Claws, e vi que eles criaram a banda bem jovens, quando estavam fazendo faculdade ainda, e eram de uma cidade universitária do meio do Colorado: Fort Collins. Quando me dei por conta eu já tava vendo que cursos que a Universidade lá (Colorado State University) oferecia, o preço dos aluguéis dos apartamentos, além de bistrôs e livehouses legais pra visitar num fim de semana.

Quero dizer, foi a mais inútil masturbação mental que fiz nos últimos anos, eu já tinha feito exatamente isso pro bairro de Shimokitazawa em Tokyo mas eu acho que estou mais propenso a visitar Tokyo que uma porra duma cidade no meio do Colorado.

Outra coisa é que não faço ideia se o conceito de cidade universitária nos States é o mesmo que aqui no Brasil, se for eu dispenso qualquer que seja a Campinas ou São Carlos (nada contra, tenho até amigos que são...) yankee que Fort Collins venha a ser.

E do mais alto da minha imaginação me vem aquela imagem que deve ser só legal pra quem vê de fora, por menos de 10 minutos: vários jovens universitários, hipsters num nível que poucos chegaram, tocando violão no campus dum caralho duma cidade no meio do Colorado, eles são fãs de Neutral Milk Hotel e provavelmente são veganos também, os mais normais tocam violão/guitarra, tem um que toca trombone, outro toca shamisen e mais outro é o maluco do cello, sempre tem o maluco do cello.

Na moral que lendo o que escrevi agora me deu vontade de bater nos caras do Candy Claws ao invés de ser amigo deles. Acho que vou manter minhas fantasias no bairro de Shimokitazawa em Tokyo já que pelo menos eu sei que os caras das bandas que curto pelo menos não são vegans (NADA CONTRA, TENHO ATÉ AMIGOS QUE SÃO), apesar das fotos de qualquer churrasco japonês serem o bastante pra dar depressão pra qualquer brasileiro.

Mas enfim, escrevo isso numa tarde que eu deveria ou estar numa optativa de oceanografia ou bebendo até cair na Peruada, escolhi voltar pra casa e dormir.

 vlwflw té mais

sexta-feira, 12 de outubro de 2018

OPTIMISM: GONE

Essa semana foi horrível.

Fui acometido por um sentimento de angústia e depressão que desconhecia desde o ano passado, fui em aulas só na segunda e na quinta sendo que não consegui prestar atenção nenhuma, acho que foi a primeira vez que tive esse sentimento com tanta intensidade, de forma que eu realmente não tive vontade de fazer absolutamente nada.

Já ouvi de uns amigos que vai ser só mais um governante ruim, chegando no máximo num nível Thatcher, não num Hitler, mas quando o próprio Fukuyama fala que tá preocupado com a situação da democracia no Brasil é hora de se preocupar.

Eu vejo todas aquelas pessoas mudando a foto de perfil para apoiar o 13 e postando inúmeros vídeos e estudos e artigos dando bons argumentos pra votar decentemente e não consigo deixar de pensar que é a mais pura ilusão, sinto a maior angústia que tive na vida, uma impotência infinita, vejo o país cair num caos e não vejo qualquer forma que eu possa evitar isso.

Mas eu não sou estranho a esse sentimento de inutilidade e impotência, senti a mesma coisa no fim de 2016 e começo de 2017. Cada vez que eu fui visitar o Romito eu sentia exatamente esse sentimento, talvez meus amigos também mas nunca discutimos a morte dele, só a vida, mas na última visita que fiz a ele eu percebi que ele estava realmente morrendo e eu não podia fazer absolutamente nada quanto a isso, e esse é definitivamente o pior sentimento que eu já tive na vida. Estou tendo um similar neste momento, guardadas às devidas proporções, mas espero estar errado.

Sabe, eu realmente espero estar errado, espero que a direita se mostre mais eficiente no governo do Brasil e que prove que a esquerda toda tava chiando à toa, ou que a burocracia constitucional nos defenda de mais um maluco no poder, mas cada vez mais, assim como no começo do ano passado, eu vou perdendo a esperança.

Mas tenho esperança que certo ex-prefeito de São Paulo não vire governador, vai ser uma pequena vitória (comparativamente) mas já traria um pequeno sorriso ao meu rosto.

Boa noite e boa sorte.

Imagino que caralhos o Romito pensaria sobre nosso cenário político atual, as discussões nos travecontros seriam bem mais interessantes.

vlwflw

domingo, 7 de outubro de 2018

Provas, eleições e CANSEIRA

Eu estou tão cansado que poderia correr uma maratona.

Tive duas provas hoje, uma de CONTROLE às 7:30 e outra de uma optativa que eu tava fazendo já às 14h. Foda que eu tentei estudar pra essa merda de controle desde sexta passada mas parece que tem uma porra dum bloqueio na minha cabeça, sei lá.

Acabei acordando 4:30 pra estudar pra essa merda mas não consegui direito e como a prova era com consulta eu levei absolutamente tudo que eu podia levar, tanto material que eu perdi a prova no meio do material umas três vezes.

A prova da optativa foi mais de boa, dei uma estudada com um maluco antes dela e acho que uns 6 dá pra tirar, o curioso foi que a professora falou pro mano da lanchonete do prédio trazer uma bandeja de pães de queijo pra gente e todo mundo ganhou um pão de queijo (daqueles grandes), acho que a última vez que ganhei comida de professor foi no Jardim III ou no Cultura Inglesa.

Also, as eleições estão logo aí e não estou tão puto quanto estive em 2014, acho que fiquei mais "foda-se" pra política nesse meio tempo, de modo que eu tenho quase certeza que o candidato que eu apoio vai tomar no cu e nem vai pro segundo turno mas eu não estou tão puto assim, em 2014 eu quase agredi o filho da puta fazendo boca de urna e ainda chutei dois cavaletes que achei na rua, acho que tinha aí no meio um pouco de nervosismo por conta do vestibular também, agora eu to meio no "foda-se" na Poli também então bem, foda-se.

Enfim, pois acabaram as provas da semana e cá estou eu cansado pra caralho escrevendo bosta à meia noite de uma sexta-feira ouvindo Shibuya-kei.

É isso aí, deixei esse post numa aba esquecida do Firefox e estou aqui pra postar esse caralho na madrugada de sábado.

As eleições estão aí e se tem uma coisa que é mais incerta que minha formação na Poli é a situação política deste país, estejam safos meus amigos,

Vote conscientemente, a responsabilidade de um governo democrático recai sobre todo o povo.
Boa noite e boa sorte.

sábado, 29 de setembro de 2018

My childhood

Eu lembrei da minha primeira memória que tenho.

Lembro que era uma manhã, minha mãe me levava de mãos dadas pros lugares onde ela precisava resolver pendências como bancos ou no Poupatempo, como meu pai trampava e minha irmã estaria no colégio na hora, minha mãe precisava sempre me levar pros lugares quando fosse pagar contas no banco ou passar por algum processo burocrático, nunca tive babá ou nada do tipo. Lembro que a gente parou numa daquelas barraquinhas onde tem um tio vendendo balas e doces e ela me comprou uma daquelas balas em bolinhas coloridas que vinham em pequenos frascos parecidos com o de Tic-Tac. Lembro também que a gente sempre ia a esses lugares de ônibus, só andei de metrô bem depois na vida.

Quero dizer, era uma coisa meio esquecida e de novo, extremamente banal, que eu tinha no fundo da minha memória, eu comecei a valorizar essa memória depois que um professor de literatura do cursinho, quando estava analisando os "Laços de Família" da Clarice, falou que geralmente nossa primeira memória é da mãe, eu posso ter sido influenciado por isso mas acho que é bem por aí mesmo.

Minha infância foi meio diferente da sua infância normal, minha família não era rica o suficiente pra eu ter feito n cursos e ter os mais variados consoles (até meus 11 anos eu só tinha um Game Boy Color e o SNES da minha irmã), e eu morava numa rua/prédio onde não tinha nego da minha idade então eu só tive amigos mesmo depois que entrei na escola, acho que por isso que não tenho muita memória dos meus primeiros três ou quatro anos de vida e deve ser por isso também que sou um pouco introspectivo.

