quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Luby Sparks, Hitsuji Bungaku e Kaneko Ayano

Estou voltando de Tokyo pra Yamanashi pela penúltima vez.

Essa ida pra Tokyo foi talvez a melhor até agora, se tirar a minha emoção de conhecer Shinjuku quando fui pra ver For Tracy Hyde, essa ida foi a que mais gostei. 

Pra começar eu saí do trampo correndo, e por minutos eu consegui pegar o trem certo pra ir pra Kofu e pedir pra mudar minha passagem das 19h pras 17h, chegando em Shinjuku eu corri novamente feito retardo pra Shibuya pra conseguir chegar no show do Luby Sparks a tempo, isso foi tanto uma aposta que eu sequer tinha comprado o ingresso, esse foi o primeiro show que fui onde comprei o ingresso na porta.

Chegando lá no Shibuya Quattro uma banda tava tocando, daquelas que eu realmente não me importava, logo depois tocou 17 Year Old and Berlin Wall, que eu já tinha visto mas ainda assim não deixa de me surpreender.

Depois veio Luby Sparks, que foi o motivo de eu ter recusado hora extra no trampo e ter praticamente voado pra Tokyo: e foi um show lindo, Luby Sparks lembra bastante o shoegaze do Lush, ainda mais com a vocalista sendo uma mestiça que pinta o cabelo de vermelho, e as letras em inglês só ajudam nessa comparação. Show animal, acho que foi a coisa mais shoegaze que vi até agora no Japão, quando o show terminou eu já tava vazando mas a galera se juntou em peso na pista pra próxima banda, resolvi conferir.



E meu deus amado, que decisão acertada foi essa de esperar pra ver a próxima banda! Nem precisei conhecer Hitsuji Bungaku pra ficar totalmente encantado ouvindo a banda, as meninas da banda tocam de uma forma que você não consegue deixar de acompanhar as batidas com o balançar da cabeça e as melodias são ótimas também, gostei mais de Hitsuji Bungaku do que de Luby Sparks e com certeza é a banda que mais gostei de ter descoberto no Japão.



No final do show eu já tava decidido em comprar o CD só do Hitsuji Bungaku mas o Luby Sparks tava lá todo assinando os CDs comprados, então acabei comprando CDs das duas bandas, ambos assinados. Pra um show que decidi ir no mesmo dia foi uma experiência mais do que ótima.

Acabado o hype e as compras eu fui pro Net Cafe de sempre em Yoyogi e dormi feito uma criança pro show da Kaneko Ayano no outro dia.

Dia seguinte fui passear: 
Fui pra Koenji ver o tal bairro dos hipsters RAIZ e acho que por estar meio cedo demais eu só tomei um café da manhã lá numa padaria orgânica (que tinha donuts e um café delicioso) e dei uma volta no bairro. Dá pra ver a razão pela qual o bairro é amado, enquanto ele é bem residencial, há uma atmosfera bem remanescente de umas décadas passadas, preciso visitar esse bairro à noite ainda, os yakitoris dali são bem famosos.

Depois fui pra Harajuku só pra ver a loja flagship da Zoff pra comprar mais um óculos mas acabei me decepcionando com a loja, pequena demais, acabei explorando o bairro e por incrível que pareça eu gostei bastante até, comi o gyoza famoso de lá (que não é melhor que o do Aska nem fodendo), tomei a famosa casquinha de 30cm e explorei um pouco as lojas com roupas mais caras do que meu salário inteiro, foi uma boa experiência.

Depois show da Kaneko Ayano: e foi demais, DEMAIS! Nunca vi alguém transmitir tanta energia quanto essa moça! Aaaaahhhhhh que foda, sério, como show individual eu acho que esse empata com o do Mass of the Fermenting Dregs, mas como o público tava mais agitado no MOTFD então fico com aquele show, mas a Kaneko Ayano tava com tudo, que mulher. Eu acabei esperando do lado do stand de merch pra ver se ela aparecia lá pra falar com os fãs mas infelizmente ela não deu as caras, acho que eu tava pedindo demais em ter três CDs assinados em uma ida pra Tokyo.



Enfim, eu gostei bastante dessa ida pra Tokyo, no dia seguinte do show da Kaneko Ayano eu passei no parque Yoyogi e consegui ver as árvores de sakura florescendo, me emocionei mais do que devia enquanto via a cena e tocava Sakura do Ikimonogakari na minha cabeça.

Infelizmente (ou felizmente) minha estadia no Japão está chegando ao fim. Na última semana a gente é livre pra sair e explorar o Japão inteiro mas eu já decidi que vou dedicar essa semana pra desbravar Tokyo de começo a fim, acho que nunca me apaixonei por uma cidade como me apaixonei por Tokyo, mas minha ode a essa cidade fica pra um próximo post.



Vlw flw, té mais.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Festival "Kinjirareta Asobi"

Foi o show mais estranho que já fui na vida.

