sábado, 28 de julho de 2018

MÚSICA NÃO NIPÔNICA

Hoje o post é sobre música, MAS PERA AÍ FILHO DA PUTA, NÃO VAI EMBORA NÃO CARALHO! Vou falar neste post de música não japonesa, o que quer dizer música ocidental já que da Ásia só ouço música japonesa.

Como muitos sabem aí eu gosto de Oasis e britpop em geral pra falar a verdade. Acho que, depois de músicas de anime, foi a primeira coisa que gostei. Desde Oasis, Pulp, Verve e Blur até as bandas do chamado pós-britpop como Arctic Monkeys e Libertines. E foi desse grupo de bandas que foram a maioria dos shows que fui: Oasis em 2009 e Libertines em 2016.

Shoegaze e Dream Pop? Claro. Apesar da maioria das bandas que eu goste desses gêneros esteja no Japão, há um seleto grupo de bandas americanas com vocalistas japonesas (que não são bandas japonesas) de shoegaze/dream pop que eu amo: Asobi Seksu, Blonde Redhead, The Pains of Being Pure at Heart e eu sei que existem mais umas bandas nesse esquema. Questões étnicas aside eu também amo Candy Claws, puta merda o "Ceres and Calypso in the Deep Time" é um álbum lindo lindo lindo de doer, está inclusive na disputada oitava posição da minha lista de álbuns favoritos. Os clássicos (My Bloody Valentine, Slowdive, Lush, Ride, Chapterhouse, etc.) não fazem muito o meu tipo.

Estou no (lento) processo de descoberta de Bossa Nova, comecei com a Nara Leão porque vi em algum lugar que o "Dez Anos Depois" era uma obra de arte E NÃO ME DECEPCIONEI, vai tomar no cu, que obra de arte do caralho. Depois da Nara fui pro João Gilberto, que é basicamente o músico mais talentoso que já pisou no Brasil, e estou aí lendo o Chega de Saudade (que é basicamente uma biografia da Bossa Nova) e descobrindo gente nova.

De música brasileira (fora a Bossa Nova) eu não sou muuuuuito curioso ainda, só conheço o que basicamente tá na lista do cânone não oficial: Novos Baianos, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, os caras da Tropicália, Secos e Molhados, Cartola, Arrigo Barnabé e Belchior. De música atual eu peguei pra ouvir Pullovers e Tono, ótimas bandas. Ainda estou devendo uma ouvida pra uns bons artistas nacionais.

No Jazz eu sou um completo amador, parei no Miles Davis e John Coltrane. Tenho um caso de amor pelo Blue Train desde que o descobri faz uns 6 anos, além disso dou uma ouvida ocasional pra Bill Evans mas nada muito profundo e é isso aí.

Fora do Brasil, Japão, States e UK acho que só ouço mesmo Natalia Lafourcade (do México), que eu acho que é a melhor cantora-compositora da atualidade, SIM ATÉ MAIS QUE A SHIINA RINGO ATUAL, a discografia inteira da mulher é brilhante, digamos que a Shiina Ringo já não é brilhante faz um tempinho já. Além da Natalia eu também ouço o Daft Punk casual e algumas outras coisinhas europeias, nada que valha a menção.

Além disso tudo pode botar aí também aquelas coisas que todo mundo ouve tipo Beatles, Led Zeppelin, Pink Floyd, The Who, essas coisas.

A coisa é: eu ouço mais que música japonesa e Oasis, só não tão seriamente. Já não ouço Oasis a sério (um álbum em sequência por exemplo) desde uns 6 anos atrás mas puta que pariu, eu ainda sei praticamente todas as tracklists dos álbuns, os integrantes em todas as fases da banda, os nomes das tours e o caralho a quatro. O mesmo pode ser dito de outras bandas tipo Judy and Mary, Mass of the Fermenting Dregs e Shiina Ringo/Tokyo Jihen, mas eu nunca cheguei a esse ponto com outras bandas.

Meu gosto pra música fora do Japão é basicamente um compilado de essentials do /mu/ e do Rate Your Music, famoso Hipster Essentials, queria ter a curiosidade pra explorar o cenário nacional como exploro o cenário underground japonês mas dá uma preguicinha.

E é isso, acho que quase nunca falo sobre música ocidental neste blog então fica isso aqui pra mostrar o contrário.
vlwflw té mais

sábado, 21 de julho de 2018

Diário de sonhos

Caralho galera, pra falar a verdade eu comecei o último post falando sobre as mudanças de layout e tudo mais mas tirei do cu um tema, a coisa é que eu tava com o tema na cabeça desde as 5h da manhã de hoje.

