Era um cara pobre pra cacete, tipo pobre mesmo, que trabalhava como assistente de limpeza numa empresa de segunda e não tinha NENHUMA família. Além de que o cara morava numa pensão barata e tinha umas folhas que usava como diário e uns brinquedos em miniatura(?) segundo a Folha de SP. Porra, muito triste isso cara, e foi nessa comoção toda eu tive uma ideia muito foda diga-se de passagem: ESCREVER UM LIVRO, puta merda, animal, mas deixe-me esclarecer aqui o que eu faria:
- EU ESCREVERIA UM LIVRO
Ok, depois, digo, no livro eu não falaria desse cara que morreu mas falaria de todas essas pessoas invisíveis perante a sociedade, não os mendigos, mas sim aqueles que trabalham em sub-empregos, que não vivem: eles sobrevivem e não têm perspectiva de vida, nem sonhos. No quarto do cara que morreu acharam uma nota dizendo coisa do tipo "Não aguento mais essa vida" ou algo assim, puta merda, acho essas coisas realmente muito tristes, muito mesmo. Como eu escrevo mal pra caralho vou começar uns drafts pra começar o esqueleto do livro e quem sabe depois, se o livro estiver ficando bom, eu possa sair pra coletar dados e coisas parecidas.
Escrever um livro é um projeto meu desde que eu tinha 12 anos, mas por incrível que pareça, sempre quis fazer uma jornada épica de heróis em uma guerra centenária para o bem da humanidade, em suma eu gostava de ficção, mas com o passar dos anos eu acabei mudando pra não-ficção (só pra escrever, prefiro muito mais ler livros de ficção ainda), livros de ficção são muito mais legais que os de não-ficção, e vendem mais por cima, mas escrever história inventada não é comigo não, sou péssimo nessas porras.
Mas enfim, é issae, vejo vocês depois.
flws
Na anotação que acharam na casa dele estava escrito "Nunca mais vou sair na minha vida. Para mim, chega de sofrer". Realmente, esse cara teve uma vida bem triste mesmo, mas se você analisar, esse tipo de pessoa consegue sair dessa vida bem mais facilmente que os mendigos, se bem que hoje em dia eu acho o estilo de vida deles bem interessante, eles se desligaram completamente do sistema, não pagam impostos, não têm responsabilidades, só sobrevivem e fazem o que der na telha. Uma coisa que eu quero fazer quando eu crescer é virar um mendigo por um tempo, viver com os caras e ver o mundo do jeito que eles veem.
ResponderExcluirMas cara, o foda é que você na condição desse cara que morreu, não está livre do sistema como um mendigo por exemplo. O cara tinha de tudo pra ser um suicida mas ele mesmo que inconscientemente se mantinha vivo por uma obrigação moral, como uma preguiça de se matar. E também acho essas pessoas muito diferentes dos mendigos, os mendigos em meu ver provém muito de camadas sociais mais privilegiadas e talvez por falência ou desilusão optam por seguir a vida de sem-teto, mas essas pessoas como o cara que morreu não são muito exploradas pelos meios de comunicação, não há realmente uma qualidade em comum entre todos eles, e isso que eu acho engraçado, esse tipo de gente ficou tão comum que são mais ignorados que os mendigos, penso eu que eles são os verdadeiros invisíveis na nossa sociedade.
ExcluirAliás quis dizer também: essas pessoas geralmente são de uma camada social baixa desde o começo.
ExcluirUma coisa que eu sempre imagino é como deve ter sido a infância desses caras, tanto os mendigos quanto as pessoas que vivem como o homem desse caso.
ExcluirCara, eu sempre me pergunto isso. Sempre penso em duas alternativas: ou foram crianças relativamente bem sucedidas e amadas e por algum fator se desiludiram ou viviam em condições assim desde o nascimento. Claro que há inúmeros casos diferentes mas acho que realmente cada um têm suas circunstâncias.
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