terça-feira, 3 de julho de 2018

Futebol

- Quando foi que comecei a gostar de futebol?

Me perguntei isso no banho e vi que daria um bom post aqui, pois bem.

Como todo moleque brasileiro, foi meu pai que me apresentou o futebol e obviamente o time pelo qual eu deveria torcer: o glorioso Santos Futebol Clube. Por mais que eu discorde de muita coisa do meu pai, o amor pelo Santos é uma coisa que, por mais que eu tenha questionado ao longo da minha vida, sempre vai ser uma herança que tenho dele.

Minhas primeiras memórias com futebol são as minhas primeiras memórias, lá pelos idos de 2000~2001, o Santos numa fase péssima, não ganhava nem paulista na época, eis que começa 2002: Santos tava um caco, Emerson Leão assume e bota a molecada da base pra jogar: Diego, Robinho, Alex, Léo, além de contratações de jovens promessas de outros times como Elano, Renato e Ricardo Oliveira. Eu não tenho palavras pra descrever como era legal ver um time com média de idade praticamente de 20 anos ganhar os jogos com a mais pura "ousadia e alegria". Foram aí pra conta dois Brasileirões, alguns Paulistas e aquele vice sofrido da Libertadores pro Boca Juniors.

Mas mesmo com tudo isso, eu ainda era santista só por falta de opção, nunca me interessei mesmo por futebol. E lá vem o clichê: SUPER CAMPEÕES! Maluco, eu amava essa porra de anime, comprei um boné (falsificado) da Adidas só por causa do Wakabayashi e meu amor pela Adidas veio justamente da propaganda absurda que tinha deles nesse anime. Quem não se lembra dos chutes surreais do Tsubasa, de como o Hyuga treinava chute nas ondas da praia, aquele episódio que o Wakabayashi foi dar uma de Neuer pra ajudar no ataque e acabou levando um gol do Schneider que nem o Neuer levou do Son nessa copa? Caralho, esse anime moldou meu caráter, e obviamente me fez querer ser o novo Tsubasa, fiz um ano de futsal no meu colégio e meu deus, eu era horrível, assim como na maioria dos esportes que pratiquei na vida.

E foi nessa época que comecei a torcer pra seleção do Japão, além de ser aquela que tinha a lineup (fictícia) de ouro com Tsubasa, Wakabayashi, Hyuga, Misaki, etc. Era também um time legal de se assistir, na copa de 2006 (quando comecei a acompanhá-los) o time tinha ainda a lenda viva Hideyoshi Nakata e o maior cobrador de faltas que eu tinha visto até então: Shunsuke Nakamura. Junte a tudo isso o fato de eu ser descendente de japoneses e ter ouvido desde criança que japonês não sabe jogar futebol, os caras eram praticamente meus heróis da infância.

Por mais que eu amasse a seleção do Japão, não tinha como não gostar da do Brasil também, obviamente. E não por uma questão patriótica ou qualquer coisa assim, mas outro dos meus heróis da infância foi um cara nada japonês: o Ronaldinho Gaúcho. Como não lembrar daquela propaganda dele chutando a bola no travessão umas dez vezes sem deixar a bola cair? (que só fui descobrir que era montagem anos depois) Ou os dribles que ele dava no Barcelona? Eu sequer sabia do futebol europeu na época mas ficava maravilhado com os lances que mostravam no Esporte Espetacular, a forma como ele lidava com tudo como se fosse brincadeira e aquela humilhação que ele fazia os times adversários passarem, não por maldade, mas por pura "ousadia e alegria" novamente.

Dando um timeskip agora pra 2010, que foi quando eu realmente comecei a gostar de futebol, e os motivos pra isso são bem claros e têm nome: Keisuke Honda e Neymar. Em 2010 o Santos tava todo cagado novamente e, repetindo o filme, subiram a molecada da base, o resto é história. Foi em 2010 também que o Japão fez a sua melhor campanha em copas do mundo até então, chegando às oitavas e saindo nos pênaltis pro Paraguai, e o jogador estrela daquele time não era mais o veterano Nakamura, já reserva, mas sim a jovem promessa Keisuke Honda, que tinha um futebol bem diferente do usual japonês e era um exímio cobrador de falta, superando até o Nakamura talvez.

E como torço hoje?

Eu ainda torço (e sofro) com o Santos, as minhas últimas alegrias com o time foram ver o Ricardo Oliveira jogar o fino da bola com quase 40 anos e, novamente, os caras subirem uma molecada da base pro profissional, esse Rodrygo vai brilhar muito ainda, só achei que ele devia ficar um pouco mais no Santos pra ganhar mais uma Libertadores pra gente.

O Japão fez uma campanha incrível nessa Copa e o Honda desempenhou um ótimo papel como super-sub nos jogos quando entrou, eu não considero ele culpado da eliminação como muitos falam por aí (a japonesada tava morrendo já, iam levar uma cocada na prorrogação) e acho que, se a JFA não fizer cagada, o Japão pode ir muito mais longe nas próximas copas.

Meu maior sofrimento com futebol na vida foi o 7x1, não tem como falar que não torço pro Brasil, mas como todo santista eu não fico hypeando o Neymar na seleção, a gente sabe como ninguém que ele é foda mas bem superestimado. Além disso eu sou fã de qualquer hype, não tem como não se alegrar com o pessoal quando a Seleção ganha.

No futebol europeu eu simplesmente torço pro underdog, que no caso tá sendo sempre qualquer time que não fosse Barcelona, Real Madrid ou Bayern Munchen, eu gostava do Manchester City (por causa do Oasis) mas como eu tenho um ódio mortal pelo Guardiola, eu acabei por ficar com o United do Mourinho, que é um babaca, mas é daora. Se fosse pra escolher algum time eu acho que iria de Inter de Milão, aquele time de 2010 foi legal de assistir. O Milan de 2005~2007 também chega perto, mas na época o time era tipo o que o Real Madrid é hoje, overkill demais.

Enfim, o que podemos tirar disso tudo? Basicamente que eu não ligava pra futebol por boa parte da minha infância e que eu comecei a me importar só depois que assisti Super Campeões.

Na moral, me desculpem pelo texto longo mas depois da EXCRUCIANTE eliminação do Japão eu tava afim de escrever sobre futebol neste blog.

Por hoje é só pessoal, vlwflw té mais.

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