Vocês foram agraciados com um dia de posts duplos neste blog! Coisa que deve ter acontecido mais umas três vezes no máximo.

Enfim, vamo voltar um pouco no tempo: lá pelos idos de 2012 eu inventei de fazer um diário dos sonhos, você também já sonhou numa noite e apesar de acordar lembrando do sonho, logo depois esqueceu? Pois é, eu fiz um diário pra registrar as merdas que sonhava, logo que acordava eu corria pra mesa e escrevia meu sonho. Isso durou menos de uma semana já que o processo de correr até a mesa dava uma preguiça danada.

Mas de onde tirei essa ideia esdrúxula? Dois jogos: Yume Nikki e LSD são praticamente "simuladores de sonhos", Yume Nikki tem uma fanbase considerável e teve um remake 3d meio bosta lançado neste ano (já que é um jogo feito no RPGmaker), LSD é pure drugs. Os dois jogos tiveram uma ressurgência na comunidade dos imageboards no começo dos anos 2010 e eu, como todo recluso social de 12 anos na época, também jogou e se maravilhou com os jogos citados.

Por que eu tive que contextualizar essa merda toda aí? Porque eu tive um sonho hoje tão foda que quando acordei, às 5 da matina, acabei anotando mais ou menos o que aconteceu no evernote no meu celular e logo depois dormi novamente, acabei lembrando disso só as 6 da tarde hoje quando fui ver as janelas abertas no android.
Meu português não é o melhor às 5 da manhã.


Pra falar melhor do meu sonho: eu basicamente sonhei que a minha turma do terceiro excursionou pra Rússia, uma galera zoneou e acabou vandalizando uma coisas, o VLADIMIR PUTIN chama pro jantar de despedida (aparentemente não sabendo o que aconteceu), a merda fica séria, os russos começam a bater na gente, caos se instaura. De repente a gente acorda e tá tudo normal no hotel, galera não se lembra direito da noite passada mas ao que tudo indica rolou alguma coisa mesmo.

Eu escrevi "prefeito" e "cidade" lá porque tava planejando escrever uma história em cima do sonho, porque pro Yoiti das 5 da manhã era uma boa história, mas turns out que só foi ALUCINANTE ter vivido o sonho mesmo.

Aliás, uma coisa que eu acho interessante de escrever os sonhos é que só de ler você consegue se lembrar facilmente do que aconteceu, tenho ainda o meu "diário dos sonhos" que fiz faz mais de 6 anos e só de ler um parágrafo que escrevi de cada sonho eu me lembro de exatamente o que aconteceu, o curioso é que o mesmo não aconteceu com o sonho de hoje, alguns detalhes do que sonhei ainda ficaram meio nebulosos. Acho que o segredo é escrever a mão ou estar um pouco mais lúcido para fazer tal ritual.

O foda é que só lembro dos meus sonhos quando acordo sem despertador, aí já vai mais da metade dos sonhos do ano, mas escrever um diário de sonhos é bem legal, recomendo.

vlwflw té mais

Eu gosto de Persona (mas não sou otaku, juro)

Novidades no layout do blog: botei um widget do Goodreads dos livros que estou lendo no momento só pra parecer culto mesmo e botei https neste blog, o https saiu meio que pela culatra porque eu (recentemente) descobri como tacar a imagem direto da página que hosteia ela aqui no blog ao invés de ter que baixar toda imagem que eu tivesse que por aqui, e isso causa o aviso que aparece do lado do endereço do meu blog na barra de navegação (já que as imagens redirecionam pra domínios sem https), vou voltar ao modo antigo de ter que baixar a imagem de novo pra não dar problemas futuros, gosto de cadeadinho verde.

Also, eu sei que o widget do Goodreads tá desalinhado com a coluna do layout, foda-se.

Enfim, tirando a burocracia toda aí e a vontade de ter feito esse blog no Wordpress e não nessa merda de plataforma (culpa do Yoiti de 2011), o que tenho pra contar de novo? Porra nenhuma.

Sinceramente, as minhas férias não tem sido as mais emocionantes, não me reuni com os meus amigos do colégio (como dito anteriormente) e não viajei, por isso fiz a coisa que qualquer pessoa saudável e com vida social deveria fazer: jogar Persona 4.

