Uma coisa que é pouco falada, de todas, TODAS as coisas do Japão, é como o povo lá gosta de feedbacks e avisos e sonzinhos pra tudo. Tem um motivo pra celulares com teclas ainda serem usados lá (não tanto quanto antes, mas consideravelmente): as teclas te dão aquele cliquezinho que te dá a segurança que elas foram apertadas. E nisso dá pra explicar todas as demais coisas que clicam e dão aquele prazer tátil só de ficar brincando, as lapiseiras também são meio assim.
Enfim, além dessa coisa tátil também tem os sons e barulhinhos que você ouve em todos os lugares no Japão, o que me deu saudade outro dia foram os apitos na faixa de pedestres pra sinalizar pra quem tem visão prejudicada (ou quem usa smartphone, aliás não atravessem a rua sem olhar que muito motorista no Japão é ruim):
Dos barulhos que aparecem no vídeo eu só ouvi os cuckoo e o piu-piu (lá por 1:13 do vídeo) tanto em Tokyo quanto em Kofu.
Outra grande saudade minha são os sonzinhos que tocavam nas estações e nos trens que peguei, algumas estações tinham musiquinhas próprias que eram características do local (tipo a estação onde o Osamu Tesuka morava tocar a música do Astro Boy).
Os midi tão meio jogados (a não ser que você saiba ler em japonês) mas mostra mais ou menos que estação que cada coisa toca, além das musiquinhas de abrir/fechar porta, aviso, etc. Mas o que me marcou é que eu NUNCA usei fone de ouvido enquanto andava por Tokyo, só usava mesmo nas viagens de ônibus e nos netcafés, então, CARALHO, esses primeiros três sons (que tocavam em toda estação) eram sinônimo de começo de aventura, era a abertura pro anime que eram os meus dias de folga em Tokyo. Esses jingles só tocavam mesmo na linha Yamanote, que é a linha que liga todas as outras, então qualquer lugar que eu fosse eu meio que ouvia as músicas.
Além desses sonzinhos em vias públicas, obviamente que as lojas não poderiam estar de fora dessa nostalgia:
Esse midi tocava toda vez que alguém entrava em um Family Mart (minha rede favorita de konbinis, pau no cu do Seven Eleven) e como era o estabelecimento comercial mais próximo de onde eu morava em Yamanashi e também era a única coisa na estação onde fiquei em Tsukuba, nada era tão aconchegante quanto entrar em um Famima e ouvir esse jingle com um IRASHAIMASEEE~ e, como estava um frio do caralho na época, sentir o ar quente de dentro da loja junto com o leve cheiro de bentôs requentados e nikuman.
Na moral que posso fazer um post inteiro sobre o Family Mart (e provavelmente farei um dia) mas é como se fosse uma ilha de conforto, em qualquer lugar que você fosse no Japão, sempre tinha um Family Mart com comida e bebida quentinha pra você se sentir melhor. Famima > Seven Eleven > Lawson, acabei só indo uma vez no Daily Yamazaki e no Mini Stop então não posso julgá-los.
Also also also, fica aqui minha eterna gratidão às konbinis que tinham lugar pra sentar e comer os bentôs em paz. Obrigado Famima no lado do nosso apato em Yamanashi, obrigado Seven Eleven de Kofu depois da ponte.
Agora indo pros jingles propriamente ditos:
Toda grande loja no Japão tinha um jingle, e de todos eles esse foi o que mais ficou na minha cabeça. Eu juro que só fui uma vez na BicQlo e fiquei lá por menos de uma hora, mas essa música me assombra até hoje. Eu fiquei HORAS na Yodobashi de Akiba, na BIC Camera e nos Shoppings da Aeon e todos tinham jingles, mas nenhum era tão pegajoso quanto esse da BiqQlo em Shinjuku. De todos os empregos insalubres que eu aceitaria pra morar no Japão, o de atendente na BicQlo é um dos que eu recusaria.
Essa é a música da Yodobashi, se não me engano é alguma música de natal americana só que mais rápida e com as letras obviamente modificadas. Eu juro que esse jingle não me marcou muito, apesar de eu ter ficado horas e horas na Yodobashi de Akiba.
Enfim, acho que de sons randômicos que me fazem lembrar do Japão é isso mesmo. Tem também os anúncios falados de próxima estação e tal da linha Yamanote que podem ser ouvidos nesse soundboard interativo mas acho que já é fora do escopo de "sons".
Falando do midi do Family Mart me deu uma saudade danada das konbinis e, INFELIZMENTE, terei que falar delas em algum post só. Eu juro por tudo que mais amo que, dentre tudo que eu poderia trazer do Japão pro Brasil sem pensar na viabilidade econômica ou cultural, eu traria as konbinis. Nisso por mais que eu tenha asco da coisa de família cristã e o caralho que a Hirota tenta por algum motivo promover, eu tenho que admitir que as konbinis que implantaram até agora pegam uns 30% da vibe de uma konbini real do Japão, não o bastante pra passar mas também não tão ruim pra bombar direto.
Ahhhh me prolonguei demais e ninguém vai ler essa merda, pois bem.
vlw flw té mais.
EDIT: Esqueci de uns que são quase um crime se não citar, tipo o Book-Off, aqui tá meio que um compilado com alguns que até já citei e outros que esqueci:
Sobre o prazer tátil dos celulares, eu acho que entendo pq curto bastante a sensação de apertar os botões na minha HP50g. E também curto o click da minha GraphGear500 (pg515) que, aliás, tenho há uns 7 anos e não pretendo trocá-la tão cedo. Por último, o som do vídeo de Family Mart me lembrou bastante do Pokemon yellow que eu jogava no meu gameboy color (lembra a musiquinha da enfermaria).
ResponderExcluirNossa, mas os botões da 50g parece que foram feitos pra serem prazerozos pra se apertar, calculadora geralmente tem aqueles botões que dá pra sentir de longe que eles economizaram no controle de qualidade mas a 50g é melhor de digitar que muito teclado que já usei.
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