E eu continuei até que bem introspectivo até meados de 2008. Acabei mudando do vespertino pro matutino por causa de um amigo que fiz por causa do judô mas tirando ele eu não conhecia quase ninguém, foi numa aula de informática que chegou um maluco folgado pra caralho e me irritou tanto que acabei dando um arm-twist nele e quebrei o braço dele, acabei virando amigo do dito cujo. Na moral que ele era uma pessoa não muito correta, mas acho que ele foi uma das pessoas que mais me influenciou na vida, foi nesse ano também que eu ganhei a chave de casa e um bilhete único, foi meio que uma carta branca pra sair de casa e voltar quando bem entender, como eu não ia pra festas e sou muito vanilla pra sequer fumar ou beber.

2008 acabou sendo um dos anos mais importantes pra minha formação, por mais que o ano de cursinho, o ensino médio e os primeiros anos de Poli tenham me mudado, acho que foi em 2008 que comecei a ler mais livros (foi Código Da Vinci e Poderoso Chefão no caso, boas leituras), foi quando comecei a ficar mais folgado (no sentido de ser mais extrovertido) e também foi o ano que eu descobri o que era COMUNISMO, daí pra frente deu no que deu. Acabou que eu perdi totalmente o contato do maluco aí que tanto me influenciou, acho que ele nem FB tem, e a última vez que falei com esse amigo meu que me fez ir estudar de manhã foi em 2012 quando a gente se encontrou na saída do ENEM, depois ele acabou indo estudar na Europa.

Minha infância/pré-adolescência então acabou de ser resumida em meio post, eu tenho minha opinião que qualquer vida de qualquer pessoa daria uma história melhor que qualquer ficção ao mesmo tempo que acho que biografias se vendem literalmente pelo nome do biografado e não pela vida do dito cujo, eu tava lendo a biografia da Nara Leão (que é minha paixão da década de 60/70) e eu quase dormi, não falo muito já que minha biografia também não daria um bom livro (quero dizer, é só ler este blog pra constatar isso).

Enfim, eu estou com esse post numa aba esquecida do Firefox faz uma semana quase e comecei a escrevê-lo porque outro dia lembrei dessa minha primeira memória que tenho e no processo de escrever isso aqui acabei lembrando desse cara que me influenciou no meu sétimo ano de ensino fundamental. Foi nesse ano de 2008 que acabei conhecendo um pouco do pessoal que faria parte da "fundação" da Turma da Trave um ou dois anos depois, quando o pessoal que estudava a tarde acabou indo tudo pra manhã.

Nem dei proofread então acho que esse post vai estar desconexo pra caralho, foda-se. Tem um tempo atrás também que escrevi um post 100000% PUTAÇO sobre política e tá como rascunho aqui no arquivo do blog, acho que não vou publicar pra não causar uma shitstorm gigantesca com a galera fundamentalista.

vlw flw té mais

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

Ser um millennial, arranjar um emprego e realizações profissionais

Por algum motivo o Youtube começou a me recomendar aqueles vídeos que estão na moda faz um tempo já do naipe "a day in the life of a software engineer" onde jovens millennials mostram como é a vida trampando geralmente em uma startup, programando, tomando kombucha, comendo comida vegan e tendo uma vida sustentável. No vídeo que eu vi primeiro em particular a menina tinha uns 5 anos de formada, trampava no Patreon, morava com o marido, um gato e um cachorro NA BAY AREA DE SAN FRANCISCO... NUMA CASA TÉRREA. Eu não sei se tem IPTU nos States mas só de pensar qual seria o valor dele em SF me deu uma dor no fígado.

Óbvio que o pessoal que chega ao ponto de fazer vídeo é a galera extremamente realizada que tem a vida dos sonhos ou edita pra caralho pra parecer isso E MENTE PRA SI MESMO ENQUANTO A VIDA TÁ UMA MERDA. Mas não consigo deixar de ter inveja dessa galera, quero dizer, morar em SF, ganhar bem e ter um estilo de vida decente? Não faria mal.

E isso me fez pensar no termo millennial, que é um rótulo que sempre passei longe (junto com hipster e otaku) mas que é o que me descreve, afinal, sou um jovem nascido entre as décadas de 80 e 90 que deveria estar entrando no mercado de trabalho agora, só que toda a cultura millennial é aquela coisa pseudo-empreendedora com overdose de autoajuda que eu nunca consegui engolir.

Aí tem um choque entre a cultura da geração anterior e a nossa, pelo menos na Poli eu não ouço muita gente falar que tem como sonho um trampo como concursado (que é o sonho de carreira de muitos da geração antes da nossa) porque tem mais estabilidade e tal, o mais comum mesmo é consultoria (que é até estável, se você sobreviver) e criar seu empreendimento, na naval tem um ou outro que mira um trampo na Petrobras ou na Marinha/Amazul como concursado mas não é nem perto da maioria.

Quero dizer, acho que nunca parei pra pensar direito no que seria minha realização profissional, trampar numa startup e largar de vez qualquer coisa que possa ser chamada de engenharia naval ou ir pra área e ter um trampo mais padrão (eu sei que tem mais opção, mas vamos manter a coisa simples)? Eu sei lá, eu ainda tenho aquele antigo sonho de fazer minha obra de arte mas eu sinceramente não sei se vou fazer isso por vias de trabalho ou de hobby, talvez eu vire um produtor musical de shoegaze daqui 12 anos, a vida é uma caixinha de surpresas.

Acho que vou tentar arranjar um emprego antes de qualquer avanço em tentar achar meu grande objetivo profissional.

vlw flw té mais

sábado, 15 de setembro de 2018

Meu senso de moda provém de uma banda brega dos anos 90: um estudo de caso

Eu me visto mal.

Quero dizer, quem me conhece sabe que isso foi um understatement, meu guarda-roupa é composto basicamente por camisas de futebol, moletons, uma variada gama de roupas da Adidas, alguns shorts floridos e duas calças jeans (que eu odeio), depois de eu entrar na Poli ainda brotaram uma caralhada de batas pretas, uma sambacanção e o famoso moletom escrito POLITÉCNICA em letras garrafais no braço. Ah sim, junte a isso uma dúzia de pares de chinelos, dois pares de CROCS e uns tênis aleatórios.

Acho que porque fui obrigado a usar uniforme escolar durante os 12 anos de colégio que fiz, minhas preocupações com roupas casuais se restringiam a finais de semana e feriados, então um par de berma e uma calça era o suficiente, ainda mais pra mim que não saía frequentemente de casa.

É comum a galera pegar um famoso pra se espelhar e pegar o estilo, o Julian Casablancas do Strokes, James Dean, Cristiano Ronaldo ou Audrey Hepburn, Bibi Andersson, Taylor Swift, sei lá, mas todos os citados aí são exemplos totalmente válidos pra você se espelhar. Pois eu escolhi me vestir que nem minha banda favorita, o que é normal, mas no meu caso essa banda é Judy and Mary.

Judy and Mary era brega PROS ANOS 90, eu na real que podia ter pego o estilo do Falcão que pelo menos a galera ia sacar a referência.

Vocês sabem como eu amo minha coleção de mais de 20 camisas de futebol que coleciono desde meus 13 anos, mas um cara que me me inspirou a usá-las em sociedade foi o guitarrista do Judy and Mary, o Takuya.
Takuya com uma camisa de time desconhecido, POP LIFE SUICIDE 2 (1999)
O Takuya tinha um estilo legal (pra época), usava uns terninhos slim em sessões de foto e tal, mas em shows o figurino era uma camisa de futebol e num show ele até usou a kilt obrigatória pra todo guitarrista. O legal é que em algumas tours o Judy and Mary fez camisas de banda no estilo das de futebol e na última tour em especial eles venderam uma camisa da banda feita pela Le Coq Sportif com o nome do Takuya nas costas, um item que tá na minha wishlist faz uns bons 10 anos já.

Obviamente eu não poderia falar de Judy and Mary me influenciando sem falar da Yuki, mas aí foi um caso mais pontual: eu lembrei de um vídeo que ela apareceu com um conjunto amarelo (incluindo uma jaqueta amarela com preta da Adidas que ainda procuro) e decidi comprar uma camiseta amarela GRITANTE que vi vendendo na Adidas a preço de banana, nada parecida com a que a Yuki usou infelizmente.

Essa foi uma das roupas mais normais que a Yuki já usou durante um show do JAM.
A camiseta amarela é extremamente confortável, o tecido é ótimo mas é muito feia puta que pariu, não lembro a última vez que usei, eu usava durante os vestibulares pra distrair a concorrência porque era confortável.

