quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Viagem pro Japão 2025: Capítulo 2

 Dia 27/10 - Shinjuku (de novo) e Shibuya

O plano era começar o dia no prédio da Prefeitura de Tokyo (em Shinjuku) pra ver o mirante lá, já que no dia anterior ele estava fechado, e depois ver Shibuya e quem sabe mais alguma coisa, spoiler: não teve mais muita coisa porque Shibuya é Shibuya.

 Começamos o dia comendo no Matsuya no lado da estação de Ueno, o Matsuya é um dos concorrentes do Sukiya lá no Japão, e o café da manhã nesses restaurantes é o clássico missoshiru, arrozinho, uma (ou mais) proteína e umas conservas.

Café da Manhã no Matsuya (foto do Pedro)

  Depois rumamos pra Shinjuku, descemos na estação lá que é ligada diretamente à prefeitura e nos perdemos, acabamos achando a fila do mirante (que ainda estava fechado) e esperamos junto com um grupo de turistas falando espanhol (o que vai ser algo constante nos relatos dessa viagem). Subimos de elevador e chegamos ao mirante.

 

Vista do mirante no prédio da prefeitura de Tokyo.

Pra ser bem sincero eu tirei poucas fotos porque eu tinha ido já nesse mirante em 2019 e a vista de Tokyo não mudou tanto pra perceber de cima, mas foi legal ver a reação dos meus amigos. No andar do mirante tem um café e uma lojinha de souvenirs, meus amigos gastaram uma grana lá por mais que eu os tenha alertado que tem lugar com coisa melhor e mais barata "mas tudo aqui é tão bem feito!" e só fiquei sentado vendo os crimes financeiros sendo cometidos.

Prédio da Prefeitura de Tokyo visto de baixo, lindão.

 

Com as fotos da paisagem tiradas e as compras feitas, descemos, e meus amigos pararam na livraria que tinha no térreo, primeira livraria que viram na viagem, e depois finalmente rumamos para o nosso próximo destino: o resto de Shinjuku que não vimos no dia anterior.

Eu acabei levando eles só pra Sekaido mesmo, que é a maior papelaria de Tokyo (dizem os boatos) e tem uma loja de departamentos no lado dela que é cheia de pop up stores, perdemos tempo nisso e na Yodobashi de Shinjuku que estava no caminho, e na Sekaido eu finalmente peguei meu caderninho de carimbos! Coisa essencial pro turista que quer registrar a viagem sem gastar muito. Em Shinjuku eu passei na Lush pra pegar umas coisas pra minha irmã também, só peguei os prints que ela tinha me mandado, mostrei pra atendente e perguntei se ela falava inglês, a moça pegou tudo super rápido e foi super solícita, atendente da Lush de Shinjuku, você é foda.

Enfim, depois partimos pra Shibuya, passamos pelo famoso cruzamento, que de manhã é bem normal e só falei um "ah, vamos passar no Miyashita Park que tá com uma pop up store do Oasis", pois bem:

Loja da Adidas temática do Oasis no Miyashita Park
 

Tinha essa loja da Adidas com várias coisas do Oasis mas tinha também a pop up store do lado que vendia os merch exclusivos do show do Oasis no Japão, essa pop up você tinha que ter feito reserva antes e tudo mais então a gente não foi (eu acabei indo depois) mas nessa loja da Adidas todo mundo comprou pelo menos uma coisa, eu comprei duas camisetas ADIDAS ORIGINALS TOKYO porque ser paia é bom demais.

Compramos, pegamos o cashback do tax free (algo que vai ser comum no meus relatos) e fomos almoçar, adivinha o que a gente foi almoçar? Isso mesmo, McDonalds.

Combo do Street Fighter do McDonalds.

 

Tava tendo collab de Street Fighter com o Mc e foi isso que maioria de nós pegamos. Se você tá com curiosidade, esses lanches tinham muito molho agridoce e maioria das vezes eu acho muito enjoativo, essa vez não foi exceção, e o refrigerante do combo tinha gosto de Red Bull, eu me pergunto sinceramente se era realmente energético ou só SABOR ENERGÉTICO mesmo.

De lá fomos pra Tower Records, maior loja de discos do mundo, e ficamos um bom tempo explorando os andares. 

Você gastaria mais de milão num vinil da Shiina Ringo?? E nem é o KZK bicho.

 Por incrível que pareça meu amigos amaram explorar a loja, eu acabei comprando os CDs que faltavam do For Tracy Hyde e um vinil da Momoe Yamaguchi que tava tipo 15 reais.

Depois meu amigo quis ir no Pokémon Center de Shibuya e esse foi o começo do fim. Nessa viagem a gente foi em uns 4 ou 5 Pokemon Centers e meus amigos foram ainda em mais uns 3 sem mim, quando a gente entrou nesse de Shibuya e quando vi a fila, percebi que era lá que eu largaria o pessoal e daria meu rolezinho por Shibuya.

Eu acabei fazendo uma run pelo bairro todo atrás de duas coisas: meu Headphone sem fio e merch do Chainsaw Man. O primeiro achei fácil numa Bic Camera, comprei junto com um power bank, agora merch do Chainsaw Man??? Porra, fui na Animate, livraria, a porra toda e não achei nada, e durante a viagem toda foi a mesma coisa.

Voltei lá pra buscar meus amigos pra ir embora pra casa e percebi que o shopping onde tava o Pokemon Center era na frente das casas de show WWW e WWW X, essa última sendo a que vi a Chiaki Sato em 2019 e onde também o For Tracy Hyde acabou em 2022, então tirei a fotinha do último álbum deles (que tinha acabado de comprar na Tower) na frente da casa de shows onde eles fizeram o último show.

 

 Meus amigos acabaram indo em várias lojas desse shopping, tinha loja da Nintendo, da Jump, Pop Mart, tudo o que você poderia imaginar e obviamente todas cheias.

Depois de todos fazerem as devidas compras, voltamos pra casa, mas não antes de admirar Shibuya de noite.

