quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Unboxing dos meus primeiros dias em terras nipônicas

Neste momento estou debaixo das cobertas no ape, faz -1°C lá fora e é umas 9h da manhã. Estou numa cidade do interior do Japão.

Por onde começar? Ah sim, estou morando e trampando numa cidade no interior de Yamanashi, a uma distância de 3h de trem de Tokyo. 

Meu trampo é basicamente empilhar e limpar caixas de doces de uma fábrica local que distribui pro país todo, o turno é das 19h às 4h e por incrível que pareça dá pra tirar uma boa grana com isso, pra se sustentar no Japão pelo menos.

As pessoas que vieram aqui pelo mesmo esquema (que já citei nuns posts anteriores) são bem legais, eu vim praticamente sozinho na viagem mas já na escala em Dubai uma galera veio conversar comigo, nice guys, o pessoal com quem estou dividindo o apê também é bem legal e pela primeira vez na minha vida eu me vi andando num grupo 100% japa (não tão japa se for contar com o fato de que estamos no Japão).

Agora, breves pensamentos dessa minha estadia na terra do sol nascente (até agora):
  1. Aqui o pessoal usa moeda pra caralho, e por isso eu andei gastando mais que deveria só por achar que as moedas valiam igual no Brasil;
  2. Gastei uma boa grana tentando pegar uma figure no fliperama E CONSEGUI;
  3. Tem tanto refrigerante diferente neste país que estou experimentando um por dia e estou longe de gabaritar a lista (por enquanto o Cheerio de melão está ganhando);
  4. As lojas de conveniência aqui são incríveis: os caras vendem desde comida, bebida e artigos pra barbear até roupas íntimas, cosméticos, ingressos pra shows e passagens de avião. Realmente conveniente;
  5. Eu sempre tento falar o máximo de japonês pra ver até onde as pessoas acham que sou um nativo, um cara tentou me vender um filtro de água por meia hora e deve ter entendido minhas respostas monossilábicas como sinal de reclusão social ao invés de falta de domínio da língua;
  6. Comprei um aquecedor e dei graças a deus que fiz isso, melhor coisa que comprei neste país;
  7. Tem uma loja chamada Book-Off que é tipo uma mistura de sebo e brechó que vende TUDO de usados que você pode imaginar, passei duas horas lá e nem vi a parte de roupas... e comprei quase todos os CDs do Judy and Mary (por 200¥ cada, uma pechincha);
  8. Vai ter um show do Mass of the Fermenting Dregs que eu queria ir desde que remarcaram, que era um show promovendo o comeback da banda depois de anos de inatividade, com o Tricot como supporting act,  mas foi adiado por causa de um tufão, descobri ontem que dava pra comprar ingresso em QUALQUER LOJA DE CONVENIÊNCIA DO JAPÃO, logo que soube corri pro 7-eleven e garanti o meu, não estou acreditando até agora que vou pro show;
  9. Tá frio para um caralho, outro dia trampei fora da fábrica numa incrível temperatura de -5°C! O que a gente não faz pra pagar nossos shows;
  10. Como eu estou trampando praticamente só quando tá escuro, meu tempo livre é todo no período em que está claro fora, o que na moral é ótimo se você quiser passear pela cidade;
  11. Acho que o melhor jeito de discernir quem é japonês de quem é de fora é a vestimenta, parece que todo jovem japonês prefere estilo à praticidade, e como estou sempre de moleton e jaqueta impermeável é fácil ver que não sou daqui, mesmo assim tenho a impressão que a japonesada aqui ainda acha que sou daqui até eu abrir a boca;
  12. Tem uma escola aqui do lado e todo dia, exatamente 12:00 e 17:00 toca o famoso sinal de escola japonesa;
  13. Tem uma máquina de venda de bebida a cada esquina neste país;
  14. As pessoas são realmente muito educadas, eu achava até então que isso era exagero das correntes de FB mas eu cedi meu lugar na fila pra uma mulher e ela me agradeceu umas cinco vezes;
  15. Comprei minha jetstream 4 cores + lapiseira por 600¥ (o que dá tipo 20 conto) sendo que no Brasil cobram pelo menos 70 conto pela mesma coisa, um roubo;

Enfim, na moral que esse post tá sendo escrito faz uns bons quatro dias e sempre adiciono mais coisa, vou postar e depois eu falo mais.

Vlw flw té mais