quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Minha banda favorita acabou DE NOVO

Caralho, For Tracy Hyde terminou.

Procura For Tracy Hyde neste blog que você vai achar uma caralhada de post sobre a banda, desde a época que descobri eles no meio de 2018 ouvindo album rip no Youtube em algum pc da sala cad da Naval até quando fui pro Japão e FALEI COM OS MEMBROS E CONSEGUI AUTÓGRAFOS DA BANDA INTEIRA e os álbuns que eles lançaram desde então.

For Tracy Hyde é minha banda favorita desde que voltei do Japão mais ou menos. Levando em conta que a Kaneko Ayano não é uma banda. É meio incerto o que considero minha banda FAVORITA em determinado momento da minha vida, mas eu estava pensando e ficou mais ou menos assim:

  • ~2009: Oasis
  • 2010 ~ 2012: Judy and Mary e Tokyo Jihen
  • 2013 ~ 2016: Kinoko Teikoku
  • 2017 ~ 2018: ??? Provavelmente??? Citrus ou BOaT
  • 2019 ~ hoje: For Tracy Hyde

 Dá pra botar Mass of the Fermenting Dregs aí no meio também, que conheci lá pelos meados de 2012/2013.

Mas olha só, só dessas bandas aí nesse período,  eu vi CINCO DELAS TERMINAREM:

  • Oasis em 2009, três meses depois de eu ter ido no show deles
  • Tokyo Jihen e MotFD em 2012, no mesmo ano que descobri
  • Kinoko Teikoku em 2019, quem lê esse blog deve estar careca de saber isso
  • For Tracy Hyde agora em 2023

E sinceramente? Dessa vez eu já estava devidamente preparado.

Quando você adentra no cenário musical underground, mesmo que não japonês, já é dado que a grande maioria das bandas são compostas de gente que possuem empregos normais além da música ou são estudantes bancados pelos pais, nada ali dura pra sempre.

Eu fico muito feliz quando bandas que gosto saem do underground pra, finalmente, conseguirem se sustentar fazendo música, mas também fica o receio de como vai mudar o tipo de música que vão fazer agora que dependem do sucesso pra botar comida na mesa.

Um caso que ilustra isso foi o Kinoko Teikoku. Eu acompanhei a banda desde 2013 e peguei bem a passagem deles pro mainstream e o fim da banda, e eu sinceramente fiquei mais triste com a mudança de som da banda do que com o fim da banda, mas acho que já escrevi o suficiente sobre isso nos últimos anos.

Kinoko Teikoku era um caso particular porque muito da banda tava na Chiaki Sato: ela era carismática, escrevia as letras e tinha um background como tarento/gravure idol/atriz antes de entrar na faculdade e conhecer o resto da banda.

O For Tracy Hyde tinha o seu devido holofote na eureka (a vocalista) mas é evidente pra qualquer pessoa que conhece a banda que quem faz a maioria do trabalho, e é a espinha dorsal da banda, é o Natsubot, guitarrista e compositor do For Tracy Hyde. A banda inclusive passou por várias formações mas ele é o único que sobrou da formação original (ele foi inclusive o vocalista original). a Lovely Summer Chan (cantora até que famosa na área entre o underground e o mainstream) chegou a ser vocalista da banda por um curto período de tempo antes de deslanchar como cantora solo.

Mas enfim, o Kinoko Teikoku acabou porque o baixista precisava herdar o templo da família (???) e a banda, como era formada por amigos de faculdade, não via muito sentido em continuar sem ele. O For Tracy Hyde acabou porque a banda viu que não tinha muito pra onde ir depois de tudo que fizeram e, seja por briga ou por acordo, decidiram acabar na alta.

No final as duas bandas me fizeram muito feliz. Kinoko Teikoku me acompanhou nos meus piores dias desde o fim do ensino médio e For Tracy Hyde foi a trilha sonora das minhas melhores viagens de ônibus no Japão, além de ser a única banda que posso falar que consegui conversar em terras nipônicas.