Shibuya, mas você pode falar que parece a Faria Lima

 

Cara, aqui fica uma observação: a gente chegou no Japão no dia do primeiro show do Oasis lá (25/10) e lá em Ueno vimos MUITA gente usando roupa da banda e com sacola de merch, e lembrando que Ueno é meio longe do lugar que tava sendo os shows. E isso se repetiu em todos os dias que ficamos em Tokyo antes de ir pra Osaka, todo lugar tinha gente com camiseta da banda, toda loja tocava Oasis e em Shibuya em especial, tanto no Miyashita Park quanto na Tower Records, era Oasis o dia todo todo dia. A música do momento era Oasis e a vibe do momento era Oasis.

As compras que fiz nesse dia

 

Não lembro o que jantamos nesse dia, então deve ter sido algo de rede.

Cara, esse dia e mais uns vão ser bem longos de contar então to prevendo que vou demorar pra cacete pra terminar essa série de posts. Vou terminar com certeza mas vou intercalar com posts aleatórios pra não ficar cansativo de ficar lendo, e mais ainda pra eu escrever.

E é isso, o próximo dia nesta série de posts é Museu Nacional, Universidade de Tokyo, Ameyoko e uma pontinha de Akihabara.

Vlw Flw té mais! 

terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Viagem pro Japão 2025: Capítulo 1

Logo mais vai fazer um mês que voltei da viagem pro Japão, passada a adrenalina dos shows que eu fui e a depressão de me encontrar em São Paulo, desempregado e sem namorada... acho que consigo ter uma visão melhor de como foi minha viagem.

Eu comecei a planejar essa viagem ano passado, eu repito essa história pra todo mundo que me pergunta e meus amigos querem me corrigir sempre, mas: um dia indo de Uber pra alguma coisa do trampo junto com dois amigos eu soltei que tava planejando viajar pro Japão, mas assim, estava planejando viajar no mesmo nível de eu estar planejando ter um filho hoje: tinha uma vaga ideia e sem planos pra começar a por em ação qualquer coisa, mas eles botaram lenha e falaram que queriam ir também. A fofoca se espalhou mas ainda num nível brincadeira, até que fui um dia trabalhar presencial e outro amigo falou que queria ir também, aí decidi levar a sério.

Fiz o primeiro de muitos rascunhos de roteiro, gastos e tudo mais, apresentei pra eles e todos aceitaram. Então compramos as passagens neste começo de ano e logo depois reservei os hostels.

Foram meses, meses só compartilhando reels no nosso chat de grupo do Instagram de coisas legais que poderíamos ver. No começo o céu era o limite: Hokkaido, ilha dos gatos, Awajishima, Hiroshima, etc. Aí vi que 20 dias era suicídio querer incluir mais que o clássico Tokyo-Kyoto-Osaka, ainda mais pra primeira viagem deles, e decidi jogar safe.

Nosso roteiro planejado então foi:

 

Se vocês me permitem: um roteiro bem bom, ainda mais pra uma primeira viagem pro Japão (pros meus amigos). Acabamos mudando boa parte por motivos que vou esclarecer depois neste post, mas os principais se mantiveram: os dias em cada cidade e boa parte das day trips (só não fomos pra Nikko).

Mas enfim, do planejamento até a viagem rolou um monte de coisa: fui demitido, fui em vários shows e a viagem acabou tomando um significado maior do que o esperado, eu sinceramente não sei o que faria se não tivesse viajado, sepá teria ido sozinho mesmo e estaria trampando em fábrica neste momento... não, isso de novo não.

A viagem começou comigo saindo de casa e encontrando com o amigo que mora aqui do lado pra gente pegar metrô e trem pro aeroporto de Guarulhos.

Aproveitamos o lounge da Nubank pra comer antes da viagem e lá fomos nós para uma longa viagem de quase 15h para Dubai, nossa escala.

A gente só conseguiu uma escala de 9h e no começo achamos ruim, afinal não tem aeroporto que se preze que ficar 9h seja legal, mas conseguimos pegar um hotel, oferecido de graça pela própria Emirates, pra descansar um pouco nessa escala.

Recepção do Hotel

 Era um hotel da própria Emirates mesmo, voltado justamente pra quem precisava de descanso entre voos. Não era nada luxuoso mas cada um de nós ganhou um quarto e uma refeição no buffet do hotel.

 

Quarto
O quarto era o típico quarto de hotel mais ou menos mas porra, de graça eu tava feliz demais. 

Buffet do Hotel

 O buffet tinha bastante comida local, ou pelo menos dos imigrantes lá, e foi interessante. Gostei da experiência de comer algo diferente ao invés de um café da manhã continental que eu acharia em qualquer canto do mundo.

Cada um então dormiu um pouco e tomou banho, a gente podia ficar acho que umas 4h só, mas foi o bastante pra não morrer.

Então andamos o resto do tempo pelo aeroporto, experimentamos mais comidas locais no caminho, e embarcamos pra Haneda.

Visão da minha janela, Dubai não é muito diferente de Santo André

 Dubai foi só uma escala mas gostei de conhecer um lugar novo, não tenho nenhuma curiosidade de conhecer de verdade a cidade mas pra uma escala que não custou nada (além do preço das passagens) tá bom demais.

Bem, hora de embarcar para Haneda.

Yakisoba de camarão que serviram a bordo (foto do Pedro)

Foi mais um voo e mais horas que pareciam não acabar, o yakisoba que serviram a bordo estava delicioso mas tirando isso, nada de extraordinário.

Chegando no Japão a fila da imigração estava absurdamente gigante e ficamos umas boas duas horas e pouco lá. Passamos sem problemas mas como já estava super tarde, e já sabíamos que estaria super tarde, já tínhamos reservado um transfer pro Hotel.

Eu não tinha vindo por Haneda em 2018/2019, vim por Narita, mas o transfer deu o primeiro gostinho de Tokyo pro pessoal, pegando a mudança de paisagem de Haneda até Ueno, nosso primeiro hostel.