Minha história com Persona começou o Persona 3 Portable, que zerei tanto com protag masculino quanto feminino, e foram boas 120h de gameplay conjunto namorando a Yukari na primeira gameplay (que sinceramente foi um erro) e o Akihiko na segunda (bem melhor), depois disso eu joguei um pouco de Persona 4 no emulador no meu notebook antigo mas o i3 com placa de vídeo integrada não aguentou muito, depois foi Persona 5 e mais 80h rushadas foram pra conta, namorei a Makoto (MELHOR PERSONA 5 GIRL) e essas férias peguei pra rodar Persona 4 no emulador, deu certo UHUL! E estou jogando P4, ainda estou com umas 20h de gameplay, mal conheci metade dos personagens.

Mas enfim, acho Persona muito curioso porque é basicamente um dating sim (famoso simulador de namoro) com RPG por turnos, dois gêneros que estão praticamente mortos no ocidente e caminhando pra uma morte lenta no oriente, tanto que nem Dragon Quest mais é turn-based, mas Persona 5 fez um sucesso gigantesco tanto no ocidente quanto no oriente.

Eu já expus minha visão aqui de que a galera que tá dando 10/10 pra P5 é porque nunca jogou o P3 e o P4 mas é curioso ver isso, o mesmo pessoal que acha um absurdo a existência de Love Plus é também quem fala que a melhor garota da série Persona é a Chie (o que obviamente é mentira, a Rise é bem melhor).

Persona é uma entry-way pra tanto dating sims quanto pra RPGs por turno, a dinâmica das duas partes do jogo se entrelaçarem tão bem também é do caralho mas a mecânica das fusões de Personas e a liberdade de explorar o mapa sem contar no puta time management que você precisa ter pra ter amigos, namorar e ainda combater o mal é genial. Sonho com o dia de vermos um Persona ambientado na faculdade onde você pode alocar as aulas também, só espero não ver uma versão fictícia do JúpiterWeb como final boss.

Resumo da ópera: Persona é foda, jogue.
vlwflw té mais

P.S. Melhor garota da série é a Rise, depois a Makoto.
P.P.S. Não sou otaku.

domingo, 15 de julho de 2018

MASS OF THE FERMENTING DREGS

Como estamos em férias e meus assuntos em período não letivo são praticamente só nostalgia e música japonesa, e como já foram dois post SEGUIDOS de nostalgias, voltemos à programação normal de posts que ninguém vai ler: sim seu filho da puta, vai ter música japonesa hoje também.

Eu amo Judy and Mary, amo da mesma forma como amo o Santos Futebol Clube e Strogonoff, por isso eu relevo alguns detalhes e evito falar que JAM seja a "melhor banda japonesa" assim como não falaria que o Santos é o melhor time do mundo (mas já foi, isso é inegável) e também não falaria que o Strogonoff é a melhor comida do mundo, por quê? Porque eu sei que se eu entrar numa discussão muito profunda sobre as coisas que amo, a paixão vai se misturar com a razão, e daí não vai sair coisa boa.

Mas enfim, pra quê eu disse tudo isso? Pra esclarecer que Judy and Mary talvez tenha sido minha banda favorita de todos os tempos mas é Mass of the Fermenting Dregs (ou MOTFD) que fica com a coroa de melhor banda japonesa que já ouvi.




Pode parecer que escrevi o nome da banda errado mas é isso mesmo: Mass of the Fermenting Dregs é uma banda que surgiu em 2002 com uma lineup toda feminina: Natsuko Miyamoto no baixo/vocal, Chiemi Ishimoto na guitarra e Reiko Gotoh na bateria, essa lineup durou até os meados de 2007 e no lugar da Reiko entrou o Isao Yoshino. E foi aí o auge da banda, foi nesse período que lançaram dois EPs e um álbum, todos geniais e consistentes.

