Eu estou meio fodido.
Uma semana pras provas, sete delas aliás, e não faço ideia do que está acontecendo. Isso se deve mais a minha falta de vontade do que a qualquer outra coisa, cheguei ao ponto de até minha mãe ficar preocupada comigo, o que é basicamente o fundo do poço.
O foda é que por mais que eu estivesse na merda no meu ano de cursinho, eu tinha um objetivo muito claro na minha frente: passar no curso que queria na faculdade dos meus sonhos. Beleza, consegui, cheguei aqui, mas e agora? O que será da minha vida daqui pra frente?
Eu lembro que conheci a música da Shiina Ringo lá por 2012, e foi nesse mesmo ano que conheci o que seria uma das minhas maiores inspirações na vida: o álbum Kalk Zamen Kuri no Hana (ou simplesmente KZK), que é ,para a minha pessoa, o ápice da produção musical no século XXI e quiçá da história humana.
E o que o KZK tem a ver com a minha história?
Sinceramente? Sei lá, eu sei que esse álbum abriu meus olhos quanto à definição de "obra de arte" que eu tinha (que até então eram as coisas que podiam ser expostas no MASP por exemplo) e me instigou a tentar fazer uma obra de arte, não necessariamente no campo musical, mas uma obra que viesse da alma, de todo o esforço e sacrifício do artista.
Shiina Ringo lançou Kalk Zamen Kuri no Hana em 2003 após o sucesso de seus dois primeiros álbuns, que possuíam certas extravagâncias mas eram inegavelmente pop. Ela meteu o louco, dispensou o produtor cinco estrelas que havia produzido tudo dela até então e decidiu produzir o próprio álbum com a ajuda de um engenheiro de som, num Macintosh. O álbum conta com a presença de uma quantidade absurda de instrumentos, só a Shiina Ringo toca 12 deles (orgão, koto, piano, erhu, shamisen, melodica, flauta doce, kalimba, harmônio, berimbau de boca, bateria e guitarra), outro detalhe interessante é que o álbum possui 11 faixas, e cada faixa se relaciona a outra no oposto da tracklist (A 1 se relaciona com a 11, a 2 com a 10, etc.) sendo que a faixa 6 faz a ponte entre as duas "partes" do álbum. No fim o álbum dura 44:44 e a última faixa do álbum se chama "Procissão Fúnebre", 4 é o número que simboliza a morte no Japão. Enfim, essa porra é uma obra de arte pensada até seus últimos detalhes, mas vendeu cerca de 400k cópias enquanto os outros álbuns delas venderam mais de 1 milhão cada um.
A Shiina Ringo lançou o álbum sabendo que não ia vender mais que os outros, mas como ela mesma disse: "Eu queria botar num álbum tudo o que não existe no mercado musical japonês" e conseguiu, ela fez a sua Magnum Opus.
E isso nos leva de volta à questão: E o que o KZK tem a ver com a minha história?
O professor de Materiais falou noutro dia que a Engenharia possui uma série de obras de arte, construções que esbanjam de aplicações técnicas e beleza de acabamento. Eu mesmo acho que a beleza no design do Concorde bate muita obra de Van Gogh e Monet, que o Yamato era mais belo que qualquer escultura no Louvre e que o projeto do MASP é mais impressionante que as obras nele expostas.
Meu objetivo, mesmo que extremamente longínquo, é criar uma obra de arte, uma coisa que eu posso falar que me dediquei de corpo e alma. E isso é o foda, as grandes obras da engenharia não saem do nada, ao contrário da Shiina Ringo (e do Paul McCartney, mas isso não vem ao caso) que fizeram suas maiores obras de arte aos 24 anos, é extremamente raro um engenheiro fazer a obra da sua vida com tão tenra idade. E por mais que eu queira me enganar, uma graduação está bem longe de ser uma obra de arte, bem longe.
Enfim, é isso aí, eu tava faz um tempão querendo escrever um review do Kalk Zamen Kuri no Hana mas acho que nunca vou fazê-lo, apesar de ter escrito bastante sobre ele hoje.
Vocês podem estar se perguntando porque falo de música japonesa num blog sobre minha vida bosta cotidiana, é porque escrevo pra mim, escrever é minha terapia e esse blog é meu hobby, por mais bosta que isso pareça.
vlwflw té mais
Para de ficar postando textinho de viado e ficar reclamando da vida e vai estudar japonês vagabundo!
ResponderExcluir