Nosso primeiro hostel da viagem em Ueno, o mais apertado (foto do Nathan) 

 

 Eu me permiti ser caprichoso e escolhi Ueno pra gente ficar no começo da viagem. É um bairro relativamente caro pra ficar (mais que Asakusa e menos e Shibuya) mas fica perto de tudo e tem uma vida noturna bem bacana, pensei em tudo isso antes de escolher. O nosso quarto era bem apertado e peguei a cama do chão porque óbvio que eu ia ficar com a cama do chão.

A gente ficou 4 dias em Ueno.

Dia 25/10 - Chegamos em Ueno!

Chegamos bem tarde (depois da meia noite) no hostel mas decidimos explorar a região.

Fiz o check-in e meus amigos ficaram abismados que eu conseguia falar japonês! 

... eu só falei "Ishida desu (...) ah hai hai (...) ahh burajirujin desu (...) hai ahh watashi no nihongo ha mama desu (...) so desu nee (...) hai" basicamente falei que eu era o Ishida da reserva, que era brasileiro (quando ela perguntou se era br mesmo mesmo me chamando Ishida) e falei que meu japonês era mais ou menos, mas assim, comparado com meu japonês de 6 anos atrás realmente está muito melhor.

Mas enfim, saímos pra dar uma volta e ver o que tinha na região, e lembrando que era já depois da meia noite, e entramos numa ruela aleatória de frente pra uma saída da estação de Ueno (que a essa hora já estava fechada faz tempo).

Restaurante aleatório que achamos, mas muito aesthetic

 Acabamos dando uma boa andada atrás de onde comer mas resolvi levar o pessoal pro clássico lugar onde fazer uma refeição de madrugada em Tokyo: Ichiran.

Lamen do Ichiran umas duas da Matina em Ueno, tem coisa melhor?

 Queria levar eles pra comer no Ichiran porque é o baseline pra lamens no Japão, não é lá muito caro (levando em conta Tokyo) e o sabor é bem ok, pra quem já foi aqui na Liberdade, é bem parecido com o Ikkousha. O grande diferencial do Ichiran é que dá pra pedir e comer sem ter interação com ninguém, as cabines são todas individuais e tudo mais.

Comemos, andamos na passarela enorme na frente da estação de Ueno e voltamos pro hostel, o cansaço tava começando a pegar.

Depois descobrimos que essa na real é só uma de MUITAS entradas da estação de Ueno, do lado que vai pro Parque de Ueno é completamente diferente.

 Dormimos porque no dia seguinte queria mostrar o que pra mim era a Tokyo de verdade

 

Dia 26/10 - Meiji Jingu, Harajuku e um pouquito de Shinjuku

Acordamos cedo e rumamos para a estação de Ueno para que meus amigos adquirissem uma ferramenta essencial para a viagem no Japão: o Suica.

O Suica é o bilhete único do Japão, quero dizer, tem outros ao redor do Japão mas todos valem em todos os sistemas, além do Suica tem o Icoca, o Pasmo e deve ter mais outras variantes regionais menores.

Então pegamos trem pela primeira vez e o primeiro destino foi o Meiji Jingu. 

Descemos numa velha conhecida minha pra chegar lá: Estação Yoyogi.

Catracas da Estação Yoyogi (foto do Nathan)

 

Queria comer café da manhã lá com o pessoal antes de rumar pro Meiji Jingu. Aquela região é uma das minhas favoritas de Tokyo pra falar a verdade, é DO LADO de Shinjuku e perto do Gyoen e do Meiji Jingu/Parque Yoyogi, além de ser uma leve andada pra Shibuya e Harajuku, eu tentei achar um hostel nessa região mas não tem muita hospedagem por lá, e as que tinham eram beeeeem caras (mas fica a dica caso alguém queira uma ideia pra próxima viagem). Ah, era nessa região que eu dormia no net café quando eu ia pra Tokyo ver show em 2019, o net café continua lá! Tá do mesmo jeito então nem tirei foto.

 

 

Entrada do Meiji Jingu
 

O Meiji Jingu é o santuário principal do Japão, levando em conta que santuários (shrine) são xintoístas e templos (temple) são budistas, ele fica colado ao parque Yoyogi. Eu sei que pra uma pessoa normal a ideia de visitar templos e santuários parece tão interessante quanto visitar todas as igrejas em Minas Gerais, mas o Japão é o país do pós-capitalismo: qualquer coisa é uma oportunidade de ganhar dinheiro.

Omamoris a venda no Meiji Jingu

Maioria dos templos e santuários vende os chamados Omamoris, amuletos para todos os fins possíveis, de boa sorte, proteção contra os espíritos mal-intencionados, segurança no trânsito, parto seguro, sorte nas provas, sorte no amor, sorte pra achar emprego, etc. muita coisa mesmo. No Meiji Jingu, sendo o Santuário Nacional, tinha que ter uma seleção de respeito de omamoris, e aqui gastamos uma boa grana.

Outra coisa que tinha na maioria dos templos e santuários era o Goshuin: um carimbo especial com uns escritos feitos a mão por um monge/sacerdote. Pra pegar os goshuins a gente precisava ter o Goshuincho, livrinho específico pra pegar esses carimbos.

Goshuincho que compramos no Meiji Jingu

O Goshuincho abre assim e é maneiraço ver todos os goshuins

 

Enfim, andamos pelo Meiji Jingu, nos perdemos nas saídas e tal mas vimos tudo.

A turma toda antes do hall principal do Meiji Jingu (foto do Nathan, tirada por um gringo aleatório)

 

Depois rumamos pra Harajuku, tem uma saída do Meiji Jingu que dá direto pra lá.

Takeshita Dori

 Infelizmente passamos pela primeira loja de gacha da viagem logo que entramos na Takeshita Dori, você tem ideia do estrago que a primeira loja de gacha faz pra uma pessoa que nunca as viu? Perdemos um bom tempo nessa brincadeira.

