sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

Viagem pro Japão 2025: Capítulo 3

Dia 28/10 - Ueno

 O dia começou com a gente saindo (relativamente) cedo do hostel e atravessando o Parque de Ueno. Nada no Japão abre antes das 10h da manhã então planejamos dar uma visitada na Universidade de Tokyo (ou Toudai).

 

Hachiko encontrando o dono, estátua na frente da faculdade de agronomia da Universidade de Tokyo

A atração principal foi a estátua do Hachiko encontrando o dono. Todo mundo conhece a estátua do Hachiko em Shibuya mas você sabia que tem uma estátua dele encontrando o dono? E que ele era professor de agronomia na Universidade de Tokyo? Pois é. Essa estátua é bem legal e extremamente fora do roteiro pro turista médio em Tokyo, ela é meio longe da estação de Ueno e fica dentro de uma universidade, então não é a coisa mais fácil de achar, mas é legal dar um rolê pela Toudai e ver a estátua.

Eu acabei visitando a Universidade de Kyoto também, e as duas são bem charmosas. Eu não conheço muitas universidades, acho que só o campus do Butantã da USP, a UFSC, a UFPR e umas particulares, e por incrível que pareça a faculdade brasileira que mais me lembrou as duas que visitei no Japão foi O MACKENZIE. LEMBRANDO QUE ESTOU FALANDO DO CAMPUS SÓ.

Porque pensa bem comigo, são faculdades com campus urbano, bem condensadas e que abrigam (maioria) dos cursos numa área bem arborizada mas sem grandes espaços vazios que nem a USP, acho, pra falar a verdade só passei pelo Mack umas duas vezes e foram duas vezes a mais do que eu queria, mas isso não anula o fato do campus lá do Higienópolis ser bonito.

Mas voltando: o campus é lindo e eu já tinha amado a vez que fui em 2019 (tanto que comi lá) mas dessa vez com as folhas de Gingko, apesar de fedidas, deram um charme especial para o campus.

Boulevard que vai pro Auditório Yasuda, o principal da Toudai

 Saímos por um portão escondido e andamos um bom bocado por trás pra passar na Universidade de Artes de Tokyo (Geidai).

A faculdade que aparece no Blue Period

A Geidai aparece bastante no Blue Period, meu mangá favorito, então foi um no-brainer ter que passar lá pra tirar uma fotinha no portão. O legal é que tem uns bueiros temáticos do mangá atrás da faculdade.

Yatora, gente como a gente.

Yuka-chan, minha personagem favorita no começo do mangá.

Acabamos passando num My Basket, que é tipo um Mini Extra japonês, você se pergunta "Mas isso não seria uma konbini?" Nope, o My Basket tem coisa que só teria em mercado normalmente: carne, frutas, legumes, bentôs mais variados e maior variedade em bebidas de 2 litros, e o melhor? O preço é mais próximo ao de mercado também. Por algum motivo os My Basket têm uma fama similar aos Oxxo aqui no quesito de serem impopulares entre o público geral e serem uma poluição visual nos bairros, o que eu sinceramente não entendi, é basicamente uma konbini na identidade visual, mas enfim,

A gente passou no My Basket pra comprar algo pra tomar de café da manhã, era tipo 9h e a fome estava batendo. Eu peguei uns onigiris, um chá e um lanche, os outros foram mais ousados e pegaram uns bentôs. Fomos então para o Parque de Ueno pra comer nos bancos pra depois ir pro nosso próximo destino: o Museu Nacional de Tokyo.

Museu Nacional (foto do Nathan)

 O museu é ginorme, ele é bem focado na história do Japão, então espere por muitas katanas, armaduras, cerâmicas e algumas obras de arte. Nessa hora eu tava meio chateado porque já era o terceiro dia no Japão e não tinha visto nada de novo novo mesmo, eu só tava repetindo as coisas que vi em 2019 com meus amigos. Eles foram bem compreensivos e falaram que conseguiam se virar sozinhos e era pra eu aproveitar a viagem também, então decidimos andar pelo resto de Ueno e dar uma passada em Akihabara.

Andamos pela Ameyoko mais porque eu tava com a ideia de comprar uma sukajan mas olhando elas ao vivo, e o preço meio salgado delas, eu me perguntei onde caralhos eu usaria uma delas, aí acabei desencanando da ideia. A Ameyoko é um lugar bem legal de ir e apesar de ter tourist trap a cada metro quadrado, não é a tourist trap refinada que a gente acha no Nishiki Market, Dotonbori ou Akiba, é uma tourist trap tão inocente que chega a ser admirável, só indo lá pra saber do que estou falando. 

