Eu não sou o maior fã de textos de despedida para os falecidos próximos mas acho que posso abrir uma exceção hoje.
Onde começar? No Jardim III talvez onde te conheci ou no primeiro do médio quando a gente começou a se falar mais? Não sei, o que me vem à cabeça quando lembro de você são aqueles flashes hilários dos dias que passaram por nós ao longo do ensino médio: Teve aquela vez que a gente marcou de lutar "a luta do século: Karate Kyokushin vs Kendo" (que infelizmente nunca rolou); aquela outra em que você viu uma menina linda na Fnac e falou que se você estivesse pra sair pra guerra, você iria atrás dela; lembro da vez que você escreveu um recado no meio da prova de história pra ver se o professor lia mesmo as respostas ou se te dava Dez direto (o que era teu por direito, obviamente); Lembra de Floripa, onde a gente achou que estava no auge da juventude e ia pegar geral mas acabamos mesmo foi só pegando uma friaca incrível no lado de fora da balada? E como não lembrar do seu instinto empreendedor de vender garrafinhas de Coca-Cola e balas no intervalo? Pena que não demorou para os tios descobrirem isso e você ser convocado pra sala do coordenador.
Lembro das piadas de humor negro e das conversas mais diversas possíveis que iam de "Qual é o melhor Poderoso Chefão?" até "Qual foi o melhor regime socialista que existiu?", das discussões acaloradas que acabavam sempre em brincadeiras e das jogatinas com um baralho sujo no meio do pátio, dos sonhos para a faculdade (lembro que você cogitou ir pra Poli! Imagina só) e dos bate-bocas com os professores, dos games que você tentava jogar por nossa indicação e do fato que você só conseguia gostar mesmo de Pokémon, das apostas pra melhor nota da sala e de que só você me superava em exatas, dos almoços corridos no SukiYa e das suas conversas filosoficamente de bar que você tinha, do amor quase terrorista que você tinha por química e dos seus conhecimentos mais variados sobre direito, psicologia e história, do seu jeito atrapalhado de ser (que quebrou uma prateleira e uma prancheta aqui em casa) e do jeito inspirador que você tinha pra defender suas ideias.
Eu lembro de você Romito, obrigado por tudo.
Pra sempre no nosso coração. Tenho a sorte de compartilhar algumas dessas lembranças com você.
ResponderExcluirSaudades!