Shopping espelhado de Harajuku

 

Andamos bastante por Harajuku, fomos no Shopping com a entrada toda espelhada, vimos lojas com roupas caras e passamos na B-Side Label, minha loja favorita de adesivos. 

MAS TUDO ISSO E AINDA NÃO TÍNHAMOS ALMOÇADO!!!!!!!

Fomos pra Shinjuku porque quando fiz o roteiro achei que estaríamos cheirados pra aguentar zerar Tokyo em dois dias. Almoçamos num sushi de esteira aleatório que achamos, que estava muito bom!

Primeiro Sushi da viagem
 

Andamos mais um pouco, fomos pra aquela parte da escadaria da estação de Shinjuku, entramos no primeiro arcade da viagem (e perdemos as primeiras moedas pra promessa de pelúcia), subimos no primeiro Don Quijote da viagem e o cansaço me atingiu com tudo, e não só eu, todos estavam já morrendo, então voltamos pra Ueno lá pelas 17~18h.

Descansamos, comemos num Udon de rede perto do hostel (que sinceramente, não tava lá grande coisa) e andamos mais um bocado pra conhecer a região mais pra baixo da avenida, e entramos no Don Quijote de Ueno, isso já passava da meia noite e aquele lugar tava cheio... de japoneses! Incrível.

Depois de comprar coisas inúteis no Don Quijote voltamos pro hostel que o dia seguinte prometia.

[continua no próximo post]

Gente, essa série de posts vai ser bem um diário da viagem (de acordo com o que lembro) e vai ser bem detalhado pra guardar mesmo e daqui uns anos eu poder lembrar, então não esperem o primor da prosa porque estou prezando pelo registro histórico mesmo.

Os primeiros dias vão ter mais fotos porque a gente tava com saco ainda, depois as fotos ficam mais escassas. Eu prevejo terminar essa série com uns 4 posts, porque não tenho muito saco pra continuar uma coisa longa aqui no blog (como voc6es podem notar pelas mil tentativas de séries de posts que tentei fazer aqui).

Mas enfim, por hoje é só! Próximo post dessa série vai ter o Prédio da prefeitura de Shinjuku, Shibuya e a vibe que senti lá no Japão dessa vez.

Vlw, flw, té mais! 

sexta-feira, 28 de novembro de 2025

An eulogy for Reze

Eu assisti o filme do Chainsaw Man duas vezes lá no Japão, e isso me motivou a visitar os locais que aparecem no filme (em Jimbocho) e a gastar uma grana não muito razoável em todo merch possível que eu achei da Reze, que infelizmente não inclui a figure linda do Ichiban Kuji que tava num preço nada razoável de mais de mil reais.

AAHHHHHHH VOU DAR SPOILER DO FILME DO CHAINSAW MAN, SE VOCÊ NÃO VIU AINDA E PRETENDE ASSISTIR, CUIDADO!!!!!!!!!! 

Eu amo a Reze desde que li o mangá, tanto que a última capinha que usei do meu celular antigo tinha uma fanart dela (totalmente sem crédito pro artista e obviamente comprada no AliExpress), mas o filme me cativou de uma forma que agora eu tenho três pôsteres da Reze, dois bottons e um photocard da moça só no alcance da minha visão neste momento, a Reze virou uma das minhas personagens favoritas de fato.

Mas o que gosto tanto na Reze?

É algo que gosto em tudo: a possibilidade.

Eu sou um amante do hype. Cara, tudo o que gera expectativa me anima demais, e algo que sempre me fascinou foi o potencial não realizado, o what if.

Atletas que morreram cedo demais. mangás cancelados antes de atingirem o verdadeiro potencial, filmes e games que nunca viram a luz do dia, tudo isso me fascina de verdade. Porque uma coisa é você falar que tal obra que está lá, estática, é a melhor que já existiu, outra coisa é você falar que uma obra que não existe seria a melhor que já existiu. É o futuro do pretérito.

E tudo isso me leva de volta ao filme do Chainsaw Man e à personagem da Reze.

Meu tipo favorito de personagem é o herói trágico, ainda mais em um romance fadado a dar errado.

Grande Gatsby, Romeu e Julieta, Anna Karenina, Morro dos Ventos Uivantes, Saya no Uta, Oyasumi Punpun, Natsu no Zenjitsu, Narcissu (não muito romance mas...)

e agora o filme do Chainsaw Man.

A heroína trágica em especial é uma personagem que me cativa demais, e gosto muito de duas em especial: a Ai de Oshi no Ko e a Reze de Chainsaw Man.

São casos bem diferentes mas de certo modo similares: a Ai morre já no começo da obra e é o que faz a história começar de verdade, a personagem dela é bem incompleta no começo e a partir do relato de terceiros que você começa a entendê-la. Nesse ponto Oshi no Ko é brilhante, infelizmente em todo o resto o mangá é uma merda. Já a Reze é um flash de luz: ela aparece em um arco só e gera um impacto absurdo mais no leitor do que na obra em si, eu entendo a ideia do Fujimoto de não deixar a Reze como uma lembrança eterna mas acho que dava pra ter lidado melhor com a perda dela. E aí chegamos no ponto em comum: nas duas obras você, como leitor, tem que lidar com a morte da personagem, e obviamente tem uma caralhada de exemplos do tipo em mangás, a morte do Rikiishi no Ashita no Joe é talvez o primeiro exemplo mais impactante, mas acho que a Reze no filme em particular foi feita pra isso.

Mas enfim, acho que por sempre estar fascinado com what ifs que acabo remoendo muito no passado, me pergunto o que eu seria se tivesse aceito tal oferta de emprego ou se tivesse dado certo com uma menina que saí uma ou duas vezes e nunca mais nos falamos. 

Eeeeehhhhhhh, ficou meio introspectivo mas é até interessante ver como meu blog às vezes roda ao longo desse tema né, de lembranças e possibilidades, de como o Kinoko Teikoku poderia ter sido a maior banda ou que eu poderia ter ficado no Japão nas duas vezes que fui ou que eu poderia ter largado a Poli... mas apesar disso tudo eu não me arrependo de muita coisa não, por mais que não pareça.