MOTFD no período entre 2007 até 2010 foi a melhor banda a ter surgido no underground do Japão (e quiçá foi a melhor banda que já surgiu no Japão como um todo), com melodias extremamente contagiantes, performances ao vivo geniais e o melhor disso é que a banda não tinha grandes talentos singulares, era o conjunto que movia a música do MOTFD:
  • A técnica da Natsuko podia não ser igual do Flea mas sua voz emocional e enérgica e a forma como o baixo é encaixado perfeitamente nas músicas sem ser relegado a um papel secundário é incrível;
  • O Isao é um exímio baterista sem sombra de dúvidas mas a forma como ele toca rock sem praticamente usar os pratos em algumas músicas é genial, o começo de Kaku Iu Mono com ele tocando quase que uma marcha na caixa é arrepiante;
  • Por fim a Chiemi pode parecer ter um papel secundário na construção da música da banda, já que os solos são escassos, mas quando trocaram ela pelo Naoya Ogura na lineup deu pra perceber como a técnica dela era essencial.
Pois bem, como nada pode ser pra sempre MOTFD acabou, foi um fim doído em 2012 depois da Chiemi já ter saído da banda em 2011 e o Naoya ter assumido a guitarra como membro suporte. A Natsuko até lançou uma carreira solo mas não soltou nenhum material, aparentemente foram alguns shows acústico por clubs por aí.

E então, depois de muita espera, que em 2015 a banda anunciou a volta. Lembro que fiquei sabendo da notícia por uma foto que a guitarrista do Tricot publicou no Instagram com a Natsuko, fiquei maluco, MOTFD é uma das bandas que mais se destacaram no cenário underground japonês nos últimos anos e mesmo assim não "traiu" seu próprio som (SIM, EU TO ME REFERINDO A VOCÊS, KINOKO TEIKOKU) e nem assinou com uma major label.

Sim, obviamente que eles não voltaram 100%, o Naoya não tem a técnica da Chiemi e eles decidiram ir pra um som mais mainstream nesse último álbum que eles lançaram neste mês, mas ainda com aquela vibe que a banda tinha em 2010.



A melhor descrição que li sobre o som da banda é que "as músicas têm um apelo muito físico, quase atlético, é como pedalar com tudo num desfiladeiro ou correr num parque às 6 da manhã", eu não poderia concordar mais, o som deles é MUITO intenso, quase claustrofóbico. Mas o mais curioso é que, apesar do som da banda parecer até que normal na primeira ouvida, sempre houve um debate na hora de enquadrar o som deles em algum sub-gênero, dá pra ver influências de post-punk, hardcore e até shoegaze EM UMA MESMA MÚSICA, isso sem contar umas experimentações que a banda fez no último álbum, fazendo um puxadinho pro metal.

Em suma: Mass of the Fermenting Dregs é uma ótima banda, criminalmente subestimada (tanto no Japão quanto fora), e definitivamente um dos destaques da leva de bandas que surgiu no Japão no começo dos anos 2000. Com um nível técnico altíssimo e um estilo que consegue destacar as individualidades de cada membro, MOTFD foi a melhor banda a ter saído do Japão nos últimos 20 anos e talvez desde Happy End da década de 70.

Eu sinceramente não sei porque nunca dediquei um post a essa banda, descobri o som deles no Ensino Médio e sempre achei que MOTFD era uma banda 10/10.

Ouçam essa banda, sério.


domingo, 8 de julho de 2018

Dias que foram e Nostalgia

O que vem à mente de vocês quando vocês imaginam um momento de paz? E o maior momento de paz que vocês já tiveram na vida?

O meu maior momento de paz aconteceu no final de 2011 e até relatei aqui.

Foi um puta dia banal, eu mal lembrava das aulas que tive no período da manhã até ler o post mas aquela tarde foi uma das mais comuns, porém inesquecíveis, da minha vida.

Meu ensino médio era no período diurno, mas uma vez por semana, de terça-feira no primeiro ano e na quinta-feira no segundo, tínhamos aulas de laboratório e redação no período da tarde, indo do meio-dia até quase umas 19h.

Era o último dia de aula, todo mundo foi pra aula pra cumprir tabela e jogar futebol na aula de educação física mas tinham as aulas de tarde ainda, dolorosas horas mexendo em coisas que não sabíamos a função e ouvindo explicações que seriam esquecidas dali a pouco. No último dia de aula porém, as coisas foram um pouco diferentes: teríamos DUAS AULAS SEGUIDAS DE REDAÇÃO e depois UM DELICIOSO VÍDEO DE UMA MULHER PARINDO (ocupando também duas aulas SEGUIDAS).

As aulas de redação foram sussa, estávamos sendo claramente usados para avaliar os candidatos à vaga de professor de redação, os coordenadores do colégio sentaram logo atrás de nós, a primeira professora era horrível, foi um desprazer ter aquela única aula com ela, o segundo professor foi bem legal e acabou ficando com a vaga (e acabou ainda dando aula pra gente nos dois próximos anos).