Ah sim, agora avançando o relógio pra 2013, e mudando completamente de gênero musical, eu me apaixonei pelo Kinoko Teikoku (sim, essa história é antiga) e a Chiaki Sato usando o moletom cinza escuro era pra mim aquela imagem perfeita do que era o shoegaze até então, como eu nunca tive minha fase TREVOSA, decidi comprar um moletom daqueles pra mim.

No clipe não dá pra ver o moletom direito, tá aí outra foto dela com o dito cujo.
Acabei comprando um moletom parecido a esse na GAP, e não, ele não tem o logo grotesco da marca no peito, o que comprei era da linha mais básica (que era bem mais barata que o resto) e o único indício de que o negócio é da marca é a etiqueta. Eu acabei gostando pra caralho do dito cujo e é meu moletom favorito pra usar fora da Poli. Eu até pensei em tirar o cordão pra ficar mais parecido com o dela mas acabei desistindo. A Chiaki Sato usou uma variedade de moletons lisos nos primeiros anos do Kinoko Teikoku, inclusive um amarelo que eu pensei seriamente em comprar um igual.


Acho que comecei a usar Vans por alguma influência parecida, mas é meio difícil traçar a origem, praticamente todo mundo que tem banda hoje em dia usa Vans.

O curioso disso tudo é que das pessoas que tenho como referência pra quando comprei umas roupas em especial, duas são mulheres. Acho que a Yuki e a Chiaki Sato são dois extremos opostos, a Yuki é o símbolo de uma década, e era o carisma em pessoa dos anos 90, já a Chiaki Sato veio meio como um símbolo também, mas de um movimento totalmente introspectivo e taciturno.

E desse mish mash de influências de vocalistas japonesas e o que tiver de barato na Adidas que sai o meu vestuário, e de novo: me visto mal. Eu até pensei em TENTAR me vestir melhor, pelo menos combinar as cores, mas ir de camisa de futebol, shorts florido e chinelo pra faculdade é tudo o que pedi na vida nos tempos sombrios de colégio quando eu era obrigado a usar uniforme, em compensação eu uso o moletom da Poli e a camiseta que veio no kit bixo até hoje, tem coisa melhor que não sujar roupa "de sair"?

Enfim, acho que perdi totalmente o fio da meada nesse post mas eu sempre quis postar aqui as más influências que tenho pra escolher roupa, acho que nem no Japão dos anos 90 uma pessoa sã iria se deixar influenciar por Judy and Mary pra escolher as roupas.

Por hoje é só.
vlw flw té mais

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Óculos da nostalgia

Outro dia fui pro aeroporto de Congonhas buscar a minha irmã de viagem. Subindo as escadas rolantes do estacionamento pro saguão principal eu avistei o McDonald's e tive um daqueles flashbacks, lembrei da minha viagem de formatura pra Búzios

Por uns quatro ou cinco anos, talvez menos, tinha um programa na RedeTV chamado "O Último Passageiro" que era tipo um quizshow com três turmas de TERCEIRÃO URRA URRA EI de três colégios distintos, o vencedor do negócio todo ganhava uma viagem de formatura NA FAIXA, no nosso caso foi pra Búzios, ah sim meu colégio ganhou. O negócio é que só quem participava da vergonha alheia lá que ganhava a tal viagem e obviamente eu fui participar, COISA DE GRAÇA? EU QUE NÃO IRIA RECUSAR. 

Pois bem, ehh, ganhamos, isso, eu passei uma puta vergonha naquela merda mas graças a deus que o programa passou NO MESMO DIA E HORÁRIO QUE A FINAL DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES DE 2013 ENTRE BRASIL E ESPANHA, cara, nem eu vi aquela merda de programa, mas vi o Ney sambar na cara dos espanhóis, chupa Casillas. E como o programa foi cancelado na mesma semana que a gente foi lá, todo material gravado daquele dia que tava upado no site da RedeTV se perdeu, infelizmente pra minha nostalgia, felizmente pra minha vergonha.

Quando a gente ganhou a tal viagem, a outra viagem de formatura já tinha sido paga, que no caso era pra Floripa, como eu não queria pagar a taxa de cancelamento e QUE MENINO DE 17 ANOS RECUSARIA DUAS VIAGENS DE FORMATURA? Eu que não, fui nas duas.

E foi o ápice da minha juventude, e não peguei ninguém, mal bebi e quase fiquei gripado, mas foi bom pra caralho. Não acrescentei nada à minha vida, não achei o significado de amizade em Floripa e nem o que é o amor verdadeiro em Búzios mas eu também não esperava nada disso, só queria mesmo me divertir.

Búzios em particular foi legal pra caralho, todo mundo que estaria normalmente agitado já tinha gastado a energia na viagem pra Floripa duas semanas antes e a ilusão de achar o amor da minha vida numa garota de um colégio que eu provavelmente nunca tinha ouvido falar tinha ficado em Floripa. Em Búzios a gente praticamente só encheu a barriga, já que era OPEN FOOD 24H, e chegamos ao ponto de tédio de ver "À Procura da Felicidade" no quarto, mas aquela piscina lá era divina, tenho que admitir.

Ah sim, eu tive meu flashback quando vi o McDonald's porque um amigo meu achou que não ia ter lanche no avião então ele decidiu comprar McNuggets pra comer, vocês não imaginam a cara de alegria dele ao ver que o lanche na TAM era incluso na passagem (ao contrário da Gol na época).

É claro que toda a felicidade se deveu também ao fato de que pra gente aquilo tudo era muito novo, até então eu só tinha viajado de avião uma vez (pra Foz do Iguaçu) e muitos dos meus amigos nunca tinham pisado num avião, some a isso o fato da gente ter ganhado uma viagem de graça no nosso colo, a gente tava muito feliz.


Aliás, pode parecer que meus dias felizes foram só no ensino médio (vendo pelos meus posts pelo menos) mas acho que isso é mais um daqueles casos de que MINHA VIDA NÃO É INTERESSANTE e que visto de um ponto de vista distante qualquer coisa fica interessante e a gente acaba esquecendo uns detalhes ruins. Se este blog estiver vivo quando eu estiver trampando você pode ter certeza que haverão posts aqui sobre umas desventuras que tive nos meus tempos politécnicos.

Enfim, é issae
vlwflw
té mais

sábado, 1 de setembro de 2018

Como é ser um asiático no Brasil

Tá na moda agora esse negócio de representatividade asiática e eu sou asiático, olha só, vai virar post isso ae.

Pois bem galera, agora tá em vogue ter representatividade asiática em filmes, seriados e afins, e parece que pela primeira vez na história Hollywood se lembrou que existem não apenas japoneses na Ásia mas também coreanos, chineses, tailandeses, vietnamitas e afins. Até as novelas brasileiras estão começando a incorporar mais atores e atrizes orientais e escrevendo roteiros decentes para os papeis não caírem nos estereótipos de "japa" que o imaginário popular brasileiro tem.

Na moral, acho isso muito bom, enquanto crescia eu realmente procurava alguém que se parecesse comigo (num sentido mais amplo obviamente) pra me espelhar e ter como objetivo, óbvio que temos no país vários exemplos de nipodescendentes extremamente bem sucedidos, mas digamos que pra um moleque de 10 anos é mais fácil gostar de um jogador de futebol ou ator do que de um empresário.

E foi no alto dos meus 10 pros 12 anos que eu desisti de procurar por exemplos a seguir na mídia brasileira e fui pros animes, mangás e J-Pop, apesar de que a maior representatividade asiática no Brasil esteja no nosso cenário musical (eu ainda amo a Fernanda Takai... e num grau menor a Fovefoxxx também).

Mas o negócio é: eu não sou japonês, eu sou brasileiro. Gosto de feijoada, futebol, cerveja com mais milho que malte e faculdade pública de graça. Por mais que eu idolatre e tenha como exemplo, sei lá, o Shunsuke Nakamura ou o Ken Watanabe, eles nasceram e cresceram no Japão, eles possuem em comum comigo a cara e talvez a preferência por usar hashi ao invés de garfo nas refeições.

O foda é que todo mundo que olhar pra minha cara vai me chamar de japonês (quando não chinês ou coreano), lembro quando fui com minha família pro interior de Minas Gerais, praticamente TODO MUNDO ficava olhando pra gente como se fôssemos alienígenas, fora dos lugares com concentração de asiáticos aqui no Brasil eu sou um eterno gringo. E você pode ter certeza que quando eu for pro Japão os caras não vão me chamar de ONE OF US, eu mal falo a língua dos caras, vou ser um gringo lá também.