Acho que a Reze representa tudo isso aí, dos amores em potencial às possibilidades de fuga da rotina nunca materializadas, e por isso todo mundo se apaixona por ela quando vê o filme, porque além do romance que rola, o pessoal deixa a imaginação ditar o que poderia ter acontecido.

E é isso, eu gosto muito de muitas personagens e não sou cabaço o suficiente de chamá-las de waifus, porque gosto de cada uma por motivos totalmente diferentes,a Reze é uma delas. As outras são a Ai de Oshi no Ko, Still in Love do Uma Musume (SIM, O JOGO DAS MENINAS CAVALO), Akashi do Tatami Galaxy e a Chiyoko do act-age (acho que já falei dela noutro post). Tem outras também mas são num menor nível.

Mas é, esse post demorou pra ser escrito porque fui no show da Ichiko Aoba aí no meio e a conversa com meu amigo afetou bastante os rumos do post, a Reze no final é as amizades que fazemos no caminho (??).

Se eu continuar este post vou começar a me expor mais que o necessário, então encerramos por aqui hoje.

Amo vocês,

vlw flw, té mais!

 

AAAAHHHHH esqueci da música do post, e não tem como ser outra:


 agora sim:

vlw flw, té mais! 

sábado, 15 de novembro de 2025

FUI PRO JAPÃO DE NOVO

"E aí, como foi a viagem pro Japão?"

Legal, mas...

Foi uma experiência totalmente diferente da primeira vez que fui, acho que amadureci decentemente nesses últimos seis anos e passei a encarar os empecilhos e dificuldades de um jeito muito mais racional e menos infantil, de modo que muito do frio na barriga e incerteza que tive na primeira vez que me aventurei por Tokyo simplesmente não aconteceu de novo por motivos de: eu tinha internet dessa vez; já conhecia boa parte dos bairros e cidades; e estava com três amigos que, por mais que conhecessem menos que eu o Japão, me davam segurança de que pelo menos eu não me ferraria sozinho.

Por mais que eu tenha tentado sair um pouco do usual pros turistas alguns dias, maioria do roteiro era o mais manjado: Shibuya, Shinjuku e arredores em Tokyo, templos e santuários em Kyoto e Universal, Dotonbori e correlatos em Osaka. Nesse ponto, acho que por estar no Outono, é notável o crescimento do turismo no Japão desde a última vez que fui lá, ao ponto que tem lugar que ficou muito pior de visitar (Shibuya, Harajuku, Akiba e Shinjuku em particular e imagino que Kyoto também, apesar de não ter conhecido lá antes). Mas bom ver que bairros mais afastados tipo Setagaya fora de Shimokita e Kichijoji estão com poucos turistas.

Viajar com amigos que conheciam pouco ou conheciam só a parte mais pop da cultura japonesa foi bem diferente de viajar com o pessoal do arubaito por exemplo, fiz o papel de guia pra muitas coisas e levei o pessoal pra comer pratos que provavelmente passariam despercebidos por eles, e que pra gente que cresceu em uma família japonesa era mais do mesmo do que você acha num festival do Japão, mas acho sempre gratificante melhorar o dia das pessoas e apresentar coisas novas pra elas, de modo que acho que mimei muito meus amigos ao fazer boa parte do roteiro de viagem. Viajar num grupo de quatro pessoas com gostos totalmente diversos foi bem DESAFIADOR mas interessante, acho que muita coisa que aconteceu (e que virou história de bar) não rolaria se eu tivesse viajado com mais três nihonjapa, e pro objetivo da viagem era isso mesmo que eu esperava.

Mas estou escrevendo tudo isso porque foi uma boa viagem no final, comprei coisa pra caralho e CONSEGUI IR EM UM SHOWWWWWWWWWW!!!!!!

Por uma sorte absurda, bem nos dias que a gente planejou de estar em Tokyo, marcaram um festival em Shinjuku com artistas que amo:

SHIN-ONSAI 2025 Official on X 

O festival era bem interessante: cada palco era na verdade um casa de shows em Shinjuku, de modo que pra você ir de um palco pra outro era preciso andar pelo bairro. Aí quem tivesse a pulseira do festival tinha acesso a uns descontos legais nos restaurantes perto também. 

Eu vi quatro shows aí: Yeye, Lovely Summer Chan, Ohzora Kimishima e Odottebakarinokuni. 

Yeye é a cantora dessa música que é um clássico cult dos descobridores de música japonesa no Youtube:

 

O show dela foi num jazz club mais afastado dos outros, em Shinjuku Sanchome. Show acústico bem intimista com cadeiras e tal, muito bom.

Depois fui ver a Lovely Summe Chan:

 

Foi um show bem informal dela com um baterista, o azar era que batia com o Ohzora Kimishima e eu queria muito ver ele, então fiquei meia hora no show dela e rumei pro Shinjuku Face pra ver o cara que considero um dos melhores musicistas do Japão:

 

Foi um set acústico mas puta que pariu, isso só amplificou como o Ohzora Kimishima é foda tecnicamente. A casa de shows Shinjuku Face é feita de um jeito que parece que você tá vendo o show num Sesc:

Imagem 

Foi talvez a melhor performance ao vivo que vi na vida, sem qualquer exagero. O homem realmente é um gênio.

Depois foi vez de rumar pro Shinjuku Loft, única casa que eu já conhecia da vez passada, pra ver Odottebakarinokuni:


Foi o show mais emotivo dos que vi no dia, com total destaque pra Ghost (música do vídeo), onde pela primeira vez na vida vi japoneses gritando um refrão (GHOOOOOSTTT)... e fazendo um mini mosh.

Cara, eu CHOREI no Ghost. Essa música é tão épica numa proporção palpável, dá uma sensação tão quente de esperança que toda insegurança que eu tinha até aquele momento me atingiu no mesmo momento e só me restou o sentimento que não importa o que aconteceu até agora, tudo vai ficar bem no final. 