A minha banda favorita de todos os tempos segue sendo Judy and Mary mas acho sempre bom ter uma banda ativa (de preferência underground) como aquela que você acompanha de perto e fica tietando no Twitter.

Será que esse é um sinal pra me contentar com as bandas que já sigo e desistir de procurar coisa nova? Espero que não. O dia em que fui ver o show do For Tracy Hyde em Yoyogi é pra mim ainda uma das memórias que tenho mais carinho na vida, quiçá o melhor dia da minha vida. E apesar disso ser o conjunto de tudo que passei naquele dia: minha primeira vez no centro de Tokyo, sozinho, totalmente perdido e maravilhado com absolutamente tudo, pra no final disso tudo ainda conhecer e conversar com uma banda que eu curtia? Eu não poderia conceber um dia mais bacana que aquele.

Quero dizer, o show do FTH nem foi o que mais gostei dos que fui no Japão, eu amei bem mais o do MotFD, mas no segundo show eu já tava com meu quadradinho reservado no Shimokita Hostel e já tinha conhecido boa parte do bairro, no primeiro show eu estava absolutamente perdido sem saber como caralhos eu pegava um trem (e nem me atrevi a pegar naquele dia) e me guiando totalmente pelo Google Maps offline que eu precisava sempre parar nas konbinis pra roubar wifi pra procurar destinos novos.

Enfim, esses dias eu tava fazendo guioza aqui em casa e lembrei de uma lembrança aleatória da minha viagem pro Japão: o supermercado perto de casa fazia umas promoções malucas de vez em quando e a bandeja de guioza com QUARENTA (40) UNIDADES ficava por tipo 150 JPY, que não dava 5 reais convertendo. Eu rachava o valor com um amigo e fritava tudo na frigideira que a gente tinha no apato e comíamos com arroz, acho que era a refeição mais custo-benefício que a gente conseguia fazer no Japão, e até hoje eu não faço ideia do que tinha no recheio daquele guioza.

Outra memória aleatória que não consegui escrever coisa o suficiente pra virar post: Eu sinto um conforto absurdo ao ouvir a voz da Yuki, ex-vocalista do Judy and Mary. Eu lembro de uma vez que estava em Shibuya subindo uma escada rolante em um daqueles prédios que fica no cruzamento famoso, e eu tava ainda EMBASBACADO e NERVOSAÇO com Shibuya em geral (assim como escrevi num post já) mas ouvir uma música da Yuki, por mais que não conhecesse e não fosse do Judy and Mary, me acalmou um pouco e me trouxe um pouco de nostalgia e segurança. 

Enfim, fugi total do tema mas é isso.

Eu desejo tudo de bom pro pessoal do For Tracy Hyde, sempre será a única banda com que falei na minha viagem pro Japão em 2018/2019 e sempre será o meu primeiro show underground que fui na vida. Eu ainda lembro de chegar tipo 2 horas antes do show abrir e ver a eureka sair pra ir na konbini do lado da casa de shows e pensar comigo mesmo "caraca, ela existe mesmo!".

E é isso, como dizia já o Oasis: 

"But please don't put your life in the handsOf a rock and roll bandWho'll throw it all away"

Obrigado pro tudo For Tracy Hyde.

vlw flw té mais!

2 comentários:

  1. Entendo perfeitamente. Minha primeira decepção dessas foi na adolescência com as Spice Girls (risos).
    Já adulta fiquei mal quando Go!Go!7188 anunciou que a banda ia terminar.
    Atualmente me dá um pouco de ansiedade pensar no fim da banda Spitz.

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    1. Po, a chance do Spitz acabar é mínima (falo isso com meu conhecimento limitado a Cherry e o artigo da Wikipedia), acho que bandas que estão ativas faz mais de 20 anos, no Japão ainda, estão fadadas a nunca acabar.

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