E tá aí o eterno dilema do nipodescendente: não é brasileiro no Brasil mas também não é japonês no Japão, come feijão com gohan e assa o onigiri junto com a picanha na churrasqueira.

Pode parecer drama exagerado pra vocês, e dou total razão pra quem pensou isso, afinal, quando volto de madrugada pra casa e passa uma viatura da polícia por mim, só falta o maluco fazer joinha depois dele constatar que sou asiático, mas é uma coisa que sempre me incomodou, existir esse estereótipo de asiático super cobrado pelos pais, que anda olhando pra baixo e ouve Hatsune Miku, desde que eu soube do tal estereótipo, sempre fiz o máximo pra ser exatamente o contrário disso e olha onde acabei chegando, no lugar que é o maior antro de estereótipos de asiáticos do Brasil: a Escola Politécnica da USP.

E foi quando entrei na Poli que me dei conta de como tem asiático nessa parte do Brasil, é incrível, e foi a primeira vez também que tive professores asiáticos fora do Karate. Acho que isso fez com que, ao mesmo tempo que me sentisse mais "normal" na multidão, também me fez ver que tem muita gente também que foge do estereótipo, seja conscientemente ou não. Tem muito asiático na Poli que faz parte dos times de Baseball/Softball/Tênis de Mesa, fez parte de um grupo de escoteiros, dançava Break no CCSP e já foi em balada japa e tudo mais, e tem muito asiático também que é recluso, tem pais exigentes, é 100% full otaku (esses geralmente fazem elétrica) mas também tem uns que não se encaixam em nenhum estereótipo, que gostam de samba, jogam futebol, leem literatura russa e gostam de indie da costa oeste americana, demorei pra perceber que cada um é cada um, por mais que a pessoa se encaixe nos estereótipos, ela é única de seu modo.

Eu sempre abominei a ideia de só andar com "japa", sempre vi esse tipo de gente como um pessoal de mente fechada que só se entrosava com pessoal da própria laia, mas depois de entrar na Poli eu comecei a entender mais esse tipo de gente, apesar de não ter me tornado um deles.

Por mais que todo mundo seja diferente, as famílias asiáticas no Brasil têm muito em comum, a maior distância que a geração atual tem dos antepassados que vieram pra cá é de umas duas ou três gerações, vários costumes da terra natal ainda são comuns em terras tupiniquins pra essas famílias, por mais que você seja japonês, chinês ou coreano, o arroz consumido é grudadinho da mesma forma. Além disso todo asiático aqui passou por coisas similares, seja os coleguinhas de classe imitando puxando os olhos como a negada falando que teu pau é pequeno, não tem um puto com olho puxado neste país que não passou por isso, isso tudo acaba unindo a gente.

Quando vejo um bixo asiático entrando na Naval eu já sei pelo o que ele deve ter passado, eu sei que ao mesmo tempo que a polícia nunca deve ter parado ele na rua, os assaltantes viam nele um pato fácil pra roubar a carteira, eu sei que se ele for de família japonesa, a avó deve gostar da Hibari Misora e a família toda deve se reunir no fim de ano pra assistir o Kohaku e sei também que por mais que a família dele seja moderna, há uma cobrança maior que o normal pro padrão ocidental nos ombros dele. Eu sei que isso é normal, você sabe pelo que um maluco da tua etnia passou, mas só fui perceber isso depois, e foi aí que entendi os asiáticos que andam com asiáticos, você pode não conhecer o maluco mas já sabe pelo menos por algumas coisas que ele passou.

Em suma ser asiático no Brasil é ser um eterno gringo onde quer que você vá, ser estereotipado até o cu e não ter heróis a quem se espelhar que tenham a mesma cara que você, obviamente a nossa situação não chega aos pés do racismo incrustado contra os negros neste país, mas há lutas e lutas, eu acho particularmente que o recente destaque que o feminismo asiático vem recebendo é bem legal, tudo o que eu sofro com estereótipo é multiplicado por 100 se você for uma mulher e sinceramente, a cultura machista dos países da Ásia não ajuda muito a situação.

Por mais que eu achasse esse negócio de representatividade uma besteira até um tempo atrás, os filmes e seriados ainda fazem grande parte do imaginário brasileiro, ter mais atores asiáticos na novela das 9 pode mudar a visão que o brasileiro médio tem sobre toda uma etnia, por mais que você fale que ninguém mais vê novela. Enquanto eu crescia uma das únicas representantes da minha etnia na TV era a Sabrina Sato, agora as coisas melhoraram mas os outros asiáticos ainda são praticamente invisíveis pras novelas e afins do país.

Enfim enfim enfim, eu sempre quis escrever sobre isso no blog mas nunca achei um momento certo, e também achava que comparado com o racismo contra os negros, qualquer coisa contra asiático parece piada, mas acho que lutas podem ser paralelas, se lutarmos por uma mudança de cada vez nunca haverá fim.

Obrigado por terem lido essa coisa toda, me desculpem se tiver algum erro aí mas estou com uma puta preguiça de fazer proofreading e to com umas provas no horizonte, prontas pra me foder.
vlwflw té mais

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

Fique puto!

Este post vai ser sério, e não vai ser sobre música japonesa, eu juro.Eu tava lendo a amostra grátis na Amazon de um livro que quero faz tempo, sobre o cenário musical underground japonês (obviamente) e me deparei com uma frase que achei demais, o nome do livro é "Quit Your Band!" e veio de um refrão de uma música de uma banda de garage-punk composta por meninas de ensino médio onde elas gritam: "QUERO SAIR! QUERO SAIR DESSA BANDA!" e o autor do livro fala mais ou menos "Em um mundo onde o pop é regido por morais rasas como seguir seus sonhos e que a amizade é para sempre, aqui está uma constatação divertidamente negativa".

Acho que tem um motivo pra chamada contracultura ser composta por grupos de jovens revoltados fazendo músicas onde praticamente gritam as angústias que têm, seja numa banda punk ou fazendo um rap improvisado, jovem tem que ser revoltado mesmo, quero dizer, a JUVENTUDE é praticamente um estado de espírito onde você sempre tá puto.

Num mundo onde ""palestrantes"" motivacionais são uma profissão reconhecida que tem até nome em inglês e onde livros ditos de autoajuda vendem muito mais que obras primas da literatura, hoje todo mundo precisa estar todo dia e toda hora 100% feliz e motivado, e parece que ao contrário do Admirável Mundo Novo, nossa Soma não vem em pílulas fornecidas pelo governo mas sim em livros com títulos engraçadinhos, e ó tão controversos, como "Seja foda!" e "Como ligar o foda-se", vivemos realmente a queda da cultura ocidental.

Enfim, sei lá, fique puto, indignação é a força motora das revoluções! E vai ler um livro decente ao invés daquelas merdas de autoajuda, em uma das matérias de sites suspeitos que apareceram no meu feed do FB falava que foi, ahem, ""COMPROVADO"" que poesia ajudava mais que livro de autoajuda no sentido da pessoa se sentir melhor. Bem que eu duvido que alguém que leia Augusto dos Anjos ou Baudelaire se sinta melhor depois de fazê-lo, eu recomendaria poesia acardista OHH MARÍLIAAAAAA~

Por hoje é só, eu ando escrevendo os posts no metrô e parece que isso tá sendo uma ótima ideia, god bless Evernote.

vlwflwtémais

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Never meet your heroes

Tem aquele ditado né? "Nunca conheça seus heróis, você pode se decepcionar" ou algo assim. A verdade é que até pouco tempo atrás eu não tinha figuras pra chamar de "herói" nessa concepção: uma figura aparentemente admirável e com uma certa faceta pública que, de novo aparentemente, é diferente da pessoa de verdade, isso já tira do páreo nessa definição qualquer pessoa que eu conheça do dia-a-dia como meus pais ou sei lá, qualquer professor que eu tive.

Quero dizer, posso falar de como admiro o Ronaldinho e o Keisuke Honda mas eles definitivamente não são heróis pra mim, o Marechal Tito da Iugoslávia (e qualquer outra figura política) é controverso demais pra eu chamar de herói e o Nikola Tesla foi foda, realmente, mas nada pra ser chamado de herói.