Depois disso saí pra comer yakiniku com uns amigos lá por Shinjuku.

O festival realmente foi uma mão na roda porque foi 4000 ienes e se fosse pra ver cada um desses artistas em shows solos deles o valor que eu desembolsaria seria 4000 POR SHOW e seriam quatro dias perdidos pra ver os quatro também, então fiquei mais que feliz e cancelei o plano que eu tinha pra ver uma banda menor no dia seguinte, ver Ohzora Kimishima e Odottebakari em seguida já foi demais pra minha alma.

Mas enfim, gostei muito da viagem e fiquei feliz em conhecer Kawaguchiko, Osaka e Kyoto e também Jimbocho e Kichijoji, esse último em particular quero explorar mais da próxima vez, me deu muito a vibe da Shimokitazawa que só li em livros, antes do turismo chegar, além de ter um parque maneiro do lado.

Assisti duas vezes o filme do Chainsaw Man, uma vez legendado em inglês (sim, passam uns filmes legendados em inglês lá, maioria dos populares de anime) e outra em ScreenX, e gastei uma grana em merch, mas não consegui a alusiva figure da Reze... mas conheci as localizações do filme! Ponto alto da viagem com certeza. 

Eu voltei do Japão sem muito sentimento de "devia ter feito tal coisa mas não deu" porque sei que eventualmente vou voltar lá, se vai ser sozinho pra um mochilão (meu plano) ou com família, amigos ou sei lá? Não sei, mas sei que vou voltar, assim como sabia que ia voltar quando voltei em Março de 2019 do arubaito. Os shows em particular são exemplos de coisas que aproveito sempre pra ver quando vou lá porque sei que não é sempre que rola e bandas são suscetíveis a terminar a qualquer momento, outra coisa que é bom aproveitar enquanto existe da forma que existe: Shibuya, aquele bairro tá sendo mutilado pelas passarelas.

Hmmmm, acho que é isso. Farei mais posts sobre a viagem, já que preciso justificar a grana descomunal que gastei nela, mas vai ser algo bem mais contido que os posts da época do arubaito.

Vou dormir porque o jetlag está me matando.

vlw flw té mais! 

domingo, 12 de outubro de 2025

Se você tem dentes retos teu trisavô açoitou meu trisavô 200 anos atrás

Eu amo o Twitter, amo o suficiente pra nunca cogitar chamá-lo de X e gosto de ver como as discussões inúteis parecem não ter fronteiras naquela plataforma. Essa semana eu vi esse tweet e fiquei bem contemplativo sobre: 

O Tradutor cagou aí, era pra ser Hitsuji Bungaku ao invés de Hitsuji Kagaku.

Acho que o mais legal aqui é ler os retweets e comentários subsequentes e ver que "ter os dentes retos" é uma expressão no Japão para pessoas privilegiadas em geral, e nesse caso mais específico é sobre o tipo específico de artista que estudou arte na faculdade. Dá pra fazer um paralelo com a classificação que o Ian F. Martin fez no livro Quit Your Band: Notes from the Japanese Underground, onde ele classifica o underground de Tokyo em duas categorias: bandas de Setagaya e bandas da linha Chuo. Bandas de Setagaya (de Shimokitazawa na maioria) em geral são os tais artistas de dentes retos: estudantes de arte, bem conectados e de classe média alta num geral, já as bandas da linha Chuo (que podemos falar que são de Koenji na maioria) são os artistas de uma classe trabalhadora e menos "descolados", não sabendo usar as redes sociais para se promover como as bandas de Setagaya.

Até bandas que não são necessariamente de Tokyo podem ser divididas nessas categorias, porque esse som mais artístico e experimental mas com um grau perceptível de educação e naiveté é algo que permeia o cenário japonês inteiro. E, como todo discurso de Twitter, obviamente temos essa pauta no Brasil também:

Usernames censurados pra evitar dores de cabeça, não censurei o print de cima por preguiça e por duvidar que japoneses tenham o trabalho de chegar no meu blog.

 

O artista branco privilegiado é nosso artista de dentes retos no Brasil.

Quero dizer, essa dualidade sempre esteve presente: só lembrar da batalha do Britpop entre Oasis (classe operária) e Blur (classe média educada em escolas de arte), bem que nesse caso em especial tem o Pulp, que é de classe operária E educada em escolas de arte.

Eu particularmente não vou ficar sinalizando virtude aqui e dizer pra vocês que só vou ouvir música da classe operária, até porque entre classe operária e classe média alta, minha criação foi muito mais do segundo caso, mas isso tudo me fez lembrar de uma fala no Blue Period:

 

E essa é a maior crítica a artistas privilegiados: eles nunca sofreram de verdade ou passaram por dificuldades que a pessoa média já passou. Mas sinceramente, o artista precisa sofrer pra fazer algo bom? Eu acho que não.

Eu me identifico com muitas letras da Kaneko Ayano porque são experiências universais intrínsecas do ser humano urbano de hoje: seja passar por desilusões amorosas ou querer mandar tudo pro caralho, e ela faz isso de uma forma que é muito genuíno. Acho que tem muito de mono no aware nessa valorização do cotidiano que a Kaneko Ayano faz que só é possível porque ela teve uma criação privilegiada.

Quero dizer, o próprio conceito de Mono no Aware só surgiu porque os monges budistas da época eram de uma classe privilegiada e tinham tempo de pensar nessas coisas. Mas pera, acho que estou me perdendo no argumento.

Eu entendo quem não goste de uma forma de arte que claramente não tem nenhuma conexão com sua realidade, mas acho legal de um ponto de vista que aquilo também é um registro de um certo modo de vida, e o estilo de vida dos hipsters japoneses de Setagaya em particular é o que mais anseio desde minha adolescência, então sou meio suspeito de falar qualquer coisa. 

