domingo, 18 de abril de 2021

Tindão da massa

É uma coisa que o pessoal geralmente não admite abertamente mas eu criei uma conta no Tinder e estou usando faz mais ou menos um ano.

Eu já sei que, como um cidadão que preza pelo mínimo de bem estar familiar, eu não vou sair por aí em plena pandemia pra um rolê com uma pessoa que conheci no Tinder. Muito menos nutro esperança de um papo durar até que a pandemia acabe para, aí então, sair num date. Mas achei que seria um bom passatempo pra fazer durante essa quarentena.

Eu boto Daniel como meu nome e maioria das fotos que botei no meu perfil foram tiradas no Japão (já faz uns bons dois anos...), todas engraçadas porque sei bem que o meu forte não é a beleza, então vamos usar o bom humor.

Acho que dei uns 30 matches nesse último ano? Sendo que conversei com umas 10~12 moças, duas me ignoraram (então por que dar match pra começar?) e mais outras eu que nem comecei a conversar já que não tava afim de tomar o gelo iminente.

Não vou detalhar caso a caso mas o que tirei dessa experiência (que tá rolando ainda) é que meu papo é HORRÍVEL. Quero dizer, o Tinder já é um lugar péssimo pra conversar, porque de jeito ou outro fica implícito que se você é homem tu tá atrás de SEXO, o que não está necessariamente errad- ENFIM, mas turns out que minhas skills interpessoais são piores do que eu imaginava, o que não só explica minha vida amorosa como também a minha vida profissional.

O que me surpreendeu positivamente foi que dei match com moças super bonitas que nunca achei que dariam like num cara de pamonha como eu, certo que muitas delas foram por causa da minha foto com roupa de Pink Guy, mas isso não tira o mérito... eu acho.

Enfim, o que tirei disso tudo? Vi que o preconceito que eu tinha com o Tinder era bobagem até certo ponto e que eu devia ter começado a usá-lo bem antes, conhecer gente nunca é demais, ainda mais se der pra fazer um rolê. Mas como eu bem disse anteriormente: no Tinder fica bem na cara que maioria do papo tem segundas intenções, então acho mais saudável EM CONDIÇÕES NORMAIS PÓS-PANDEMIA conhecer pessoas em atividades sociais presenciais sem quaisquer pressões por segundas intenções. 

Alguém com um papo muito bom e zero travado (além de bonito e gostoso pra porra) vai discordar de mim e vai falar "Mas eu conheci minhas últimas 15 namoradas pelo Tinder!". 

Pois é.

Eu escrevi este post porque dei match, nesta semana, com duas moças super bacanas (aparentemente) e uma não me respondeu e outra eu já sei que o papo morreu. Nada disso aconteceria se a conversa chegasse em música underground japonesa ou Gundams, mas infelizmente nunca chega.

Eu realmente preciso desenvolver minhas skills interpessoais.

E é isso aí, vlw flw té mais!


EDIT: Eu botei um formulário pra contato e uma nova ferramenta pra assinar o feed do meu blog aí do lado, o feed por email de antes não vai funfar mais a partir de Julho deste ano, então decidi já botar outra plataforma.

sábado, 17 de abril de 2021

Enfim empregado e dez anos de blog em Setembro

Estou atrasado? Com certeza. Mas cá estou eu, estagiando.

Quando entrei na Poli eu meio que aceitei que assim que começasse o estágio eu provavelmente teria que parar este blog, ou pelo menos continuá-lo de forma mais anônima. Achei que a partir do momento que eu virasse um adulto propriamente dito (conceito esse sempre atrelado ao trabalho) esse blog não teria o mesmo sentido de antes.

Pois bem, comecei a estagiar. Mas não vou terminar este blog.

Na real que eu nem comecei o estágio mesmo, hoje foi mais uma epopeia pra pegar meu notebook na empresa (que permanecerá sem nome para não me comprometer) e umas primeiras instruções. Mas no fim estou perdido pra caralho, parecendo bixo em primeira semana de aula.

Mas voltando ao assunto anterior: eu não pretendo terminar este blog tão cedo. Não vou usar este blog pra falar mal da empresa onde vou trabalhar (e que permanecerá anônima, mas todo mundo que me tem no LinkedIn ou é meu amigo próximo já sabe) e nem vou vazar informações sensíveis. Talvez o foco do blog mude assim que eu me forme da faculdade, mas até aí não vai a primeira vez que isso vai acontecer.