Sobrou quem? Óbvio, ela: Shiina Ringo.
Você leitor do blog tava vendo essa chegar de longe, de quem mais eu falo tanto por aqui? Mas enfim, quando eu comecei a ouvir a música da senhorita Ringo eu realmente considerava que ela era o maior gênio que já surgiu na história da música, o terceiro álbum dela SEMPRE me surpreende, não importa se eu já o ouvi mais de 50 vezes do começo ao fim, acho que é uma coisa que nunca vou me acostumar.

Mas a questão é: a Shiina Ringo é humana, ela erra, o último álbum dela foi uma merda e como nós ela também precisa trabalhar pra botar comida na mesa, por isso fica fazendo jingle pra campanha publicitária aqui e lá. Apesar disso tudo ela é ainda a coisa mais próxima de "herói" que tenho.

Depois de dar como certa minha ida pro Japão eu fantasiei várias vezes como se daria meu encontro com a Shiina Ringo em uma loja de conveniência em Tokyo ou no Duty Free do aeroporto de Narita, óbvio que eu sei que isso tem tanta chance de acontecer quanto eu trombar com o Chico Buarque no Suki-Ya da São Joaquim, mas o pensamento sempre me diverte.

Pra começo de conversa: eu gostaria de encontrar com a Shiina Ringo? Apesar dela ter feito várias músicas ruins ultimamente, eu e todo o resto do pessoal que curte o material antigo sabe que ela tá fazendo isso pra juntar uma grana, música avant garde é legal e tudo mais mas não dá muito dinheiro. Mas o que eu falaria? "Tira uma foto comigo?" Ou "Autografa essa nota fiscal que tenho na carteira com essa bic que achei no bolso do meu casaco?" Ou ainda "Como você conseguiu fazer o Kalk Samen Kuri no Hana?" Seja qual for, eu não acho que alguma dessas frases deixaria alguém feliz, ainda mais a Ringo que não é muito chegada em interagir com fãs.

E aí que tá: eu nunca imaginei que a Shiina Ringo fosse uma pessoa legal ou agradável, toda a obra dela reflete uma pessoa no mínimo egocêntrica, egoísta, que ao mesmo tempo quer total controle da obra mas também sabe que não pode fazer tudo sozinha. Ela sabe cantar, tocar guitarra, baixo, bateria, teclado, instrumentos tradicionais japoneses e também sabe produção musical, mas sobretudo ela sabe que tem gente melhor que ela e que orgulho não leva a uma obra melhor.

A imagem da senhorita Ringo que tenho na cabeça é isso: uma pessoa egoísta mas a definição clássica de artista, que pode sacrificar o orgulho para criar uma obra melhor e com um talento que aparece no mundo a cada década no máximo. Ela também quase nunca pisa fora do reino da música, nenhuma declaração política e em raras entrevistas ela mostra sua visão sobre o papel da mulher na sociedade japonesa, mas sempre deixando claro que muito do que fala só se aplica a ela, como quando falou que deixou de se importar com a opinião de homens depois que teve um filho, o que acho uma pena, uma figura da estatura dela podia provocar a mudança que a sociedade japonesa anda precisando. Eu posso estar errado? Óbvio, tudo que escrevi acima não passa de suposição, mas é o que temos.

Voltando pra pergunta: eu gostaria de conhecer a Shiina Ringo? Mesmo levando em conta tudo o que escrevi acima eu acho que sim, até certo grau eu sei separar a obra do artista (certo grau sendo: se ela não for pau no cu que nem o Morrissey tá sussa) e também eu já meio que espero que ela seja uma pessoa um pouco mesquinha, que ela não se importa com os fãs eu já tenho certeza, então não acho que me decepcionaria tão facilmente com a personalidade que fosse dela, afinal ela criou o Kalk Samen Kuri no Hana, o que mais posso exigir de um ser humano?

Eu só queria agradecer à Shiina Ringo, do fundo do meu coração, pela obra que fez. Acho que nenhuma obra de arte, seja mangá, anime, filme, livro, game, etc. me inspirou tanto quanto o Kalk Samen Kuri No Hana, e ela fez o álbum com 23 anos! Eu vou fazer 23 anos daqui sete meses e sequer estarei perto de me formar, eu sinceramente não faço ideia do que ela pensou quando terminou de editar a última música do KZK.

Acho que eu perguntaria pra ela: "E depois de você conquistar seu sonho, de fazer a sua magnum opus, o que vem depois?" Tentar superar a obra que você tem certeza que foi a maior que poderia ter feito? Achar novos objetivos de vida em situações mais mundanas? Continuar no ofício pra tirar uma graninha? Se aposentar por saber que nunca vai superar o seu "eu" de 23 anos? Acho que outros exemplos podem ser citados aqui pra falar o que poderia ser feito:
  • James Joyce foi ambicioso e escreveu Finnegans Wake depois de ter feito Ulysses, conseguiu fazer uma obra mais incompreensível que a anterior mas não superior;
  • Momoe Yamaguchi decidiu se aposentar com 21 anos (VINTE E UM ANOS) depois de uma carreira de sucesso como cantora e atriz, depois de ser a maior idol do Japão na década de 70 e de ter feito até uma rock opera ela decidiu que queria mesmo é ficar de boa e curtir a vida com a grana dos copyrights, can't blame the woman;
  • Haruomi Hosono, depois de criar o maior álbum da história do rock japonês com a sua banda Happy End, decidiu mudar de rumo e montou a Yellow Magic Orchestra pra lá fazer o maior álbum de Synthpop do Japão;
E sei lá, posso citar vários escritores mas a maioria deles ou escreveu um monte de livro bosta depois (tipo o Kundera) ou se isolou do mundo (como o Salinger) ou começou a beber, se isolou do mundo e escreveu um monte de livro bosta (tipo o Fitzgerald).

Mas enfim, mesmo que eu pergunte pra Ringo-san o que fazer depois de terminar sua obra prima, eu já sei que depende muito de cada um e que não há uma resposta certa, a Shiina Ringo montou uma banda logo depois do terceiro álbum pra mudar o rumo do som que ela fazia, depois decidiu fazer grana compondo jingles pra campanhas publicitárias. Eu não julgo ela, eu mesmo mudaria meu ofício para tirar uma grana a mais pra ter uma aposentadoria mais tranquila, música experimental é legal e tudo mais mas não dá grana.

E na moral? Se a Shiina Ringo me chutasse no saco e mandasse eu me foder, eu ainda idolatraria a mulher, sepá eu até passaria a idolatrá-la ainda mais.

Enfim, as fantasias e divagações estão indo um pouco longe demais.
Por hoje é só galera, vlw flw té mais!

segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Outra banda desconhecida que ninguém conhece: CITRUS

Lembram o post que fiz um tempo atrás sobre a "banda mais underground" que ouvia na época, BOaT? Pois é, esse posto acabou de mudar de mãos pra outra banda: Citrus.

Citrus foi uma banda que começou com um indie pop bem padrão (apesar de algumas peculiaridades como o uso de samples de televisão) mas que mudou o som para uma coisa meio Shibuya-kei depois que foram pra lendária Trattoria Records, label do Cornelius, o pai do gênero.

Pra vocês entenderem o nível de underground com o qual estamos trabalhando aqui:
BOaT é uma banda totalmente desconhecida, lançou quatro albuns e alguns clipes mas ficou esquecido nos anais dos registros musicais do underground japonês, na internet é possível achar raras live footages e fotos da banda, além do site oficial deles (mas só usando o Wayback Machine).
Citrus... bem, Citrus marcou a época de transição entre o Shibuya-kei e o Picopop e influenciou alguns grupos que vieram depois como o Plus-Tech Squeeze Box apesar de não serem particularmente classificados como Shibuya-kei. E então chega a parte interessante: é praticamente impossível achar qualquer informação decente sobre a banda, live footage? Nada. Fotos da banda? Existe UMA, que toda e qualquer reportagem que fale sobre eles usa, uma foto totalmente desfocada e inconclusiva. O melhor material que você pode achar sobre a banda é um podcast discutindo o legado do Citrus e uma entrevista dada pelo líder da banda para o Neomarxisme, e pior que é basicamente tudo o que você pode saber sobre eles.




Única foto da banda Citrus disponível na INTERNET INTEIRA

Citrus durou de 1992 até 2000, lançou alguns EPs e em 2009 a Felicity Records fez o favor de soltar a melhor compilação já vista na história da música japonesa. Eles botaram basicamente os últimos EPs inteiros e umas unreleased, além de inexplicavelmente incluírem duas músicas (versões originais, não covers) de bandas extremamente indie da década de 80, pra completar pouco menos de uma hora de música de alta qualidade. Se você juntar todo o material que a banda lançou, não passa muito dos 50 minutos de música deles na compilação, chutando alto dá uns 70 minutos, contando remixes e versões alternativas que só apareceram depois. É muito louco pensar que os caras gravaram menos de 10 minutos por ano pra ser lançado em quase dez anos de carreira.

