sábado, 25 de maio de 2019

Gundam, uma paixão

Acho que o primeiro anime que me fascinou de verdade foi Gundam Wing.

Eu tinha o quê? Uns sete ou oito anos e como eu estudava de tarde, eu estava liberado pra assistir o bloco de animes da Cartoon Network: Toonami. Como o pacote de TV a cabo que minha família assinava não era o pica, eu nunca pude botar minhas mãos no lendário Locomotion (que viria a se tornar Animax), o canal que só passava animes, então eu tinha que me contentar em varar as noites pra ver os desenhos da terra do sol nascente.

A grade Toonami mudava de vez em quando, quando eu comecei a assistir tinha Gundam Wing, Rurouni Kenshin (ou Samurai X se preferir), Samurai Champloo, Gakkou no Kaidan (Histórias de Fantasmas aqui) e acho que Trigun. Lembro também de passarem Ranma 1/2, Dragon Ball (o original, não o Z) e Inu Yasha.

Mas o assunto dessa vez é Gundam Wing.

Acho que por ser a primeira coisa com uma história "decente" que vi na vida, Gundam Wing me marcou pra caralho. Tinha guerra, tinha mortes, tinha treta, tinha P O L Í T I C A, tinha monólogos e tinha crise existencial (não tanto quanto Evangelion), definitivamente o pacote completo. Ah verdade, tinha ROBÕS GIGANTES TAMBÉM, PUTA QUE PARIU!

Cara, se você parar pra pensar qualquer anime de mechas é ridículo, do ponto de vista da engenharia (e da física também) só de pensar em desenvolver um robô gigantesco bípede pilotado por um único piloto dentro dele, e com armas que precisam ser empunhadas pelas mãos dos robôs ao invés de simplesmente botar no meio da cara dele... não faz sentido ALGUM, mas caralho, como é daora.

Acho que as séries Gundam em geral sobrevivem por causa do design dos mecha, eu por exemplo sempre paguei pau pro Wing Zero Custom do Gundam Wing EW, tanto que um quarto de uma mala que trouxe do Japão estava ocupada com o model kit do tal Gundam, e eu sinceramente não sei quando vou começar a montá-lo.

Mas Gundam em geral sempre me despertou a curiosidade por engenharia, é legal ver a evolução do cockpit dos primeiros Gundam pros atuais, o cockpit nos Gundams antigos era uma coisa totalmente apertada, com pequenas telas e luzes de alerta e interruptores pra caralho, o cockpit no Gundam 00 por exemplo é todo cercado por telas gigantescas, de forma que o cockpit parece ser transparente pra quem está dentro e os manches e controles parecem ser bem mais escassos e mais objetivos.

Na moral que foi Gundam que me inspirou a fazer engenharia, tanto que cogitei prestar o IME do Rio pra fazer Engenharia Bélica, não que eu amasse a ideia de fazer coisas pra matar gente, mas o militarismo de Gundam (e de Legend of Galactic Heroes) era o máximo pro Yoiti de uns 15 anos. Cogitei Aeronáutica e Naval também, tanto que estou onde estou. Curiosamente eu nunca pensei em fazer Mecatrônica, que seria a engenharia mais próxima de construir um Gundam, acho que foi porque eu já sabia que construir Gundams era algo impossível e tinha me contentado em Jet Fighters e navios de guerra.

Se vocês acompanham este blog já deu pra perceber que desencanei da ideia de virar militar (apesar de ser uma opção ainda), mas acho que sempre imaginei o legal de ter uma patente e uniforme daora sem pensar nos pormenores e nas cuspidas na cara.

Enfim, eu continuo gostando de Gundam até hoje, mesmo vendo agora os furos e absurdos da série, mas toda vez que algum piloto de Gundam fala algo nas linhas de  "GUNDAM HASHIN!" já fico com o ânimo que eu tinha quando vi Gundam Wing pela primeira vez, numa madrugada em 2005.

Enfim, é isso aí.
Agora vou lá fazer meu robô gigante enquanto é tempo.
valeu falou até mais

Nenhum comentário:

Postar um comentário