Eu amo o Natal.
Tudo bem, acho que este deve ser o décimo post que escrevo sobre o Natal mas EU ME LEMBREI DO JAPÃO (este vai ser o trigésimo post sobre o Japão).
Toda a finalidade de ter vaga pra cacete nas fábricas japonesas de doces em fim de ano e começo do próximo são justamente as datas comemorativas: Natal, Ano Novo, Valentine's Day e acho que tem mais uns outros feriados (apesar de não ter certeza se o pessoal come doce no dia da fundação do Japão, lá por Fevereiro).
E eu gosto do Natal, gosto das comidas e dos presentes e das luzes e decorações e de todo o clima natalino, isso deveria ter sido amplificado bem mais já que eu tava no Japão, não?
O negócio é que quando eu fui pro Japão pra trampar, eu tava fugindo de tudo.
Eu tava fugindo das responsabilidades da Poli e da família, do presidente eleito, de qualquer pessoa que eu conhecia. Apesar do plano original ter sido ir com uma amiga minha e amigos dela, eu dei graças a deus que fui sozinho, não queria lidar com ninguém que me lembrasse da Poli, só depois descobri que um mano da minha sala também ia, pelo menos ele era suave e quase não falava com ele mesmo. Eu sequer planejava ver meus parentes lá, e por isso acabei nem perguntando se eles queriam algo do Brasil, me desculpem! Os meus primos foram um dos maiores motivos pra eu não ter odiado o Japão.
E cara, eu já falei isso em outros posts, mas até Janeiro eu tava ODIANDO o Japão: tava frio pra caralho, o trampo era fora da fábrica (ou seja, FRIO PRA PORRA), não sabia como ir pra Tokyo, não sabia se veria meus shows, não sabia me virar com meu japonês de animê e as folgas em Dezembro foram dedicadas a descansar já que pra quem não tava acostumado, aquele trampo era bem pesado.
A minha ceia de Natal aquele ano foi marmita do trabalho, já que eu trampava de madrugada, enquanto todo mundo do prédio onde eu morava fez mó festança. O Yoiti do Natal de 2018 não era o cara mais feliz de Yamanashi.
Mas é, depois até pude ver umas luzes remanescentes aqui e ali dos lugares que fui em Tokyo e Kofu em Janeiro, só me arrependo de não ter ido pra Roppongi, falam que são as melhores luzes natalinas do Japão, procure "Roppongi Christmas Lights" no Google, bonito pra porra.
![]() |
Ruela enfeitada em Kofu. |
Enfim, depois eu fiquei suave e desde então nunca mais calei a boca quando o assunto é o Japão (como vocês podem perceber), mas a viagem com certeza foi daquelas "viagens de autoconhecimento" que os protagonistas dos filmes fazem, eu só não morri num busão abandonado no Alaska.
Olhando agora eu falo tranquilamente que ir pro Japão foi a melhor escolha que fiz em um bom tempo, eu acho que também foi num ano bom porque, sinceramente, eu queria fugir daqui com todas as minhas forças.
A viagem acabou fazendo com que eu sentisse uma verdadeira saudade do Brasil, das pessoas que conversavam alto, dos caras que tocavam funk no busão, do caos realmente caótico que é São Paulo se comparada a Tokyo e claro, dos meus amigos e da minha família. Quando eu estava no aeroporto de Narita, pronto pra voltar pro Brasil, eu não pensei um momento sequer das coisas que não pude fazer no Japão, eu estava ansioso em voltar pro Brasil pra poder comer a comida da minha mãe e encontrar meus amigos.
Mas é, a gente nunca está feliz. No Japão eu sentia saudade do Brasil e no Brasil eu sinto saudade do Japão. Espero não morar em muitos mais lugares pra não sentir mais saudades.
Eu ia focar mais no Natal neste post mas eu percebi ali no meio que, não fossem os bolos natalinos que estavam saindo a rodo da fábrica onde eu trampava, eu sequer percebi que era Natal quando eu tava no Japão.
Juro que o próximo post não vai ser mais sobre o Japão.
vlw flw té mais
Nenhum comentário:
Postar um comentário