Citrus foi uma banda relativamente influente mas ao mesmo tempo extremamente desconhecida, eles são tipo o Les Rallizes Denudes do Shibuya-kei, que por incrível que pareça possuem bem mais material sobre na internet, mas acho que é porque a história do Rallizes é bem mais legal e interessante, Citrus tem uma história desconhecida simplesmente por ser normal, a história da banda, não o som.

Enfim, essa é a banda que ouço POR ENQUANTO que está com a coroa de mais desconhecida (apesar de você poder falar que ela está meio que empatada com BOaT), vamos ver até onde vou chegar com essa história.

vlwflw té mais

domingo, 19 de agosto de 2018

Sobre o Post mais lido deste blog (no momento)

Cara, eu realmente não sei o que aconteceu mas o post que eu escrevi quando eu ESTAVA PRESTES A LARGAR A POLI (de verdade) virou o mais lido do meu blog DE LONGE depois de dois anos que escrevi. Eu lembro que antes era outro, acho que o que fiz na época que o pessoal da minha turma na Naval descobriu que eu tinha blog.

Os meus posts normalmente têm entre 8 e 15 visualizações totais, TOTAIS, cês já podem ver que nem se eu tivesse monetizado essa merda desde o começo ou botado um miner na sidebar daqui, o máximo que eu ia tirar seria uns décimos de centavo de dólar do Zimbábue.

Pois bem, esse post que citei de quando DESABAFEI pra sair da Poli atingiu 90 views! Por pouco não bati as 100 views em um único post. Eu já tinha observado que o post subiu no ranking de mais lidas já faz umas semanas mas fiquei bem intrigado, tenho certeza que alguém andou repassando esse post pra mais pessoas putas com a Poli e acabei ganhando um cult following entre pessoas que odeiam a Poli, nada no nível daquela "Carta de um aluno do ITA" que me impactou tanto quando li no ensino médio ou a famosa "Escola dos Homens Tristes" que é o copicola mais famoso feito sobre a gloriosa Escola Politécnica, mas já é algo.

O que eu acho da Poli hoje? Na moral, eu odeio esse lugar, ODEIO DO FUNDO DO MEU CORAZÓN e com o mercado de engenharia (ainda mais Naval) na merda que está, a motivação está no fundo do poço, mas eu amo a engenharia naval e a galera em geral também, nunca senti aquela famosa "competição desleal" que eu tinha tanto ouvir falar sobre qualquer escola de engenharia, sepá que só a Naval é assim na Poli, sei lá. Só saio desse caralho se for com a porra do diploma na mão, não tomei no cu todo esse tempo pra sair de mão abanando.

Enfim, só fiz esse post pra falar sobre isso mesmo. Do começo do post até aqui eu acabei descobrindo uma banda mais underground que BOaT! Esperem por mais posts sobre música japonesa.

vlw flw té mais

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Relato do bagulho pra ir de graça pro Nippon

O consulado do Japão no Brasil todo ano faz uma, uh, "campanha" pra mandar uns jovens nikkeis pro Japão pra eles conhecerem lá e basicamente promoverem o turismo e a cultura japonesa depois que voltarem a terras tupiniquins, como eu passei lá no Consulado pra fazer aquela prova pra estudar no Nippon (que deve ter sido uma das maiores humilhações da minha vida), eu acabei entrando na mailist deles.

Mas o buraco é mais embaixo: pra se candidatar você precisa preencher um formulário onde precisam constar suas redes sociais e a quantidade de amigos/seguidores, além de uma redação sobre o que você esperava da viagem, vocês já imaginam o que fiz nessa redação né?

Eu tava realmente querendo entrar nessa coisa, maluco, a redação era pra ter uma folha A4 e eu basicamente escrevi a história inteira do Japão e cheguei ATÉ O CENÁRIO UNDERGROUND JAPONÊS e como ele é um reflexo da sociedade japonesa como um todo, quando fui ver a redação tava com quase três páginas e eu ainda não tinha explicitado o porquê de eu querer ir nessa viagem. Acabei desistindo, já eram quase 22h do dia do prazo limite e minha redação tava ridícula, na moral que eu merecia um prêmio por chegar dos samurais à Shiina Ringo em duas páginas e meia. Já dizia o sábio: "sempre leve a discussão pra onde você tenha domínio".

Eu não faço ideia do tipo de gente que é selecionado nesse programa. Nikkeis que tenham um contato com o consulado ao mesmo tempo que tenham uma quantidade considerável de seguidores? Não é uma intersecção das maiores eu acho.

Aliás, o Consulado do Japão é bem sem graça, são basicamente uns andares no Top Center na Paulista, mas com as placas em japonês e uma TV passando NHK 24/7 não tem como não achar que você está num pedaço da terra do sol nascente.

Este é um post que tava arquivado faz um tempinho, só dei uns retoques.
flwflw té mais

sábado, 4 de agosto de 2018

O que escrevo quando escrevo sobre escrever

Pode não parecer mas eu amo escrever.

Quero dizer, acho que isso é meio óbvio vindo de uma pessoa com um blog com mais de 300 posts, mas eu não tenho esse blog só pra merda que não falaria em público senão perderia todas as amizades, acho que escrever é uma das coisas mais legais que você pode fazer.

Olha, eu desenho mal pra caralho, não sei tocar nenhum instrumento (apesar de estar num aprendizado infinito pra pegar o básico de guitarra), não sei cantar e nem atuar ou qualquer outra arte que seja, eu só """"sei"""" escrever, e gosto muito disso.

Minha paixão por escrever veio lá pelos idos de 2008 quando um professor do ensino médio do meu colégio acabou dando aula pra nossa turma, que no caso era o sétimo ano, e ele era fenomenal. Acho que nunca tive um professor que soubesse instigar tão bem os alunos quanto ele, sem a pressão do vestibular, esse professor fazia a gente escrever redações de tema livre constantemente e incentivava a gente a ler a dita cuja na frente da sala toda, em uma tacada ele fazia a molecada ter uma paixão por escrever e ainda fazia com que as pessoas perdessem a timidez, genial.

Eu escrevia as maiores histórias de protesto no auge do meu militantismo ateu aos 12 anos de idade, criei também umas das histórias mais épicas até então: uma narrativa de personagens homônimos à meu círculo mais próximo de amigos que conquistava a Rússia... fantasias de um menino de 12 anos. Essa história acabou rendendo umas dez folhas frente e verso e depois ainda desenvolvi a timeline dessa história pra um universo que se expandia em mais de 200 anos de revoltas, revoluções e reformas políticas que assolaram o mundo.

Needless to say que a história ficou uma merda, TODO MUNDO da sala queria que eu lesse aquela porra já que, quando todo mundo que queria ler as redações acabassem de lê-las, a aula ia rolar normal. Eu não li aquela merda mas eu amei FAZER aquela história, assim como quando você desenha, não é toda coisa que você escreve que precisa necessariamente ser publicado ou mesmo ser mostrado pra qualquer pessoa que seja, escrever pode ser um passatempo também.

Quero dizer, minha gramática é horrível, uma pessoa com a mínima noção de português iria regurgitar se visse o uso de vírgulas neste blog, todo e qualquer respeito que eu tinha pela norma padrão do uso da língua portuguesa se esvaiu depois que terminei a última redação de vestibular que fiz, que deve ter sido da COMVEST.

O uso exclusivo da primeira pessoa? Culpe meu amor incondicional por "Apanhador no Campo de Centeio" e pelas obras do Haruki Murakami, eu sei que num blog o uso de primeira pessoa é o usual, mas se eu fosse escrever um livro com certeza ele seria em primeira pessoa.

Eu até pensei em escrever uma história, ou melhor: UMA FICÇÃO. Sem nenhuma pretensão de fazer sucesso ou qualquer merda dessa, afinal escrevo mal e não sou youtuber, mas eu sou péssimo em escrever histórias, na maioria das vezes que tentei criar algo, esse algo acabou ficando muito parecido com coisas que já existiam (vulgo plágio), ou então ficou um bagulho totalmente desinteressante.