Mas enfim, as aulas de redação foram até legais porque me reuni com uns amigos da outra sala, e ainda ludibriamos outro que tava jogando ping pong na cantina a se juntar a nós, mas no intervalo nós decidimos simplesmente matar a próxima "aula", já era quase uma tradição da professora de biologia passar o tal vídeo de parto no último dia de lab do primeiro ano e depois de vários comentários falando de como era uma coisa totalmente desnecessária nós miamos mesmo, ficamos nas mesas da cantina vendo o pessoal jogar ping pong e o amigo que arrastamos pra aula de redação voltou a treinar seus cortes e efeitos com a raquete de madeira.

Nisso um amigo fala que ia arranjar uma coca cola pra gente e menos de dez minutos depois ele surge com uma coca 2 litros e uns copos, ele se recusava a falar onde que tinha arranjado aquilo e nós só fomos descobrir a vendinha de guloseimas do lado do Hospital do Servidor Público Municipal dois anos depois.

E lá nós estávamos, assistindo e jogando um pouco de ping pong, tomando coca cola morna e rindo de piadas ruins e de como fomos espertos em miar o tal vídeo de parto. Era o último dia de aula, fim de Novembro, não haviam mais aulas, o vestibular era um problema pra depois, o tempo estava bom, céu azul e nada parecia incomodar a gente, aquela coca cola teve mais gosto de liberdade do que qualquer cerveja que tomei na vida.

Esse momento deve ter sido meu último de paz verdadeira, eu sequer sabia o que queria fazer na faculdade, estava rodeado de amigos que carrego até hoje e tinha matado aula deliberadamente pela primeira vez na vida (o que hoje é um evento semanal), foi o dia mais banal de todos mas ao mesmo tempo foi inesquecível.

Esse foi o dia que minha infância (ou adolescência?) morreu de verdade, no ano seguinte já estávamos fazendo provas de treineiro pra nos prepararmos pro vestibular e as cobranças para definir o futuro eram de repente imensas, até então eu tava certo que queria engenharia aeronáutica mas ainda hoje acho que um moleque de 16 ou 17 anos não tem discernimento pra definir o futuro numa simples escolha, a mudança pra Naval se deu do segundo pro terceiro ano, e não me arrependo em nada disso (apesar de posts neste blog dizerem o contrário).

Mas enfim, é isso. Eu posso estar romantizando um dia que realmente foi banal mas faz parte da vida né, eu passo dias incríveis com meus amigos na Poli mas ainda nada se compara com o retrato nostálgico que minha memória cria daquela tarde ensolarada em novembro de 2011.

terça-feira, 3 de julho de 2018

Futebol

- Quando foi que comecei a gostar de futebol?

Me perguntei isso no banho e vi que daria um bom post aqui, pois bem.

Como todo moleque brasileiro, foi meu pai que me apresentou o futebol e obviamente o time pelo qual eu deveria torcer: o glorioso Santos Futebol Clube. Por mais que eu discorde de muita coisa do meu pai, o amor pelo Santos é uma coisa que, por mais que eu tenha questionado ao longo da minha vida, sempre vai ser uma herança que tenho dele.

Minhas primeiras memórias com futebol são as minhas primeiras memórias, lá pelos idos de 2000~2001, o Santos numa fase péssima, não ganhava nem paulista na época, eis que começa 2002: Santos tava um caco, Emerson Leão assume e bota a molecada da base pra jogar: Diego, Robinho, Alex, Léo, além de contratações de jovens promessas de outros times como Elano, Renato e Ricardo Oliveira. Eu não tenho palavras pra descrever como era legal ver um time com média de idade praticamente de 20 anos ganhar os jogos com a mais pura "ousadia e alegria". Foram aí pra conta dois Brasileirões, alguns Paulistas e aquele vice sofrido da Libertadores pro Boca Juniors.

Mas mesmo com tudo isso, eu ainda era santista só por falta de opção, nunca me interessei mesmo por futebol. E lá vem o clichê: SUPER CAMPEÕES! Maluco, eu amava essa porra de anime, comprei um boné (falsificado) da Adidas só por causa do Wakabayashi e meu amor pela Adidas veio justamente da propaganda absurda que tinha deles nesse anime. Quem não se lembra dos chutes surreais do Tsubasa, de como o Hyuga treinava chute nas ondas da praia, aquele episódio que o Wakabayashi foi dar uma de Neuer pra ajudar no ataque e acabou levando um gol do Schneider que nem o Neuer levou do Son nessa copa? Caralho, esse anime moldou meu caráter, e obviamente me fez querer ser o novo Tsubasa, fiz um ano de futsal no meu colégio e meu deus, eu era horrível, assim como na maioria dos esportes que pratiquei na vida.

