sábado, 16 de março de 2019

Sdds da minha Nipponland

Estou neste momento em um A380 da Emirates numa viagem de 15h de duração, de Dubai pra Guarulhos.

Minha estadia no Japão acabou, depois de três longos meses.

Eu acabei nem escrevendo posts sobre os últimos dois shows que fui (Chiaki Sato e o repeteco do Hitsuji Bungaku) mas foi porque essa última semana foi a mais corrida dos últimos tempos, como visitar e comprar tudo o que você não viu/comprou em uma semana só? Foi quase impossível.

Bem, acho que os últimos shows que fui podem ser descritos como razoáveis, foram os que achei pra ver na minha última semana em terras nipônicas e foram bem legais, mas nada no nível do show do MOTFD ou da Kaneko Ayano. Foi legal ver a Chiaki Sato cantando, ela com certeza é uma das maiores vocalistas no Japão, e Hitsuji Bungaku foi a banda mais legal que descobri aqui, nada mais justo pra terminar a série de shows que vi por aqui.

Mas enfim, o que falar?

Eu passei perrengue, trampei num negócio não muito legal, em temperaturas que nunca imaginei enfrentar por mais de horas, comi mal pra economizar dinheiro, emagreci QUINZE QUILOGRAMAS EM TRÊS MESES, levei comida de rabo em japonês e deixei de fazer algumas coisas que queria só por não saber nem o básico da língua.

Mas eu também conheci várias pessoas legais, não muitas já que em toda folga que tinha eu tava em Tokyo vendo show, mas eu conheci gente que tinha gostos bem parecidos com o meu e que eu nunca imaginei que encontraria (ninguém partilhava do meu gosto musical tho).

Eu também conheci praticamente tudo o que queria em Tokyo. Eu andei e senti o que era Setagaya, desde o lindo vale de Todoroki, as margens do rio Tama em Futako Tamagawa, as desorganizadas ruas em Sangenjaya (que foram cenário pro Persona 5) e claro, andei, bebi, comi, dormi e vi show na minha amada Shimokitazawa, meu lugar preferido no mundo. Fui pra Odaiba ver o Gundam e fui numa Comiket, fui pra Akihabara e tive dias genuinamente otakus lá tentando pegar pelúcias nos arcades e caçando figures nas infinitas galerias do lugar. Me perdi pelas ruas de Shinjuku, conheci a vida noturna de Shibuya e amei as tourist traps de Harajuku, entrei e bandejei na Universidade de Tokyo, andei por Ueno atrás de roupas e acabei no Museu Nacional, passei por Asakusa e pelo Meiji Jingu atrás de um milagre, vi as flores de Sakura florescerem no parque Yoyogi e tomei café da manhã em Koenji, subi na Tokyo Tower, me perdi pelo distrito industrial de Shin Kiba atrás de uma visão boa de uma ponte lá que era horrível de qualquer ângulo e também passei pra conhecer o Budokan, o Akasaka Blitz e o Tokyo Dome. Além disso eu conheci Minatomirai e a Chinatown em Yokohama. E ainda tem vários outros lugares que passei e conheci, não consigo nem lembrar de todos.

Aaaaahhhhh eu conheci vários lugares, sendo que nem era meu objetivo nessa viagem, e vou sentir muitas saudades de um país que até Dezembro do ano passado só existia na minha imaginação.

Dos clichês que todo mundo já está cansado de ouvir como as ruas limpas, pessoas educadas e segurança nas ruas aos pequenos detalhes que me cativaram durante minha estadia como as lojas de conveniência que eram realmente convenientes, as vending machines que podiam te dar uma bebida quente ou gelada por preços honestos, os assentos aquecidos dos trens, as notas de dinheiro sempre impecáveis, os gashapons dos mais variados temas sempre onipresentes, as claw machines igualmente onipresentes pra tirar o dinheiro dos mais desavisados, os estudantes uniformizados que me faziam sentir num anime toda vez que os via, as zonas pra fumantes nas ruas que faziam com que você não precisasse andar enquanto respira a fumaça do fumante na sua frente, as propagandas com humor duvidoso, as lojas que vendiam tudo o que você imaginava (Don Quijote e minha amada Village Vanguard) e várias outras coisas que passaram despercebidas mas que contribuíram enormemente pra minha experiência.

Mas acho que o que mais senti de diferente foi estar num país (majoritariamente) mono racial, e até eu abrir a boca eu era um japonês. por mais que eu seja 100% brasileiro, em certos lugares no país é impossível não perceber que as pessoas te olham de forma diferente por ser de uma etnia não tão comum no local, no Japão eu até me dediquei a me vestir como um genuíno jovem universitário do país. Mas eu sei que isso era puramente superficial, acho que se eu soubesse falar japonês a minha experiência no país teria sido mais legal, e eu poderia ter me passado por um nativo mais facilmente, mas ainda assim, lá no fundo, eu ainda seria um jovem brasileirinho que atravessa a rua fora da faixa e não consegue separar a tampa do copo no McDonalds pra reciclar decentemente.

Enfim, meu maior medo com tudo isso é que eu viva sempre das memórias dessa viagem e- NOVAMENTE VOU PARAFRASEAR SOBAKASU, PORRRAAAAA
Como a Yuki cantou pra um Tokyo Dome (que é enorme, eu vi com meus próprios olhos) lotadaço naquele que foi o último show do Judy and Mary em 2003:
MEMÓRIAS SÃO SEMPRE BOAS MAS NÃO DÁ PRA VIVER SÓ DELAS
Pra que ficar lendo livros enormes ou ficar ouvindo música cult se todas as respostas da vida estão nas letras das músicas do Judy and Mary?

Bola pra frente que o futuro é nosso meu irmão.
vlwflw té mais

Nenhum comentário:

Postar um comentário