O que eu tentei fazer um tempo atrás foi criar personagens, eu tenho a minha teoria mestra que, desde que a história não seja uma fantasia ou ficção científica, ela é muito mais movida pelos personagens do que pelo enredo em si, logo criei personagens. O problema dessa vez foi que eu tentei ao máximo fugir de estereótipos e de personagens parecidos com os que já existiam, o resultado foi um misto de personagens femininas que pareciam ter sido tiradas de doramas japoneses e personagens masculinos vindos de livros americanos do pós-guerra, em suma ficaram uma bosta. A melhor personagem feminina que criei foi uma garçonete e o melhor personagem masculino foi um boxeador, minha criatividade não está nos seus melhores dias. Outro problema é que às vezes eu esqueço que estou no Brasil e meus personagens saem Sayako, Kaworu, Yukio, Haru, Makoto e quando me sinto patriota pra caralho saem João, Maria, Luís Antônio e Ana Cláudia, não tem meio termo aqui.

Enfim, espero um dia escrever uma história legal e ficar milionário com uma adaptação hollywoodiana com a Scarlett Johansson de principal, to zoando galera, eu preferia 100x a Fumi Nikaido como principal, ela é tão fofinha :3.

See ya next time, to com uns três posts no rascunho pra postar aqui ainda, este aqui acabou de sair do forno tho.

vlwflw, té mais

quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Uma reflexão sobre Juventude e Felicidade

Eu ia escrever um post sobre isso faz um tempo mas começaram as aulas e a preguiça falou mais alto, mas enfim, vamos lá.

Se tudo der certo eu vou pro Japão, é um esquema já conhecido: como descendentes de japoneses possuem acesso "facilitado" a vistos de trabalho no Japão ("facilitado" porque ainda é um saco pra tirar essa porra), é comum algumas agências oferecerem pacotes de viagem para jovens irem trabalhar durante as férias escolares pra juntar uma graninha e pra passear usando a grana tirada do próprio trampo, nice.

E caralho, eu sempre tive vontade de ir pro Nippon, antes era por eu ter SIDO um otaku, agora juntou meio que uma busca por identidade e sim, SIM! VER SHOWS DE BANDAS UNDERGROUND, PORRA! Meu deus, eu sei que ver um show da Shiina Ringo está praticamente fora de cogitação, já que os ingressos são caríssimos e os lugares reservados para não-membros do fã clube são praticamente fora da venue, mas um show do Mass of the Fermenting Dregs ou da Kaneko Ayano seriam um sonho.

Nos últimos tempos eu acabei passando por uma crise de 1/4 de idade, depois de ler uns quatro livros depressivos desde o ano passado e refletindo sobre minha vida até então eu me perguntei: "como que aproveitei minha juventude?" Sim, podem rir de mim, tenho 22 anos, estou praticamente na crista da onda agora (ou deveria estar) mas a coisa é: se tem uma palavra em inglês pra me descrever, esta palavra é LAME. Não bebo (tirando, obviamente, a divina SERRAMALTE), não fumo, não uso drogas (ilegais) e tenho a leve impressão que um frade franciscano tem uma vida mais boêmia que a minha.

Veja bem, acho que projetei um ideal de boemia muito nipônico, já ouço música underground japonesa desde meus 15~16 anos e acompanho instagram e o twitter de praticamente todo membro de banda possível e como já disse num post (acho que de 2015), eu admiro muito como a cena underground lá é unida, todas as bandas se conhecem e sempre tocam juntas e saem pra beber juntas também, ERA COMO SE FOSSE O PODER DA AMIZADE DOS MANGÁS SHOUNEN FOSSE REAL, fiquei emocionado na real. Isso foi até eu começar a ler os relatos de como a indústria musical japonesa é quase tão predatória quanto busca por estágio da Poli, bem que até aí a indústria musical do mundo todo é um cu. Fora isso tem os mangás e livros que li sobre o underground japonês que foram a maior punheta mental que já fiz na vida, mais até que a vontade que tive de viver no anos 1920 nos States depois de ler Grande Gatsby porque O JAPÃO (ainda) ESTÁ LÁ.

Aaaaacho que divaguei um pouco demais da conta mas enfim, se eu espero achar toda a minha juventude perdida lá no Japão? Óbvio que não, eu não sou japonês pra começar. Eu passei boa parte do meu tempo livre lendo livros e mangás e procurando música desconhecida de um país no extremo oposto do globo por opção, antes eu dizia que não me arrependia de nada na vida mas convenhamos, ninguém é assim, por mais que eu passe longe de baladas e afins como o tinhoso foge da cruz, e não me arrependo disso, acho que ao invés de procurar bandas obscuras do Japão eu podia ter simplesmente descido a Augusta e pago uma entrada de 20 conto pra descobrir uma nova banda de shoegaze com alunos da ECA que fazem um som que é uma mistura de MBV com Slowdive, estou devendo essa pro nosso cenário underground.

Sinceramente, eu estou SALIVANDO pra ir num show num basement no Japão. Vai tomar no cu, to aceitando até mini festival de bandas de metal mas EU PRECISO IR NUM SHOW DE BANDA INDIE LÁ. Eu estava até vendo a etiquette que você deve ter nos clubs: maioria das venues não permitem fotografar ou filmar e geralmente você precisa pagar uma bebida junto com o ingresso na entrada. Se eu conseguir ver a Kaneko Ayano ao vivo eu já posso dizer que a viagem valeu a pena, amo essa mulher.

Mas enfim, acho que é isso. Não estou aqui pra ficar lamentando e dizendo que minha juventude foi perdida em coisas inúteis, longe disso, eu não trocaria minhas memórias com meus amigos nem por uma viagem no tempo para os anos 1920, nem por um show da Shiina Ringo. E agora eu já não projeto minha felicidade somente num porão onde bandas japonesas desconhecidas tocam shoegaze, por mais que eu tenha uma curiosidade imensa em conhecer o cenário musical japonês de perto, eu ainda acho que beber uma Serramalte junto com uma porção do petisco mais barato do bar enquanto converso com meus amigos é uma boa definição do que é felicidade de verdade.

E é isso, foi mal pelo post longo mas eu tava afim de escrever hoje.
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sábado, 28 de julho de 2018

MÚSICA NÃO NIPÔNICA

Hoje o post é sobre música, MAS PERA AÍ FILHO DA PUTA, NÃO VAI EMBORA NÃO CARALHO! Vou falar neste post de música não japonesa, o que quer dizer música ocidental já que da Ásia só ouço música japonesa.

Como muitos sabem aí eu gosto de Oasis e britpop em geral pra falar a verdade. Acho que, depois de músicas de anime, foi a primeira coisa que gostei. Desde Oasis, Pulp, Verve e Blur até as bandas do chamado pós-britpop como Arctic Monkeys e Libertines. E foi desse grupo de bandas que foram a maioria dos shows que fui: Oasis em 2009 e Libertines em 2016.

Shoegaze e Dream Pop? Claro. Apesar da maioria das bandas que eu goste desses gêneros esteja no Japão, há um seleto grupo de bandas americanas com vocalistas japonesas (que não são bandas japonesas) de shoegaze/dream pop que eu amo: Asobi Seksu, Blonde Redhead, The Pains of Being Pure at Heart e eu sei que existem mais umas bandas nesse esquema. Questões étnicas aside eu também amo Candy Claws, puta merda o "Ceres and Calypso in the Deep Time" é um álbum lindo lindo lindo de doer, está inclusive na disputada oitava posição da minha lista de álbuns favoritos. Os clássicos (My Bloody Valentine, Slowdive, Lush, Ride, Chapterhouse, etc.) não fazem muito o meu tipo.

Estou no (lento) processo de descoberta de Bossa Nova, comecei com a Nara Leão porque vi em algum lugar que o "Dez Anos Depois" era uma obra de arte E NÃO ME DECEPCIONEI, vai tomar no cu, que obra de arte do caralho. Depois da Nara fui pro João Gilberto, que é basicamente o músico mais talentoso que já pisou no Brasil, e estou aí lendo o Chega de Saudade (que é basicamente uma biografia da Bossa Nova) e descobrindo gente nova.

De música brasileira (fora a Bossa Nova) eu não sou muuuuuito curioso ainda, só conheço o que basicamente tá na lista do cânone não oficial: Novos Baianos, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, os caras da Tropicália, Secos e Molhados, Cartola, Arrigo Barnabé e Belchior. De música atual eu peguei pra ouvir Pullovers e Tono, ótimas bandas. Ainda estou devendo uma ouvida pra uns bons artistas nacionais.