E foi nessa época que comecei a torcer pra seleção do Japão, além de ser aquela que tinha a lineup (fictícia) de ouro com Tsubasa, Wakabayashi, Hyuga, Misaki, etc. Era também um time legal de se assistir, na copa de 2006 (quando comecei a acompanhá-los) o time tinha ainda a lenda viva Hideyoshi Nakata e o maior cobrador de faltas que eu tinha visto até então: Shunsuke Nakamura. Junte a tudo isso o fato de eu ser descendente de japoneses e ter ouvido desde criança que japonês não sabe jogar futebol, os caras eram praticamente meus heróis da infância.

Por mais que eu amasse a seleção do Japão, não tinha como não gostar da do Brasil também, obviamente. E não por uma questão patriótica ou qualquer coisa assim, mas outro dos meus heróis da infância foi um cara nada japonês: o Ronaldinho Gaúcho. Como não lembrar daquela propaganda dele chutando a bola no travessão umas dez vezes sem deixar a bola cair? (que só fui descobrir que era montagem anos depois) Ou os dribles que ele dava no Barcelona? Eu sequer sabia do futebol europeu na época mas ficava maravilhado com os lances que mostravam no Esporte Espetacular, a forma como ele lidava com tudo como se fosse brincadeira e aquela humilhação que ele fazia os times adversários passarem, não por maldade, mas por pura "ousadia e alegria" novamente.

Dando um timeskip agora pra 2010, que foi quando eu realmente comecei a gostar de futebol, e os motivos pra isso são bem claros e têm nome: Keisuke Honda e Neymar. Em 2010 o Santos tava todo cagado novamente e, repetindo o filme, subiram a molecada da base, o resto é história. Foi em 2010 também que o Japão fez a sua melhor campanha em copas do mundo até então, chegando às oitavas e saindo nos pênaltis pro Paraguai, e o jogador estrela daquele time não era mais o veterano Nakamura, já reserva, mas sim a jovem promessa Keisuke Honda, que tinha um futebol bem diferente do usual japonês e era um exímio cobrador de falta, superando até o Nakamura talvez.

E como torço hoje?

Eu ainda torço (e sofro) com o Santos, as minhas últimas alegrias com o time foram ver o Ricardo Oliveira jogar o fino da bola com quase 40 anos e, novamente, os caras subirem uma molecada da base pro profissional, esse Rodrygo vai brilhar muito ainda, só achei que ele devia ficar um pouco mais no Santos pra ganhar mais uma Libertadores pra gente.

O Japão fez uma campanha incrível nessa Copa e o Honda desempenhou um ótimo papel como super-sub nos jogos quando entrou, eu não considero ele culpado da eliminação como muitos falam por aí (a japonesada tava morrendo já, iam levar uma cocada na prorrogação) e acho que, se a JFA não fizer cagada, o Japão pode ir muito mais longe nas próximas copas.

Meu maior sofrimento com futebol na vida foi o 7x1, não tem como falar que não torço pro Brasil, mas como todo santista eu não fico hypeando o Neymar na seleção, a gente sabe como ninguém que ele é foda mas bem superestimado. Além disso eu sou fã de qualquer hype, não tem como não se alegrar com o pessoal quando a Seleção ganha.

No futebol europeu eu simplesmente torço pro underdog, que no caso tá sendo sempre qualquer time que não fosse Barcelona, Real Madrid ou Bayern Munchen, eu gostava do Manchester City (por causa do Oasis) mas como eu tenho um ódio mortal pelo Guardiola, eu acabei por ficar com o United do Mourinho, que é um babaca, mas é daora. Se fosse pra escolher algum time eu acho que iria de Inter de Milão, aquele time de 2010 foi legal de assistir. O Milan de 2005~2007 também chega perto, mas na época o time era tipo o que o Real Madrid é hoje, overkill demais.

Enfim, o que podemos tirar disso tudo? Basicamente que eu não ligava pra futebol por boa parte da minha infância e que eu comecei a me importar só depois que assisti Super Campeões.

Na moral, me desculpem pelo texto longo mas depois da EXCRUCIANTE eliminação do Japão eu tava afim de escrever sobre futebol neste blog.

Por hoje é só pessoal, vlwflw té mais.