Mas no final nada é preto no branco só. A própria Kaneko Ayano vem de um background privilegiado mas não é a típica musica de uma art school kid tipo Luby Sparks ou sei lá Laura Day Romance. O que eu vejo muito de artistas formados em arte é abraçarem as tendências de som ocidental mas cantando em japonês, tipo a Ako, Lovely Summer Chan, ou o DYGL (que canta em inglês aliás). Mas você me pergunta bandas que não vieram de escolas de arte ou background privilegiados? Mass of the Fermenting Dregs, Asagaya Romantics, Stereogirl e Yuragi são bandas que não têm o som de estudantes de escola de arte, apesar de uns membros dessas bandas terem frequentado escolas de arte.

E a minha conclusão? Não sei. 

Eu sinceramente consumo todo tipo de música, com óbvio ênfase em música de artistas de Setagaya porque sou eu né, mas acho que se limitar a ouvir só música que condiz com sua realidade é tão limitante. Talvez se eu tivesse nascido em outras circunstâncias, em outro lugar e em outra época, também ficaria com raiva de cantoras com dentes retos, ou musicistas treinados desde criança em conservatórios, mas eu, Yoiti, estou bem suave pra esses e quaisquer outros artistas.

Mas enfim, eu fiz esse post porque achei curioso ligarem o fato de uma pessoa ter dentes retos com o fato dela ser privilegiada no Japão. Meus dentes são decentemente retos e nunca usei aparelho hmmmm...

Vou botar um exemplo de artista privilegiado (Kaneko Ayano que começou essa polêmica toda) e uma banda que acho que não é privilegiada no Japão:


 

 


Enfim, o assunto é polêmico e é totalmente opinião de cada um, mas onde estamos senão num blog que escrevo minha opinião sobre coisas irrelevantes faz quase 15 anos?

E é isso, acho interessante ver o twitter do lado japonês porque as discussões inúteis do lado de lá são muito parecidas com as nossas às vezes e no fim somos todos iguais.

vlw flw té mais! 

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

PASSARALHO

Entrei na minha fase mangá seinen do jovem adulto revoltado e puto e... DESEMPREGADO

Passei pelo meu primeiro PASSARALHO, ou como dizem em terras de Hot Dog e Hamburguer: Lay Off.

Não vou entrar em detalhes porque, literalmente, meus advogados não permitem. Mas se vocês me conhecem pessoalmente ou se entraram pelo menos uma vez no LinkedIn ou Twitter essa semana já sabem onde eu trabalhava.

É meio foda, eu queria ter a vontade de chorar e beber e sei lá, aproveitar a oportunidade pra CORRER ATRÁS DOS MEUS SONHOS, mas sinto uma impotência enorme frente à situação toda. Eu não sei quanto tempo vou ficar sem emprego, onde que vou trabalhar agora, o que vou fazer, de onde vou tirar motivação pra mudar algo na minha vida.

Quero dizer, não é como se eu tivesse muito diferente quando eu tinha emprego ainda, ou sequer na faculdade pra falar a verdade, acho que sempre fui uma pessoa sem grandes paixões e esperanças que buscava essas coisas no tempo livre.

E como a gente não escolhe o timing das coisas na vida: eu tenho uma viagem pro Japão mês que vem. Pelo menos eu já paguei tudo o que tinha que ser pago e meu planejamento financeiro tá em dia (graças ao fato de eu morar com meus pais, sabia que seria fria inventar de morar sozinho) então a viagem tá de pé ainda. 

Eu estou me candidatando pra vagas que acho interessante por aí mas eu não cancelo a viagem nem fodendo, vou usar esse tempo pra ver o que realmente quero fazer da vida e ver se tenho paixão por algo ainda. Eu brinco que quando fui pro Japão em 2018/2019 eu pensei seriamente em ficar por lá pra trampar em roadie em casa de show, e pra ser sincero: se eu soubesse o mínimo de japonês eu pegaria essa deixa e ficaria um bom tempo lá trampando em konbini, restaurante de lamen e casa de show e com certeza eu estaria mais feliz que nos meus últimos meses, isso é algo a se considerar.

Mas não pretendo achar o sentido da minha existência numa viagem de 20 dias pelo Japão com 3 amigos, talvez em um mochilão de dois meses... mas isso é pra próxima vez que eu inventar de fazer uma loucura. 

É isso, eu tirei essa semana pra sair pra conversar (e comer) com meus amigos. A pior merda é sofrer sozinho né, então quero fazer as coisas que eu não tinha tempo pra fazer antes, ou que eu dava desculpa que não tinha tempo pra fazer, e ser feliz. 

Então é isso pessoal, muitos me perguntaram se estou bem e óbvio que estou mal pra caralho porra, estou desempregado! Mas estou ouvindo Kaneko Ayano neste momento e sei que vai dar tudo certo no fim, não porque ela está me confortando com uma promessa vazia, mas porque sei que enquanto eu tiver a vontade de ser feliz, nada está perdido.

Música para o post: Kaneko Ayano - Sansan 

Minha parte favorita da música é:

しっかりとした気持ちでいたい
自ら選んだ人と友達になって
穏やかじゃなくていい毎日は
屋根の色は自分で決める
 
Que numa tradução livre usando o DeepL fica mais ou menos:
 
 

 Quero ter uma forte determinação
Fazer amizades com quem eu escolher
Nem todos os dias precisam ser tranquilos
Quero escolher a cor do meu próprio telhado 

Entendam como quiser, mas pra situação essa é a música.

Se tiverem afim e com tempo livre, me chamem pra tomar um café e trocar um papo, agora tempo é o que não falta pra mim.

vlw flw, té mais! 

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

GASTEI TODO MEU PATRIMÔNIO EM INGRESSOS DE SHOW, O QUE FAÇO AGORA?????

Eu amo ir em show, amo mesmo, é meu tipo de rolê favorito.