No Jazz eu sou um completo amador, parei no Miles Davis e John Coltrane. Tenho um caso de amor pelo Blue Train desde que o descobri faz uns 6 anos, além disso dou uma ouvida ocasional pra Bill Evans mas nada muito profundo e é isso aí.

Fora do Brasil, Japão, States e UK acho que só ouço mesmo Natalia Lafourcade (do México), que eu acho que é a melhor cantora-compositora da atualidade, SIM ATÉ MAIS QUE A SHIINA RINGO ATUAL, a discografia inteira da mulher é brilhante, digamos que a Shiina Ringo já não é brilhante faz um tempinho já. Além da Natalia eu também ouço o Daft Punk casual e algumas outras coisinhas europeias, nada que valha a menção.

Além disso tudo pode botar aí também aquelas coisas que todo mundo ouve tipo Beatles, Led Zeppelin, Pink Floyd, The Who, essas coisas.

A coisa é: eu ouço mais que música japonesa e Oasis, só não tão seriamente. Já não ouço Oasis a sério (um álbum em sequência por exemplo) desde uns 6 anos atrás mas puta que pariu, eu ainda sei praticamente todas as tracklists dos álbuns, os integrantes em todas as fases da banda, os nomes das tours e o caralho a quatro. O mesmo pode ser dito de outras bandas tipo Judy and Mary, Mass of the Fermenting Dregs e Shiina Ringo/Tokyo Jihen, mas eu nunca cheguei a esse ponto com outras bandas.

Meu gosto pra música fora do Japão é basicamente um compilado de essentials do /mu/ e do Rate Your Music, famoso Hipster Essentials, queria ter a curiosidade pra explorar o cenário nacional como exploro o cenário underground japonês mas dá uma preguicinha.

E é isso, acho que quase nunca falo sobre música ocidental neste blog então fica isso aqui pra mostrar o contrário.
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sábado, 21 de julho de 2018

Diário de sonhos

Caralho galera, pra falar a verdade eu comecei o último post falando sobre as mudanças de layout e tudo mais mas tirei do cu um tema, a coisa é que eu tava com o tema na cabeça desde as 5h da manhã de hoje.

Vocês foram agraciados com um dia de posts duplos neste blog! Coisa que deve ter acontecido mais umas três vezes no máximo.

Enfim, vamo voltar um pouco no tempo: lá pelos idos de 2012 eu inventei de fazer um diário dos sonhos, você também já sonhou numa noite e apesar de acordar lembrando do sonho, logo depois esqueceu? Pois é, eu fiz um diário pra registrar as merdas que sonhava, logo que acordava eu corria pra mesa e escrevia meu sonho. Isso durou menos de uma semana já que o processo de correr até a mesa dava uma preguiça danada.

Mas de onde tirei essa ideia esdrúxula? Dois jogos: Yume Nikki e LSD são praticamente "simuladores de sonhos", Yume Nikki tem uma fanbase considerável e teve um remake 3d meio bosta lançado neste ano (já que é um jogo feito no RPGmaker), LSD é pure drugs. Os dois jogos tiveram uma ressurgência na comunidade dos imageboards no começo dos anos 2010 e eu, como todo recluso social de 12 anos na época, também jogou e se maravilhou com os jogos citados.

Por que eu tive que contextualizar essa merda toda aí? Porque eu tive um sonho hoje tão foda que quando acordei, às 5 da matina, acabei anotando mais ou menos o que aconteceu no evernote no meu celular e logo depois dormi novamente, acabei lembrando disso só as 6 da tarde hoje quando fui ver as janelas abertas no android.
Meu português não é o melhor às 5 da manhã.


Pra falar melhor do meu sonho: eu basicamente sonhei que a minha turma do terceiro excursionou pra Rússia, uma galera zoneou e acabou vandalizando uma coisas, o VLADIMIR PUTIN chama pro jantar de despedida (aparentemente não sabendo o que aconteceu), a merda fica séria, os russos começam a bater na gente, caos se instaura. De repente a gente acorda e tá tudo normal no hotel, galera não se lembra direito da noite passada mas ao que tudo indica rolou alguma coisa mesmo.

Eu escrevi "prefeito" e "cidade" lá porque tava planejando escrever uma história em cima do sonho, porque pro Yoiti das 5 da manhã era uma boa história, mas turns out que só foi ALUCINANTE ter vivido o sonho mesmo.

Aliás, uma coisa que eu acho interessante de escrever os sonhos é que só de ler você consegue se lembrar facilmente do que aconteceu, tenho ainda o meu "diário dos sonhos" que fiz faz mais de 6 anos e só de ler um parágrafo que escrevi de cada sonho eu me lembro de exatamente o que aconteceu, o curioso é que o mesmo não aconteceu com o sonho de hoje, alguns detalhes do que sonhei ainda ficaram meio nebulosos. Acho que o segredo é escrever a mão ou estar um pouco mais lúcido para fazer tal ritual.

O foda é que só lembro dos meus sonhos quando acordo sem despertador, aí já vai mais da metade dos sonhos do ano, mas escrever um diário de sonhos é bem legal, recomendo.

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Eu gosto de Persona (mas não sou otaku, juro)

Novidades no layout do blog: botei um widget do Goodreads dos livros que estou lendo no momento só pra parecer culto mesmo e botei https neste blog, o https saiu meio que pela culatra porque eu (recentemente) descobri como tacar a imagem direto da página que hosteia ela aqui no blog ao invés de ter que baixar toda imagem que eu tivesse que por aqui, e isso causa o aviso que aparece do lado do endereço do meu blog na barra de navegação (já que as imagens redirecionam pra domínios sem https), vou voltar ao modo antigo de ter que baixar a imagem de novo pra não dar problemas futuros, gosto de cadeadinho verde.

Also, eu sei que o widget do Goodreads tá desalinhado com a coluna do layout, foda-se.

Enfim, tirando a burocracia toda aí e a vontade de ter feito esse blog no Wordpress e não nessa merda de plataforma (culpa do Yoiti de 2011), o que tenho pra contar de novo? Porra nenhuma.

Sinceramente, as minhas férias não tem sido as mais emocionantes, não me reuni com os meus amigos do colégio (como dito anteriormente) e não viajei, por isso fiz a coisa que qualquer pessoa saudável e com vida social deveria fazer: jogar Persona 4.

Minha história com Persona começou o Persona 3 Portable, que zerei tanto com protag masculino quanto feminino, e foram boas 120h de gameplay conjunto namorando a Yukari na primeira gameplay (que sinceramente foi um erro) e o Akihiko na segunda (bem melhor), depois disso eu joguei um pouco de Persona 4 no emulador no meu notebook antigo mas o i3 com placa de vídeo integrada não aguentou muito, depois foi Persona 5 e mais 80h rushadas foram pra conta, namorei a Makoto (MELHOR PERSONA 5 GIRL) e essas férias peguei pra rodar Persona 4 no emulador, deu certo UHUL! E estou jogando P4, ainda estou com umas 20h de gameplay, mal conheci metade dos personagens.

Mas enfim, acho Persona muito curioso porque é basicamente um dating sim (famoso simulador de namoro) com RPG por turnos, dois gêneros que estão praticamente mortos no ocidente e caminhando pra uma morte lenta no oriente, tanto que nem Dragon Quest mais é turn-based, mas Persona 5 fez um sucesso gigantesco tanto no ocidente quanto no oriente.

Eu já expus minha visão aqui de que a galera que tá dando 10/10 pra P5 é porque nunca jogou o P3 e o P4 mas é curioso ver isso, o mesmo pessoal que acha um absurdo a existência de Love Plus é também quem fala que a melhor garota da série Persona é a Chie (o que obviamente é mentira, a Rise é bem melhor).

Persona é uma entry-way pra tanto dating sims quanto pra RPGs por turno, a dinâmica das duas partes do jogo se entrelaçarem tão bem também é do caralho mas a mecânica das fusões de Personas e a liberdade de explorar o mapa sem contar no puta time management que você precisa ter pra ter amigos, namorar e ainda combater o mal é genial. Sonho com o dia de vermos um Persona ambientado na faculdade onde você pode alocar as aulas também, só espero não ver uma versão fictícia do JúpiterWeb como final boss.

Resumo da ópera: Persona é foda, jogue.
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P.S. Melhor garota da série é a Rise, depois a Makoto.
P.P.S. Não sou otaku.