Este blog vai fazer 10 anos em Setembro e isso me fez pensar bem sobre a finalidade dele. Eu criei o blog pra falar merda e coisas engraçadas mas nunca me esforcei muito pra divulgá-lo, no máximo botei links nos meus perfis das redes sociais mas foi isso, meus amigos na faculdade acabaram espalhando o link do blog pra outras pessoas da sala mas acabou que essa foi a maior divulgação que tive nesses quase 10 anos de blog.

Eu sempre falo que criei o blog pra mim mesmo (o que é verdade) mas também admito que sem o feedback dos leitores, este blog provavelmente teria acabado com uns 3 ou 4 anos no máximo. Sempre que eu estava meio desmotivado pra continuar a postar aqui, alguém surge e manda a famosa pergunta: "E o próximo post, quando vai sair?" e de pergunta em pergunta estamos aqui, quase dez anos depois.

Eu quero fazer algo especial pro post comemorativo em Setembro, provavelmente deixarei algo pronto pra postar até lá mas ainda não tenho nada planejado. Acho que seria legal algo mais participativo, com as pessoas que me ajudaram a manter o blog, se tiver alguma sugestão pode mandar nos comentários do post ou pra mim diretamente.

E é isso aí, valeu falou té mais!


segunda-feira, 5 de abril de 2021

Um hostel e uma casa de show a menos pra revisitar

Uma das histórias mais engraçadas que aconteceram comigo quando fui pro Japão foi quando me hospedei no hostel em Shimokitazawa.

Eu tava morrendo de vontade de conhecer a rua onde o o Kinoko Teikoku gravou o clipe do Chronostasis e estava planejando como deveria perguntar onde era o lugar pro recepcionista do hostel. Talvez mostrar o clipe pra pessoa e ver se ela consegue reconhecer? Ou perguntar onde eram o(s) Lawson na região pra ir procurando o local por eliminatória? Nada disso foi preciso, quando cheguei no hostel, a caixinha de som da recepção tava tocando uma playlist só de Kinoko Teikoku. Foi só perguntar "Onde que o Kinoko Teikoku gravou Chronostasis?" e o cara me mostrou o lugar no Google Maps.

Pois bem, outro dia fui no site do hostel pra ver como que eles tavam se mantendo durante a pandemia, a resposta é que eles não estavam, o hostel fechou as portas no começo deste ano.

A natureza do hostel como um ambiente compartilhado impossibilita a readequação dele pra realidade de agora, com o travel ban imposto para turistas estrangeiros então quebrou muito negócio do terceiro setor também imagino. 

Acho que nesse ponto os net cafés estão mais seguros, ainda mais o Customa que tinha a cabine totalmente isolada. Como eles eram mais voltados pro pessoal do Japão mesmo que trabalhava, não acho que eles tenham sofrido o mesmo impacto que hotéis e hostels.

A merda é que o hostel era bem novo até (começou a operar em 2018) e não era vinculado a grandes grupos ou conglomerados, dava pra ver que os recepcionistas (que também faziam a limpeza e tudo mais) eram da minha idade e o ambiente eram bem informal, como é o esperado pra um hostel numa região jovem de Tokyo. Então eu fico meio triste por ver (mais) um empreendimento independente dar errado.

Outro lugar que visitei e que fechou também foi o Yoyogi Zher the Zoo, onde fui ver meu primeiro show no Japão. 

As casas de show no Japão inteiro sofreram um baque fodido, não só por dependerem do público pra tirar o já minúsculo lucro que conseguiam pra se manter, mas também foram onde as primeiras disseminações do vírus aconteceram. Aí descobriram que as casas de show underground mal tinham ventilação e eram todas bem apertadas (quando tinha público nos shows).

O Zher the Zoo em especial foi uma das casas de show que tinha melhor som das que visitei lá. Outras casas com o mesmo tamanho e que eram bem mais conhecidas (como o Shimokita Garage e o Shinjuku Loft) tinham som e infraestrutura bem piores e, julgo, que viviam da fama que obtiveram da extensa história do cenário underground japonês.

Mas é, isso tudo só mostra como a pandemia tá afetando o mundo todo, mesmo países que não estão tão ruins quanto o nosso (ou seja, qualquer um) e mesmo o Japão que não teve lockdown nem nada. Isso também só reforça a constante mudança pela qual Tokyo passa e que feliz ou infelizmente, quando (se) eu voltar lá, Tokyo será bem diferente.

No mais é isso, mais uma coisa que essa pandemia tá aí trazendo de ruim.

vlw flw té mais!