quinta-feira, 28 de setembro de 2017

O ciclo biológico de uma banda

Tive a prova hoje e tal, posso dizer que não fui tão bem quanto esperava... o que já é rotina na gloriosa Escola Politécnica, mas enfim, não queria falar sobre isso no post de hoje.

Eu tava discutindo com minha irmã o processo de uma banda: em suma o que uma banda precisa fazer pra se manter bem.
Quero dizer, temos por aí os mais variados exemplos de bandas que mudaram de som, com resultados e motivações bem diferentes:
  • O Oasis tentou sair do Britpop clássico com o Be Here Now e foi migrando prum post-Britpop semi-experimental até culminar no último álbum deles: Dig Out Your Soul (querendo chegar numa vibe psicodélica? hmm) e apesar de sempre obterem sucesso com os lançamentos, nunca passaram do auge que foram os dois shows em Knebworth (quase 3 milhões de pessoas tentaram comprar ingressos pra esses shows, NA INTERNET DE 1996! CARALHO). Em suma: a mudança de som na banda foi bem sutil (e foi por obrigação, o Britpop clássico pré-1996 já tava morto) até e mesmo quem amava os dois primeiros álbuns não se incomodou muito com os últimos;
  • Arctic Monkeys voou do indie basicão pós-Britpop pro som do momento, aquela coisa vibe Lana Del Rey. O público geral (leia-se meninas pré-adolescentes) amaram a mudança de som que culminou no AM, mas puta que pariu, galera que curtia o som deles antes ficou pistola. Sdds Favourite Worst Nightmare;
  • Muse migrou de um som com influências eruditas pra um purê de dubstep com pop e deus sabe o quê mais, o ponto é que pelo menos eles não fizeram isso pela grana (aparentemente pelo menos), acho que é só o Matt experimentando com o processo criativo não dando a mínima pra ninguém já que agora tem grana enfiada até o cu;
  • Judy and Mary (SIM, VOU FALAR DELES SIM CARALHO) começou com um cute-pop-punk ainda antes de estrear numa major label mas depois que o Taiji saiu e entrou o Takuya na guitarra, o som da banda ficou mais leve e pegou aquela vibe anos 90: efeitos emprestados do Surf-rock e refrães pegajosos, com o passar do tempo a banda foi migrando pra um som mais sério e cheio, eram os anos 2000 batendo na porta. JAM acabou num ótimo momento: todos os álbuns lançados até então foram ótimos e a mudança de som foi meio que uma coisa natural (como no caso do Oasis) mas também teve aquele toque de ousadia com algumas faixas do Pop Life e do WARP;
  • Acho que nem deveria falar novamente aqui mas: Kinoko Teikoku, começou como a mais nova salvação do Shoegaze japonês e agora é mais uma banda de pop-rock de alguma sub-label da Sony, eu acho um crime contra a humanidade a voz da Chiaki Sato ser desperdiçada com pop, mas é escolha dela I guess;
Enfim, mas e as bandas que não mudaram de som? Tirando aquelas que só estão por aí pra fazer show pra tiozão nostálgico (The Who, Rolling Stones e qualquer outra banda dos anos 60~80 que não perdeu mais da metade dos membros), acho que só me vem uns exemplos do Japão ou MUITO de nicho:
  • Ocean Colour Scene toca o mesmo Britpop anos 90 desde aquela época, nunca chegou a ter um headline digno num festival decente;
  • EGO WRAPPIN' faz um puta som legal, a Yoshie Nakano canta pra cacete mas eles sempre são lembrados por umas músicas pontuais, quase o mesmo som desde o começo, com o álbum de 2009 a banda abraçou um som mais mainstream (que ficou bem legal) mas não mudou significantemente a recepção que eles têm do público geral;
  • Pizzicato Five mudou de formação (e de vocalista, é bom frisar) mas o Shibuya-kei que eles criaram continuou da mesma forma que antes, a banda lançou uma caralhada de releases entre 1979 até 2001 mas apenas alguns discos se destacam;
E o que eu quis dizer com tudo isso? Sei lá, sinceramente hahahahhaha. Talvez que é bom que a banda não fique acomodada mas também não mude muito? Acho que não tem resposta certa. Quero dizer: os Beatles mudaram pra cacete do Please Please Me pro Let It Be e todos vão falar que a mudança não foi só essencial pra banda mas pro cenário musical como um todo, agora outras bandas que partiram pra um som mais experimental só levaram pedradas, não tem resposta certa.

Eu parto bem do princípio que, contanto que não seja pra vender mais, o problema de mudar o som da banda recai sobre a banda, se eu fosse artista eu não ficaria me rendendo à opinião alheia, eu acho.

Enfim, acabei escrevendo pra caralho e chegando a conclusão nenhuma, acho que é hora de eu ir estudar.
vlwflw té mais

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