sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Sdds Hipermercados

Uma das lembranças aleatórias da minha infância que mais me são nostálgicas é ir pra Supermercados ginormes.

O programa de fim de semana da minha família era ir pra um mercado grande, e um em particular foi o nosso favorito por um bom tempo: o Carrefour da Praça Alberto Lion no Cambuci. 

Eu lembro quando aquele Carrefour abriu, eu acho, ou quando reformou ou whatever, mas lembro de ir lá[ e estar com os balões e decorações, distribuição de brindes, etc. Lembro como tinha uma tabacaria onde vendia aqueles fascículos da Planeta Di Agostini que todo mundo começava a comprar mas nunca terminava a coleção, tinha uma franquia de frango frito anos antes do KFC voltar pro Brasil, além de outros restaurantes e lojas totalmente aleatórias que você nunca via num shopping, só nos hipermercados por aí.

E qualquer dia que você fosse lá nesse Carrefour tava tendo alguma marca dando brinde ou sorteando alguma coisa. Quem não se lembra das mini garrafinhas da Coca Cola que você precisava trocar por X tampinhas de garrafa (ou lacres de latinha) e "completar" com uma módica quantia em dinheiro? Ou da camiseta da Seleção que o Guaraná Antártica tava trocando por alguns selo e uns 15 reais? Não se fazem mais promoções como antigamente.

Lembro de uma vez que voluntários de uma ONG estavam ajudando a ensacar compras em troca de doações e eles me deram tipo uns 10 pares de "chuteiras de dedo" de uma dessas promoções da Bubbaloo, porra se não fui o cara mais popular da minha sala no dia seguinte que levei e vendi pra garotada as chuteiras que sobraram, um moleque até pintou a que vendi pra ele pra ficar igual à Total 90 do Ronaldinho! Se isso não é suco de mid-2000s eu não sei o que é.

Mas enfim, acho que essas promoções e até tazos que vinham nos salgadinhos são coisas do passado, deve ter alguma lei que aprovaram que proíbe brindes bacanas, até o McLanche Feliz não se esforça pra ser vendido, e olha que eu sou facilmente convencido a gastar a grana em brinquedos inúteis.

Outra coisa que sinto falta, e dessa vez por minhas circunstâncias, é dos hipermercados. Depois que minha família deixou de ter carro, eu nunca mais pisei num mercado grande. Não é como se eu fosse particularmente fã deles, acho que são muito reflexo da cultura baseada no carro que temos no Brasil (que é importada dos americanos) e me viro bem por aqui só comprando coisa nos mercados de bairro e pelo delivery, mas acho que não é só eu que estou nessa, não duvido que esses hipermercados estejam com os dias contados, pelo menos em São Paulo.

Fazendo um paralelo extremamente tosco, isso me faz lembrar do modelo hub and spoke de aviação onde são criados megahubs que conectam diversas rotas, um exemplo clássico disso é Dubai, que liga as rotas entre o extremo oriente e o ocidente. O contraponto a esse modelo é a criação de aviões menores mas com maior alcance, que poderiam fazer rotas longas sem parada, não precisando de hubs.

Meu ponto é: Acho que São Paulo em particular tá passando por uma transformação onde os mercados de bairro e as konbinis BR (Mini Extra, Hirota, Carrefour Express, etc.) estão fazendo com que o pessoal prefira comprar o que precisa na hora perto de casa, do que sair com o carro pra fazer as compras do mês. 

Hmm, isso me faz lembrar o que? O Japão. sim fodasse lembrei aqui e caiu uma lágrima

Eu tive sorte que o maior supermercado da região era pertinho do nosso apato, os dois maiores aliás, dava pra ver que o mercado era o maior porque eles tinham um estacionamento bem grande e tinha meio que um centrinho comercial na rua desses dois supermercados, com bares, lojas de roupas/brinquedos e restaurantes (inclusive um dos melhores ramens que já comi na vida). Mas mesmo assim eles não se comparavam aos hipermercados daqui, quero dizer, nesses mercados vendia roupa, eletrônicos e tinha padaria e rotisseria, além de que um deles era 24h e isso me salvou demais, mas não eram nada ginorme. Agora, o Costco que fui com minha prima em Tsukuba era ginorme, mas é padrão de atacado mesmo e é uma rede americana, então se explica.

Agora, eu imagino que Tokyo seja mais ou menos parecido com São Paulo no sentido dos supermercados. Longe de mim querer falar que conheci Tokyo MESMO, mas do que vi eu notei vários mercados médios de bairro nas partes mais residenciais e uns mercado-quitanda nas áreas mais comerciais, até porque supermercados ginormes com estacionamento giga não se sustentaria em plena Tokyo onde mal 30% da população tem carro, mas devem estar perto das vias expressas igual aqui.

Enfim, acho que estou tendo nostalgia dos tempos que eu ANDAVA. Estou em home office já faz mais de um ano, saio no máximo pra Liberdade durante a semana pra fazer as compras de casa ou com meus amigos uma vez por mês e o mais longe que me aventuro é pro Trampo ou pra Paulista, SOU UM HOMEM DOENTE. Não ajuda muito que a única viagem que fiz desde 2019 deu no que deu (por favor leia o último post antes deste para esclarecimentos). Preciso sair mais de casa.

Enfim, é isso aí. Se eu não falir durante a black friday eu posto aqui novamente, se eu falir também posto.

vlw flw té mais!

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