Eu tava catalogando os shows que fui (e que vou ainda) e tá mais ou menos assim:

 9/5/2009 - Cachorro Grande, Oasis
12/6/2015 - Edy Lemond
9/10/2016 - Libertines
7/5/2017 - Jun Miyake, Ryuichi Sakamoto
11/1/2019 - Laura Day Romance, 17year ond and Berlin Wall, For Tracy Hyde, Sobs
25/1/2019 - Tricot, Mass of the Fermenting Dregs
10/2/2019 - Stereogirl, Tricot, Regal Lily, eastern youth, Shinsei Kamattechan
19/2/2019 - 17year old and Berlin Wall, Luby Sparks, Hitsuji Bungaku
20/2/2019 - Kaneko Ayano
4/3/2019 - The Paellas, Chiaki Sato, odol
9/3/2019 - Hitsuji Bungaku, Futoshi Kurauchi, paionia
9/3/2023 - Eliminadorzinho, Terraplana
19/6/2023 - Terraplana
24/8/2023 - Terraplana
30/11/2023 - Terraplana, Slowdive
21/4/2024 - Terraplana
14/9/2024 - Adorável Clichê
15/9/2024 - Elephant Gym
2/2/2025 - Adoravel Clichê
5/4/2025 - Terraplana
25/4/2025 - paira
28/7/2025 - paira
[13/8/2025] - Ado
[5/10/2025] - Lamp
[22/11/2025] - Oasis
[25/11/2025] - Ichiko Aoba
[2/12/2025] - Ichiko Aoba

O que está em colchetes são shows que vão rolar ainda e já comprei ingresso.

Botei o Edy Lemond aí pelo meme mas eu realmente fui na festa dos bixos da Poli em 2015 só pra ver ele, pô, era o Edy Lemond.

Uma coisa que percebi é que eu não ouço muita música no dia-a-dia, o momento que mais ouço é indo pro trabalho (o que não é todo dia, trabalho de casa na maioria dos dias) e aos fins de semana. Todo ano no Wrapped do Spotify eu sempre tenho menos minutos ouvidos que boa parte dos meus amigos, mas sou quem mais gasta com fones de ouvido e shows (na maioria dos casos), por quê?

Cara, tem certos tipos de música que toda a graça é ver ao vivo: shoegaze em especial é outra experiência você ouvir ao vivo com a cara na frente da caixa de som e sair totalmente atordoado.

Eu sempre gostei de música japonesa, então aproveitei o arubaito pra ir ao máximo de shows possíveis lá no Japão, aí percebi que era um negócio muito louco. Dá pra você ver na lista acima que eu raramente via show antes de ir pro Japão, mas foi lá que percebi que boa parte da graça da música underground está em ir pros shows e comprar merch e pedir setlist e conversar com a banda depois do show. 


 

Eu achei então que só no Japão que eu teria essa alegria de ver bandas menores e tal, mas depois de ficar maluco na quarentena vendo minhas bandas favoritas de lá fazerem lives (e ver minha banda favorita terminar), acabei arriscando e comecei a ir em shows de bandas do Brasil. 

Três bandas que gostei bastante aqui e estou acompanhando são: Terraplana, Adorável Clichê e Paira.


 

Eu estou com uma preguiça de falar sobre cada uma mas não foge muito do que eu amo de música japonesa também: algo próximo de Dream Pop/Shoegaze com vocais femininos, e por algum motivo essas bandas nunca são de São Paulo (assim como no Japão as bandas boas raramente são de gente nascida em Tokyo).

Mas os shows dessas bandas aqui no Brasil são bem parecidos com os que fui no Japão, tirando o eventual show de SESC que é uma particularidade nossa, shows pequenos com a própria banda vendendo o merch e conversando depois do show é uma coisa global, e é meu rolê favorito. Eu sempre vou sozinho nessas coisas e geralmente vou pra ver o show e já vazo (tirando os shows em SESC que chego antes pra comer alguma coisinha na comedoria), e é quase uma terapia pra mim todo o ritual de me vestir com uma camiseta de banda, pedir o uber, chegar no lugar, ver o show, pegar setlist, comprar merch, etc. Me sinto incrivelmente bem depois de um bom show pequeno.

Acho que shows grandes envolvem uma logística mais avançada e acabam cansando em si (apesar de me sentir recarregado também após um bom show grande) mas é outra pegada. Acho que no Japão eu só fui em um show "grande" que foi o mini festival no Studio Coast, e aqui a maioria dos shows que fui antes da pandemia e os que comprei pra depois de agora são todos relativamente "grandes", onde paguei no mínimo uns 200 e pouco e no teto um atingiu MIL E QUINHENTOS REAIS, aí obviamente as expectativas são diferentes. São EVENTOS onde você se planeja e dedica maioria do tempo útil do dia pra aquilo, tem show pequeno que fui com a mala do trabalho depois de um Happy Hour.

Mas enfim, faço uma distinção bem clara entre shows grandes e shows pequenos, não vou falar que prefiro um que outro porque depende muito, por exemplo: pra Kaneko Ayano eu prefiro ver ela onde vi (no Shinjuku Loft) onde mal cabiam 200 pessoas do que num Budokan da vida onde eu precisaria estar sentado longe pra cacete e pagaria o triplo do preço no ingresso, e ainda é num lugar bem pior de ir de metrô, mas tem bandas que se beneficiam de lugares maiores, só que aí você tem que pensar se está indo realmente pra ver o show e não um espetáculo de pirotecnia.

Moral da história? Muita gente só foi pra shows grandes na vida, vá para um show pequeno de uma banda independente. Não me vem com banda cover e couvert artístico, pega uma banda interessante que toque algo que você curta e vá no próximo show que essa banda tocar perto de você, melhor ainda se for num SESC. Compra merch, conversa com a banda e seja feliz. Tem muita banda boa com menos de 10k ouvintes no Spotify fazendo exatamente o tipo de música que você curte e reclama que não fazem mais como antigamente.

E é isso, gaste dinheiro com shows!!!!! 

Vejo vocês na fila do show da Ado, estarei lá!!!! 


 

vlw flw té mais!!