quinta-feira, 5 de novembro de 2020

Johnny get your gun!

Não foram poucas as vezes que ouvi de uns amigos meus que eles queriam passar por uma guerra porque a vida na pós-modernidade não tem muito sentido.

Eu sempre fui pacifista, quero dizer, tirando a fase que eu curtia FPS e queria ser engenheiro bélico porque curtia armas (eu tinha 13 anos galera, mas acabei parando numa engenharia ligado à militaria de qualquer jeito hmmm...), e sempre rechacei qualquer forma de querer resolver as coisas na violência numa escala internacional. Eu vejo sentido em gastar dinheiro em defesa nacional, já que nem todo país é bem intencionado, mas priorizar armamentos em detrimento de educação e programas sociais? Jamais.

É claro que esse nem é o ponto da discussão. 

Acho que todo mundo na minha idade chegou num ponto onde se perguntou o porquê de estar fazendo o que faz, não há um bem maior, um grande motivo. Daí alguns acabam pegando alguma coisa pra pelo menos fingir que há sim um motivo maior e um bem comum que todos devem almejar, seja o patriotismo, religião ou qualquer coisa do tipo.

Claro, a sociedade capitalista se move devido o motivo maior do DESEJO e do CONSUMO. "Ah, vou trabalhar até perder minha saúde pra comprar aquele carro!" ou "Se eu trabalhar sem parar por cinco anos vou finalmente poder pagar aquelas férias de três semanas pra Disney!" mas isso sempre me pareceu muito vazio.

Eu tenho todo o desejo do mundo de conhecer novos lugares e ir ver mais shows, o que sinceramente acho ser válido demais, mas nada que seja um MOTIVO MAIOR ou algo do gênero, só uns life goals mesmo.

Acho que aí que entra o pessoal que acha que uma guerra seria uma boa, se for igual nos filmes, a guerra traria aí uma maior valorização pelo o que a gente dá como garantido no nosso dia-a-dia, além de criar uma mentalidade bem simples: sobreviver até o próximo dia e, caso fôssemos lutar, matar o inimigo.

Eu já prefiro procurar sentido na vida de outras formas, eu inclusive estava estudando umas coisas de budismo pra "filosofar" um pouco sobre o sentido da vida mas não acho que chegarei numa conclusão muito cedo.

Acho que adquiri uma visão pacifista depois de assistir LOGH, mas uma das coisas que mais me deixam puto é a velharada que nunca foi pra uma guerra, e muitas vezes nem prestou serviço militar, pedindo guerra aí pros quatro cantos. É fácil mandar jovens pro front quando você sabe que não vai pegar em armas.

Eu sinceramente sou 100% anti-guerra e não estaria muito animado pra defender nossa nação-Brasil (e isso nem é por causa do nosso presidente), além de temer o impacto psicológico que uma guerra causaria numa pessoa, no caso eu. Mas, em caso de (grande) invasão ao nosso país é senso comum que é melhor estar nas forças armadas do que fora delas, mas isso já é outra história.

Eu falo tudo isso mas acho a história das Brigadas Internacionais na Guerra Civil Espanhola uma coisa bem legal. Gente do mundo todo foi lutar lá na Espanha porque acreditavam nos ideais de esquerda da época. É bem verdade que acabou não dando certo e foi uma bagunça do caralho, mas ainda acho uma história legal.

Resumo da ópera: eu entendo quem acha que a guerra seria uma solução pra falta de sentido na pós-modernidade mas acho que é um preço muito alto pra pagar por isso. Mesmo que seja uma guerra fora do Brasil, que seria bem menos pior que uma guerra aqui, eu não veria muito sentido em ser mandado pra puta que pariu por causa de uma treta entre uns véio que provavelmente nem estão botando as vidas deles na linha pelo o que falaram. 

Isso me lembra uma frase no Gundam Thunderbolt: "Young Heroes who lay down their lives for ideals, they are the perfect ones to sacrifice". Claro, se fosse pra pilotar um Gundam eu ia FACILMENTE pra uma guerra, mas julgo que essa opção não é muito factível.

Enfim, é isso aí. Fiz esse post num ano que QUALQUER coisa é possível então não sei se farei justiça ao meu pacifismo, só espero ser dispensado de ir pro front devido à minha saúde, minha miopia ou meu sedentarismo.

vlw flw té mais!

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