sábado, 11 de maio de 2019

Em busca da felicidade

Outro dia fui num evento de anime pela primeira vez desde 2013. Um amigo que conheci no arubaito convidou eu e outro amigo pra ir nesse evento, o plano original era ir pra um karaokê mas calhou de ter esse evento então a gente foi.

E achei que eu me sentiria como naquele Anime Friends que fui em 2013, meio decepcionado e desiludido com o que parecia ser algo que eu gostava muito, mas como já fui com mentalidade de que eu provavelmente não gostaria dos otakus em geral, acabou sendo até algo engraçado, tipo uma história pra contar numa mesa de bar.

Percebi também que estou ficando pra trás, não conhecia metade das músicas que botaram pra tocar lá, não manjo dos animes da season e o comportamento do pessoal em geral que vai nesses eventos já não era mais engraçado, já tava totalmente trágico mesmo.

E não é como se eu não soubesse como é ser feliz nesses eventos, ainda lembro vividamente meu primeiro Anime Friends em 2008, lembro da enorme fila que peguei no lado do Mart Center, lembro de ter pego a promoção de comprar uns 20 Mupys e "ganhar" uma bolsa térmica, lembro do primeiro model kit que comprei (que era do Evangelion ao invés de Gundam), lembro do campeonato de Animekê que tava rolando (e uma menina tava cantando White Reflection, do Gundam Wing EW, extremamente bem), lembro dos quilos de mangá que comprei e do bentô que comi no almoço. Minha alegria nesse dia estava a mil, acho que pro Yoiti de 12 anos aquilo foi o ápice da felicidade, eram milhares de pessoas num lugar que compartilhavam de (parte) do meu gosto! Um grupo que no meu colégio se restringia a umas sete pessoas no máximo, de repente parecia gigantesco naquele Mart Center com filas dando voltas no quarteirão.

Fast forward pra 2013 e eu era um recém-iniciado nas hipsterias, tinha acabado de conhecer a Shiina Ringo e já tinha abaixado a frequência com que assistia animes pra cerca de cinco por ano. A essa altura do campeonato eu era um adolescente já de saco cheio com tudo e esperançoso de que a vida universitária seria bem melhor que o TERCEIRÃO URRA URRA HEI (spoiler: não é), aí aconteceu toda aquela novela de eu estar jogando War no stand da Grow com meus amigos e de repente percebi que meu lugar já não era mais ali. Eu tava tendo um good time com o pessoal? Sim. Mas good time com meu amigos eu poderia ter em literalmente qualquer lugar, não precisava pagar quase 50 conto pra ficar jogando War e ficar aguentando uma galera otária (às vezes de cosplay) fazendo onomatopeias esdrúxulas pra lá e pra cá.

Enfim, qual seria o "meu lugar" então?

Um show underground numa venue no meio de Tokyo? Provavelmente, acho que tirando o show que fui no Studio Coast (que era um lugar maior), eu me senti acolhido em todo show que fui, mesmo não sabendo a língua local, mesmo perdidaço lá no meio.

E assim como foi com os animes, eu tenho quase certeza que meu gosto por música underground um dia vai decair e outro hobby vai surgir, por isso que não pensei duas vezes em ir por Japão e gastar toda folga possível indo em show, se uma coisa me faz feliz no momento eu vou e faço. Um dia posso me arrepender de ter ido em show pra caralho ao invés de ter saído com o pessoal? Talvez, mas naquele momento a coisa que mais me traria felicidade era ir em show, e disso não possuo arrependimento algum.

Enfim, se eu julgo os otakus felizões que frequentam eventos de anime? Obviamente, mas bem menos do que antes. Esse pessoal tá sendo feliz à maneira deles, sem prejudicar ninguém (com algumas exceções que não valem a menção) assim como também fui buscar minha raison d'être no extremo oposto do globo.

Resumo da ópera: não tenha medo de ser feliz, só não enche o saco do pessoal.

vlw flw
té mais

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