quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

27 anos

Hoje fiz 27 anos.

Eu tenho um exercício mental que faço desde que fiz 21 anos: em todo meu aniversário eu vejo o que a Shiina Ringo estava fazendo com minha idade.

Com 21 anos no caso ela fez o primeiro álbum: Muzai Moratorium.

Com 25 anos ela fez a maior obra de arte já concebida pela raça humana: Kalk Zamen Kuri no Hana, mas na época eu errei as contas e tinha achado que ela tinha 23 anos.

E com 27 ela, já no Tokyo Jihen, fez o Adult.


Adult, na minha opinião, é o melhor álbum do Tokyo Jihen. Por mais que a formação original com o Hirama e o HZM fosse DO CARALHO, o Ukigumo e o Izawa não fazem feio também, apesar dos haters da Phase 2 dizerem o contrário. A maior prova que a Phase 2 era boa mesmo foi o álbum de 2010: Sports, porque o que veio depois do Adult (Variety) é uma merda mesmo.

Mas enfim, Adult e os shows da turnê do álbum (Just Can't Help It) são incríveis de bom. Foi nessa época que os shows começaram a ficar mais teatrais com mudança de roupa e tudo mais, e foi quando o Tokyo Jihen começou a explorar mais sons fora do Rock straightforward que era o característico do primeiro álbum deles: Kyouiku.

Então como estava a Shiina Ringo aos seus 27 anos? No auge.

Não me leve a mal, mas na minha humilde opinião de 1999 (Muzai Moratorium) até 2010 (Sports) a Shiina Ringo era IMBROCH- imparável. Qual foi a pior coisa que ela soltou ali no meio? O Variety, e convenhamos que foi porque a ideia do álbum era justamente não ser mais uma coisa feita por ela e o Kameda. Até o Heisei Fuuzoku e o Sanmon Gossip são obras incríveis dada a época e as tendências.

Ok, eu forcei aí no meio em dizer que a Shiina Ringo em 2010 estava ainda no auge, mas em 2006? Auge sem sombra de dúvida.

Esse ano eu fiz diferente e peguei outras duas cantoras bem emblemáticas (pra mim) pra também entrar nesse paralelo:

A Mariko Goto, vocalista do Midori, com 27 anos em 2009 tinha acabado de lançar o icônico Aratamemashite, Hajimemashite, Midori desu.:


A Kayoko Yoshizawa com 27 anos em 2017 lançou o melhor e mais bem produzido álbum de Jpop da segunda metade dos anos 2010: o Yaneura Juu:


Acho que são casos bem distintos, o Aratamemashite é claramente um esforço massivo do grupo que era a banda Midori. Não tirando qualquer mérito da Mariko Goto, que ainda se mantém como uma das pessoas mais influentes do underground japonês, mas a banda era extremamente talentosa também.

A Kayoko em 2017 vinha de uma série de EPs e dois álbuns de Jpop inofensivo e surge com uma caralhada de músicos experientes e extremamente talentosos tipo o Hama Okamoto e solta o melhor álbum mainstream já lançado nos últimos anos no Japão.

Os álbuns da Kayoko desde o Yaneura Juu aliás são sempre baseados numa colaboração com um músico talentoso em algumas faixas-chave: esse álbum de 2017 tem o Hama Okamoto na primeira faixa, o próximo álbum já tem o Izawa (do Tokyo Jihen) numa faixa e o último álbum lançado em 2021 tem uma participação maravilhosa do GENIAL Ohzora Kimishima em duas faixas.

Mas enfim enfim enfim, se me deixar eu vou ficar falando de música japonesa até amanhã. 

Veremos o que farei com 27 anos não é mesmo?

Spoiler: não vai ser um Adult ou um Aratamemashite ou um Yaneura Juu, infelizmente.

vlw flw té mais!

Um comentário:

  1. Primeiramente, feliz aniversário atrasado!

    Eu gostava bastante de Tokyo Jihen aos 27 também hehehe As músicas que eu mais curtia já nem lembro os nomes; uma delas era estilo bossa nova que no final virava um "techno mariachi". Acho que não dá para pensar em Tokyo Jihen sem pensar em originalidade.

    *furiosamente anotando os nomes das outras músicas para procurar depois*

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