terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Viagem pro Japão 2025: Capítulo 1

Logo mais vai fazer um mês que voltei da viagem pro Japão, passada a adrenalina dos shows que eu fui e a depressão de me encontrar em São Paulo, desempregado e sem namorada... acho que consigo ter uma visão melhor de como foi minha viagem.

Eu comecei a planejar essa viagem ano passado, eu repito essa história pra todo mundo que me pergunta e meus amigos querem me corrigir sempre, mas: um dia indo de Uber pra alguma coisa do trampo junto com dois amigos eu soltei que tava planejando viajar pro Japão, mas assim, estava planejando viajar no mesmo nível de eu estar planejando ter um filho hoje: tinha uma vaga ideia e sem planos pra começar a por em ação qualquer coisa, mas eles botaram lenha e falaram que queriam ir também. A fofoca se espalhou mas ainda num nível brincadeira, até que fui um dia trabalhar presencial e outro amigo falou que queria ir também, aí decidi levar a sério.

Fiz o primeiro de muitos rascunhos de roteiro, gastos e tudo mais, apresentei pra eles e todos aceitaram. Então compramos as passagens neste começo de ano e logo depois reservei os hostels.

Foram meses, meses só compartilhando reels no nosso chat de grupo do Instagram de coisas legais que poderíamos ver. No começo o céu era o limite: Hokkaido, ilha dos gatos, Awajishima, Hiroshima, etc. Aí vi que 20 dias era suicídio querer incluir mais que o clássico Tokyo-Kyoto-Osaka, ainda mais pra primeira viagem deles, e decidi jogar safe.

Nosso roteiro planejado então foi:

 

Se vocês me permitem: um roteiro bem bom, ainda mais pra uma primeira viagem pro Japão (pros meus amigos). Acabamos mudando boa parte por motivos que vou esclarecer depois neste post, mas os principais se mantiveram: os dias em cada cidade e boa parte das day trips (só não fomos pra Nikko).

Mas enfim, do planejamento até a viagem rolou um monte de coisa: fui demitido, fui em vários shows e a viagem acabou tomando um significado maior do que o esperado, eu sinceramente não sei o que faria se não tivesse viajado, sepá teria ido sozinho mesmo e estaria trampando em fábrica neste momento... não, isso de novo não.

A viagem começou comigo saindo de casa e encontrando com o amigo que mora aqui do lado pra gente pegar metrô e trem pro aeroporto de Guarulhos.

Aproveitamos o lounge da Nubank pra comer antes da viagem e lá fomos nós para uma longa viagem de quase 15h para Dubai, nossa escala.

A gente só conseguiu uma escala de 9h e no começo achamos ruim, afinal não tem aeroporto que se preze que ficar 9h seja legal, mas conseguimos pegar um hotel, oferecido de graça pela própria Emirates, pra descansar um pouco nessa escala.

Recepção do Hotel

 Era um hotel da própria Emirates mesmo, voltado justamente pra quem precisava de descanso entre voos. Não era nada luxuoso mas cada um de nós ganhou um quarto e uma refeição no buffet do hotel.

 

Quarto
O quarto era o típico quarto de hotel mais ou menos mas porra, de graça eu tava feliz demais. 

Buffet do Hotel

 O buffet tinha bastante comida local, ou pelo menos dos imigrantes lá, e foi interessante. Gostei da experiência de comer algo diferente ao invés de um café da manhã continental que eu acharia em qualquer canto do mundo.

Cada um então dormiu um pouco e tomou banho, a gente podia ficar acho que umas 4h só, mas foi o bastante pra não morrer.

Então andamos o resto do tempo pelo aeroporto, experimentamos mais comidas locais no caminho, e embarcamos pra Haneda.

Visão da minha janela, Dubai não é muito diferente de Santo André

 Dubai foi só uma escala mas gostei de conhecer um lugar novo, não tenho nenhuma curiosidade de conhecer de verdade a cidade mas pra uma escala que não custou nada (além do preço das passagens) tá bom demais.

Bem, hora de embarcar para Haneda.

Yakisoba de camarão que serviram a bordo (foto do Pedro)

Foi mais um voo e mais horas que pareciam não acabar, o yakisoba que serviram a bordo estava delicioso mas tirando isso, nada de extraordinário.

