sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Mangás ambientados na faculdade, japão dos anos 60, tenho que estudar vlwflw

Eu deveria estar estudando Algelin agora pra não bombar de novo... mas enfim.
Tá aqui uma frase que 90% dos meus posts deve ter: eu já devo ter falado sobre isso mas...

Sim, digo, não sei, mas eu acabei pegando um dos vááááááários mangás ambientados no ensino médio e fiz a pergunta de novo: porque tem tanto mangá ambientado no ensino médio e tão poucos ambientados na faculdade? Quero dizer, uma das razões é meio óbvia: o público alvo pra shounens em geral é mulecada de ensino médio mas porra! Tem MUITO seinen que se passa no ensino médio também, eu até posso entender que os que se passam no fundamental (tipo Bokurano ou Aku no Hana) são por necessidade da narrativa, aquele negócio do choque da inocência e da passagem de idade, mas é muito raro mangá que mostre a faculdade sem ser das duas uma: ou totalmente deprimente ou totalmente cômica (por causa da parte deprimente).

Vamo ver exemplos de mangás na faculdade e como o ambiente universitário é tratado em cada um:

  • Grand Blue [comédia, seinen]: os protagonistas fazem engenharia, no mangá as salas de engenharia têm poucas meninas e só tem virge, a galera só se fode nas provas e não pensam duas vezes antes de querer fazer coisa errada. PARECE QUE FIZERAM UM MANGÁ AMBIENTADO NA POLI DO JAPÃO;
  • Tokyo Eighties [drama, seinen]: os protag estão na Universidade de Waseda (a particular mais renomada no Japão) e os dias se passam nas atividades extracurriculares, passeios, curtição, festas, etc. mas no fim acaba ficando meio deprê porque a vida adulta é uma bosta. Parece verídico pra mim;
  • Natsu no Zenjitsu [drama, seinen]: se passa numa faculdade mais ou menos renomada de artes, eu não posso julgar muito bem aqui já que não faço ideia de como funfa uma facul de artes mas achei que a ambientação ficou MUITO em segundo plano, passa bem batido;
  • Mahoromi - Jikuu Kenchiku Genshitan [drama, seinen]: o mangá é sobre o protag descobrindo as alegrias de se fazer arquitetura e lidando com o legado do avô que era pica no campo, a parte da vivência na faculdade não é muito explorado mas parece um bom retrato, eu acho, do que seria um mangá sobre estudantes de arquitetura;
  • Kimi no Iru Machi [drama, shounen]: tenho raiva desse mangá, de novo: ambientação universitária fraca demais, parece continuação do ensino médio, podia ter sido desenvolvido de melhor forma;
  • Karate Shoukoushi Kohinata Minoru [esportes, seinen]: é um mangá puro de artes marciais, o começo dele é ambientado numa faculdade que possui como foco a formação de atletas, ou seja, o ambiente universitário é mero detalhe, quase esqueci que esse mangá se passa numa faculdade;
Sei lá, deve ter uma caralhada a mais de mangá universitário mas puta que pariu, é um campo muito pouco explorado se comparado ao potencial do assunto. Grand Blue sou meio suspeito de julgar porque me identifiquei absurdamente com o mangá, tirando uns detalhes parece que foi um politécnico que escreveu, gosto bastante também de como Tokyo Eighties e Mahoromi retratam a vida universitária.

Você me pergunta agora: o que você queria num mangá universitário? Eu te respondo: MUITAS COISAS.

Cara, pegando de exemplo a confusão generalizada que foi os anos 60/70 no Japão e todas aquelas greves e protestos que ocorreram devido aos tratados de paz com os Estados Unidos, o livro (e filme) Norwegian Wood usa esse pano de fundo pra desenvolver a história, tá aí uma ideia pra mangá histórico do Japão. Omoide Emanon cita esse background mas é muito curto pra desenvolver ele.

Outra ideia poderia ser mostrar, de forma dramática, como é o ambiente acadêmico de ponta no Japão, algo que foi mostrado de leve no A Method to Make the Gentle World e achei bem bacana e também é mostrado de passagem no epílogo do mangá do Evangelion.

Pessoalmente, se eu fosse fazer um mangá ambientado na faculdade, eu escolheria o histórico (do Japão dos anos 60/70), é uma coisa que parece que a população japonesa esqueceu e foi, sem sombra de dúvidas, o auge da cultura do país: seja pelo momento de ouro do cinema no movimento Nuberu Bagu (inspirado na Nouvelle vague francesa), seja na música com a ascensão do que viria a ser o respeitado cenário underground com o Les Rallizes Dénudés ou até mesmo nos mangás que tinham uma puta crítica social que pra época foi fundamental com exemplos notáveis de Hadashi no Gen e Ashita no Joe. Isso tudo sem contar que essa época deve ter sido a última vez que a esquerda japonesa fez algo de útil, de lá pra cá eles vêm tomando uma sova dos conservadores nacionalistas.

Bem, acho que é isso que eu ia falar, de alguma forma consegui ir de mangás universitários pra política TOO FUCKING FAST.
vlwflw té mais
Não quero bombar algelin pela terceira vez

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