Eu usei o serviço de "perua" (transporte escolar) por uns dois anos durante meu ensino fundamental. Eu ia e voltava sozinho do meu colégio desde o sétimo ano, quando eu tinha 12 anos, tirando algumas vezes que meu pai me levava de carro e me buscava se eu ficava até muito tarde.
Numa dessas voltas lá pelo oitavo ano (quando eu tinha 13 anos) eu fui assaltado enquanto descia com um amigo meu, levaram meu amado celular slide da Sony Ericsson e meu amigo que tava com um puta celular bom pra época (um HTC) passou ileso, quando é pra se ter azar é pra se te azar.
Eu fiquei meio paranoico de descer a Rua Tamandaré e minha mãe achou melhor eu voltar de transporte escolar pra casa, a ida era de boa (já que os assaltantes locais não agiam no começo da manhã) então só assinei pra volta mesmo. Eu tinha três amigos que usavam o serviço de perua faz um bom tempo então decidi ir na mesma perua que eles.
O transporte escolar no meu colégio era totalmente terceirizado, a família do aluno tinha que procurar por um dos donos de perua e combinar pagamento e tudo mais, alguns atendiam parte da cidade que outro não atendia e você tinha que ver quem se adequava mais pro aluno.
Eu peguei a única perua que não era uma perua propriamente dita, era um minibus, e durante esse final do meu ensino fundamental (já que parei de usar o serviço no ensino médio) eu conheci uma galera até que firmeza que também pegava a perua. Eu acabei não fazendo amizades duradouras como fiz em outros círculos sociais, mas tive boas conversas e conhecer gente nova sempre é bom.
Um dos episódios mais memoráveis foi quando dois caras ficaram fazendo a brincadeira do ANTONIOOO NUNES (do Pânico na TV acho) num outro moleque. Pra quem não sabe (ou não lembra), a brincadeira consistia em dar tapa na coxa das outras pessoas (quer algo mais 2010 que isso?!) gritando ANTONIOOOOO NUNES. Acabou que o moleque que levou os tapas chorou pro pai e o pai deu não apenas um come cu nos caras que fizeram a brincadeira no dia seguinte como também no motorista e ainda foi de carro, seguindo a perua, pras casas dos dois pra dar um come cu nos pais dos meliantes também. Eu não defendo quem fez a brincadeira no coitado, ainda mais porque é da merda que sempre foi o Pânico na TV, mas aposto que é esse tipo de pai que reclama pra escola que o professor de história é muito politizado.
Acho que foi a única ocasião, durante minha estadia naquele colégio, em que conheci uma galera bem mais nova que eu e é engraçado procurar como que tá esse pessoal hoje. Eu não faço julgamento de valor nem nada (frase dita só por quem faz julgamento de valor) mas uma menina 3 ou 4 anos mais nova que eu, que era totalmente introvertida e parecia bem nerd, virou super funkeira e maconheira. Foi o caso mais emblemático e eu não tive qualquer reação negativa, só fiquei surpreso mesmo, extremamente surpreso.
Apesar de nunca ter participado, como meu colégio tinha o uso do uniforme compulsório, era comum no último dia de aula o pessoal levar uma camiseta do uniforme e canetas pra assinar e guardar de lembrança, ainda mais se a pessoa ia sair do colégio. Eu nunca levei uma camiseta minha pra assinarem já que no fim do TERCEIRÃO URRA URRA HEI eu mal esperava começar a vida nova na Poli (só não sabia que ia demorar mais um ano...), então nem me preocupei de guardar quaisquer lembranças dos meus 12 anos naquele colégio, mas lembro bem que assinei a camiseta de várias pessoas que eram da minha perua nos finais dos dois anos que usei o serviço. Eu não pensei muito sobre na época mas acho que pedir pra uma pessoa assinar a camiseta, ainda mais se não era da sua sala, era meio que um sinal de que você fazia parte do dia a dia daquela pessoa e vice-versa... ou estou pensando demais sobre isso.
Enfim, não é raro eu esquecer que sequer usei serviço de perua, já que foram só um ano e meio usando, mas foi definitivamente uma parte das memórias do meu ensino fundamental que precedem até a criação deste blog.
No meu ensino médio eu já descia a Tamandaré mais sussa, muitas vezes com vários amigos, então foi só uma vez que fui assaltado (já no terceiro do médio) mas não levaram nada e eu já tinha a autoconfiança e a noção (provindas da prática de karate) de não ter pânico numa situação dessas ao mesmo tempo que não era muito indicado resistir. Acho que as voltas pra casa a pé ficam pra uma próxima ocasião, mas também foram memórias bem bacanas.
Eu acabei nem escrevendo o post engraçado que tinha em mente quando acabei de escrever o post passado, fica pra próxima.
vlw flw
té mais!
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