Chegando no Japão a fila da imigração estava absurdamente gigante e ficamos umas boas duas horas e pouco lá. Passamos sem problemas mas como já estava super tarde, e já sabíamos que estaria super tarde, já tínhamos reservado um transfer pro Hotel.

Eu não tinha vindo por Haneda em 2018/2019, vim por Narita, mas o transfer deu o primeiro gostinho de Tokyo pro pessoal, pegando a mudança de paisagem de Haneda até Ueno, nosso primeiro hostel.

Nosso primeiro hostel da viagem em Ueno, o mais apertado (foto do Nathan) 

 

 Eu me permiti ser caprichoso e escolhi Ueno pra gente ficar no começo da viagem. É um bairro relativamente caro pra ficar (mais que Asakusa e menos e Shibuya) mas fica perto de tudo e tem uma vida noturna bem bacana, pensei em tudo isso antes de escolher. O nosso quarto era bem apertado e peguei a cama do chão porque óbvio que eu ia ficar com a cama do chão.

A gente ficou 4 dias em Ueno.

Dia 26/10 - Chegamos em Ueno!

Chegamos bem tarde (depois da meia noite) no hostel mas decidimos explorar a região.

Fiz o check-in e meus amigos ficaram abismados que eu conseguia falar japonês! 

... eu só falei "Ishida desu (...) ah hai hai (...) ahh burajirujin desu (...) hai ahh watashi no nihongo ha mama desu (...) so desu nee (...) hai" basicamente falei que eu era o Ishida da reserva, que era brasileiro (quando ela perguntou se era br mesmo mesmo me chamando Ishida) e falei que meu japonês era mais ou menos, mas assim, comparado com meu japonês de 6 anos atrás realmente está muito melhor.

Mas enfim, saímos pra dar uma volta e ver o que tinha na região, e lembrando que era já depois da meia noite, e entramos numa ruela aleatória de frente pra uma saída da estação de Ueno (que a essa hora já estava fechada faz tempo).

Restaurante aleatório que achamos, mas muito aesthetic

 Acabamos dando uma boa andada atrás de onde comer mas resolvi levar o pessoal pro clássico lugar onde fazer uma refeição de madrugada em Tokyo: Ichiran.

Lamen do Ichiran umas duas da Matina em Ueno, tem coisa melhor?

 Queria levar eles pra comer no Ichiran porque é o baseline pra lamens no Japão, não é lá muito caro (levando em conta Tokyo) e o sabor é bem ok, pra quem já foi aqui na Liberdade, é bem parecido com o Ikkousha. O grande diferencial do Ichiran é que dá pra pedir e comer sem ter interação com ninguém, as cabines são todas individuais e tudo mais.

Comemos, andamos na passarela enorme na frente da estação de Ueno e voltamos pro hostel, o cansaço tava começando a pegar.

Depois descobrimos que essa na real é só uma de MUITAS entradas da estação de Ueno, do lado que vai pro Parque de Ueno é completamente diferente.

 Dormimos porque no dia seguinte queria mostrar o que pra mim era a Tokyo de verdade

 

Dia 27/10 - Meiji Jingu, Harajuku e um pouquito de Shinjuku

Acordamos cedo e rumamos para a estação de Ueno para que meus amigos adquirissem uma ferramenta essencial para a viagem no Japão: o Suica.

O Suica é o bilhete único do Japão, quero dizer, tem outros ao redor do Japão mas todos valem em todos os sistemas, além do Suica tem o Icoca, o Pasmo e deve ter mais outras variantes regionais menores.

Então pegamos trem pela primeira vez e o primeiro destino foi o Meiji Jingu. 

Descemos numa velha conhecida minha pra chegar lá: Estação Yoyogi.

Catracas da Estação Yoyogi (foto do Nathan)

 

Queria comer café da manhã lá com o pessoal antes de rumar pro Meiji Jingu. Aquela região é uma das minhas favoritas de Tokyo pra falar a verdade, é DO LADO de Shinjuku e perto do Gyoen e do Meiji Jingu/Parque Yoyogi, além de ser uma leve andada pra Shibuya e Harajuku, eu tentei achar um hostel nessa região mas não tem muita hospedagem por lá, e as que tinham eram beeeeem caras (mas fica a dica caso alguém queira uma ideia pra próxima viagem). Ah, era nessa região que eu dormia no net café quando eu ia pra Tokyo ver show em 2019, o net café continua lá! Tá do mesmo jeito então nem tirei foto.

