terça-feira, 26 de março de 2019

ME DESCULPA CHIAKI SATO

Eu tava querendo escrever direito sobre o show que fui da Chiaki Sato mas tava sem tempo, vou fazer isso agora.

Vocês já devem estar cansados de posts meus xingando os novos rumos musicais do Kinoko Teikoku, teve uma época que tenho certeza que de 3 posts meus, pelo menos um era falando mal da banda. Vocês têm que entender que Kinoko Teikoku foi a minha primeira banda japonesa underground favorita, eu conheci o som deles em 2013 (logo depois do lançamento do EP Long Goodbye) e foi amor a primeira ouvida.

Na época Mass of the Fermenting Dregs já tinha acabado então é seguro dizer que Kinoko Teikoku era a minha banda ativa favorita.

E não é algo que digo abertamente mas a Chiaki Sato da fase shoegaze (2012~2014) do Kinoko Teikoku foi a maior paixão que tive na música japonesa (contando underground e mainstream). Contando com o fato que vejo mais a Shiina Ringo como uma entidade divina do que uma pessoa e a Momoe Yamaguchi que eu idolatro ficou nos anos 70.

A Chiaki Sato não me cativava só por ser aquela personificação do Shoegaze: aparência andrógina, voz andrógina, moletom sem marca e jeans skinny com All-Star ou Vans, mas ela dava a alma no palco, quando ela cantava Yoru Ga Aketara parecia que tava expulsando os demônios do corpo, a banda inteira parecia que tava lá morrendo no palco, E CARA A VOZ DELA TRANSMITIA CADA EMOÇÃO E AINDA ME ASSOMBRA TANTO A VOZ FANTASMAGÓRICA EM EUREKA QUANTO AS DESAFINADAS EMOCIONAIS EM YORU GA AKETARAAAAAAA.

Quero dizer, já escrevi essa porra toda num outro post mas é preciso contextualizar isso tudo antes de eu falar do show que fui.

Lineup do dia: PAELLAS, Chiaki Sato e odol


O show que fui da Chiaki Sato foi no Shibuya WWW X, que é uma casa satélite do famoso WWW principal e, acho que, menor que seu irmão mais velho também. O acesso era loco, você tinha que subir uma escadaria do caralho e depois, lá dentro, tinha que descer pra caralho a ponto de eu realmente não saber em que andar eu estava quando cheguei na parte com palco e tal.

As escadarias do Shibuya WWW X


Iam se apresentar duas bandas e a Chiaki Sato, a banda de abertura, PAELLAS, era aquele pop rock genérico bem fraquinho, nothing to write home about. depois veio a Chiaki Sato.

Eu só tinha ouvido algumas coisas perdidas do álbum solo dela, que foi lançado ano passado, mas tinha odiado tudo, depois desse show eu... continuo não gostando muito.

Eu posso estar falando bosta (hurr eu só falo bosta neste blog) mas a Chiaki Sato tá fazendo um R&B meio... Utada Hikaru? Quero dizer, não manjo picas de R&B mas desse gênero em específico no Japão eu só conheço a grande Utada mesmo e apesar de não gostar da música dela é inegável dizer que qualquer coisa que você vai fazer REMOTAMENTE no gênero vai ter influência dela, afinal ela é a maior (com algumas controvérsias) cantora no Japão.

Mas voltando ao show: ela basicamente tocou o álbum solo dela e terminou com uma do Kinoko Teikoku: Donut. Que eu achei estranho pra caralho, a música foi um B-side do single do Sakura ga Saku Mae Ni e num misto de eu não lembrar com o arranjo ter sido totalmente diferente, eu nem reconheci a música como sendo do Kinoko Teikoku, e assim o show terminou, depois o headline "odol" chegou lá e eu não curti muito o som então vazei.

Na moral que esse foi o pior show que fui no Japão mas ao mesmo tempo foi a melhor cantora que presenciei na minha estadia, a Chiaki Sato estava cantando como nunca naquele palco, ainda que bem menos emocional que os vídeos que vi no Youtube dela literalmente SOFRENDO enquanto cantava Yoru Ga Aketara, a Chiaki Sato tava extremamente feliz lá, e quando digo que ela tava feliz eu posso afirmar que ela tava se divertindo mais que a Kaneko Ayano no show que fui.

E quer saber? Eu fiquei feliz por ela. Eu sempre julguei a banda por ter seguido outros caminhos depois que eles foram pra uma major label, quero dizer, o Kinoko Teikoku vem do cenário underground de Shimokitazawa, eles são os herdeiros dos Fishmans! Mas depois de ver a Chiaki Sato feliz e serelepe de uma forma quase contagiante eu já nem tenho como culpar a moça de qualquer coisa. Vendo as letras das músicas do Kinoko Teikoku na fase mais sombria, dá quase pra sentir o sofrimento e angústia naquela porra (o que a Chiaki Sato deve ter sofrido com os ex-namorados dela não é brincadeira), mas se a vida sorriu pra nossa menina de ouro eu não consigo ver o porquê de fazer com que ela sofra novamente. Se a Chiaki Sato tá feliz eu estou feliz.

Isso tudo significa que vou ouvir e GOSTAR das novas releases dela ou do Kinoko Teikoku? Nem fodendo, mas isso significa que não vou ser mais um na legião de fãs chatos fazendo fila pra chorar na seção de comentários do Rate Your Music perguntando "ONDE FOI PARAR O SHOEGAZE PUORRA?!" e dar um rating de 1 estrela, ah não o rating baixo vai continuar.

Definição de fã chato (eu tava putaço na época, dsclp Chiaki Sato)


Mas enfim, parou a choradeira de lamentar todo dia que Kinoko Teikoku tá uma bosta, vou só ficar puto no dia da release mesmo e depois esqueço a banda (ou a Chiaki) até a próxima release.

Essa viagem pro Japão acabou me dando outras bandas up and coming pra acompanhar: For Tracy Hyde, Laura Day Romance, Hitsuji Bungaku e Luby Sparks. Acho que Luby Sparks já tá bem garantido que vai explodir (no bom sentido) cedo ou tarde mas eu sinceramente espero tudo de bom pra essas bandas, viver de música é foda em qualquer lugar.

Enfim, é isso.
Me desculpem Kinoko Teikoku, ainda amo vocês e ALGUMAS músicas dos álbuns pós-2014.
Me desculpa Chiaki Sato em especial, tua orelha deve estar vermelha.
E todo meu apoio pras bandas underground que citei e várias outras BOAS que estejam no underground japonês ou de qualquer país, torço por vocês todo dia.

vlw flw
té mais

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