Se tudo der certo eu vou pro Japão, é um esquema já conhecido: como descendentes de japoneses possuem acesso "facilitado" a vistos de trabalho no Japão ("facilitado" porque ainda é um saco pra tirar essa porra), é comum algumas agências oferecerem pacotes de viagem para jovens irem trabalhar durante as férias escolares pra juntar uma graninha e pra passear usando a grana tirada do próprio trampo, nice.
E caralho, eu sempre tive vontade de ir pro Nippon, antes era por eu ter SIDO um otaku, agora juntou meio que uma busca por identidade e sim, SIM! VER SHOWS DE BANDAS UNDERGROUND, PORRA! Meu deus, eu sei que ver um show da Shiina Ringo está praticamente fora de cogitação, já que os ingressos são caríssimos e os lugares reservados para não-membros do fã clube são praticamente fora da venue, mas um show do Mass of the Fermenting Dregs ou da Kaneko Ayano seriam um sonho.
Nos últimos tempos eu acabei passando por uma crise de 1/4 de idade, depois de ler uns quatro livros depressivos desde o ano passado e refletindo sobre minha vida até então eu me perguntei: "como que aproveitei minha juventude?" Sim, podem rir de mim, tenho 22 anos, estou praticamente na crista da onda agora (ou deveria estar) mas a coisa é: se tem uma palavra em inglês pra me descrever, esta palavra é LAME. Não bebo (tirando, obviamente, a divina SERRAMALTE), não fumo, não uso drogas (ilegais) e tenho a leve impressão que um frade franciscano tem uma vida mais boêmia que a minha.
Veja bem, acho que projetei um ideal de boemia muito nipônico, já ouço música underground japonesa desde meus 15~16 anos e acompanho instagram e o twitter de praticamente todo membro de banda possível e como já disse num post (acho que de 2015), eu admiro muito como a cena underground lá é unida, todas as bandas se conhecem e sempre tocam juntas e saem pra beber juntas também, ERA COMO SE FOSSE O PODER DA AMIZADE DOS MANGÁS SHOUNEN FOSSE REAL, fiquei emocionado na real. Isso foi até eu começar a ler os relatos de como a indústria musical japonesa é quase tão predatória quanto busca por estágio da Poli,
Aaaaacho que divaguei um pouco demais da conta mas enfim, se eu espero achar toda a minha juventude perdida lá no Japão? Óbvio que não, eu não sou japonês pra começar. Eu passei boa parte do meu tempo livre lendo livros e mangás e procurando música desconhecida de um país no extremo oposto do globo por opção, antes eu dizia que não me arrependia de nada na vida mas convenhamos, ninguém é assim, por mais que eu passe longe de baladas e afins como o tinhoso foge da cruz, e não me arrependo disso, acho que ao invés de procurar bandas obscuras do Japão eu podia ter simplesmente descido a Augusta e pago uma entrada de 20 conto pra descobrir uma nova banda de shoegaze com alunos da ECA que fazem um som que é uma mistura de MBV com Slowdive, estou devendo essa pro nosso cenário underground.
Sinceramente, eu estou SALIVANDO pra ir num show num basement no Japão. Vai tomar no cu, to aceitando até mini festival de bandas de metal mas EU PRECISO IR NUM SHOW DE BANDA INDIE LÁ. Eu estava até vendo a etiquette que você deve ter nos clubs: maioria das venues não permitem fotografar ou filmar e geralmente você precisa pagar uma bebida junto com o ingresso na entrada. Se eu conseguir ver a Kaneko Ayano ao vivo eu já posso dizer que a viagem valeu a pena, amo essa mulher.
Mas enfim, acho que é isso. Não estou aqui pra ficar lamentando e dizendo que minha juventude foi perdida em coisas inúteis, longe disso, eu não trocaria minhas memórias com meus amigos nem por uma viagem no tempo para os anos 1920, nem por um show da Shiina Ringo. E agora eu já não projeto minha felicidade somente num porão onde bandas japonesas desconhecidas tocam shoegaze, por mais que eu tenha uma curiosidade imensa em conhecer o cenário musical japonês de perto, eu ainda acho que beber uma Serramalte junto com uma porção do petisco mais barato do bar enquanto converso com meus amigos é uma boa definição do que é felicidade de verdade.
E é isso, foi mal pelo post longo mas eu tava afim de escrever hoje.
vlwflw té mais
Todo mundo passa por crise em algum momento da vida. As pessoas têm histórias de vida diferentes, umas são mais extrovertidas e outras não. De repente algo que parece ser muito divertido pra uns (usar drogas, beber de madrugada ou ir pra balada) pode não ser pra outros e isso não quer dizer que se você não faz uma coisa dessas (ou todas juntas) sua vida é infeliz. De repente uma conversa com um amigo de longa data pode fazer o seu dia ou também comer num restaurante japonês famoso e minúsculo na liberdade com os amigos pode ser o que te faça feliz.
ResponderExcluirEstou escrevendo todas essas linhas porque já tive momentos muito tristes e o que me tirou dessa tristeza não foram as bebidas ou as baladinhas de sexta, mas aquela conversa sem pé nem cabeça de 5 minutos com velhos amigos e rolês sazonais pela cidade.
Queria dizer que quando bate aquela tristeza, eu venho pra esse blog.
E por fim, não poderia faltar aquele KKKKKKKKKKKK
sds
Tamo junto bro.
ExcluirKaneko Ayanooo eeeee. Sem querer me achar especial, mas achei que eu era o único brasileiro fã dessa moça.
ResponderExcluirVc já ouviu a banda Lucky Old Sun? É um indiezinho bem daora também.
Oi! Fico feliz que alguém com o mesmo gosto musical que eu tenha achado meu blog hahahahha, se você tem last.fm ou rym me adiciona, meu username nos dois é tesslakane.
ExcluirSe você quiser ter uma noção do meu gosto musical é só dar uma fuçada neste blog ou ver essa lista aqui: https://rateyourmusic.com/list/tesslakane/albuns-favoritos-em-construcao/
Aliás, estou curtindo esse Lucky Old Sun, a voz da vocalista me lembrou um pouco a Kaneko Ayano, mesmo que o jeito de cantar seja um pouco diferente (talvez mais melódico?), enfim, obrigado pela recomendação!