 

 

Entrada do Meiji Jingu
 

O Meiji Jingu é o santuário principal do Japão, levando em conta que santuários (shrine) são xintoístas e templos (temple) são budistas, ele fica colado ao parque Yoyogi. Eu sei que pra uma pessoa normal a ideia de visitar templos e santuários parece tão interessante quanto visitar todas as igrejas em Minas Gerais, mas o Japão é o país do pós-capitalismo: qualquer coisa é uma oportunidade de ganhar dinheiro.

Omamoris a venda no Meiji Jingu

Maioria dos templos e santuários vende os chamados Omamoris, amuletos para todos os fins possíveis, de boa sorte, proteção contra os espíritos mal-intencionados, segurança no trânsito, parto seguro, sorte nas provas, sorte no amor, sorte pra achar emprego, etc. muita coisa mesmo. No Meiji Jingu, sendo o Santuário Nacional, tinha que ter uma seleção de respeito de omamoris, e aqui gastamos uma boa grana.

Outra coisa que tinha na maioria dos templos e santuários era o Goshuin: um carimbo especial com uns escritos feitos a mão por um monge/sacerdote. Pra pegar os goshuins a gente precisava ter o Goshuincho, livrinho específico pra pegar esses carimbos.

Goshuincho que compramos no Meiji Jingu

O Goshuincho abre assim e é maneiraço ver todos os goshuins

 

Enfim, andamos pelo Meiji Jingu, nos perdemos nas saídas e tal mas vimos tudo.

A turma toda antes do hall principal do Meiji Jingu (foto do Nathan, tirada por um gringo aleatório)

 

Depois rumamos pra Harajuku, tem uma saída do Meiji Jingu que dá direto pra lá.

Takeshita Dori

 Infelizmente passamos pela primeira loja de gacha da viagem logo que entramos na Takeshita Dori, você tem ideia do estrago que a primeira loja de gacha faz pra uma pessoa que nunca as viu? Perdemos um bom tempo nessa brincadeira.

Shopping espelhado de Harajuku

 

Andamos bastante por Harajuku, fomos no Shopping com a entrada toda espelhada, vimos lojas com roupas caras e passamos na B-Side Label, minha loja favorita de adesivos. 

MAS TUDO ISSO E AINDA NÃO TÍNHAMOS ALMOÇADO!!!!!!!

Fomos pra Shinjuku porque quando fiz o roteiro achei que estaríamos cheirados pra aguentar zerar Tokyo em dois dias. Almoçamos num sushi de esteira aleatório que achamos, que estava muito bom!

Primeiro Sushi da viagem
 

Andamos mais um pouco, fomos pra aquela parte da escadaria da estação de Shinjuku, entramos no primeiro arcade da viagem (e perdemos as primeiras moedas pra promessa de pelúcia), subimos no primeiro Don Quijote da viagem e o cansaço me atingiu com tudo, e não só eu, todos estavam já morrendo, então voltamos pra Ueno lá pelas 17~18h.

Descansamos, comemos num Udon de rede perto do hostel (que sinceramente, não tava lá grande coisa) e andamos mais um bocado pra conhecer a região mais pra baixo da avenida, e entramos no Don Quijote de Ueno, isso já passava da meia noite e aquele lugar tava cheio... de japoneses! Incrível.

Depois de comprar coisas inúteis no Don Quijote voltamos pro hostel que o dia seguinte prometia.

[continua no próximo post]

Gente, essa série de posts vai ser bem um diário da viagem (de acordo com o que lembro) e vai ser bem detalhado pra guardar mesmo e daqui uns anos eu poder lembrar, então não esperem o primor da prosa porque estou prezando pelo registro histórico mesmo.

Os primeiros dias vão ter mais fotos porque a gente tava com saco ainda, depois as fotos ficam mais escassas. Eu prevejo terminar essa série com uns 4 posts, porque não tenho muito saco pra continuar uma coisa longa aqui no blog (como voc6es podem notar pelas mil tentativas de séries de posts que tentei fazer aqui).

Mas enfim, por hoje é só! Próximo post dessa série vai ter o Prédio da prefeitura de Shinjuku, Shibuya e a vibe que senti lá no Japão dessa vez.

Vlw, flw, té mais! 

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