 Comemos no confiável Sushiro em Ueno, sushi de esteira, nos empaturramos totalmente de ATUM BLUEFIN e era absurdo, o negócio era pornograficamente gostoso e o trio com três sushis, cada um com uma parte do atum, era tipo 500 yen, a gente comeu uns 5 pratos desses. Você tem noção do que é comer sushi de bluefin por menos de 20 conto??????? Vai se fuder, que sushi delicioso puta que pariu (não tiramos foto porque tava muito gostoso pra parar pra tirar foto).

 Depois disso demos uma descansada no hostel e fomos pra Akihabara. Meu objetivo era um só: achar o 3DS edição especial do Love Plus da Manaka, meus amigos estavam afim de ver fone de ouvido então deixei eles na maior loja de fones do Japão: a e-earphones.

 Rodei TODAS as lojas e jogos antigos, TODAS de Akihabara e só achei a edição da Rinko, e estava tipo 60000 yen, eu tava disposto a pagar uns 50000 no da Manaka e isso se eu tivesse bem maluco da ideia.

Jogo de Lain pra PS1. É pra tanto?

Indo de loja pra outra era legal ver que umas 5 lojas tinham o jogo de Lain pra PS1 e sempre tava num preço absurdo, sempre acima de 150000 yen, CENTO E CINQUENTA MIL!! Cara, isso é mais de CINCO MIL REAIS!!!!!!! Enfim, é legal ver essas raridades porque me sinto num museu vendo coisa que só via pela tela do meu PC.

Passei na Fandom, loja com tudo de Vtubers, e comprei umas coisas da Suisei rsrsrsrsrs Comprei uma pelúcia super kawaii da minha oshi virtual e fiquei felizão, por uma fração do preço que ia gastar num 3Ds que nem ia usar de qualquer jeito.

Comprei uma figure da Ai do Oshi no Ko na pose clássica dela também.

 Enfim, voltamos pro hostel e depois saímos de noite pra jantar, fomos num izakaya de rede perto (que minha prima indicou) e foi eeehhhhh ok. Acho que eu esperava mais de um izakaya mas izakaya é pra beber no final do dia, e fizemos isso comendo uns petiscos, então tá tudo bem.

Dia 29/10 - Dia Solo em Shibuya e Shimokitazawa

Nesse dia falei pros meus amigos irem pra Yokohama porque vale muito a pena, mas eu tava afim de tirar o dia pra mim, então só tinha uma opção pra isso: Shimokitazawa.

Mas antes disso queria assistir o filme do Chainsaw Man. Os filmes de anime mais populares têm sessões legendadas em inglês nos maiores cinemas do Japão, eu no caso fui na Toho de Shinjuku, provavelmente o cinema mais famoso do Japão inteiro.

O cartaz era do tamanho A3

 Era a primeira sessão do dia, 8h30, então o cinema tava bem vazio e basicamente só tinha os gringo que vieram assistir o filme legendado, contei uns 15 no máximo.

A tela da sala era enorme, e era uma sala normal, então fiquei bem surpreso de ver o negócio do tamanho de um prédio na minha frente. Comprei um livreto que tinha umas entrevista e concept art do filme, bem feitinho e bem legal de ter na coleção. Fui então ver o filme, tinha passado numa konbini antes pra tomar café, que pra quando estou sozinho era invariavelmente dois onigiris e uma Calpis Water. Fui ver o filme.

FILMAÇO 

Porra moleque, que filme. Já sabia tudo da história porque li o mangá mas caralho mané. Reze se tornou umas personagem bem maior do que já era antes.

Fui convencido, precisava ir na pop up store de Chainsaw Man em Harajuku.

baseyard tokyo my beloved

 A loja tinha vários merch do filme e foi basicamente o único lugar no JAPÃO que tinha coisa do filme, pode acreditar em mim, eu procurei. Então comprei um poster e outras coisinhas. O legal da loja é que tinha uns rascunhos e coisas autografadas expostas.

Eu comprei esse poster da Reze no canto superior direito, queria o autógrafo da Reina Ueda...

 De Harajuku pra Shibuya é só uma caminhadinha certo? ERRADO! Ou pelo menos eu errei de uma forma muito burra (provável). Eu não sei o que caralhos tava rolando com o Maps dessa vez mas o localizador em tempo real tava uma merda e tava apontando que eu tava em lugares totalmente aleatórios, mas enfim, depois de me perder, passar nuns templos e sentir que meus pés iam explodir... cheguei em Shibuya. Por que fui de novo pra lá? Porque consegui reservar um horário pra entrar na pop up store do Oasis finalmente.

Comprei essa camiseta preta aí, uma das minhas favoritas.

 Fui lá na loja do Oasis (não a da Adidas que fomos anteriormente) e comprei duas camisetas e um imã pra minha irmã. As camisetas tavam bem caras, paguei 8000 e 7000 por cada uma, isso dá quase 300, foi com certeza a coisa mais overpriced que comprei no Japão ATÉ ESTE MOMENTO mas valeu muito a pena, onde mais eu poderia comprar camiseta do Oasis exclusiva do Japão? Não comprei a de São Paulo que fui no show mas tenho a de Tokyo, escolhas.