Pois bem, como mudei pro turno da manhã, acabou que tive a ideia de ir pra Tokyo ver meu show dia 9 de noite e só voltar dia 11 de tarde, pra aproveitar mais e tal. Acho que não foi lá tão legal já que na noite do dia 9 eu só pude andar por Shinjuku (que já conhecia bem a essa altura) e como tava um combo fodido de neve + chuva, acabou que fui pro netcafe rapidão pra não morrer de frio.

O show em si foi no lendário Studio Coast, e era um lugar que eu tava planejando ir mesmo sem show programado, foi o lugar onde o Supercar fez o último show da carreira deles e acho que, até uns anos atrás pelo menos, o Studio Coast era o mais alto que uma banda underground podia chegar e ainda ser chamada de underground.

Chegando em Shin Kiba, o bairro onde fica o Studio Coast, eu acabei vendo no Maps que porra que tinha pra fazer lá e adivinhem: NADA. O animal aqui nem pesquisou antes que Shin Kiba na real é o distrito industrial de Tokyo e acabou perambulando por um monte de ruas sujas pra achar uma boa vista da tal Tokyo Gate Bridge que dava pra ver de lá, que foi outra decepção, ponte feia da porra.

Enfim, eu até tive a ideia de dar uma passada em Odaiba pra almoçar e tudo mais mas como faltava pouco tempo pra abrir as portas eu acabei ficando por lá mesmo e comi num Yoshinoya lá perto.

E caralho, é cansativo pra porra ter que ficar 8 horas num lugar fechado. Como não podia voltar depois que ce saísse do Studio Coast, a gente era forçado a comer e beber lá dentro, que como todo show que se preze tava cobrando um absurdo por tudo.

Eu estou com uma preguiça absurda de fazer review show por show então vou falar só dos que gostei e dos que me decepcionaram:

Tricot fez um show bem abaixo do que eu estava esperando, talvez por ter visto o show delas de mais perto e num clima mais descontraído no show com o MOTFD, elas pareciam que tavam meio desconfortáveis mas foi um show bonzinho até, mas pior que o que vi anteriormente.

Eu só tinha ouvido falar de Regal Lily e acabei descobrindo a música da banda no festival mesmo, achei bem legal e acho que tá bem na zona de indie pop que eu estou ouvindo ultimamente, vou procurar mais o material da banda depois que voltar pro Brasil, aproveitei pra comprar uma camiseta da banda.

Eastern Youth foi meio decepcionante, eles não tocaram os maiores hits e pareciam que tavam lá pra cumprir tabela, tanto que acho que foi a única banda que não tava vendendo merch. Foi uma pena porque era a banda que eu mais tava querendo ver.

Shinsei Kamattechan foi a headline e meu deus, que show foi esse. Teve empurra-empurra, teve o vocalista PELADÃO e teve stagedive... com o vocalista peladão. Foi nesse show que eu me perguntei que porra que eu tava fazendo ali. O show foi bom sim, eu conhecia maioria das músicas mesmo tendo parado de acompanhar a banda faz um tempinho já e o público tava BEM animado. 

E pela primeira vez na vida eu me senti sendo o velho do rolê, maioria do pessoal que ficou pra esse show parecia ser de ensino médio no máximo e claramente era a galera que era reprimida.

Shinsei Kamattechan é a banda pra galera reprimida, a música é bem introspectiva e autodepreciativa e por algum motivo que desconheço o vocalista Noko é tratado como um deus pelos fãs, acho que ele é tratado como a voz do pessoal que sofre nas escolas Japão afora.



Mas é, o show foi bom mesmo, me senti meio que num show do GG Allin mas fora isso foi uma experiência única, até demais.

Fora essas bandas eu tinha gostado de uma chamada Stereogirl, mas as músicas que ouvi no Youtube até agora parecem ser bem ruinzinhas.

Enfim, acho que dentre os três shows que fui até agora, esse é o que menos gostei mas acho que isso é por conta do tamanho da venue, que não permitia a intimidade dos dois últimos shows, e que não tinha uma banda na lineup que eu realmente gostasse 10/10. Acho que se o show do For Tracy Hyde, por uma razão impensável, fosse também num lugar grande como o Studio Coast, eu também não teria gostado tanto assim.

Mas enfim, acho que valeu a pena ter ido sim, eu conheci o som do Regal Lily e vi bandas que até então eu só sonhava ver, além de ter conhecido o famoso Studio Coast, o foda mesmo é que foi bem cansativo e longo e isso acabou comprometendo a experiência que tive não só do festival como da viagem em si.

Agora, dos shows que já comprei, só falta o da Kaneko Ayano dia 20 e depois vou ver se acho uma banda legal pra ver ao vivo.

E o dinheiro segue como? Sendo bem gasto como sempre.

Vlw flw
Té mais.