quarta-feira, 23 de maio de 2018

Mementos

Ontem fez um ano da morte do meu amigo Romito, e por mais que eu achasse que, inevitavelmente, me esqueceria dele cedo ou tarde, tem um memento dele que vejo todo dia antes de sair de casa: uma garrafa de vodka Balalaika que ele deixou na minha casa nos meados de 2016.

Eu odeio festas, não gosto de qualquer bebida destilada e não sou muito fã de qualquer droga (por mais que você pense o contrário quando lê este blog), mas eu tinha uma curiosidade genuína em conhecer uma festa da FFLCH. Depois de experiências broxantes em algumas festas da Poli eu achava que minha vibe era mais humanas e menos playsson, foi nessa que eu e meus amigos da TdT decidimos ir numa festa da FFLCH.

Como toda boa festa, o esquenta foi no meu apê. O Romito chegou portando umas 10 garrafas, dentre Balalaikas, Catuabas e uma motherfuckin' Para Tudo! (que deve ter sido a pior substância que já ingeri na vida), a gente achou que aquilo tudo overkill então deixamos uma garrafa de Balalaika no armário de destilados aqui (que por sinal não toco faz alguns meses). A festa foi legal e tal, aposto que escrevi um post descrevendo-a à exaustão, mas acho que foi uma das últimas lembranças que tenho dele antes da hospitalização, lembro de uma ocasião quando cobrei dele uma dívida antiga e ele falou que a garrafa de Balalaika era o pagamento.

Como a gente nunca foi do tipo de trocar presentes, a garrafa de Balalaika acabou sendo um dos únicos mementos materiais que tenho dele hoje, já pensei diversas vezes sobre o que fazer com a garrafa: acabar com ela numa data especial junto com o pessoal da TdT em homenagem ao Romito ou simplesmente deixá-la no cantinho especial como uma lembrança para sempre? Passar ela pra frente pra outro membro da TdT ou ficar comigo? Eu já não sei e acho que esse pode ser um assunto a se discutir em uma noite fria enquanto comemos no SukiYa na São Joaquim.

Lembro até hoje que desde os tempos do ensino médio, uma das minhas fantasias para a faculdade era voltar de uma festa dirigindo (sóbrio obviamente) e parar com toda a TdT no SukiYa lá pelas 3h da matina pra um Gyu Don Negui Tama M com Kara Ague e uma Coca gelada, lá discutiríamos a vida amorosa de um, o sucesso acadêmico de outro, a falta de noção de mais outro mas no final, debruçados sobre tigelas enormes de porcelana com restos de arroz, nos sentiríamos em casa e com um pouco de saudades dos tempos menos complicados do Ensino Médio.


3 comentários:

  1. O SukiYa as 3 am ainda pode acontecer HAHAHAHA

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    1. Vou te ligar às 3am quando ce tiver aqui na próxima vez então hahahhahaha.

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  2. Nosso grande amigo... Penso nele todas as noites antes de dormir. Sei que está em algum lugar do cosmos enchendo a cara o filho da mãe. Saudade! S2

    PS: se decidir matar a garrafa conte comigo.

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