Mas enfim, comprei as coisas que queria e tava com fome, onde o Yoiti foi almoçar? Isso mesmo, no Panda Express do Miyashita Park.

Cara, o Panda Express é o China in Box dos Estados Unidos, só que eu tava no meio de Tokyo. Pessoas me matariam se soubessem que gastei uma refeição no Japão na porra do Panda Express mas eu tava com fome e aquela caralhada de comida que os caras botam no bowl tava muito apetitosa pra passar. Obviamente nem tirei fotos, não queria produzir provas contra mim mesmo, mas tava gostoso pra caralho. Peguei carne, camarão e porco agridoce com meio chahan meio chow mein, mermão, tava bom mesmo tá.

Mas enfim, compras feitas e só me restava ir pra um lugar: Shimokitazawa, a terra prometida.

Porra cara, se você lê meu blog você já deve saber mais de Shimokita que um japonês médio, eu não to brincando, então nem preciso falar muito de novo sobre o bairro né. Mas muitas coisas mudaram: a praça que tem na frente da Estação da linha Odakyu foi totalmente reformada, prédios novos ao redor dessa praça dominam a paisagem e boa parte ao redor das duas estações foi totalmente reformada, tem uns comércios gentrificados mas acho que isso já tinha quando fui em 2019.

Shimokita em toda sua glória (um pouco gentrificado)

 

Andei pelo bairro sem rumo, visitei a Village Vanguard e, felizmente, ela ainda estava do mesmo jeito, e aquele prédio onde ela fica ainda parece abandonado. Fui fazer um óculos lá na nova Zoff no lado da estação e me disseram que só ficaria pronto dali uns 5 dias, até fiquei feliz, porque teria desculpa pra voltar lá em Shimokita depois. Vendo agora eu devia ter pego o óculos num lugar mais diferente que a Zoff, é tipo você ir pra Roma e tomar café no Starbucks, mas pelo menos posso falar que comprei meu óculos em Shimokitazawa.

Enfim, andei andei e fui parar num café no segundo andar de um prédio de frente pra praça das estações de trem. Cara, eu não sei japonês mas eu tava full convicto de pelo menos FINGIR ser japonês, pois bem. Entrei no café, bonito, com vista pra Shimokita, e falei que tava sozinho. Primeiro ponto: só tinha casais lá, sentei no balcão de frente pro bar. Beleza, pra pedir era no QR Code, e o que pode ser uma merda aqui, me salvou lá, por que? Porque dá pra botar o Google Translator pra traduzir qualquer página no navegador e porra, me salvou. Pedi o combo de cold brew e sorvete de dia, O QUE PODERIA DAR ERRADO? Pois bem, o sorvete do dia na verdade era uma seleção de uns 8 sabores que, pasmem, estavam escritos numa lousa a mão. Então fiz a coisa mais razoável: Falar que não sei japonês e perguntar em inglês? JAMAIS! Escolhi o ÚNICO sabor que tava em katakana (e não kanji) e mesmo sabendo ler, eu tava tão nervoso que não entendi o que caralhos era o sabor, mas pedi. Era de nozes com passas.

É isso que meu nível de japonês consegue me garantir

Tomei o sorvete, fiquei mexendo no celular tomando meu cold brew (ambos estavam muito bons), quando já tava cansado eu fui no caixa pagar a conta, e com o maior orgulho de não ter arregado a qualquer momento pra falar inglês: pra todos os efeitos, os caras do café acharam que eu só era um japonês com fobia social que não conseguia falar direito, e não só mais um turista que não fala japonês. Uma vitória pro Yoiti com um ano de aprendizado na língua.

Enfim, acabei dando mais uma volta mas como eu já sabia que ia voltar pra Shimokita pra pegar o óculos dali uns dias e tava cansado por ter me perdido mais cedo, acabei voltando pro hostel.

Os meus amigos demoraram ainda pra voltar de Yokohama e aproveitei pra passar na Estação de Tokyo pra ver a Character Street, uma parte do subsolo lá tem um monte de loja de coisas de anime e tal, incluindo uma loja oficial do Hololive. Fui lá, não tinha nada da Suisei, então dei uma volta nas outras lojas. Na loja da Tamiya (tipo a HotWheels do Japão) em particular eu fiquei um tempo e comprei uma MP4-4 (carro do Ayrton Senna) e um Subaru Impreza STI, depois voltei pra casa.

Eu realmente não lembro o que jantamos nesse dia, eu sei que esperei o pessoal voltar pra comer mas não lembro o que comemos nesse dia em específico.

Pois bem, aqui terminamos nossa primeira parte da viagem em Tokyo! Próximo post vai ser a ida pra Kyoto e nossos dias lá.

É isso por hoje, vlw flw té mais! 

Nenhum comentário:

Postar um comentário