domingo, 11 de agosto de 2019

Moletom da Poli

Todo mundo que me conhece sabe que eu tenho o famoso moletom da Poli.

A Atlética Politécnica nunca soltou os números mas eu tenho a leve impressão que o moletom da Poli é o artigo de vestuário universitário mais vendido do Brasil. Mesmo que você não faça USP, é bem provável que você já tenha visto o clássico moletom: azul marinho, zíper metálico, revestimento interno do gorro em amarelo assim como o singelo bordado atrás "USP", o emblema da Atlética Politécnica no peito e, em letras garrafais bordadas ao longo do braço esquerdo: POLITÉCNICA. É o famoso moletom POLISTER.

E eu comprei esse moletom no meu primeiro dia de aula, 130 reais.

Ainda lembro que eu tava 100% perdido no primeiro dia, só conhecia mesmo meu amigo da elétrica que era do meu cursinho, e numa pausa entre as aulas introdutórias de 50 minutos eu dei uma passeada no prédio do biênio e aproveitei pra passar na Atlética pra comprar o tão sonhado moletom da Poli. Na moral que eu achei na época que o preço era meio alto, pra uma roupa que não era de marca, e é caro mesmo, mas pelo tanto que usei já, acho que valeu a pena.

Desde antes de entrar na Poli eu sempre curti moletons universitários, já passei horas e mais horas navegando por páginas de atléticas não só nacionais como também de fora do país, é bem legal ver a sutileza que os moletons têm e como isso reflete a imagem que o pessoal de tal curso em tal faculdade têm deles mesmos. A Poli por exemplo sempre busca botar ênfase no POLITÉCNICA, porque é uma palavra bem bonita e com bastante significado (das origens do ensino da engenharia no país), outros cursos da USP sempre destacam o nome de seus institutos, porque depender do nome USP geralmente é sinal que o curso não tem muito destaque. As universidades federais já são o contrário, com um enorme destaque para a sigla da Universidade e o nome do curso nas entrelinhas. Pessoal de qualquer medicina costuma tacar um MEDICINA em letras garrafais e depois a universidade, até o pessoal da Pinheiros faz isso. Algumas atléticas botam o nome da atlética em destaque e eu nunca entendi o motivo disso, mas enfim.

O negócio é que o moletom pra mim era o símbolo do meu sonho de entrar na Poli, aquele moletom não custou apenas os 130 reais que paguei lá na Atlética, custou também os dois anos de cursinho, as noites de estudo e os rolês perdidos, custou tudo o que eu tinha e pra mim era uma ticket pra uma nova vida, spoiler: não foi.

O meu moletom me acompanhou para todos os lugares possíveis, acho que de todas as viagens que fiz desde que entrei na Poli, eu só não levei meu moletom na viagem pra Argentina porque eu não tava afim de levar um soco na cara por ser confundido com um torcedor do Boca Juniors. No Japão eu usei o moletom mais lá na cidade onde eu estava, tanto pra dormir quanto pra sair pro supermercado, em Tokyo eu acabei usando as roupas que tinha comprado na Uniqlo/Champion que eram mais F A S H I O N e também que no frio da porra que tava lá, usar um corta-vento era mais importante que ter uma blusa grossa.

O meu POLISTER já foi pra praias, foi pro interior de São Paulo, foi pra Curitiba, foi pro Japão, foi pra maiorias das visitas monitoradas e também já me proporcionou as melhores sonecas que tive na USP, já que ele é praticamente um cobertor com gorro.

E o meu moletom em particular já está fazendo 4 anos e uns quebrados e não está tão desbotado quanto eu achava que ele ficaria. O zíper dele quebrou ano passado e minha mãe falou pra comprar outro moletom já que a troca de zíper já sairia mais de 50 reais, num misto de apego por ele com a consciência que ninguém em sã consciência compra um moletom novo da faculdade no quarto ano, eu acabei optando por pagar pelo zíper novo mesmo, que acabou vindo na cor azul já que os zíperes metálicos estavam em falta no lugar.

Acabou que eu já não uso tanto meu POLISTER pra cá e pra lá como antigamente, o moletom que mais uso agora é o verde com gola careca que comprei no show da Kaneko Ayano (e é a coisa mais brega da história da humanidade), o moletom da Poli virou meio o que ele tava sendo no Japão: pijama e roupa pra sair pro supermercado.

O moletom POLISTER anda perdendo espaço no gosto politécnico pelo modelo que a Atlética lançou uns dois ou três anos atrás, que é bem mais aquele template de moletom universitário americano: escrito POLI USP, símbolo da Atlética e o famoso EST. 1893 (que é o ano de fundação da Poli e não da Atlética, mas enfim). Antes do moletom que eu tenho, o modelo era baseado nos da GAP com um enorme POLI bordado no peito, que eu acho até legal mas eu realmente tava atrás de um moletom aberto quando era bixo.

Eu nem sei direito porque fiz este post, já que não vou me desfazer do meu moletom POLITÉCNICA por um bom tempo ainda, mas eu sempre me divirto porque, não importa onde eu vá, sempre haverá um panaca usando um moletom da Poli, e se não tiver é porque eu sou o panaca usando o moletom da Poli.

vlw flw té mais

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